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História Sombra - As Mortes


Escrita por: InfiniteVitium

Notas do Autor


Qualquer critica construtiva à escrita, enredo ou algo do tipo é bem vinda.

Capítulo 1 - As Mortes


Escuridão, terror, medo, fome. São as únicas palavras que me vieram a cabeça durante esses longos anos, estou falando de uma época especifica. A Revolução Russa, quando o Czar, quem deveria ser nosso pai e nos proteger, decide virar as costas para nossos problemas. Sofremos, morremos, caímos, mas não desistimos.

Todos os russos perderam muito com isso, mas, pelo menos, agora tudo acabou. Não é que agora tudo esteja melhorando com luz, felicidade e fartura, ainda estamos sofrendo, mas em silencio. É como se ainda estivéssemos todos de luto, sobrevivendo em cima de regras e mais regras. Por que não nós rebelemos de novo? Para que? Pelo menos agora, as pessoas pararam de morrer. Prefiro viver sobre regras, do que morrer sem nada.  

Meu nome é Ivo, Ivo Gorbatchev. Eu perdi toda a minha família, menos a minha tia Natasha. Ela parecia ter envelhecido mais do que o normal com todos esses anos, com todas essas perdas. Mesmo depois da fome, ainda parece sempre fraca. Depois do enterro pensei já sabia que iria me mudar para a casa dela e já fui correndo em sua direção, com um pouco de felicidade que ainda um garoto de 7 anos poderia suportar. Já que ela sempre foi minha tia preferida, e sempre me tratou tão bem, como se eu fosse seu próprio filho.

Ela estava na frente do tumulo de meu avô, seu pai, parecia seria por fora, mas eu sabia que estava triste por dentro. Estava usado um vestido preto, o que realçava seu cabelo vermelho sangue.

-- Tia Natasha, quando iremos para sua casa? – Perguntei quase sussurrando, para não atrapalhar os outros que estavam no cemitério rezando.

--Silencio! – Ela respondeu com um olhar rancoroso.

--Mas... – Quando eu iria falar que estava com fome, ela levantou a mão e com muita força bateu na minha bochecha.

--Não quero saber, você... por que você sobreviveu? – Ela perguntou e logo voltou a olhar para o tumulo de meu avô, me ignorando completamente.

Não entendi porque ela fez aquilo e muito menos o que ela queria dizer com aquilo. Ela me culpava? Ela me considerava odiável por estar vivo, por ainda existir quando todos morreram? Queria pensar que era só algo passageiro e que mais tarde ela iria se desculpar e me dar Pastilás. Mas, não foi algo passageiro.

Por todo o caminho até a sua enorme casa ela me ignorou, e quando eu falava algo ela me encarava como se quando eu falasse fosse como matar todos que ela ama ou já amou na sua frente. Decidi parar de falar depois que ela pegou uma agulha e furou meu joelho, aquilo me fez pensar que era realmente sério e que ela não iria me desculpar seja pelo o que eu tinha feito em sua mente. Fiquei encarando a paisagem, fria, cheia de nuvens e triste. Como se até os céus estivessem de luto por todas as mortes. Podia sentir em meus ossos que quando o inverno chegasse seria o mais frio de minha vida. 



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