Pov Evah
Eu, Katherine e Niel seguimos em direção de Delízea, o sol havia se posto então diminuímos a velocidade dos cavalos. A trilha ficava obscura a noite, úmida e a toda hora parecia estamos sendo observados. Chegando a um determinado ponto da trilha havia uma pequena pousada, descemos dos cavalos e observamos o local.
-- Vamos passar a noite aqui, não é bom andarmos por esses caminhos na escuridão.-- Katherine fala indo ao estabulo da pousada com os dois cavalos.
-- Vamos entrar, mas fique com isso.-- Ele fala colocando o capuz em mim.-- Sua imagem é muito conhecida e não queremos chamar a atenção.
Eu concordei com a cabeça e logo entramos no local, havia uma recepção e logo ao lado uma escada que provavelmente levava aos quartos. No resto do espaço havia uma bar com varias mesas e muitas pessoas, figuras estranhas entre elas. Logo que entramos, fomos direto ao balcão.
-- O que estariam procurando? --O homem fala com sua voz que soava como um rosnado.
-- Um quarto por favor, três camas.-- Niel fala.
-- Ora ora... Um elfo por essas bandas? O que o trás aqui?-- Ele fala pegando uma chave.
-- Assunto meu.-- Niel fala sério.
-- Tudo bem, protocolo de atendimento, há muitas coisas estranhas acontecendo por aqui.-- Ele fala entregando a chave. -- Não quis bancar o intrometido.
-- Vem, vamos beber algo enquanto esperamos Katherine.-- Niel fala.Passamos entre as pessoas, o local estava cheio, e sentamos em uma das mesas no canto.-- Já volto.-- O mesmo fala indo até o bar.
Começo a observa em volta, Katherine entra no local nos procurando, eu levanto a mão chamando a sua atenção, logo ela me vê e caminha até a mesa, sentando logo em seguida. Logo Niel chega com três canecas grandes de algum liquido roxo e gelado.
-- Explosão de frutas?-- Eu pergunto e o mesmo afirma com a cabeça, era uma bebida típica da região, varias frutas batidas justas e misturada com alguma outra bebida,eu gostava de com vinho.-- Eu amo essa bebida.-- Falo apreciando depois de tanto tempo aquele gosto.
-- Sairemos amanhã bem cedo então é melhor irmos para o quarto.-- Katherine fala dando um ultimo gole e se levantando.
Katherine segura meu braço e me levanta, Niel vem logo atrás. Subimos as escadas e paramos em frente ao quarto numero 5. Niel abre o quarto e nos entramos, logo tiro minha capa, estava muito quente.
-- Por que subimos tão rápido?-- Eu pergunto.
-- Não conseguiria esconder que é da realeza nem se nascesse de novo, não espera… Você já fez isso.-- Katherine fala.-- Estavam olhando para você como se fosse um búfalo assado na noite de ação de graças, e olhem o que eu achei grudado nas paredes dos estábulos.-- Ela fala me mostrando um papel, eu o seguro em minha frente.
-- Como forma de demonstração de lealdade ao vosso rei…-- Eu falo lendo o que estava escrito.-- Foi decretado que aquele que trouxer qualquer uma das princesas antigas vivas ou mortas será muito bem recebido com pilhas de ouro do tesouro real. E aqueles que a abrigarem serão nomeados inimigos do rei e eliminados.
-- Isso é problema.-- Niel fala também lendo o papel.-- Significa que aonde formos terão homens atrás de você.
-- Como os elfos se comportarão diante disso?-- Katherine fala se virando para ele o questionando com um olhar não muito amigável.
-- Não nos compare a meros mortais como sua raça, a homens guiados por desejos mundanos e superficiais.-- Niel fala visivelmente ofendido com a pergunta.-- Se há um lugar seguro para ela é em Delízea.-- Ele fala concluindo.
-- Então tudo bem-- Falo logo, para não dar chance de Katherine continuar a discussão-- Partiremos ao amanhecer.-- Eu falo me deitando em uma das camas.
-- Eu fico de guarda primeiro.-- Katherine fala encarando Niel pegando sua espada e sentando em frente a porta.
Eu gosto da Katherine... Um pouco neurotica e dura as vezes, mas consigo ver a preocupação que ela tem com nos manter a salvo de qualquer um. Fecho os meus olhos e não demoro muito a cair no sono. Me pergunto como estão minhas irmãs.
Pov Evelyn
Passamos a primeira noite de viagem acampando na floresta, o caminho para o reino de Gallicano não possui muitas instalagens ou pousadas, apenas uma trilha e florestas. Estava dormindo até subitamente acorda com um barulho, quando abri os olhos apenas vi Margot no chão parecendo ter tropeçado na fogueira já apagada e Erus se segurando para não rir. Nem quis entender apenas revirei o olho e me levantei.
-- O sol ainda esta nascendo.-- Alys comenta também levantando.-- Que bom não perdemos muito tempo.-- Ela fala já recolhendo suas coisas e colocando no cavalo.
-- Vamos recolher tudo e voltar ao trajeto.-- Elizabeth fala se espreguiçando. Uwen observa Elizabeth se levantar e logo solta um sorriso de lado, eu não havia entendido até observa o local em que Elizabeth havia dormido.
Era engraçado, pois em volta do pano em que ela se deitará para dormi estava cercado por pequenas flores. Cada um juntou suas coisas e subimos em nossos cavalos, trotando normalmente.
-- É um longo caminho até Gallicano, chegaremos ao anoitecer se continuarmos o ritmo. -- Erus fala.
-- Qual é o plano para quando chegarmos lá? -- Uwen pergunta.
-- Expulsar todo o exercito de Onor e liberta o povo que ainda está lá.-- Alys explica.
-- Quem sabe pegar algum deles e tentar arrancar alguma informação sobre Onor e sua fortaleza.-- Eu falo.
(...)
Viajamos por quilômetros, estamos quase chegando acredito eu. Os cavalos estavam cansados então estamos viajando num ritmo mais lento. O sol já estava se pondo quando ouvimos barulhos, homens falando alto e barulho de marcha. Saímos rapidamente da trilha e fomos para dentro da floreta, ficamos quietos. Logo observamos uma marcha de 9 homens passando. Os cavalos se assustaram com o barulho produzidos pelos gritos de guerra e foram embora.
-- Que ótimo...-- Erus fala ironicamente.
-- Eles fazem parte do exercito de Onor?-- Uwen pergunta.
-- Sim, parecem estar em patrulha.-- Alys responde.-- Elizabeth... É com você.--
Elizabeth sai de dentro da floresta e fica no meio da trilha, antes de ser vista a mesma manipula uma das raízes das arvores e a faz bater na cabeça dos nove soldados o que os faz desmaiar na hora. Saímos todos do "esconderijo" e fomos até ela.
-- Impressionante Lizzie.-- Margot fala.
-- Obrigada. Parece que chegamos não é? -- Elizabeth fala se virando para a direção que os homens vinheram, mas não com uma cara muito feliz.
-- Meu Deus... Eu falo olhando o que na minha memoria era um reino bonito, gracioso e delicado, agora estava debaixo de ruínas. Não sobrou nada. Caminhamos e entramos nas ruínas do reino, pedra, poeira e corpos, muitos e muitos corpos. Apenas havia isso naquele lugar
-- Chegamos tarde.-- Alys fala observando o local também.
-- Não vai demorar muito até mandarem fazer o mesmo com Maggiore.-- Uwen fala.
-- Vimos pela única rota possível de um exercito passar, teríamos cruzado com eles.-- Margot fala tentado achar o ponto positivo.
-- Onor já dominou boa parte dos reinos dessas terras. Apenas sobrou Maggiore, Delízea, por que os elfos escondem muito bem seus reinos e as minas dos anões. Ele provavelmente vai ordenar um ataque a Maggiore é só uma questão de tempo.
-- Foi para isso que Evah ficou, ela vai cuidar de tudo.-- Margot fala segura.
-- Incrível sua capacidade de tentar achar lado positivo em tudo.-- Erus fala.
-- Ela tem razão.-- Eu falo.-- Continuamos com nossa missão... Matar Onor e no caminho libertar os reinos possíveis.
-- Exatamente, Evah vai cuidar de Maggiore, mas precisamos fazer nossa parte.-- Elizabeth fala.
-- Como pode?-- Alys fala um pouco mais na frente serrando o punho.-- Toda essa gente... Desgraçado!-- Ela grita e mais ao fundo podemos ver raios caindo a medida que Alys ficava mais irritada.
-- Alys... -- Eu vou até ela segurando seu rosto, a fazendo olhar para mim.-- Fique calma, seus poderes são imprevisíveis quando está em descontrole emocional. Ainda não consegue conter e sabe disso.-- Eu falo e ela relaxa a expressão.
-- Sim... Sinto muito..-- Ela fala se acalmando e eu tiro minhas mãos.-- Vamos continuar. Sem os cavalos vamos demorar ainda mais então temos que nos apressar.
-- Conheci um ferreiro que disse que morava numa cidade que fica no caminho.-- Uwen fala.-- Ele tem bons contatos, acho que pode nos emprestar alguns cavalos. Fica a um dia de viagem a pé, daqui.
-- Ok, está escurecendo, arrumaremos um lugar para ficar agora e de manhã cedo partiremos. Chegamos na cidade, pegamos os cavalos e continuamos o trajeto para Mondere.-- Falo enquanto continuamos a caminhar.-- Qual o nome da cidade?
-- Elinor.-- Uwen responde.
Passando finalmente pelas ruínas finais da cidade o clima havia ficado realmente pesado entre nós, com tantos corpos e destruição em volta eu não esperava outra coisa.
-- Alguma chance de me carregar Erus?-- Margot de repente, tirando todos do “transe” de observar em volta.
-- Claro que não.-- Ele fala com uma cara como se tivesse sido ofendido.
-- Sou a rainha hein...-- Ela fala empinando o nariz e eu riu dessa cena.
-- Nesse caso…-- Ele dá um sorriso.-- Não.-- Ele fala e ela faz uma careta.
-- Como amigo você é um excelente mago... Na verdade nem tanto.-- Ela fala rindo e ele começa a correr atrás dela.
Que bom que podemos sempre contar com Margot para deixar o clima mais leve, nesse momento tensão é o que não falta. Não precisamos de mais motivos para nos irritarmos ou entristecermos. O sol já havia se posto, mas precisávamos continuar, não é seguro aqui. Erus iluminava o caminho com seu cajado, apesar de ter se distraído nessa tarefa.
Saindo de Gallicano eu olho para trás, inevitavelmente a tristeza me atinge. Um reino inteiro destruído pelas mãos de Onor. Elizabeth para de caminhar e se volta para saída do reino que antes era um enorme arco. Ela levanta suas mão faz crescer no arco uma coroa de flores e plantas.
-- Não ficou mais bonito?-- Ela fala virando sorrindo e logo em seguida voltando a caminhar.
Agora eu entendo,esse pequeno gesto de Elizabeth é maior do que tudo que Onor fez nesse reino. “Um pequeno gesto de fraternidade amor vale muito mais que uma grande ação de ódio e destruição.” E é por isso que Onor irá perder.
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