- ...E fazendo a raiz quadrada de 2248, conseguimos mais e menos… - a voz do professor ecoa pela sala
Com o meu semblante entediado, continuo a encarar o professor de matemática que tentava explicar a matéria, que não da certo.
Tombo minha cabeça para o lado e ele se vira para mim.
- Não irá copiar nada Srta. (S/n) ? - coloca seu livro em cima de sua mesa e escora os braços nela.
Não o respondo
“Não vou me segurar…”
- Você me ouviu Srta.? - continua me encarando com um semblante mais irritado
Com minha cabeça ainda tombada ao lado dou um sorriso cínico.
- Não acho que irá mudar algo em minha vida, então… - finjo pensar - Não!
Vejo a raiva em seus olhos e ele se vira irritado para o quadro.
Bufo cansada e deito minha cabeça para trás.
“Tenho quase certeza que essa aula já está acabando… POR QUE ESSE SINAL NÃO BATE MEU DEUS?!”
*Sinal*
- Aleluia! - reclamo alto e me levanto, já que já havia guardado o material por ser a última aula
- Vou fingir que não ouvi isso Srta. (S/n)... - ele me olha raivoso
- Faça o que quiser - saio da sala irritada
Vou andando pelos corredores da escola, indo em direção ao portão de saída.
Vamos as apresentações, me chamo (S/n), tenho 19 anos e estou no 3° ano do Ensino Médio.
Sim, 3° ano.
“Ué, mas você não deveria estar na faculdade?”
Sim deveria.
Mas por conta de um acidente há um ano, reprovei, e aqui estou eu nesse inferno novamente.
E esse “acidente” não foi um qualquer, nele, eu perdi o amor da minha vida… desde esse dia… não fui mais a mesma.
Saio da escola e como sempre, olho para o relógio e vejo que são 23:30
“Esse professor segurou a gente meia hora a mais em uma aula de reposição?!?!?”
Frustada, coloco meus fones e aumento o volume da música quase no último, e começo a andar em direção a minha casa.
A música atormentava meus ouvidos, mas não me importava, só queria chegar em casa o mais rápido possível.
Vou andando dispersa por aquelas ruas escuras de Seul e notei uma certa movimentação, ao longe, vejo um grupo de meninos com aparência nada amigável, parecendo estar vindo em minha direção, não tinha outra alternativa a não ser entrar no beco mais próximo antes que me notassem.
- Merda
Entrei no beco e me escondi entre duas caçambas de lixo que haviam ali, tirei os fones e permaneci em silêncio.
- O que você tem cara? - ouvi um dizer com a voz meio embolada.
“A essa hora, deve estar bêbado!”
- Eu vi uma coisa ou melhor alguém correndo pra esse lado ! - seu tom era raivoso e logo saca um revólver e arregalo os olhos assustada.
Me mexo mais um pouco tentando parecer quase que invisível para eles, mas acabo fazendo um barulho.
Ouço passos cada vez mais perto de mim e fecho os olhos com força temendo o pior.
- Cara tu ta bêbado! - um outro cara diz e eu abro os olhos - Aposto que viu coisas vam'bora ! - este estressado puxou o amigo para fora junto com os outros
Ainda um pouco chocada, esperei mais um tempo para ter certeza de que foram embora e vendo eles sumirem, juntamente com os sons que faziam, após 5 minutos soltei o ar, que nem sabia que prendia, aliviada.
Me levanto e limpo minha calça me certificando de que não estava suja, olho para os lados e decido continuar meu caminho.
Andava meio com receio daquele lugar, principalmente pelo o que acabara de acontecer, só queria chegar o mais depressa possível em casa e me sentir um pouco mais segura.
“Nunca entrara neste beco antes, e ele aparenta ser muito mais escuro que os outros que eu passo algumas vezes…”
Chego em uma parte escura do beco e escuto um passo.
Olhava para todos os lados com medo de algo acontecer até que ouço um estrondo.
- O-olá? - pergunto meio assutada
Continuo parada mas nada nem ninguém se fez presente.
Volto ao meu caminho mas ao continuar escuto barulhos de grades.
- Q-quem esta a-ai? - perguntei já aflita com a situação
Vejo algo em cima do prédio do beco e parecia uma pessoa. Logo, esta pula lá de cima, caindo ao chão sem mostrar nenhuma fratura ao chegar nele.
Depois de olhar melhor, vejo que é um rapaz com calça de couro preta, camisa social branca junto a uma gravata preta e uma jaqueta, ele me olha de longe e começa a andar lentamente em minha direção.
Fico meio estática mas decido sair correndo.
E foi isso que eu fiz.
Corro o mais rápido possível passando por caçambas de lixo, caixas de papelão, até animais que entram em meu caminho, e ainda sim, ouvindo ouvindo os passos do garoto vindo ao meu alcance.
Após correr tanto vejo que cheguei em um beco sem saída.
- Droga! - começo a olhar ao redor e vejo uma passagem bem estreita - espero que eu caiba
Colocando a bolsa a minha frente, sigo em direção a saída daquela passagem.
- Onde ela foi? - fico estática e ouço alguns passos de onde eu vim
Fecho meus olhos e prendo a respiração.
- Merda - ouço ele resmungar e logo o som de seus passos vão se afastando
Suspiro aliviada e continuo a andar.
Saio da passagem e o que meus olhos vêem me deixa perplexa.
- Ah tá de brincadeira! - bato o pé no chão e vou andando
Estava cercada por prédios, digamos que era meio que um quadrado mas sem saída.
Corro para todos os lados, olhando em todas as partes e acho gatos dormindo, cachorros caçando comida e várias caixas de papelão… mas nenhuma saída daqui!
- E agora…?! - olho para todos os cantos novamente
- Aí está você - me arrepio
- Onde você está? - me assusto o procurando
- Aqui querida - olho para cima e vejo o garoto em cima da grade novamente - Já estou chegando
Ele pula de lá novamente caindo quase a minha frente, arregalo os olhos quando percebo que ao chegar ao chão não houve quase nenhum estrago e vou andando para trás.
- Surpresa? - abaixa a cabeça e não consigo ver seu rosto se aproximando e me afasto
- Quem é você? Não! O QUE É VOCÊ!? - grito quando sinto que estou cercada
- Alguém que vai mudar sua vida... - levanta a cabeça e me assusto
“Não pode ser!”
- ...Novamente - sorri
Não enxergo mais nada
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.