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História Somebody Else - Capítulo Único


Escrita por: NatyBonaty

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Somebody Else - Capítulo Único

Acendi o segundo cigarro, traguei, segurei por um instante e então soltei a fumaça que empesteou meu carro mais uma vez. Meus olhos persistiam na janela do quarto dela, a luz saindo por baixo das persianas encardidas. Sabia muito bem que havia alguém com ela ali dentro, vi o cara entrando há uma hora e meia atrás. Quando me falaram que ela estava com outro, não acreditei, mas ao ver aquele homem batendo a sua porta e entrando conforme ela dava um sorriso aberto, aquilo me pôs doente.

Nosso amor havia esfriado, estávamos distante, eu nem mesmo desejava mais o corpo dela, mesmo quando relembrava os momentos em que era eu naquele quarto, por trás daquelas persianas encardidas, dado prazer a ela, lhe fazendo gemer meu nome enquanto se desmanchava em mim. Foram momentos perfeitos, mas não a desejava mais, não mesmo. Mas saber que havia outro em meu lugar... Eu odiava aquilo.

Vi a porta dela se abrir e ela sorrir ao se despedir do cara. Apaguei o resto do meu cigarro no painel do carro e sai assim que o cara virou a esquina. Andei com passos precisos até a porta azul escura, olhei para os lados e então apertei a campainha. Esperei alguns segundos e ela abriu a porta com enorme sorriso, que murchou quando viu que era eu.

- O que faz aqui? – ela cruzou os braços me encarando.

- Vim pegar minhas duas guitarras, posso? – dei um sorriso charmoso.

Ela deu passagem e fechou a porta assim que passei. Seguimos para o segundo andar e entrei no quarto dela. A cama estava desfeita e o cheiro de sexo ainda persistia. Aquilo embrulhou meu estomago. Rapidamente peguei minhas guitarras que estavam ainda no mesmo canto que deixei quando sai semanas antes.

- Você foi rápida ao arrumar outro para meu lugar. – comentei quando joguei uma das guitarras sobre o ombro e já puxando a outra segurando pela alça mesmo.

- Ele não tomou seu lugar, e eu te avisei que encontraria alguém melhor que você. – ela sorriu de lado.

Sorri de lado também. Jamais achei que ela seria realmente capaz de ficar com outro. Eu ainda sentia uma química entre a gente, mas não desejava mais seu corpo. A olhei dos pés a cabeça. Usava uma longa camisa do Sex Pistols, mas que não cobria completamente suas pernas - se ela se espreguiçasse, eu poderia ver toda sua parte íntima - sabia que estava sem roupa íntima por baixo, era assim que se vestia após o sexo, assim como sabia o tamanho perfeito dos seus médios seios com mamilos rosados, e sua intimidade branca e rosada, com pelos bem aparados em forma de triangulo invertido.

Não, eu não a desejava mais, e precisava superar ela.

- Vejo que sim. – falei por fim e fui seguindo para a saída.

- Já vai? – sua voz parecia decepcionada.

- Falei que vim apenas pegar minhas guitarras.

Não olhei pra trás, nem mesmo para saber se ela me seguia. Abri a porta da frente e sai a fechando. Quando estava no carro a vi olhando pela janela da sala, um cigarro nos lábios. Lembrei o dia quem fizemos amor lentamente, ela contra aquela janela, eu estava por trás a penetrando com lentos movimentos de vai e vem, enquanto dividíamos um baseado. Do lado de fora nevava durante a madrugada, mas ali dentro estava quente e o som de Strokes tocava na sua vitrola portátil.

Balancei a cabeça e apaguei aquele pensamento. Entrei no carro e dirigi para casa.

 

***

 

Algumas semana depois estou sentado no bar, nossos amigos sentados ao redor da mesa bebendo, fumando e rindo. Ela está ali também, trocamos olhares, mas não palavras. Seus olhos correm para o celular de vem em quando e sorri ao responder algumas mensagens, e sei que são daquele cara. Odeio isso, então bebo e fumo mais.

Levanto um tempo depois, precisava de um pouco de ar. Saio do bar e fico na entrada, apenas fumando feito louco. Ouço seus passos e sinto seu cheiro antes de dela parar ao meu lado.

- Entediado já? – ela sorri.

- Não, apenas dando um tempo. Sabe que odeio Guns. – digo sorrindo de lado ao notar o que toca dentro do bar. Mas acredito que ela saiba que aquilo não é realmente verdade.

Ela ri e pega um cigarro também, indica o meu e dou de ombro o passando pra ela acender o seu, assim que acesso ela o me devolve, dá uma longa tragada no seu e depois solta. Ficamos calados um tempo, minha mente rugindo com lembranças nossas. Me pergunto em que momento as coisas esfriaram.

- Sinto sua falta. – ela diz, fico caldo e ela continua – Não de tudo, mas... Houve momentos muitos bons, e realmente sinto falta deles.

Também quero dizer que sentia a sua, que me sentia da mesma forma, mas lembro do sorriso que deu ao deixar o outro na porta da sua casa. Havia entregando sua alma para ele, então eu não devia me iludir, precisava superar ela.

- Sei que também sente falta.  – ela insisti, talvez querendo uma reação minha – Eu vejo em seu olhar. E sabe, tem umas camisetas suas lá em casa, pode passar para pega-las quando quiser. Só avisa antes.

- Claro.

Digo seco, mas não resisto e olho pra ela. Há um curto sorriso, aquele sorriso que ela usava para indicar que estava pensando em alguma safadeza ou loucura. A última vez que o vi, terminamos transando sobre o capô do carro as margens do Tâmisa. Aquilo foi bom.

Seu sorriso some e ela puxa o celular. Um outro sorriso, o sorriso que agora eu conhecia como “o sorriso para o outro cara”, surgiu. Ela tragou o cigarro e jogou na calçada, tratando de responder a mensagem. Fiquei olhando para através dela, a imaginando com outro. Eu não queira seu corpo, mas odiava a imaginar com outro.

- Até mais. – diz ela chamando minha atenção.

Olhei ela virar de costas e seguir para um carro preto, no volante o mesmo cara que estava na sua casa semanas antes. Ela entra e ele segue viagem. Olho ela partir e suspiro. Eu precisava a superar, mas a quem eu queria enganar? Essa não era a ultima vez que veria seu rosto e pensaria as mesmas coisas.



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