História Somebody to die for - Eu não queria chorar, mas era tudo o que eu podia fazer.

ANTES 

Aquele bilhete foi amassado com raiva, quando Castiel percebeu, estava quebrando tudo que restou no quarto. Suas mãos estavam todas ensanguentadas se socar a parede inúmeras vezes, mas a sensação de perder Dean não se comparava a qualquer osso quebrado de sua mão.

- Você prometeu Dean, prometeu que ficaria comigo! Mas agora eu sei, agora eu tenho certeza de que.. o pra sempre sempre acaba. -Disse o menino Castiel, chorando a soluçar, sem chão, sem ninguém. -

AGORA

As lágrimas foram quase que involuntárias. Doíam, escorrendo por minhas bochechas como uma lâmina de barbear sendo esfregada na pele ao contrário. Doíam, as lágrimas. E, no seu rosto, nada mudava, pois você não estava ali.  Eu achei que tivesse o seu amor. Muitas vezes sonhei com você, construí em meus pensamentos cenas do nosso amor, cenas onde nosso amor superaria tudo, inclusive as nossas diferenças, mas eu fui um tolo.. um menininho despreparado para esse mundo, um menininho que não vai conseguir viver sem você. Eu sonhei demais, hoje com a minha realidade vejo quanto me feri desejando coisas que ainda sim se encontraram distantes de mim,mas que algum dia se tornaria a mais bela realidade.Dizem que o amor supera tudo, todas as dores, todas as mágoas.Eu não sei o que estou sentindo nesse exato momento. Não sei se choro, se finjo estar forte, se grito seu nome,se clamo pelo seu amor ou se me calo simplesmente.Não desejo nunca a você que sinta o que eu estou sentindo.Dói demais, saber que não me quer mais, que não me deseja,que não pensa mais em mim, que não tem como meta o nosso amor.Foi lindo o que vivemos, foram praticamente alguns anos,pouco eu sei, pra mim foi como um conto de fadas.  Onde havia sim o meu príncipe, onde o amor reinava,onde nossos olhares se olhavam até o por do sol.Tive uma história tão bela, tanto quanto aquelas que já existem,mas infelizmente o nosso final foi terminar separados.O destino nos uniu, e ele mesmo nos separou.Porque?Porque teve que ser assim?De uma forma tão brusca !!!Peço um pouco de tranquilidade para o meu sofrimento,peço paz ao meu coração, peço noites frias para as minhas lágrimas,peço a Deus que te guarde e proteja onde quer que você esteja Dean.

E assim disse o menino Castiel, caído no chão com os olhos super vermelhos de tanto chorar, tudo foi com o Dean, sempre foi com o Dean, nada doía mais do que perder o amor da sua vida. Sem noção nenhuma do que fazer, menino correu para o parque e comprou uma garrafa de Whisky na lojinha mais próxima, e em poucos minutos a garrafa estava completamente vazia. O garoto se sentia tonto, mau ficava em pé ou se quer sentia o seu próprio toque. Cas então fiou assustado, muito assustado, não conseguia pensar em nada, a não ser ligar para Charlie para pedir socorro. 

- Char? eu não estou bem, por favor me ajude -sussurra bêbado e tentando manter a calma-

- Cas, você está bêbado? -Diz com um tom de surpresa, afinal aquele não era o Cas que ela conhecia- Onde você está Castiel?

- Eu não sei Char, eu só quero o Dean, eu preciso do Dean. -Começa a chorar-

- Calma, eu estou chegando ai, por favor não chore Cas! eu estou chegando. -Desliga o telefone as pressas-

O garoto estava fora de si, começou a se arrastar pelo gramado e foi caindo para casa. Ao chegar percebeu que seus irmãos e seu pai haviam saído, apenas deixaram um bilhetinho avisando que iria voltar tarde.

''Filho, fomos jantar no restaurante. Voltamos tarde, seu jantar está no forno. Eu amo você. Ass: papai.''

- Pelo menos assim se eu gritar quando eu tentar me matar ninguém vai ouvir -Sente uma lágrima escorrendo pelo rosto- 

Castiel subiu para seu quarto, catou sua lâmina mais afiada e pensou por alguns segundos. O medo era grande, aquelas coisas não foram feitas para ele... mesmo assim enfiou no pulso, puxando sem dó. A sensação da dor era reconfortante, o sangue caindo no chão se tornou uma coisa agradável, mas nem o próprio estava se reconhecendo mais. 

- Eu sei que sou um completo idiota por tentar me matar só por que o cara da minha vida me deixou -Diz caindo de bêbado, e olhando o sangue de seu pulso cair no chão- Mas é isso Dean, eu não vou superar sua ida, espero que você supere a minha. 

O garoto então pegou o estilete e cortou seu pescoço, porem logo caiu no chão e bateu a cabeça com força, apagando tudo o que aconteceu ali. 

Charlie Bradbury 

Após desligar o telefone, corri às pressas para meu carro e comecei a chorar desesperada. Eu sinceramente não estava reconhecendo Castiel, e estava puta com o Dean por ter embebedado meu inocente Castiel. 

- Ah ele vai se ver comigo! -Fala a ruiva com revolta- 

Conectei o GPS do celular do Cas com o meu, fui seguindo até chegar na casa do moreno. Pelo visto a briga entre eles deve ter sido muito feia, Cas ama o Dean, por que viria para cá se podia passar o final de semana inteiro com seu tão amado Crush? 

Bati devagarinho na porta e ela abriu sozinha, subi e entrei no quarto do meu amigo, mas ele não estava lá. Comecei a ficar super assustada, Dean não entendia o telefone e Cas estava bêbado e sumido. O que fazer agora? Procurei em todos os cômodos da casa, quando fui descer as escadas olhei de relance para o chão e havia sangue escorrendo por de baixo da porta do banheiro. Meu coração quase parou naquele instante, com força puxei a maçaneta da porta e comecei a empurra-lá até que abriu. 

- CAS! 

Lá estava meu menino, gelado no chão, com os pulsos e o pescoço cortados. O peguei no colo, arranquei o lenço de meu pescoço e coloquei no pescoço dele para estancar o sangramento, e com muita dificuldade eu o carreguei até meu carro para levá-lo ao hospital mais próximo. Eu não estava em desespero, não sabia o que fazer em relação a meu pequeno anjinho... não importa o que tenha acontecido, Castiel não merece isso, e Dean vai se ver comigo. -Pega o celular da bolsa de disca o número do loiro às pressas- 

- Dean! Aqui é a Charlie. O que aconteceu com você e Cas? Seja lá o que for você está completamente ferrado comigo, entendeu? Acabei de achar ele caído no chão do banheiro e com os pulsos e o pescoço cortados. Ele está bêbado Dean, e isso só pode ser obra SUA. Me ligue quando ouvir isso.

Chegando no pronto socorro os enfermeiros vieram rapidamente pegar Castiel com uma maca, o levaram para dentro enquanto eu preenchia inúmeras fichas e respondia perguntas. Após 5 horas de espera, os médicos apareceram com notícias de Castiel. 

- Você que está responsável pelo Castiel? 

- Sim, sou eu mesmo. O pai dele ainda não foi avisado, eu estava esperando por notícias. 

- Seu amigo foi diagnosticado com depressão, costuramos os pulsos dele e o pescoço, mas o coma alcoólico o derrubou. 

- Coma alcoólico? -Diz a ruiva com um tom de surpresa no rosto- 

- Sentimos muito senhorita Bradbury, seu amigo está estável no momento, mas assim que os responsáveis vierem ao hospital vamos tratá-lo com fortes remédios de depressão. 

E assim foi a noite, Chuck junto aos seus outros filhos vieram ao hospital e autorizaram a medicação, ficaram completamente chocados ao ver aquela cena, nem o pai estava reconhecendo seu próprio filho. 

Dean Winchester 

Nova York, uma noite fria e sem vida. Então lá eu estava, na sacada de um hotel qualquer, observando os carros passarem e com saudades de meu amado. Por as coisas têm que ser assim? Por que quando tudo dá certo em sua vida você tem que simplesmente largar tudo por conta dos planos de seu pai... aquilo me irritava, o fato de eu nem dizer tchau para meu melhor amigo e meu pai mandar em mim dessa forma. 

- Isso não pode ficar assim, eu preciso dizer o que houve. -Diz o loiro pegando seu celular e checando as mensagens, e lá estavam as inúmeras tentativas de contato que Charlie teve, Dean escutou uma por uma, e seu coração quase parou quando soube o que houve com seu little- NÃO,NÃO PODE SER. 

Naquele exato momento que eu soube o que havia acontecido eu cai no choro, só de pensar que tudo aquilo era culpa minha me desmoronava, eu não sabia o que fazer e como agir. Sam estava dormindo, meu pai não estava no hotel e minha mãe sumiu.. como eu iria em bora? 

- Que se dane... Sam acorda, precisamos voltar para casa. Te espero lá em baixo. 

- Que? Voltar? - Diz Sam despertando assustado na cama- 

- Aconteceu uma coisa, eu te explico no caminho. -Começo a chorar- 

Sam se levantou e fez uma mochila com roupas e comida rapidamente, liguei na rodoviária mais próxima e comprei duas passagens de volta para casa. Sam e eu saímos cautelosos do hotel, pegamos o ônibus e fomos direito para o hospital que provavelmente Castiel estaria. 

Algumas horas depois já estamos no Kansas, bem em frente ao hospital. Entrei olhando atento para todos os corredores, Castiel estava sem acompanhante, me informei certinho do quarto e peguei o crachá de visitante. Meu irmão estava triste, não sabia como me acalmar, na verdade nem eu sabia. 

- Quer que eu entre com você Dean? 

- Não Sam, prefiro fazer isso sozinho. -Assenti com a cabeça e comecei a chorar- 

Coloquei a mão naquela porta gelada e empurrei com medo. Quando a porta se abriu, lá estava meu little, dormindo profundamente... eu me senti muito culpado pelo que houve, quando dei de cara com aqueles cortes todo em seu braço eu fiquei sem ter o que dizer, simplesmente peguei sua mão e segurei forte, se concentrando cada vez mais em seu toque. 

- Eu nem sei o que dizer. Eu sei que você está me ouvindo, sei que você está ai. Eu fui em bora por apenas uma noite, e você já tentou se matar? Cas, querendo ou não, tem sempre aquele alguém que, por mais que o tempo passe, a gente nunca esquece... Eu tenho um medo tão grande de perder você.- Diz o loiro aos prantos, apertando bem forte as mãos de Castiel-  De um dia você achar alguém melhor do que eu e simplesmente me esquecer. Tenho medo da distância, do tempo. Tenho medo que isso faça com que um dia você possa viver sem lembrar da minha existência. Mas, maior que todo esse medo, é o meu amor por ti. É um sentimento grande demais, incontrolável. Quando fecho os olhos, penso em você aqui comigo, nos teus olhos, no teu sorriso, no teu toque, no teu abraço tão aconchegante... E, automaticamente, um sorriso bobo invade meu rosto. Mas, as vezes a saudade é tão grande, que me aperta o coração, é como se as paredes fossem se fechando ao meu redor, é como se eu gritasse e ninguém me ouvisse. Mas, estou aqui, firme e forte, por você. Porque sei que vou te ver de novo, sei que vou te abraçar forte e finalmente poder dizer o mais sincero: "Eu te amo!" olhando nos teus olhos. A saudade é grande, o medo é maior ainda, mas o amor, ahhh o amor, é infinito! Nem se compara a estes outros sentimentos ai. Eu vou voltar, saiba disso. Eu tenho uma missão agora, preciso saber o que está acontecendo com meus pais e colocar tudo no eixos, aí sim eu vou voltar e te beijar tanto, mas tanto.. que você vai perder o fôlego. Eu não quero mais chorar, mas é a unica coisa que eu posso fazer agora. -Enxuga as lágrimas e dá um beijo na boca de seu amado- Eu te amo, Cas. Adeus.

Então o loiro saiu lentamente pela pela porta, Castiel acordou, porém ficou com os olhos entreaberto e viu o borrão de Dean saindo pela porta.

-Esses remédios estão me deixando alucinado, ele não veio, e nem vai vir.. talvez se ele tivesse vindo eu o perdoaria, mas eu nunca mais vou olhar na cara de Dean de novo. -Sussurra bem fraco-

E sentindo esse vazio tão grande, se passaram 6 anos da vida de Castiel.