Justin’s P.O.V
Acordei com a luz do sol vindo da pequena janela do meu quarto . Não conseguia parar de pensar no dia anterior . Clary é maravilhosa . Em uma semana ela já conseguiu arrancar vários sorrisos de mim . Por mais tímidos que fossem .
Hoje é terça , ou seja , tenho aula . Levantei da cama e fui pegar uma roupa . Se fosse um dia qualquer eu me arrumaria de qualquer jeito . Mas hoje eu estou me sentindo diferente . Eu estou ... ahn ... feliz não é exatamente a palavra . mas eu estou de bom humor , digamos assim .
Então me arrumei perfeitamente bem . Eu estava lindo , devo admitir . Mas eu queria que outra pessoa me dissesse isso . Você já sabe de quem eu estou falando .
Clary era a razão de toda a minha animação . Eu sinto que ela é a única pessoa capaz de fazer algo por mim . Ela realmente quer me ajudar , eu tenho certeza .
Fui até a cozinha e tomei um copo de suco com alguns comprimidos . Eu tomo antidepressivos desde que minha mãe morreu . Eu não conseguia controlar as minhas emoções quando tudo aconteceu . Mas as vezes os remédios não fazem efeito e eu fico lembrando de tudo e me lamentando por horas e horas .
Tomei os remédios , peguei minha mochila e sai .
Cheguei ao ponto de ônibus e logo o ônibus passou .
Entrei e todos ficaram me olhando feio . Pois é , todos me odeiam . Mas eu não ligo . Me sentei no lugar de sempre , lá no fundo .
Passou um tempo e Clary entrou . Ela se sentou ao meu lado :
- Oi .
- Oi ! – eu disse e sorri . Ela sorriu de volta :
- Você está diferente .
- Sério ?
- Sim . Está mais corado , parece menos sério .
Isso eu não tinha percebido . Eu pensei que ela fosse falar algo da minha roupa ou eu sei lá .
- Eu acho que eu estou feliz . – fiz uma careta e ela riu , aquela risada gostosa de ouvir .
- Isso é bom ! E por que está tão feliz ?
- Eu acho que – fiz uma pausa – acho que é por sua causa . – eu disse meio sem graça e ela sorriu e corou violentamente . – Me desculpa .
- Tudo bem . Err ... eu queria te perguntar , como eu posso te ajudar ? Você sabe , naquilo ...
- Eu vou pensar em tudo .
[...]
Já se passaram duas semanas . Eu e Clary estamos muito amigos . Ela é minha melhor amiga , definitivamente .
Nessas duas semanas aconteceram muitas coisas . Eu e ela fomos até a delegacia conversar com o delegado que cuidou do caso da minha mãe . Eu disse a ele que queria provar minha inocência e que ele precisava me ajudar .
Ele disse que não . Que ele sabia que eu estava errado , pois ele viu .
Mas ele não viu tudo , porra !
Esse velho barrigudo não sabe de nada .
Clary perguntou se ele tinha aberto um inquérito para investigar a morte da minha mãe e ele não respondeu . Desconversou e nos mandou embora .
Eu e ela nos vimos sem opções , então eu pensei – ela disse que estava fazendo o que já devia ter feito e que a minha família desgraçou a vida dela . – Se ela disse que a minha família desgraçou a vida dela então a minha família devia saber alguma coisa .
Fomos até Stratford , a cidade onde eu cresci . E quando eu digo “fomos”, eu quero dizer , eu e Clary . Seguíamos o caminho cantando baixinho :
- Don’t you remember . – ela cantava , olhando a paisagem pela janela do carro .
-Don’t you remember . – continuei a musica e ela me olhou sorrindo .
- The reason you loved me before . – cantamos juntos , com as nossas vozes numa perfeita harmonia – Baby please remember me once more .
Ela sorriu e abaixou o olhar . Coloquei uma de minhas mãos em sua coxa , dizendo :
- Você canta muito bem . – sorri .
- Ah , para .
- Mas é verdade .
- Não é nada . – ela disse , levantando a cabeça .
- Você gosta de cantar , não é ?
- Muito . – ela sorriu .
- Devia correr atrás dos seus sonhos .
Ela não respondeu . Chegamos , depois de uma longa viagem .
Encostei o carro perto da calçada , sai e fiquei olhando para o horizonte . Voltar para a família que me rejeitou quando eu mais precisei é torturante pra mim . Clary saiu depois de mim e , ao ver o quanto aquela situação estava sendo difícil , segurou minha mão e disse :
- Ta tudo bem . Vai dar tudo certo . – aquilo me inspirou tanta confiança , que por um momento eu senti que não precisava de mais ninguém alem dela .
Andamos até a porta e eu toquei a campainha :
- Justin !?
- Você !?
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