Desço do palco procurando por Colin, curiosa para saber como ele está aqui, mas sou bombardeada de perguntas e elogios assim que começo a andar pelo salão e tenho que responder a todos.
Quando finalmente termino de falar com todas as pessoas resolvo continuar minha busca, mas não o encontro em lugar nenhum. Pego meu celular para ver as horas e vejo que já se passaram três horas desde que o evento começou! Ele já deve ter ido embora.
Me dirijo ao canto do salão, procurando por um pouco de descanso. Acabo me distraindo e sentando na mesa de alguém e quando estou prestes a pedir desculpa percebo que é Colin.
– Agora você pode me explicar por que está aqui. – digo, fingindo que havia percebido que era ele antes de me sentar.
Ele apenas me encara por um tempo, como se estivesse admirando algo, e então vejo a quantidade de taças que se encontram em cima da mesa. Olho bem para seu rosto sorridente e percebo que ele está bêbado.
– Porque eu estou apaixonado por você. – ele responde, tirando minha atenção de seus olhos azuis.
– O quê? Colin, não. – falo, sem saber como reagir. Sei que não é realmente ele falando, e ouvir isso sabendo da verdade dói demais.
– Jen, sim. – ele me contraria – Estou apaixonado por tudo em você. Amo seu sorriso, seu senso de humor, sua dedicação à tudo que faz, seu carisma... Você mudou minha vida. – ele fala tudo isso tranquilamente porém enrolado, se esforçando para não confundir as palavras.
Tenho vontade de sair correndo, me trancar na primeira sala vazia e chorar. O que está acontecendo comigo? Ele acaba de me falar tudo que eu gostaria de ouvir mas não tem consciência disso. E mesmo que seja verdade, o que não é, ele tem Helen e jamais vou trair uma amiga minha.
– Tudo bem, você está completamente bêbado. Vou te levar para sua casa. – o ajudo a levantar e então penso “Que casa?” .
A casa dele está a milhares de quilômetros daqui, ele deve estar em um hotel. Se chegarmos juntos em um hotel, no meio da noite, a última coisa que pensarão é que estou levando meu amigo, e par romântico na televisão, bêbado de volta para seu hotel, onde eu suponho que ele tenha se hospedado só para vir me ver.
Tenho uma casa aqui em Los Angeles, onde passo a maior parte dos meus finais de semana, e é para onde irei depois do evento. Tomo uma decisão na qual provavelmente me arrependerei depois e resolvo leva-lo comigo.
Colin se desequilibra várias vezes então passo meu braço em volta dele para garantir que ele não caia, e ele faz o mesmo em mim.
Resolvo sair pela porta dos fundos para não chamar atenção, mas é em vão, um paparazzi nos vê e resolve tirar fotos.
Começo a me desesperar, não sei o que ele fará com essas fotos, ou a história que ele pode inventar por trás delas. Por sorte, meu motorista, George, nos vê e vem me ajudar a carregar Colin até o carro.
Ele não pergunta nada, mas sinto que lhe devo uma explicação por estar levanto um homem casado para minha casa.
Conheço George a muito tempo então ele acredita que falo a verdade sobre só querer levar Colin para algum lugar com menos movimento. Eu já o vi bêbado antes e é definitivamente melhor tirar ele de qualquer lugar público antes de fazer qualquer coisa errada, além do que já fizera.
...
Quando descemos do carro ele volta a se segurar em mim mas não tenho certeza se é para se equilibrar.
O levo até o quarto de hospedes enquanto ouço mais elogios, prefiro ignorar antes que eu caia no choro. O solto na cama, ele tira os sapatos, se ajeita no canto e faz um sinal para que eu deite do seu lado.
– Não posso dormir com você, Colin. Você sabe disso. – falo, tentando resistir ao máximo.
– Por favor. – ele faz biquinho, testando quanto tempo eu aguentaria.
Olho para ele e sei que alguma hora vou acabar me rendendo, então deito ao seu lado, com o objetivo de permanecer ali até ele pegar no sono, apenas.
– Boa noite Jen. – ele sorri vitorioso e me dá um beijo na testa.
– Boa noite Colin. – sorrio de volta, mas assim que ele cai no sono sinto as lágrimas rolando pelo meu rosto.
No momento sinto raiva de tudo. Raiva dele, por ser tão fofo o tempo inteiro, raiva da situação na qual me encontro, raiva daquele paparazzi, mas principalmente, raiva de mim mesma por desejá-lo cada vez mais.
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