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História Someday My Cinderella Will Come - Cinderella Parte 1


Escrita por: JJChan

Notas do Autor


Hellos meus lindinhos owo/
Desculpem a demora qwq é difícil conseguir tempo livre para escrever trabalhando em supermercado. As folgas acabam sendo para os trabalhos escolares.
Saudade das fanfics KaiLen do spirit, sem elas eu fico na bad, também sou leitora minna q^q
Apreciem o cap e me digam o que acharam, estou morrendo de saudades de vocês!! >w<

Capítulo 5 - Cinderella Parte 1


 

 

~ 2 anos atrás~

 

O jovem Kagamine vinha caminhando distraído pelos corredores do castelo, com um objeto em mãos, que se tratava nada mais, nada menos, de uma bela rosa azul, com a qual o mesmo havia sido presenteado mais cedo, por aquele que agora podia chamar de seu “namorado”, apesar da ausência de um pedido formal. Nenhum dos lados reclamava, estavam felizes demonstrando o carinho e desejo que sentiam um pelo outro daquela forma simples e sincera, não precisavam de um titulo para isso e ainda eram muito tímidos para uma iniciativa de uma das partes.

 

U-ultimamente.. Kaito tem estado cada vez mais.. quente.. - As bochechas do pobre loirinho tingiam de escarlate ao lembrar de quando foi acordar o outro pela manhã e quando o despertara, acabaram se beijando de uma forma diferente de antes. O azulado havia ficado por cima de si, e o olhar que o mesmo lhe dera era diferente do usual, era como se quisesse devora-lo. Quase foram pegos por Miriam, que estranhara a demora de Kaito à comparecer a um chamado dos pais e veio procura-lo pessoalmente. A sorte de ambos foi a mulher cumprimentar alguém no corredor dos quartos, a tempo de se afastarem. Len que nem havia visto quando a própria camisa sumiu em meio a troca de caricias das duas partes, a colocou de volta tão rápido que nem acreditou na própria velocidade. Ja-já faz dois meses que nos beijamos pela primeira vez.. se-será que ele já gostaria de.. dar o próximo passo? Como se.. faz aquilo se somos dois garotos?  Sente fumaça saindo pelas orelhas com o nível de vermelho que o próprio rosto é tingido enquanto coça a nuca pensativo, parando em uma das paredes para se recuperar das imagens que haviam faiscado em sua mente naquele momento.

 

 Porém seu fluxo de pensamentos é cortado com a conversa que acaba ouvindo, vindo do cômodo atrás de si, que se tratava da sala de reuniões do castelo, lugar para onde Kaito foi ao se despedir de si.

 

Ele parecia um pouco preocupado com alguma coisa depois da governanta chama-lo.. do que será que estão falando nesta reunião? Coloca o orelha na porta, fazendo o máximo de silencio para escutar a discussão que acontecia lá dentro. Eu compreendo que é errado espiar.. mas não consigo evitar a curiosidade.

 

~ Atualidade~

 

- Rin, tem certeza que isso vai dar certo?- A jovem de cabelos e olhos dourados, encara criticamente o vestido que estava sendo seguro pela outra loira enquanto Miku costurava.

 

- Mas é claro Neru - Diz confiante - Se o baile é para encontrar uma noiva para o Kaito..

 

- .. basta fingir ser umas das candidatas e se infiltrará  sem problemas - Completa Miku sorrindo, enquanto olha para todos os presentes no local. - Provavelmente, apenas moças de famílias já notificadas do objetivo da festa e interessadas em um casamento com o maninho serão convidadas, o baile não passa de um cortejo para ter uma ideia de quem o maninho se interessa e então anunciar um casamento com a mesma antes do termino da noite, no máximo virão alguns pais e irmãos. - Diante dos olhares curiosos de Neru e Teto, acaba completando - Eu já fui convidada à alguns cortejos pela minha idade ser de casar.

 

No quarto que a Kagamine mais velha dividia com Gumi, todos que ajudariam no plano estavam presentes, com exceção de Piko, Yuuma e Len, que ainda não havia retornado. Akita Neru e Kasane Teto, companheiras e amigas de todos no castelo, assim que ouviram do boato de um casamento arranjado por parte dos gêmeos e príncipe, as procuraram para ajudar, além das duas, a maior parte dos funcionários do castelo estava disposta a auxiliar se necessários. Pois, tanto os jovens Kagamine,  quanto o príncipe herdeiro eram muito queridos por todos, tendo os mesmos crescido em meio a criadagem sem fazer qualquer distinção de tratamento com aqueles que não tinham acesso ao mesmo que eles. Não era segredo nenhum para quem tivesse um mínimo de visão ali, que a relação entre Kaito e Len já havia deixado de ser apenas amizade à muito tempo, ainda mais por parte de Neru, que por muito tempo vinha sendo uma das melhores amigas do Kagamine e Shion mais novo, e portanto percebia a mudança de Len em relação a Kaito e vice-versa, com maior facilidade, apesar de que ambos nunca  se abriram com ela para falar sobre o relacionamento, o que a magoava bastante, por acreditar que os mesmos não confiavam em si. Então assim como muitos outros no palácio real, torcia em escondido e procurava Rin para saber das novidades do casal. Respeitaria o espaço dos dois, e ficaria feliz quando se sentissem à vontade para conversar sobre o que quer que fosse consigo.

 

- Sabe Rinny... Não é de agora que tenho essa pergunta.. - Akita se senta na borda da cama onde Gumi cochilava com seu usual sono de pedra, aproveitando para ajudar na confecção, esticando o tecido que Miku cortava com talento e delicadeza. - ..e wow, quem vê nem acredita que você é uma princesa, capim

 

- Sempre gostei muito de costurar, as vezes faço meus próprios vestidos - A esverdeada sorri à outra que olhava encantada a precisão da princesa, pensando em como poderia fazer igual com os próprios vestidos.

 

- Desembucha logo Neru - A outra loira diz rindo junto da amiga que havia parado o corte para não errar com a distração, enquanto se levanta como manequim, para Teto lhe colocar o belo vestido, deixando miku abaixada fazendo alguns ajustes na barra, que assim como o resto do modelo, ainda seria em muito adornada.

 

- Desde quando.. e porque o Lenny vem recusando os avanços do Kaito? No começo ele correspondia certo? Nem sei como todos no castelo não desconfiavam de nada na época.

 

- Ah~ .. - Gumi boceja, se sentando na cama com uma expressão manhosa e atordoada, piscando varias vezes - Isso.. é porque antes eles se encontravam escondidos e não tinham tanto fogo.. - Faz todas rirem e sorrindo continua - Como a relação de ambos sempre foi muito intima e carinhosa, a menos que contassem diretamente como foi o caso da Rin, não perceberiam uma mudança de comportamento rápido, nem eu teria percebido sem a Rinny contar. - Se senta na cama, desistindo de dormir. - Só talvez com essa telepatia estranha de gêmeos! Chega ser assustador como sabem onde o outro está. - Faz alguns movimentos com as mãos e fala rapidamente fazendo as risadas continuarem pela mesma ter enrolado algumas palavras.

 

- Eu acho que teríamos notado sim, por mais que fossem discretos, com um pouquinho de convivência, por os conhecemos perfeitamente, perceberíamos as menores mudanças. - Miku começa a colocar os alfinetes onde o vestido precisaria ser mais cortado.

 

- Mas realmente, ele não recusaria o Kaito do nada.. O que será que aconteceu? - A única ruiva presente no cômodo se manifesta, fazendo todas se entreolharem a procura de uma resposta. Mas no momento seguinte, a porta é aberta pela rainha, estando a mesma acompanhada por Luka e Meiko.

 

-Acho que posso responder a pergunta - A azulada mais velha sorri de forma entristecida, observando as 4 jovens paralisadas se alarmarem.

 

- Ma-mama? - A pobre Kagamine da um pulinho ao ser espetada por uma Miku em choque pela situação - Podemos explicar tudo, não é que o Len e o Kaito estejam.. - é suavemente calada pelo indicador de Kaiko que deixa escapar uma risadinha.

 

- Viemos ajudar - Quem diz é Meiko, cruzando os braços e se recostando na parede -  Sou a guarda particular do príncipe, me ofende não me convidarem contra algo que o ameaça, ainda mais com o Lenny envolvido - Sorri de canto - Só eu tenho permissão de fazer o paspalho azul chorar, mesmo se o rei for o problema não vou ter pied- Recebe um cascudo.

 

- Meiko!! Quer deixar a rainha viúva?!!! - Luka grita completamente irritada, sendo fuzilada pelo olhar afiado da morena em questão, e em seguida suspira pesadamente, sorrindo de forma carinhosa ao se aproximar de Rin e lhe bagunçar o cabelo. - Sabem que estamos do lado de vocês, afinal ouviram a conversa não foi? - Rin e Gumi se encolhem surpresas e se entreolham, envergonhadas por não se tocarem que não estavam sozinhas e consideraram apesar do que escutaram, todos próximos à Leon inimigos. Tinham ali no castelo, uma família maravilhosa afinal. - Podem contar conosco, mas não confundam as coisas  - Sorri maligna repentinamente, fazendo a loirinha estremecer e Miku rir baixinho - Estão proibidos de entrar em minha cozinha sem permissão! Especialmente  você Gumi!! Eu sempre encontro o rastro de migalhas..- Aponta assustando a esverdeada que soa frio, paralisada por alguns instantes, mas gargalha repentinamente assustando as mulheres, que se preocupam mais ainda, com as lágrimas que durante o processo, escapavam dos olhos esmeralda da jovem exagerada.

 

- Por um instante, pensei que tudo estava perdido .. mas parece cada vez mais que os deuses da sorte estão do nosso lado. - Diz radiante, limpando as lágrimas timidamente, fazendo todas sorrirem aliviadas em resposta. A jovem Kasane acaba por refletir um instante, lembrando do que a rainha disse ao entrar, e não prestaram atenção, pela preocupação do momento.

 

- Sua majestade.. por que disse que tem a resposta? - Pergunta fazendo Kaiko se surpreender um pouco e se sentar timidamente na cama do local, fazendo mesmo a morena e rosada se entreolharem e à questionarem com o olhar em seguida.- Como pode saber algo sobre o Len que nem mesmo Rin sabe?

 

- Não subestime uma mãe senhorita Kasane - Fala carinhosamente e indica com as mãos para todas sentarem, enquanto se acomoda na cama das donas do quarto. -Ainda mais uma mãe observadora e curiosa - Pisca sorrindo - Eu na verdade.. já desconfiava dos sentimentos dos dois um pelo outro.. e não foi por analisa-los dias pós dias.. eu podia sentir a aura de romance ao redor dos dois, idêntica à de meu marido e eu. Talvez tenha notado antes deles mesmos, acredito que você também percebeu não é querida? - Rin assente e sorri sem jeito, de fato para bons observadores, os sentimentos de ambos eram claros nos gestos mais simples, tais como o olhar. - Eu tenho a reposta.. porque estava presente no dia que Len desistiu de tentar compreender o puro sentimento que carregava consigo.. e carrego isso como arrependimento profundo no peito. Não pude fazer nada. Nenhum dos dois tinha ciência da minha presença naquela hora e lugar, não me escutarão ou notaram. Se bem que em um momento daqueles, quem estivesse ou não, sequer importaria, não parecia que conseguiriam parar. - Sorri brincalhona e olha para o rosto daquelas reunidas ao redor de si, e ri internamente, com o brilho de curiosidade exposto nos olhos mesmo de Luka ou Meiko que apoiavam suas costas na parede, se mantendo impotentes de pé. A jovem rainha apenas leva o indicador aos lábios que continham um sorriso travesso antes de contar seu relato - Será nosso segredo. Que não chegue aos garotos.

 

Apenas respira fundo começando a contar.

 

 - Quando Leon convocou Kaito para uma reunião aquela tarde, imaginei a possibilidade de ser sobre todas as razões, todas menos aquela.. e esse foi meu erro. Não previ o óbvio e me preparei para lidar com o pior. - Encara as próprias mãos com o olhar perdido. -  Meu marido não tinha interesses sobre tudo relacionado a privacidade de Kaito no castelo.. mas o maldito boato se espalhou muito rápido e em algum momento chegaria aos ouvidos do rei.

 

 -----Someday My Cinderella Will Come----- ~

 

~2 anos atrás~

 

POV Kaito:

 

Me encolhi em uma cadeira, enquanto desconfortável , escutava meu pai continuar a discursar uma história que vinha repetindo desde a minha infância à respeito da responsabilidade de ser rei. Minha mãe também estava sentada conosco à mesa do conselho, deixando claro por sua expressão e o quanto brincava com o próprio cabelo, que se entediava com o que estava ouvindo, o que me faz rir baixinho e me perguntar o que havia hoje de diferente das outras vezes que acontecera o mesmo, já que quando meus pais precisam me informar de algo trivial procuravam meu quarto ou a aula respectiva ao horário. Como poderia estar acontecendo algo importante à esse ponto, se nem os conselheiros ou pessoas que são responsáveis por acompanhar meu pai em suas decisões estão presentes? Tudo nessa situação é estranho.

 

- Kaito, filho.. eu sei que não é a primeira vez que repito essa história, mas você agora já tem 15 anos e aos 18 se tornará rei. É necessário ter consciência das responsabilidades com essa função. - Leon coloca uma das mãos em meu ombro, me olhando nos olhos da forma carinhosa de sempre, porém um pouco mais severo, como quando me aconselhava. - E a história da realeza de Lucifenia é um ótimo exemplo do que não se fazer, por isso é tão importante. - Se afasta voltando a caminhar de um lado para o outro, fazendo o som de seus sapatos ecoarem em minha cabeça causando um horrível mal pressentimento. Me surpreendo quando o mesmo apenas fala sobre como a princesa egoísta fazia o povo sofrer , até chegar em um ponto onde foi necessária uma revolução por parte da população para que não fossem mais injustiçados, ou mesmo morressem de fome. Suspiro alto apoiando o rosto em ambas as mãos e os cotovelos na mesa, deixando claro pela expressão, minha insatisfação pelo que estava ouvindo. Depois de tanto tempo treinando para ser rei, eles ainda pensam em mim como incapaz à função? Eu já até mesmo conduzia certos congressos com nobres importantes e tomava algumas decisões de menor peso ao povo, obtendo seguidos sucessos. Nunca os decepcionei com minha dedicação aos estudos para verem necessidade de insistir com esses contos de criança.

 

- Pai.. - Falo cansado e irritado, por sentir que o tempo ao lado de Len na jardim teria sido encerrado por nada. Coro levemente ao lembrar das carícias que trocávamos e balanço a cabeça tentando manter o foco. -  Eu amo o reino e nossos súditos, jamais trataria-os como a princesa fez, não tem que se preocupar com isso. O senhor e minha mãe, me criaram bem.

 

- Acontece meu filho, que a razão de repetir o conto da princesa hoje, não foi a mesma de sempre, pelo ponto de como se governar. Sobre isso você de fato tem me orgulhado cada vez mais. No entanto, tem tomado algumas decisões equivocadas, não compreendeu que ser rei não é apenas tomar boas decisões econômicas e políticas, também é manter uma determinado imagem para os nobres que auxiliam em seu governo e também à sua população, para lhe respeitarem. Estou repetindo para que você não reproduza os passos de nenhum dos Lucifenia. E não exclusivamente da princesa Rinlianne.

 

- Querido, eu já lhe disse o que penso disso - Minha mãe se levanta rapidamente, surpreendendo ao meu pai e a mim com seu olhar furioso e som da cadeira que ocupava se chocando ao chão, enquanto se coloca ao meu lado, como uma nítida forma de proteção. Que diabos está acontecendo aqui? A olho assustado e a mesma desvia o olhar rapidamente, mantendo contra meu pai, a postura séria que não condizia à sua personalidade extrovertida de sempre. - Quando lhe perguntei a razão de convoca-lo, me disse que falaria com Kaito apenas sobre a questão de responsabilidade sobre o poder, sabe que não tolero mentiras.

 

- Amor, entenda.. mesmo que discorde é o correto e melhor para ele. Por favor, se lhe causa tanto incomodo saia da sala. - Coloca a mão na testa franzindo as sobrancelhas, como que contendo a irritação.

 

- Não saio enquanto não desistir dessa ideia ridícula Leon! Kaito tem o direito de escolha!! Seus ideais antiquados não estão corretos! - Praticamente rosna, me fazendo perder o mínimo de paciência restante com meu progenitor e me levantar para intervir. O que quer que irrite essa mulher maravilhosa que eu tanto admiro, está errado.

 

- Alguém pode me dizer o que está acontecendo?! - Me levanto batendo a mão sobre a mesa, já cansado de permanecer ali sem saber de nada como um misero espectador, infelizmente no processo, assustando minha mãe pela proximidade.

 

- Querido.. - Ainda escuto a voz da azulada começar, mas é interrompida pelo rei rapidamente, apenas me enfurecendo mais ainda ao ver o olhar de dor sustentado por ela.

 

- Kaito, não se comporte como se não soubesse do que estamos falando. Ficamos sabendo de um boato em que você tem se relacionado com alguém da criadagem. - Sinto meu sangue gelando, enquanto meu rosto é tomado por uma palidez absurda e acabo sentando ao sentir minhas pernas cederem pela surpresa. - Como você já não é mais nenhuma criancinha e não subestimo sua inteligência, pensei que citar uma situação semelhante a sua em outro lugar e suas consequências, o fariam entender sozinho. - Vejo minha mãe me olhar desesperada pelo meu estado, abrir a boca para reclamar, mas estremecer com o olhar severo que recebe de meu pai, se sentando em seguida, enquanto deixa  o cabelo lhe cobrir os olhos e expressão, mas percebo que a mesma mordia o lábio inferior com toda à força para se conter.

 

- Finalmente silêncio. - Suspira satisfeito cruzando os braços - Há em média 15 anos atrás, ficou muito conhecida a história de uma princesa em Lucifenia, que começou a manter um relacionamento amoroso com um dos guardas de seu castelo.. mas pessoas de hierarquia tão diferente não podem se relacionar. Plebeus corrompem a pureza do sangue real e portanto devem ser afastados da linha do trono, bastardos são absurdamente mal vistos ao nome da família, isso é obviamente conhecimento comum. Portanto, assim que o “namoro” foi descoberto, as devidas providências foram tomadas pelo rei, mas pelo egoísmo da garota, o nome de seus pais foi manchado e ridicularizado por anos nos reinos vizinhos, que deixaram de apoiar o governo de seu pai que consideraram incompetente por não exercer controle sobre a própria filha. Não queremos algo do tipo acontecendo aqui certo? Até a economia pode ser afetada se os outros reinos amigos  e nobres acharem que o novo governante não tem um bom discernimento.

 

- O.. o.. o que aconteceu com ela? - O Shion mais velho retorna seu olhar critico a mim, me fazendo não conseguir sustentar o mesmo, ao ver que apesar da maldade expressa nas palavras dele, o mesmo olhar de sempre que me acompanhara desde à infância permanecia ali e o confirmava como meu precioso pai, que aparentemente, devia acreditar que dessa forma poderia me ajudar. Que para ele, aquela situação não passava de mais uma de suas broncas quando eu mostrava um mal comportamento. -  O que aconteceu.. com a princesa e o servo.. ? - Vejo a rainha se encolher mais e meu pai responder com um tom de repulsa que me causou calafrios:

 

 - Ora.. - Fica parado um instante como que lembrando, e sorri tranquilamente em seguida - o guarda obviamente foi substituído, onde já se viu.. Não se colocar no próprio lugar e ainda ousar seduzir alguém da realeza? Se fosse eu, teria o banido do reino. Já a princesa teve um casamento arranjado por seus pais, já que além de não saber escolher alguém direito, não compreendia sua posição de poder e influência.

 

Engulo em seco com a ânsia de vomito que me subia a garganta, me sentindo passar mal, apenas faço que sim com a cabeça, indicando ao Shion mais velho que eu havia compreendido tudo.

 

- Tem certeza querido? Se algo não ficou esclarecido sinta-se a vontade para perguntar. O que eu menos quero é precisar alterar nosso quadro de funcionários. Compreenda que essa mulher apenas quer usar você, eu passei pelo mesmo quando tinha sua idade e fui enganado por alguém que apenas buscava se aproveitar de minha posição de poder. Depois conheci o caráter de sua mãe, que me mostrou a diferença entre plebe e realeza e fui feliz. - Sorri carinhosamente, me fazendo estremecer quando sua mão me toca a cabeça, delicadamente bagunçando os fios. Apenas me levanto  procurando minha mãe que já não se encontrava mais ali com os olhos, e rapidamente vou em direção a saída, contando os segundos para me afastar da atmosfera pesada que havia tomado o lugar. Antes de atravessar a porta paro um instante, perguntando a questão que me atormentava.

 

- E Len e Rin? Eles também são plebeus aproveitadores para você..? Os adotou por pena de serem tão inferiores à nós? - Aperto a maçaneta com tanta força e ressentimento acumulado, que sinto minha mão doer.

 

- Lenny e Rinny são seus irmãos, nunca duvide disso Kaito. -Retorno meu olhar à ele que surpreendentemente tinha lágrimas cruzando o rosto. - Amo os dois como se tivessem meu sangue. Tenho orgulho de chamar meus dois loirinhos de família e só não possuem o titulo Shion porque insistem em manter o nome e sobrenome  plebeus que sua mãe escolhera à eles em uma carta. Nunca tentaram se aproveitar de nossa fortuna, o  que apenas prova o quanto são diferentes da plebe que jamais contestaria em fazer o contrário. Senti no dia que peguei ambos no colo quando sua mãe os encontrou e me olharam com as aquelas orbes celestes tão puras, que ainda fariam muito bem ao nosso reino, e ambos só tem trazido cada vez mais felicidade ao nosso castelo. Acredito que esses gêmeos abandonados à minha porta e que eu já amo tanto, sejam um presente dos deuses.

 

Sem palavras ou reação ao dito por meu pai, atravesso a porta da sala de reuniões, tremulo pela forma como minha mente se enrolava na mais absoluta bagunça e meu coração tremia em desespero, me fazendo sentir o ar faltar ao não conseguir desviar minha avalanche de sentimentos sobre Len, que eu deveria querer ao meu lado como um irmão mais novo e não conseguia. Quando retorno a mim, sou surpreendido ao me deparar com a figura sentada e encostada à parede ao lado da porta, aparentando um estado tão deplorável quanto o meu, com lágrimas que lhe traçavam o delicado rosto sem expressão.

 

- Len.. você ouviu.. tudo? - Me sento ao seu lado, o surpreendendo com minha voz e o fazendo me olhar sorrindo triste e limpando o próprio rosto e olhos agora vermelhos e inchados.

 

- Desculpe por isso.. sou muito curioso. - Diz com a voz falha e encarando os próprios pés pensativo.

 

- Não se preocupe por isso.. deveríamos conversar em outro lugar? Não estamos bem - Sorrio fracamente e apoio o rosto nos joelhos, enquanto levo uma de minhas mãos de encontro a do outro, mas o sinto recuar rapidamente, fazendo meu coração doer.

 

- Estou perfeitamente bem. - Se levanta dando batidinhas na própria calça e sorri como sempre enquanto me estende uma mão me ajudando a levantar. - Precisava me decidir sobre algo e consegui. Portanto.. vou te devolver algo que esqueceu comigo, espero que aceite. - Se aproxima de mim, me segurando uma das mãos e  devolvendo a rosa com a qual lhe presenteei, o que arregala meus olhos ao assimilar o que acontecia e perceber a palma de sua mão completamente ferida, pela intensidade com a qual apertara a flor enquanto me esperava. Escuto o menor rir de meu rosto absorto em descrença pela rejeição do mesmo. - Distraído como sempre Bakaito, não deveria ficar esquecendo coisas, é para entrega-la à alguém importante de verdade. Não ficar se confundindo comigo, eu não posso acreditar que conseguiu uma trapalhada dessas.. - Uma lágrima escorre  tão rapidamente quanto Len a limpa, em seguida timidamente olha envolta e se apoia em meus ombros hesitante, ficando na ponta dos pés e selando nossos lábios em um beijo rápido, porém gentil. - Me esqueça está bem? Eu vou me esforçar também e seremos família como antes. Será doloroso, mas se conseguimos uma vez.. então podemos outra. - Vejo o mais novo mover os lábios em um “Adeus” mudo quando desvia o olhar do meu e ruma em direção dos corredores dos servos, em busca de seu respectivo quarto, ignorando o fato de meu corpo estar paralisado pelo que aconteceu.  

 

- Kaito?! - Assim que Len vira o corredor, é surpreendido pelo pulso sendo puxado por mim, e antes que pudesse reagir ou me afastar, circulo sua cintura e o beijo apaixonadamente, ignorando o fato de estarmos diferentemente de quando nos encontrávamos antes para namorar, em um dos corredores do castelo, podendo ser vistos por todos que atravessassem o mesmo. Sinto o menor tentar se soltar e o prenso na parede aprofundando o ósculo, o sentindo aos poucos, mover a própria língua para retribuir meus movimentos e encerro o beijo apenas quando nos falta ar e apoio minha testa na dele, arfando juntos enquanto sustento seu olhar e vejo as lágrimas acumuladas do loiro prontas para cair, enquanto entreabre os lábios, como se juntasse coragem para falar, em seguida me balançando pelos ombros, com uma expressão de pura confusão. - ..Nós não podemos idiota... você poderia perder tudo.. e eu.. eu nem ao menos.. tenho nada para você.. nem certezas!

 

- Você ainda não tem certeza se me ama não é? - Digo tristemente o fazendo parar e abaixar o olhar enquanto as lágrimas acumuladas no canto de seus olhos desabam e levo uma de minhas mãos para lhe afagar a bochecha com delicadeza, enquanto Len timidamente assente com a cabeça.

 

- Me deixe te fazer ter certeza.. te conquistar dia pós dia até que me ame também e queira lutar pelo nós.. - Vejo o Kagamine mais novo retribuir meu olhar,  aparentando muita confusão, medo e preocupação, como se contestasse minhas palavras. Apenas seguro o belo rosto entre minhas mãos, o impedindo de desviar o olhar. - Eu não vou me arrepender. Len, eu não quero ser seu irmão, nunca te vi como um, agora que compreendo isso não poderia voltar a farsa que vivia antes.. eu amo você. - Assisto os límpidos e delicados olhos azuis do outro, arregalarem transbordando cada vez mais, antes de seu dono rapidamente se encolher em meu peito, para cortar a conversa silenciosa e intensa que acontecia entre mim e ele.

 

- E-eu não posso prometer que vou te amar..

 

- Eu sempre gostei de desafios não é..? Por isso que pedi a Meiko para me ensinar esgrima. Qualquer dia que ela se estressar ainda perco a cabeça - Brinco sorrindo satisfeito ao ouvir a risadinha apesar de abafada e fraca, pertencente ao ser que envolvo protetoramente em meus braços, e vejo sorrir de canto ao se solta de mim um pouco vermelho, limpando desajeitadamente, o rosto inchado pelo choro.

 

- Está bem, ao aceito sua proposta, mas pode ter certeza de que não vai ser tão fácil assim. - Corado, sorri de uma forma que sem perceber acaba sendo provocante, me deixando vermelho e  fazendo-me ter pensamentos nada castos pelo loiro que a pouco considerava meu namorado. Começa a partir de então, minhas investidas pelo coração de Len Kagamine.

 

 -----Someday My Cinderella Will Come----- ~

 

 POV Piko :

 

Sento-me em um dos bancos do jardim relaxando, já tinha um bom tempo que eu não descansava, andava fazendo as tarefas das meninas além das minhas para que pudessem se concentrar no vestido.

 

Yuuma sortudo, como é guarda não puderam te mandar ficar fazendo nada. Já tem seu respectivo turno. Apoio o rosto nas mãos e suspiro enquanto sinto meu rosto esquentar ao me lembrar do beijo que havia roubado do mesmo. Com toda certeza deve estar com raiva de mim agora... As meninas fantasiam demais que ele poderia me corresponder. Apenas me considera um bom amigo. Mesmo nosso primeiro beijo não foi intencional. Suspiro encarando o céu e me assustando quando um rosto aparece barrando minha visão.

 

- Pensando em mim Piko? Não deveria ficar se contendo assim quando me deseja, pode ter certeza que eu correspondo aos seus sentimentos. - Gakupo sorri de uma forma pervertida, enquanto acaricia minha bochecha,  logo tendo sua mão por afastada por mim em um tapa.

 

- Não ouse se aproximar de mim! Não estava preso?! - Levanto furioso, incorporando sem perceber meu lado yandere, ainda atordoado pela presença daquele que imaginei estar esquecido em um dos calabouços.

 

- Por culpa daquela vadia de rabo de cavalo o rei me prendeu, mas a rainha achou que dois anos era tempo suficiente para reflexão e mandou me soltarem - Sorri cínico voltando a tentar se aproximar.

 

- A Neru não teve culpa de nada, foi você que tentou estuprar o Len! O tempo que ficou preso foi pouco... - Recuo cerrando as mãos para não me descontrolar. - Pensei que a surra que levou do Kaito e da Meiko na sua primeira fuga, tivesse te ensinado a não mexer com os outros - Rio sarcasticamente.

 

- Aquele bastardo de azul não compreende que não pode escolher com quem Len deve ficar... e é claro que ele ama à mim, estava apenas confuso sobre seus sentimentos quando fugiu. - Sorri satisfeito - Mas já que ultimamente ele anda muito ocupado, pensei que deveria dividir meu amor com outra pessoa, um relacionamento aberto não pode ser ruim. E esse seu olhar afiado só me deixa mais quente - Diz pervertido, se aproximando e me surpreendendo ao sentir uma árvore de encontro as minhas costas, enquanto o sujeito aproxima seu rosto do meu, me fazendo sentir o mais puro nojo.

 

- A rainha foi gentil demais em libertar você... Ela acredita na mudança das pessoas e você não merece a pena dela. Devo eu mesmo te lembrar de porque respeitar é bom para sua própria saúde...? - Sorrio normalmente, imaginando o quão sinistro pode ter sido este sorriso pela forma como Gakupo à minha frente estremeceu, antes que pudesse reagir, lhe acerto um soco com força no meio das pernas. - Realmente, às vezes ser baixo é bastante útil. - Caminho até o outro que permanecia ajoelhado no chão depois de grunhir com a dor intensa.

 

- P-Pikozinho... - Levanta repentinamente, tentando me segurar pelos ombros, mas lhe dou um soco em cheio no queixo, vendo o mesmo  recuar enquanto leva a mão ao nariz, se curvando sobre o próprio estômago.

 

- Finalmente quebrou? - Me aproximo lentamente do maldito, percebendo tarde demais que se eu havia lhe acertado o queixo, não existia forma lhe ter-lhe quebrado o nariz. Recuo em reflexo, mas Gakupo se move mais rápido, me agarrando os cabelos enquanto pressiona com força e precisão, um ponto em meu pescoço que me deixa imobilizado.

 

- Vou te ensinar a servir seu namorado direito. - Sorri sensualmente, deixando-me desesperado por não conseguir me soltar, estando com os membros inutilizados, podendo apenas gemer de dor pelos cabelos puxados sem piedade, enquanto o arroxeado me arrasta para um canto do jardim do castelo, com menor luminosidade e maior isolamento. Sinto-o começar a desabotoar  e remover minha blusa, e deixo escapar um gritinho assustado de horror quanto o mesmo me torce um mamilo com brutalidade, sorrindo sadicamente quando direciona sua atenção a minha calça. Percebo então, que se houvesse alguém por perto já teria escutado a confusão e interferido. Então foi assim que ele isolou o Len daquela vez? O maldito sabe algo de medicina e bloqueia sua capacidade de fuga?! Cerro meus olhos sentindo as lágrimas se acumularem junto do desespero.

 

- Yuuma! - Grito instintivamente o nome do outro o mais alto possível, enquanto mordo o braço de Gakupo até sentir o sangue nos dentes, fazendo o mesmo soltar meus cabelos com um grito de dor pelo ferimento repentino

 

- Ainda não entendeu que é para ficar quieto?! - Apenas sinto meu corpo estremecer com o olhar que recebo do mesmo quando este levanta o punho para me socar, mas desvio do golpe e me aproveito de seu próprio peso para derruba-lo no chão enquanto levanto e começo a correr mais rápido que consigo. Minha primeira vez não será com esse desgraçado! Eu não permitirei isso!

 

- Então minha gatinha tem garras e truques? Apenas me dá mais vontade de doma-la! - Lambe os lábios e corre atrás de mim, o que me faz procurar desesperadamente por uma arma próxima com os olhos, apenas aumentando meu desespero com a falta de sucesso. Tropeço choramingando de dor com o impacto e mordendo o lábio com a torção sentida no tornozelo ao tentar apoiar meu pé.  Sinto as lágrimas se acumularem ao enxergar a sombra do arroxeado sobre mim sem qualquer chance de escapar.

 

- Deixe-o em paz! - Vejo os cabelos rosados surgirem à minha frente balançando com o vento, enquanto o dono dos mesmos se posiciona em minha defesa. Yuuma desembainha e aponta a espada rapidamente, fazendo Gakupo se afastar tanto pela lâmina , quanto pelo seu olhar furioso. - Vai se arrepender de ter encostado nele.

 

Continua...


Notas Finais


A questão é *-* próximo cap começa o baile, estou muito ansiosa para escreve-lo.
E serio, minha maior dificuldade sobre ele é como vou descrever salão e o vestido que as meninas estão fazendo xD roupa não é meu forte.
Mil tretas uwu aguardam vocês.
Críticas, sugestões e teorias podem mandar ^^
Até o próximo cap.


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