1. Spirit Fanfics >
  2. Somente Sua >
  3. Chapter VI

História Somente Sua - Chapter VI


Escrita por: HeyCamy

Notas do Autor


Oieeeeeee
Boa leitura, gente :3

Capítulo 6 - Chapter VI


 Lutar era uma dança. Um espetáculo violento e mortal, mas lindo. Corpos se movendo em perfeito sincronismo, defesa e ataque. Movimentos combinados e ágeis. Por isso, gostava tanto.

 Lutar havia se tornado um escape quando novo, fora sobrepujado por suas obrigações para com sua família... encontrou fuga no tatame. Aos quase trinta anos, era o melhor.

 Fazia anos desde a ultima luta que perdera, acostumado a manter seus pensamentos e problemas fora do ringue, nunca estava desconcentrado. Todavia, isso não mais se aplicava. 

 O estado de espírito caótico que o movia.

 Itachi movia-se, divertindo-se com sua falta de jeito e de atenção.

 Seu sangue já manchava o tatame. Seu rosto doía nas partes em que fora atingido pelos punhos do irmão. Ele sorria zombeteiro, pois nunca vencia o caçula, não corpo-a-corpo.

 Sasuke caia e se levantava de novo, pronto para mais uma rodada. Talvez se apanhasse o suficiente, sua mente recuperaria a direção correta. 

 Recomeçaram a dança, movendo-se em sincronismo, brincando de tentar atingir o alvo, apenas uma provocação. Itachi avançou primeiro, como todas as vezes anteriores, obrigando o irmão a assumir a defesa. Escapar dos golpes de Itachi eram fáceis enquanto mantinha a mesma combinação de golpes que havia há muito decorado, no entanto, ele desviava-se em golpes diferentes, os quais não previa a tempo de receber.

 Defendeu-se dos socos, mas recebeu um chute que o lançou para trás, procurando afoitamente pelo ar que lhe fora tirado. Seu peito chiou em dor, mas forçou-se a avançar. Foi ao chão, o punho de Itachi encontrara o caminho até seu rosto, com força. Chocou-se contra o chão e sabia que agora não se levantaria.

 Itachi ria, caminhando em sua direção com uma garrafa de água.

 Pelo menos, seu plano havia funcionado e não via mais os olhos verdes que haviam lhe atormentado mais uma noite.

 Já fazia uma semana, afinal.

 - Se não o conhecesse, diria que me deixou ganhar.

 Sasuke gargarejou com a água, a parte interna de suas bochechas queimaram com o liquido, claramente cortadas e cuspiu, vermelho carmim manchou ainda mais o tatame que teria de mandar trocar.

 A luta era um escape. Não sentia mais a tensão nos ombros, ou o fogo intenso que correra em seu sangue. Não sentia mais a fúria mortal que ainda lhe sussurrava para ir até a mansão Haruno e queimar a matriarca viva. Restava apenas o gelo.

 - Qual o problema? – Itachi se sentou ao seu lado, não havia resquício do sorriso, apenas o olhar analítico. Ele era o segundo escape, para o caso do primeiro não funcionar totalmente.

 - Sakura. – Itachi sorriu.

 - Papai escolheu muito bem. A herdeira Haruno é um deleite aos olhos mundanos.

 Sasuke o encarou, enciumado. Não devia se permitir sentir nada por ela, nem mesmo posse. Mesmo que ela fosse se tornar sua esposa, sentir ciúmes, queria dizer que se importava com ela, assim como a raiva que havia lhe cegado ao longo dos dias... não podia se permitir. Mas se pegou pensando em mata-lo, apenas por achar sua mulher bonita – mesmo que ela realmente fosse.

 - Não achei que ela conseguiria mexer com você. – disse, observando a distância em que seu irmão se encontrava.

 Itachi o conhecia melhor que ninguém, melhor até mesmo do que Naruto, seu futuro conselheiro. O conhecia melhor que ele mesmo. Desde sempre, fora aquele a quem o caçula procurava. Fosse para resolver algum problema, ou para encher a cara.

 Ainda se lembrava bem de quando Sasuke engravidara Alicia e o procurou, bêbado e desesperado, ciente do caos que se instalaria na família. Mas nem mesmo naquele momento, parecia tão confuso e fora de si, do que sentado naquele tatame, tão parecido com a criança que treinara décadas antes.

 - Como foi o jantar? – perguntou, diante do silêncio do mais novo.

 - Normal. – Mentiu, bebendo mais da água não mais gelada.

 Não havia nada de normal relacionado a rosada. Conseguia visualizar claramente os segredos e mistérios nos olhos esmeraldinos, podia ter sido criada como uma santa enclausurada, mas Sasuke sabia... Sakura queimaria o mundo se fosse livre. E começaria com ele.

 A arma apontada para seu peito, engatilhada. Ela atiraria e lidaria com as consequências de matar o oyabun do Clã Uchiha. Aceitaria a punição, mesmo que fosse sua morte. Vira isso nela... e uma hora depois, a tinha sorrindo angelicalmente diante de si, bebendo com as bochechas coradas, inocente e doce.

 Ela era um mistério, multifacetado.

 Seu instinto dizia que isso apenas a faria melhor como sua esposa... como esposa do futuro chefe do clã.

 Sakura podia tornar-se letal, com treino. Vontade ela tinha de sobra.

 - Soube que discutiram. – a confissão de Itachi cortou seus pensamentos, arrastando-o de volta e procurou Asuma com os olhos, o guarda-costas teria que lhe dar uma boa explicação para manter a cabeça junto ao corpo. – Não o mate por me contar, eu posso ser muito persuasivo quando desejo algo.

 Sasuke revirou os olhos e forçou seu corpo a se levantar.

 - Irmão...

 - Ela tentou me matar... – falou, direto, tentando acabar de vez com o assunto. Pelo olhar de seu irmão, nem um pouco surpreso, Asuma já havia lhe dito aquilo. – Seus pais a fizeram acreditar que eu a forçaria a...

 Procurou as palavras, mas tudo o que completava aquela frase simples lhe embrulhava o estomago e lhe fazia rever o corpo sem vida de Mebuki... não podia odiar a mãe da mulher com quem se casaria, teria de suportá-la pelo resto de sua vida.

 Itachi estava sério, reconhecendo o fim invisível. Medindo o significado do que os Haruno fizeram. Era uma falta contra o chã Uchiha, julga-los tão baixos. Era uma desonra.

 As mulheres do clã eram praticamente sagradas, nunca eram feridas ou sequer traídas. O estupro era algo repudiado em meio a família e a palavra de uma mulher, ainda mais uma que viria a ocupar um cargo tão importante no clã, era lei. Mesmo que seu marido fosse o chefe. Se uma mulher do clã denunciasse o marido, ou qualquer homem, que fosse, este pagaria com sangue. Julgar Sasuke capaz de algo como aquilo...

 - Você falou com nosso pai? Ou com os Haruno? – ele perguntou. – Sasuke, isso é grave.

 - Conversei com Sakura, está tudo resolvido. – O cenho do irmão estava franzido, em pura discórdia. – Só me importo com o que ela pensa.

 As palavras ecoaram em cada célula, em cada enervação. Pulsou e queimou em seu peito. Itachi tinha o sorriso zombeteiro, ciente do significado muito mais intenso e profundo daquelas palavras. Sasuke admitia mais do que era capaz, mas apenas para seu irmão, sangue de seu sangue.

 - Você levou um belo chá de boceta, muito antes de trepar com ela, maninho. – Ele riu e inevitavelmente, o acompanhou. Usava aquilo contra Itachi há meses, desde o casamento dele com Izumi... ele lamberia o chão no qual ela pisava se isso significasse tê-la durante a noite.

 Não queria pensar no que a jovem Haruno o transformaria quando finalmente decidisse montá-lo. Já podia visualizar as coisas que faria apenas para que ela o quisesse e tudo o que ela lhe dera até então, foram migalhas, olhares longos e sorrisos intensos que fizeram seu coração palpitar.

 Sabia estar completamente fodido desde a encarou na sala há mais de uma semana e a reconheceu finalmente, como noiva. Sua noiva.

 

----- * -----

 

 Seu rosto inteiro doía. Depois de horas, os hematomas estavam vividos na face bonita e o marcava em tons de roxo, verde e vermelho.

 Mikoto havia se irritado severamente pela irresponsabilidade dos irmãos Uchiha de se surrarem, faltando uma semana para a cerimonia de casamento e havia acrescentados mais alguns músculos doloridos à conta.

 Necessitara de um longo banho para que se sentisse inteiro e pudesse seguir com seus compromissos atrasados.

 O terno caro feito sob medida, se repuxava conforme se esticava na cadeira, com uma perna dobrada sobre a outra. Havia um cigarro queimando lentamente em seus dedos.

 O galpão abandonado era fétido, a ponto de torcer seu nariz e lhe lanças pontadas de dor. Escuro o suficiente para que apenas o circulo que ele e seu homens formava, fosse visível.

 Sentado na cadeira de ferro, Sasuke parecia mais um rei sob um trono de ouro, com sua expressão característica de puro tédio, gélida até os ossos. 

 Ele era a imagem perfeita de arrogância. Um homem com poder para destruir a cidade e construir outra... Cavaleiro de Sangue, como era chamado desde que fora designado como Capo, ainda muito novo.

 Lendas se formaram sobre si, lendas baseadas na mais pura verdade. Sangue que derramou e formas diferentes que matara inimigos ao longo dos anos. 

 Era conhecido por ser inteligente e justo. Mas principalmente por ser sanguinário e cruel.

 Fazia anos que havia se acostumado. Depois de muito tempo sofrendo pelo sangue que derramava, mesmo tendo razões concretas, - Sasuke nunca derramara sangue inocente, - revivendo cada vida que tirara, ele apenas se acostumou com a vida que lhe fora escolhida.

 A aceitou e tornou-se o melhor.

 Por isso, o homem feito a sua frente chorava. O rosto era uma massa vermelha e inchada, onde um hematoma terminava, outro começava. Provavelmente a maioria das costelas estava no mínimo, fraturadas, seus dedos e sua perna direita estavam torcidas em um ângulo esquisito. Os trapos de roupas que se mantiveram sobre o corpo quebrado estavam molhados, por terem de lhe acordar mais de uma vez durante os dias, enquanto perdia a consciência.

 Idate Morino era um verme que há muito tempo, vinha lhe incomodando. Não havia uma gota de honra ou lealdade em seu corpo. Fazia meses que tinham consciência das traições constantes à esposa, de suas visitas nos bordéis que não pertenciam e não estavam ligados ao clã. Esperto, mas a informação chegara a ele da mesma forma. Quando procuraram sua esposa, ela já sabia da infidelidade e implorou que não se envolvessem, no entanto, durante a visita, soubera que Idate também havia erguido a mão para a mulher, mais de uma vez. Sasuke havia ordenado apenas um aviso e ele ficou algumas semanas no hospital, esperava que tivesse aprendido a lição.

 Para o clã Uchiha, casamento era algo sagrado, as promessas mais intimas eram feitas no altar. Trair a própria esposa era o mais claro sinal de desonestidade. Se não pode ser fiel e manter o pau dentro das calças, como poderia ser leal a algo mais?

 Entretanto, ele havia passado dos limites de novo, não aprendera nada. Sasuke não dava segundas chances. 

 A sua última façanha, fora passar informações há quem não deveria tê-las. Um verme sempre seria um verme.

 Não que precisasse realmente dos nomes, mas Sasuke havia se divertido enquanto arrancava seu sangue. Depois de um dia, Idate começara a implorar sua misericórdia, pedir por uma morte rápida. Mas não o merecia e sua mulher ficaria melhor sem ele.

 Sasuke sorriu, diabolicamente para o homem que ainda conseguia tremer de pavor, com os olhos inchados o mais arregalados possível.

 Estava na hora de se despedir, mas como dito, não poderia lhe conceder uma morte rápida, não.

 Seus homens terminaram de encaixar os fios elétricos nos pontos certos do corpo grande, garantindo que ele pudesse sentir cada centímetro de seu corpo queimar.

 Sasuke só precisou erguer um dedo para que a descarga elétrica pulsasse pelo corpo másculo.

 Ele gritou e mesmo depois da descarga acabar, seu grito ainda ecoava como um fantasma. 

 O Uchiha sorriu. Sabia a dor que o homem sentia. A descarga não era alta o suficiente para lhe matar, não de uma vez, mas para correr por seus nervos, queimando-o lentamente.

 Iria embora, mas seus homens ficariam ali, ligaria e desligaria de dez em dez minutos. Até que seu sistema não aguente mais a descarga elétrica e ele morra.

 Ergueu-se, arrumando o terno e caminho até a outra cadeira. Segurou o rosto ferido em suas mãos, obrigando-o a lhe olhar.

 - Vejo você no inferno. – murmurou e lançou o resquício do cigarro no chão, pisando-o e sorrindo para o homem. 

 Deixou o galpão, mas os gritos o acompanharam até que o carro se movimentasse.

 

 

 


Notas Finais


Até o próximo!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...