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História Somente Sua - Chapter VII


Escrita por: HeyCamy

Notas do Autor


Oiiiiiiii
Capitulo bemmmm longo pra vocês então acho bom aproveitarem kkkkk
Tá chegando, genteee
Boa leitura :3

Capítulo 7 - Chapter VII


LEIAM AS NOTAS FINAIS, PLEASE!!

 

 Era real, constatou.

 Não havia mais fugas ou planos mirabolantes que pudessem lhe ajudar. Não havia mais uma escapatória. Em cinco dias, caminharia até um altar e o aceitaria como seu marido. Sentia-se imponente, como nunca.

 Ninguém parecia se importar com o caos que lhe embrulhava o estomago e a fazia suar frio.

 Sob a pequena plataforma, Sakura encarava seu reflexo, vestida no primeiro de três vestidos de casamento, enquanto mãos habilidosas faziam os últimos detalhes. Podia ouvir as risadas e conversas escandalosas que vinham das mulheres sentadas nos sofás atras de si. Bebiam em comemoração ao matrimonio que finalmente ocorreria. Sua mãe era a epitome do orgulho e da alegria.

 Fazia alguns dias que não se falavam, nada além do necessário. Não depois de Sakura ter se negado a contar sobre o jantar. A única coisa que disse, para insatisfação da matriarca, fora que não havia acontecido nada e que Sasuke se portara como um verdadeiro cavalheiro. Não havia falado sobre a discussão, ou sobre a arma que havia apontado para o noivo. Ou sobre a fúria que o mesmo esboçara sentir em relação a sogra. Sua mãe parecera triste e chateada pela falta de visão da filha, por não ter tentado seduzir seu noivo e o arrastado para a cama. Sakura enjoava-se só de lembrar.

 A relação entre as duas encontrava-se pior que nunca e Sakura não tinha real intenção de mudar isso. 

 Sasuke havia sido gentil e era notavelmente fácil manter uma conversa com ele. Por isso, talvez, tivesse conseguido se entranhar em seus sonhos.

 Agradecia por ter sido mantida ocupada durante a semana que havia se passado. Haveria três cerimônias: uma cristã; uma cerimonia tradicionalista; e por fim, seu então marido, assumiria o posto como chefe do clã.

 Sakura fora incumbida de ajudar nos últimos detalhes em relação as três e descobriu que era fácil lidar com a matriarca Uchiha, tanto quanto com o filho. Mikoto era gentil e doce, demonstrava verdadeiro interesse em guiar a nora e Sakura se pegou, gostando muito da mulher que em uma semana, fora mais afetuosa consigo do que sua mãe em anos.

 Acreditava ser por isso que apesar da ideia de o casamento permanecer como um peso em seu estomago, sentia-se tranquila com a escolha do noivo.

 Naqueles últimos dias, essa era a única coisa que parecia acalmar seu peito quando a ansiedade lhe atingia. Pensar em Sasuke, nos olhos de azeviche quentes e intensos, sempre parecia diminuir a pressão.

 Mas ainda era certo de que se casaria contra sua vontade e nunca mais teria escolha sobre nada além dos guardanapos usados no jantar. E o peso retornava.

 Havia em si uma necessidade absurda de liberdade. De sentir que as escolhas que ditavam seu caminho vinham dela, que não era apenas uma marionete sendo guiada no espetáculo. Sakura era exatamente isso e quanto mais perto do casamento, mais sentia os fios.

 Ergueu o olhar, encontrando olhos escuros lhe encarando pelo espelho, assustou-se levemente, até notar não serem dele.

 Uchiha Mikoto se colocou ao seu lado e lhe deu um dos sorrisos bonitos e elegantes que Sakura vinha tentando imitar há dias. A mulher era puro carinho materno. Sakura sabia qual sua posição no clã, sabia que era ela quem comandava as famílias e garantia que tudo estivesse bem. Os homens dirigiam os negócios e os exércitos, mas era Mikoto quem garantia a paz entre as famílias, com as mulheres e as crianças. E em breve, esse seria seu dever.

 As mulheres eram mantidas longe dos negócios obscuros do clã e não deviam fazer perguntas, mas Sakura sabia as origens e os feitos... as histórias sobre coisas que o noivo já havia feito, a alcançavam há anos e sabia que não era apenas historinhas e fofocas, havia visto nos olhos negros dele, todos os pecados que cometera e as vidas que levara, mas não conseguia temê-lo.

 Respirou fundo, tentando apaziguar seu interior, obrigando-se a mantê-lo de fora de sua mente.

 - Você é uma noiva linda, querida. – Mikoto afirmou, sorrindo e deslizando os olhos astutos pelo vestido branco e rodado. – Meu filho terá sorte em ser seu.

 Seu. E não o contrário, como todos faziam durante toda sua vida. Ele seria seu, tanto quanto seria dele. E torcia intimamente, para que esteja disposto a fazê-la feliz, em vez de prende-la numa gaiola de ouro. 

 Pela primeira vez, realmente se observou no espelho. Havia deixado que as matriarcas escolhessem seus vestidos e ficava feliz por aquele ser escolha da sogra. O vestido lhe abraçava perfeitamente, com um decote simples e com rendas que lhe remetiam fadas. Sentia-se bonita. Linda, na verdade.

 - Também tenho sorte em ser dele, senhora. – Sussurrou como resposta, educada e respeitosa como era obrigada a ser. Mikoto sorriu porque há dias mandava-a chama-la pelo nome. 

 - Não acho que acredite realmente nisso, Sakura. – Mikoto era esperta e tão atenta quanto os homens da família, já havia notado isso e sorriu como resposta. – Sasuke é um homem difícil, como o pai. Mas há algo sobre os homens Uchiha, que ninguém fala a respeito.

 Sakura se inclinou, recebendo uma bronca educada da artesã. Após se recompor, lançou a matriarca um olhar curioso e Mikoto sorria.

 - Os homens Uchiha são intensos, querida. – Sussurrou, como um segredo. – Tanto na guerra, quanto no amor. Se odeiam, são capazes de destruir vidas. No entanto, quando finalmente amam... são capazes de queimar o mundo. Eles costumam se guardar, para alguém que de fato, mereça-os de forma tão intensa.

 Era de conhecimento geral de todos os membros da família, sobre a relação intensa de Mikoto e Fugaku. Uma longa história de amor e superação que começava exatamente como a sua. Mas Mikoto falava de forma tão intensa, seus olhos pareciam contemplar seu passado.

 Eles são a exceção..., Sasuke havia lhe dito.

 - Sasuke vai amá-la, querida. – A olhou e podia sentir lagrimas acumularem em seus olhos. – Ele não é burro, sabe que você é digna de ter seu coração... espero que o cuide bem.

 Sakura se pegou assentindo, uma promessa interna de que cuidaria bem, não apenas do homem que seria seu marido, mas de seu coração, se ele de fato, lhe entregasse.

----- * -----

 Parada, frente a mansão, Sakura a analisava minuciosamente.

 A residência particular de Uchiha Sasuke era gigantesca e há uma meia hora da cidade. Ficava no topo de uma extensa subida e inteiramente, todo o caminho pertencia a ele.

 Logo no começo do caminho, havia sido recebido por um grande portão com o brasão da família entalhado e muros altos. Havia seguranças, vestidos em seus costumeiros ternos caros e pretos, Sakura já era acostumada com os soldados do clã Uchiha, desde pequena tinha sua segurança feita exclusivamente pelos mesmos e sabia que as residências eram muito bem protegidas, a dele não seria uma exceção.

 Depois de serem reconhecidos, puderam entrar. O caminho até a mansão era rodeado pelo jardim mais bonito e extenso que já vira. Tudo extremamente bem cuidado. A mansão em si, ficava no topo, e se estendia glamourosamente. Tudo era de lhe tirar o folego.

 Diferente da casa de seus pais, a dele era moderna. Com cores sóbrias e mais escuras e com paredes de vidro.

 A entrada da mansão também era rodeada pelo jardim bonito e bem cuidado.

 Sakura sentiu-se pequena diante da imensidão, não imaginava seu noivo tendo tanto gosto pelo luxo. Apesar de ele nunca estar mal vestido, pelo contrário, Sasuke sempre estava coberto por ternos elegantes e feitos sobre medida, caros, provavelmente. Sempre usava relógios que Sakura sabia custarem uma pequena fortuna, além das abotoaduras, sempre com o brilho de alguma pedra incrustrada. Ele era a mais pura imagem de riqueza e Sakura se amaldiçoava por nunca ter se atentado aos detalhes. A casa era perfeita para ele.

 Não sabia se ele estaria em casa e torcia para que não. Havia tido um impulso no dia anterior, movido a conversa, ao concordar com Mikoto de ir até lá, para ser apresentada a sua futura casa. Mikoto desejava saber se ela gostaria de mudar algo para que fosse prontamente feito. E Sakura concordara, apesar de saber que não mudaria nada.

 Não sabia onde a Uchiha estava. Havia ido com seu próprio motorista e guarda-costas, Deidara e tudo o que sabia era que a encontraria ali.

 Pegou seu celular e pensou em ligar, mas a porta se abriu e seus olhos focaram-se inteiramente nele.

 Era a primeira vez que o via tão confortável. Sasuke usava uma calça de moletom preto, para sua surpresa e uma camiseta que deixavam seus braços completamente expostos. Sakura deslizou os olhos, devagar, pelos músculos fortes ao longo dos braços repletos de tatuagem e Deus... quis tocá-lo.

 Sasuke também a olhava intensamente. Incrédulo com como sua atração por ela podia alcançar picos mais altos.

 Seu corpo pareceu reagir rapidamente a visão dela, com roupas tão justas, dando-lhe uma perfeita visão das coxas grossas e do largo quadril, da bunda perfeitamente arrebitada dentro do jeans. Logo a queria nua. E seria tão fácil arrastá-la até seu quarto no andar de cima e se livrar das peças... arrependeu-se de aceitar aquela função. Amaldiçoou sua mãe por tê-lo lhe empurrado pelo precipício que sua noiva era. Sentia a queda muito próxima.

 Sua mãe sempre fora ótima em convencê-lo de coisas das quais se arrependeria, percebeu.

 Sakura sorriu trêmula, mas parecia tão perturbada quanto ele mesmo.

 Sasuke olhou o homem grande ao seu lado. Sabia quem era, sabia tudo o que era possível sobre a noiva.

 Caminhou até a borda da varanda, deixando-a vê-lo melhor. Adorou o olhar quente que ela lhe lançava inconscientemente, o modo como as duas esmeraldas lhe mediram e lhe despiram lentamente. Sabia o que passava em sua mente e principalmente, em seu corpo.

 - Saiko komon Uchiha. – Deidara falou, firme e lhe reverenciou levemente em respeito. 

 Sasuke assentiu e voltou-se rápido para ela.

 - Senhorita Haruno. – Chamou. Sakura puxou o ar com força, como se só agora o visse.

 Sorriu.

 Ela começou a se mover em sua direção e Sasuke preparou-se para o perfume agridoce, para os arrepios que lhe corriam o corpo e concentravam-se entre suas pernas. Não podia ficar excitado com aquela calça, não havia como esconder uma ereção dela, não vestido tão despojadamente. Arrependeu-se novamente.

 Ela parou a sua frente, uma distância segura e seu cheiro o nocauteou.

 O sangue novamente correu para aquele ponto e podia sentir o princípio da ereção que lhe obrigaria a se esconder dela... ou inventar uma desculpa ridícula para um banho frio, por mais tentador que fosse, arrasta-la junto.

 Estava cansado dos banhos gelados, cansado de sua própria mão ter que fazer o trabalho.

 Sakura lançou os fios longos por sobre o ombro, tímida diante do olhar que mantinha sob ela. Ela nunca ficava realmente envergonhada de ser o alvo de seus olhos e Sasuke sabia que havia algo mais.

 - Vamos? – murmurou, quente.

 Ela assentiu e caminhou para a porta, abandonando-o. Sasuke deslizou os olhos pelos jardins, reconhecendo os olhares que se desviavam, não olhavam para ele, percebeu. Os soldados, - burros, concluiu, - desviavam rapidamente a atenção de onde a Haruno estava para organizarem-se novamente.

 Seu corpo se aqueceu, mas de raiva notou.

 A seguiu, agora que não era mais o tesão que o dominava. Teria uma longa conversa com seus soldados, apesar de saber que eles respeitariam sua esposa mais que tudo, pois tinham amor a própria vida, deixaria claro que não tinham sequer permissão para olhá-la, por mais difícil que fosse. Xingou ao reconhecer aquele sentimento. A única que já o havia recebido antes, era sua mãe e tratava-se mais de um sentimento de proteção do que de posse, como era o caso de Sakura.

 Ela lhe pertencia e deveria ser o único a poder lhe olhar daquela forma...

 Resmungou e encontrou seus olhos, encarando-o de forma divertida, como se soubesse no que pensava. Perguntou-se se ela estava acostumada a ser o foco dos homens ao seu redor, mas não precisava para saber a resposta. Sakura era a coisa mais linda que já havia visto em vida. Não era burro de achar ser o único a reconhecer isso. Não lhe dava nada além de ódio.

 - Qual o problema? – Sakura piscou os olhos, as bochechas obedecendo-a e corando levemente e fez um leve movimento com os lábios, tornando-a incrivelmente fofa... e sexy.

 Não entendia como aquela mulher conseguia tal combinação, mas lhe acertou direto entre as pernas.

 - Por que acha que tenho um problema? – murmurou, obrigando-se a respirar fundo continuamente para afastar o tesão que lentamente vencia a raiva e o ciúme. Tornava-se uma confusão quando junto dela, não tinha controle sobre suas reações e principalmente, sobre seus sentimentos.

 - Está com aquela cara de novo. – Aquela cara?

 - Que cara?

 Estavam parados no hall de entrada da mansão.

 - A de que vai matar alguém.

 Sorriu, porque ainda se lembrava da última vez, quem fora alvo de sua fúria assassina, como gostaria de matar Haruno Mebuki... alguns nomes vinham de se unir em sua listinha particular.

 - Estou apenas pensando...

 - Em quem vai matar? – sentira falta dela, percebeu, mais do que notara. Sakura não tinha medo dele, não se encolhia diante daquele olhar, ou de sua irritabilidade. Ela não se importava em ser direta e clara quanto seus pensamentos. Não se importava se o irritaria ou não. E não parecia dar a mínima para as normas de etiqueta que deveria manter diante de um chefe da máfia, o respeito. Sakura o respeitava, sabia sem que precisasse demonstrar a cada segundo. Sentira falta disso.

 Ele assentiu e a viu analisar sua confirmação, logo os olhos verdes voltaram-se novamente para si, cheios de uma curiosidade quase palpável.

 - Quem?

 Sorri de novo, mais abertamente.

 - Todos que lhe olharem. – Assumiu, mas Sakura apenas deu de ombros, pouco se importando. 

 - Deve estar no topo da lista então.

 Satisfação liquida o envolveu, junto a malicia. Gostava do jogo que jogavam.

 - Serei seu marido. Minha maior obrigação com você é desejá-la, Hana. – Seus olhos se arregalaram levemente e ela lambeu os lábios, para seu deleite. Sasuke repetiu o mesmo, querendo os dela, na verdade.

 - Sua maior obrigação... – ela sussurrou e Sasuke se inclinou em sua direção, bebendo de suas palavras, esperando, – vai muito além de me desejar.

 Sasuke sorriu, realmente gostava de jogar com ela. Sabia que Sakura não tinha real experiencia com um homem, mas não se acanhava diante de seu desejo, pelo contrário. Apenas por seus olhos, sabia que ela o desejava igualmente.

 - E qual exatamente é a minha obrigação, senhorita Haruno? – sussurrou, próximo o bastante para sentir seu hálito adocicado e se inebriar ainda mais em seu cheiro. 

 Não esperava que ela o respondesse. Sakura apenas ergueu o rosto para encará-lo, tão intensamente que Sasuke precisou forçar os pés no chão para não cair de joelhos diante de si. Queria pegá-la e leva-la para algum lugar onde estariam a sós e a faria gritar... manteria aquele sentimento em seus olhos a vida inteira, se pudesse. 

 Sakura esbanjava desejo e sabia que os seus refletiam o mesmo.

 - Me satisfazer. – Sua resposta quebrou o silencio e planou diante da tensão envolta de seus corpos.

 Sasuke sentia o membro ereto que lhe causava uma leve dor de insatisfação. Sabia que se ela apenas olhasse para baixo, encontraria sua ereção visível no fino tecido da calça. Sabia que a assustaria, mas não dava a mínima.

 Sakura vinha lhe causando extrema dor nas bolas, enchendo-o dos mais sórdidos desejos e vontades luxuriosas, numa intensidade que nunca havia sentido antes. A queria. De formas que jamais quisera nada. E naquele momento, achava estar no pico mais alto de tesão.

 Temia fazer uma loucura que a assustaria, mas Sakura parecia lhe provocar a fazer exatamente isso. 

 Fechou os olhos e inspirou, profunda e lentamente.

 - Sasuke... – fechou os punhos quando seu nome deixou os lábios femininos no que imaginava ser uma prece. Pelos céus...

 Afastou-se e de costas para ela, contou suas respirações. Seu corpo inteiro queimava, não conseguia pensar e sentir nada além daquela incansável ereção e da vontade incontrolável de entrar nela.

 - Senhorita Haruno. – Apertou os punhos mais forte e virou-se para encontrar seu irmão. Itachi sorria e analisou apenas uma vez para notar a ereção marcada no moletom. Saber o que estava preste a acontecer. Ele sorriu ainda mais.

 Praguejou.

 Sakura tinha as bochechas coradas, como se flagrada fazendo algo errado.

 Deus...

 - Desculpe interromper, - Itachi falou, - vim apenas entregar uns documentos. Izumi quis me acompanhar quando soube que estava aqui, senhorita Haruno.

 Sasuke olhou novamente, reconhecendo finalmente a sua cunhada ao lado do irmão, estava tão envolto que nem mesmo a percebera. Izumi tinha a mão sobre o ventre arredondado e os olhos sapecas lhe encarando, também ciente do que haviam interrompido.

 Foi inevitável a careta que tomou suas feições.

 Não perdia o controle e não costumava ser pego fazendo coisas erradas, ainda mais em áreas comuns, a vista de todos. Em toda sua vida, a única amante que sua família conhecera, foi a mulher que lhe gerara o filho, nenhuma mais. Sasuke sabia ser discreto, exceto com ela.

 - Sakura veio conhecer a casa. – Tentou assumir sua postura normal, apesar do calor permanecer. Estava se tornando um safado descontrolado.

 - Posso mostrar, se me permitir. – Ofereceu Izumi. E apesar da negação na ponta da língua, Sasuke se pegou concordando.

 Eles não haviam interrompido atoa, sabia. Sasuke conhecia as tradições e as regras de seu clã e ainda não era hora de desfrutar do corpo da noiva, ainda não. Precisava aguentar mais quatro dias. Apenas quatro.

 Era melhor deixar que a cunhada o fizesse, para impedir desonra-la em um cômodo qualquer, percebeu.

 Izumi não esperou permissão para segurar sua noiva pela mão e puxá-la levemente para dentro da mansão. Sasuke sentiu o calor evaporar, como se ela o levasse junto de si. E manteve os olhos nela, até que sumisse.

 Respirou fundo, tomando controle sobre o próprio corpo.

 - Não sabia que era adepto a sexo em áreas comuns, maninho.

 - Cale a boca, idiota. – Itachi gargalhou e o puxou pelos ombros para dentro da casa.

 - Se não tivéssemos chegado, você estaria enfiado dentro dela agora e Kizashi poderia exigir suas bolas pela falta de honra, maninho. Deve respeito a sua noiva e a família que a entregou.

 Tinha total conhecimento sobre tudo aquilo, mas não achava que o futuro sogro realmente se importaria, considerando que haviam mandado que ela lhe abrisse as pernas quando desejasse, tratado a filha como uma puta barata. E essa falta de consideração, ainda fazia seu sangue pulsar descoordenadamente.  

 Não podia desonrá-la, se isso vazasse, o que provavelmente aconteceria se tivesse lhe tomado no hall de entrada, onde qualquer funcionário poderia flagra-los, Kizashi poderia voltar-se contra sua família pela desonra e fazer exigências que deixariam seu pai furioso, poderia inclusive cancelar o casamento e Sakura não mais lhe pertenceria.

 Um frio se instaurou dentro de si com o pensamento, o que lhe era estranho. Por anos, desejou cancelar aquela união e agora, temia. Disse a si mesmo, que era puro desejo sexual, nada além disso.

 Em seu escritório no andar de cima, Itachi serviu dois copos de uísque com gelo, entregando-o um. Sasuke bebeu e depois pediu mais um, torcendo para que a bebida afastasse o gelo da distância dela.

 

----- * -----

 

 Estava cansada de andar. De fato, a casa era gigantesca e parecia não ter fim. Depois de quase uma hora só havia visto o primeiro andar. Izumi preenchia o silencio falando sobre detalhes que conhecia da casa e perguntando coisas bobas, lhe apresentava aos funcionários quando viam algum. Eles se moviam silenciosamente pela casa e Izumi lhe dissera, que as vezes, nem parecia haver alguém ali. Eles trabalhavam de forma quase invisível.

 Sakura tentava lhe acompanhar, mas seu corpo parecia permanecer com o Uchiha, ainda imerso naquela bolha luxuriosa que criaram em poucos minutos juntos. Sakura gostava de como sentia-se com ele, do calor que o homem a causava.

 - Esta é a cozinha. – Izumi falou, puxando-a de volta. Era o último cômodo do primeiro andar, logo conheceria os cômodos íntimos, como seu quarto... 

 Olhou ao redor pela gigantesca cozinha. Os móveis eram todos sobre medida e combinavam com a estética do restante da casa, em cores sólidas e estrutura moderna. Um movimento constante concentrava-se ali.

 O cheiro era impecável e lhe deixou com água na boca.

 Izumi pareceu lhe anunciar brevemente às funcionárias que deixaram tudo o que faziam e se empertigaram em reverências, logo seria a senhora da casa.

 - Esta é Chiyo, ela é a governanta. – Izumi apresentou. A mulher devia ter uns sessenta anos, baixinha e rechonchuda, mantinha um sorriso amável e olhos calmos diante dela. Ela tinha manchas de farinha no avental que usava. Sakura sorriu, assim como a senhora. – Ela passa muito tempo na cozinha.

 Chiyo riu ainda mais e deu de ombros.

 - Gosto de cozinhar, se não se importar, senhora.

 - Chame-me de Sakura, e não, não me importo, o cheiro é ótimo. – Isso pareceu alegrá-la ainda mais.

 - Estou fazendo uma torta de morango. A Senhora Mikoto avisou que viria e que gosta de doces.

 Sakura assentiu animada, não tinha planos de almoçar ali, mas a visita estava se estendendo mais do que desejava e realmente sentia fome. E haveria torta.

 - Senhor Sasuke não gosta de doces. – A senhora falou, dando uma rápida ordem para que os funcionários voltassem a ação e ela mesma, voltou a sovar a massa. – O menino saiu igualzinho ao pai.

 Sakura sorriu, era a primeira vez que lhe falavam algo tão comum e banal sobre o noivo, e principalmente sobre seu filho e a senhora parecia não ligar para o que confidenciava. Sakura gostou. 

 - Que criança não gosta de doce? – sussurrou surpresa e Chiyo assentiu empolgada com a rosada.

 - Penso o mesmo. Mas não me surpreendo, o menino saiu igual ao senhor Sasuke.

 Sakura sorriu, visualizando uma versão infantil de seu noivo grande e cheio de músculos. A visão formou-se rapidamente. Um menino com cabelos negros e olhos de azeviche, com as expressões sérias do pai, mas inevitavelmente fofo, e pela primeira vez, visualizou como seus filhos seriam também.

 Os genes da família Uchiha pareciam dominantes e todos os membros eram muito parecidos. Olhos e cabelos escuros e expressões sérias. E lindos... incrivelmente lindos. Sakura ainda não entendia como uma família podia gerar tantos indivíduos com aquela beleza bruta e angelical.

 Quis conhecer o menino, o filho dele. Sasuke não falara muito sobre a criança, ninguém falava e Sakura questionou-se se seria por ser um filho fora do casamento, se não era apenas uma coincidência inocente. Quis ver a versão mais nova dele, se era tão bonito quanto o pai, torceu para encontrá-lo pela casa.

 Sakura não mentira sobre gostar de crianças, sempre as adorara. Gostava da inocência e da curiosidade. E da total liberdade em se expressar, Sakura sentia falta dessa parte. Por isso, cursou pedagogia, - também porque havia sido fácil convencer seus pais de que lhe seria útil, mesmo sem permissão para exercer a profissão.

 Ironicamente, descobrir que seu noivo tinha um filho havia sido um dos pontos altos até então. Não conseguia se imaginar sozinha naquela mansão o dia inteiro sem nada para fazer. Seria bom ter companhia.  

 Izumi começou a lhe puxar e deu um leve aceno a senhora, ainda com a boca salivando de vontade de roubar algo na cozinha, o que quer que cheirasse tão bem.

 Ela lhe mostrou os cômodos mais banais e quase idênticos que eram os quartos de hóspedes.

 No meio, havia uma porta robusta que dava acesso a ampla biblioteca. Sasuke gostava de ler, dissera. Desejou poder realmente explorar o cômodo, descobrir os livros que ele mais lera, ou quais seriam os gêneros preferidos. Vinha sentindo ânsia de conhecimento sobre o noivo.

 Izumi lhe explicou lentamente que o outro corredor de quartos, eram exclusivos da família e que Sasuke era bem chato com visitantes naqueles cômodos.

 Passaram direto pelo que ela disse ser o escritório particular dele e seguiram para os quartos. Ela lhe mostrou o quarto infantil e Sakura chateou-se ao perceber que ele não estava lá.

 O quarto era anexado a outro. No primeiro, era praticamente uma brinquedoteca, perfeitamente organizada, com direito até mesmo a uma escrivaninha. E no outro, o quarto com tema de super-heróis. Queria explorar e conhecer um pouco mais do menino também, mas logo Izumi estava puxando-a de novo.

 Não sabia como a mulher gestante era quem parecia ter mais disposição naquele passeio.

 O próximo quarto, Sakura teve real permissão de entrar.

 A cama de casal era gigantesca, envolta em edredons negros. O quarto era bem comum, com um pequeno espaço para sentar e portas que levavam ao closet e ao lavabo, mas foi o cheiro que a prendeu ali. O cheiro dele. Intenso e quente. Tão quente.

 Aquele era o quarto dele. Havia um livro sobre a mesa de cabeceira à esquerda, com um óculos sobre o mesmo, indicando que o Uchiha o lia durante a noite, provavelmente. E apesar de simples, os detalhes remetiam ao dono.

 - Este será seu quarto. – Ela murmurou e Sakura lhe encarou, os olhos um pouco arregalados. -  Não achou que dormiriam em quartos separados né?

 Ela tinha o mesmo sorrisinho sacana que o marido quando os encontrou e Sakura desviou os olhos, sentindo as bochechas corarem de vergonha.

 - Deveriam tomar cuidado, se fosse nosso sogro, vocês estariam ouvindo um longo sermão. – Sakura sabia. – Ele é bem chato quando se trata das tradições. Acho que passa de geração para geração.

 - Não entendo. – Assumiu. – Nós nos casaremos do mesmo jeito, que diferença faz se dormimos juntos antes?

 Izumi sorriu, assentindo. Havia passado a mesma coisa com o noivo, mas Itachi sempre fora certinho demais e nunca tocou-lhe um dedo antes do casamento... de certa forma, Izumi agradecia, a noite de núpcias ainda lhe deixava quente, com a mínima lembrança.

 - Depois de tentarem tão firmemente cancelar o casamento, não achei que se dariam bem tão rápido. – Sua futura cunhada dizia. – Sasuke é um homem difícil de lidar e em geral, ele prefere não ter que socializar.

 - Ele não é assim comigo.

 - Não, não é. E isso é um ótimo sinal. – Seu corpo se arrepiou, não podia se permitir pensar nele. – Espero realmente que vocês se deem bem, Sakura.

 Não sabia o que responder, não esperava aquilo. Nos últimos dias, todos pareciam lhe dizer coisas parecidas. Pareciam querer lhe convencer a ficar, mas Sakura já havia desistido de lutar contra, talvez por ser Sasuke o homem com quem se casaria. E seu peito parecer aberto para ele. Não entendia.

 Havia aquela bolha em seu entorno e Sasuke só a estouraria após o casamento, notara. Por isso, talvez, desejasse minimamente que os dias passassem rápido.

 Negou. Por se negava a acreditar sentir algo por ele, ainda mais tão rápido. Nem o conhecia, Sasuke era um livro que ainda não lera e sua excitação tratava-se apenas da capa e do leve resumo, sentido por qualquer outro livro. Disse a si mesma, que não passava da sua inexperiência na área. Sua excitação com Sasuke era por não ter tido proximidade com nenhum outro homem até então. E ele era um deus grego, do tipo só haver em livros de romance daqueles eróticos.

 Precisava provar isso a si mesma.

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Significado: Saiko Komon - Conselheiro Senior da Yakuza
Vão lá dar uma moral em uma fic minha que é uma das minhas bebezinhas kkkkk

Implexis - Sasusaku

Sinopse: Juntos... Sempre...
Eu sempre me perguntava se o deus de minha mãe, me repreendia por aquele dia. Se ao cortar meu pulso e unir meu sangue ao dela, havia irresponsavelmente unido minha alma a dela, ou coisa do tipo.
Minha melhor amiga... do berço ao tumulo...
Talvez, aquele fosse um laço atado antes mesmo do juramento. Talvez, eu já pertencesse a ela desde que vim ao mundo... talvez tenha vindo apenas por ela...

Até o próximo, gente !!!


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