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História Someone - (Mileven) - Bônus - Today


Escrita por: AuntCherry

Notas do Autor


Oi gente~
Eu sei que estou ultra sumida e tenho total ciência que to enrolando a quase décadas pra trazer esse bônus pra vocês maaas finalmente terminei ele :3
Dessa vez não foi por preguiça e sim porque cheguei no 3º ano e é aquela loucura toda de ter que estudar feito uma louca pelo fato de que vou ter que prestar enem :'v Por esse mesmo motivo - além da minha internet não ser das melhores - Tive que ficar ausente até nas minhas redes socias T.T
Enfim, cá está o bônus que por incrível que pareça, eu gostei bastante e_e
Agora meu foco será na All i Want e então vou começar uma nova fanfic a qual espero que gostem assim como estou gostando de escrever! beijos :*

Capítulo 3 - Bônus - Today


Uma batida contagiante se repetia demasiadamente embalando o ambiente. Era algo como uma mistura de bateria e alguns bons acordes de guitarra.

Seu dedo indicador deslizou pelo bloqueio do seu aparelho celular, onde a guia de seu reprodutor de música estava aberta em uma playlist que organizara um pouco antes de ter saído anteriormente. Impulsionou seu polegar para cima fazendo com que as opções de melodias passassem rapidamente pela tela, ao detectar a que estava procurando, Eleven a selecionou.

Por mais confusa que aquela letra fosse para ela, a música não deixava de ser a sua favorita, a fazia se lembrar dele. Na verdade havia muitas coisas que traziam o semblante de Mike a sua memória, se recordar de seu estúpido ex-vizinho de certa forma era triste porque ás vezes ela simplesmente não desejava ter nenhuma notícia sequer daquele individuo em questão. Ele conseguia ser bem irritante quando queria.

Mike e Eleven estavam cada vez mais próximos, não literalmente visto que ele ainda estava viajando, porém se falavam com frequência através de vídeo-chamadas, ligações e até mesmo mensagens em algumas redes sociais. Tinham uma dessas amizades bizarras em que se comunicavam de um modo incomum numa espécie de linguagem bizarra, mas que ambos entendiam, e no fim, era isso que valia a pena.

Estava sentada em um dos bancos de cimento que haviam instalado recentemente numa praça não muito longe do apartamento onde morava. Não entendera bem mas Mike havia lhe instruído para que fosse até aquele lugar logo antes de adormecer a deixando falando com as paredes na noite anterior, até tentara contestar entretanto fora inútil.

Como não tinha nenhuma ideia do que fazia ali, não caprichou tanto em sua aparência, afinal de contas não podia fazer muita coisa, estava cheia de olheiras profundas desde que tomou conhecimento de um site onde o conteúdo se baseava em matérias e mais matérias jornalísticas de assuntos realmente interessantes, e claro, Eleven simplesmente não podia ficar de fora dessa. O máximo que pôde fazer para que não saísse de casa aparentando ser uma mendiga zumbi atropelada por um trator foi vestir um longo casaco de cor azul, uma calça de malha preta e um par de sapatilhas da mesma cor de sua calça. Já em sua face não sentiu que houvesse muita salvação, apenas lavou seu rosto, penteou seus cabelos e partiu logo depois de ter tomado 5 xícaras cheias de café forte afim de se manter acordada e não correr o risco de cair dura em alguma calçada.

Alguns de seus dedos iam de encontro contra o cimento do banco em que estava sentada seguindo as batidas da canção que Eleven ouvia em seu fone de ouvido. On Melacholy Hill, esse era o nome da música. Estava tão entretida nas palavras que o cantor estava rimando que mal notara a presença do ser que vinha caminhando em passos rápidos – quase tropeçando em seus próprios pés -, em sua direção.

Mike.

Sua mão foi diretamente – quase que automaticamente – para sua face. Sabia que devia ter passado ao menos uma base ou quem sabe uma sombra em seus olhos antes de sair de casa. Estava literalmente acabada, quase tinha vontade de cavar um buraco com as mãos e enfiar a própria cabeça lá dentro.

Ele abriu um daquele sorrisos debochados que sempre dava quando estava perto dela entretanto naquela vez, ao invés de querer empurrá-lo do alto de alguma torre bem alta, Eleven simplesmente sentiu as bochechas arderem, entrando em um crítico estado de pânico interno.

Ele devia ter me avisado que viria. Estúpido.

Semicerrou seu semblante numa carranca feia. Mike a encarou confuso porém ainda assim, abriu seus braços convidando-a para um abraço. Ela podia estar ligeiramente irritada mas não seria orgulhosa a ponto de negar algo a que almejava durante tantos dias, além do mais, devia ter cogitado a ideia de que talvez ele fosse aparecer.

- Que saudades! – Disse de forma calorosa ainda no embrace de seus braços. Eleven sentia-se a ponto de explodir, como fogos de artifícios de tão feliz quase entrando numa crise de frenesi.

- Poderia ter me avisado – Pigarrou voltando a si – Teria vestido algo melhor.

- Escolhi a praça justamente pela falta de movimentação neste horário, sei dos seus gostos para roupas – Lá estava o sorriso voltando a se formar em seus lábios levando o sentimento de felicidade de um minuto atrás da pobre Eleven junto consigo. El sentiu como se os fogos de artifícios tivessem saído do controle incendiando um orfanato e de quebra um abrigo para cães.

- Você está praticamente usando trapos – Soltou-se do abraço cruzando seus braços a altura de seu peito olhava-o como se tivesse acabado de cometer algum assassinato.

Mike rolou seus olhos de forma tediosa, conhecia e bem o quanto a garota podia ser temperamental.

- Sinto muito por ter dado um auxílio para sua crise de baixa-autoestima – Murmurou. Eleven não sabia se o socava ou se continuava estática em descrença – Bem, não é como se você precisasse realmente da minha ajuda pra isso na realidade.

Fechou seus olhos contando até 10. Pôde ouvir perfeitamente as risadas contidas de Wheeler, fazendo com que os números soassem ainda mais graves ao sair de seus lábios. Acabou que terminou sua contagem em 26.

Forçou-se a manter sua atenção focada em qualquer outra coisa que encontrasse pela praça. Seus olhos estacionaram sobre um carrinho de algodão doce. Eleven se viu com as mãos nos bolsos de sua calça jeans, iniciando uma busca interminável por qualquer trocado que encontrasse. Wheeler seguiu seu olhar curioso.

         - Posso comprar um pra você, se quiser... – Ele levantou as sobrancelhas para cima e para baixo sorrindo. Eleven quase cedeu a tentação de sorrir também, quase.

- Quer dar uma de bonzinho agora, Mike – Sibilou entre dentes – Se quer saber, eu nem estava com vontade de comer algodão doce mesmo – Deu de ombros. Já Wheeler tinha uma fisionomia fechada esboça em sua face com os lábios torcidos. Estava sendo orgulhosa.

- Ei, faz praticamente dois meses e meio que não te vejo. Vamos discutir depois – Mike a encarou com aquele famoso olhar, o que diziam ser de cachorro abandonado, dessa vez ela se permitiu sorrir.

- Tudo bem – Suspirou – Mas espere só, irei escrever um artigo inteiro sobre como você é idiota – Seu sorriso se alargou, deixando todos seus dentes salientes a mostra.

- Tem certeza de que não vai querer o algodão doce? – Perguntou.

- Hm – Eleven voltou seu olhar para o carrinho cor-de-rosa chamativo mais à frente. Balões estavam presos a espécie de alça metálica que o rapaz usava para manobrar a espécie de carro. O doce parecia ainda mais atraente – Não sei.

- Quer ou não quer? Se o problema for dinheiro, posso comprar pra você e você me reembolsa depois.

- Pode ser, eu acho – Deu de ombros em desdém sorrindo.

- Ótimo.

Mike se levantou caminhando tranquilamente até o vendedor. Suas mãos estavam ocultas dentro dos bolsos de sua calça jeans manchada em alguns pontos de tinta acrílica assim como em sua camiseta de manga que talvez um dia, foi branca.

E ele ainda tem coragem de falar da minha roupa.

Eleven cruzou os braços novamente deixando algo como um humps sair suavemente de seus lábios. Fora um movimento de indignação.

Não havia muito tempo desde que o vira pessoalmente porém as mudanças que sua aparência tomaram nesse período em que ficaram longe um do outro, tornaram-se ainda mais perceptíveis em tempo real por assim dizer. Em outras palavras, Eleven estava um tanto admirada no quanto ele parecia ainda mais bonito enquanto ela parecia poder sentir sua própria beleza decrescendo a cada dia que se passava.

Suspirou contrariada entortando suavemente seus lábios. Podia ser diabolicamente lindo entretanto continuava sendo um dos seres mais irritantes que conhecera em toda sua vida, não que tivesse conhecido muitas pessoas.

- Seu algodão doce – Estendia a grande nuvem cor-de-rosa açucarada em sua direção enquanto segurava um bonito balão verde em sua outra mão.

- Obrigada – Sorriu tomando o doce em mãos.

Mike se sentou ao seu lado em silêncio. Logo estava brincando distraidamente com o barbante que impedia que o balão voasse para o céu. Eleven o observava disfarçadamente enquanto sentia seu doce derreter em sua boca.

- Então – Ela pigarreou afim de eliminar o silêncio perturbador que se instalou entre os dois – Como foram os estudos? Legais?

O Wheeler sorriu satisfeito.

- Não há muito o que dizer, você sabe, a maioria das coisas que eu lhe dissesse, simplesmente não entenderia.

Algo como uma pontinha de raiva transpareceu pela face de Eleven que deixou seu doce de lado por um momento.

- Está me chamando de burra? – Arqueou uma de suas sobrancelhas não fazendo nenhuma questão de esconder seu tom acusativo. Mike rolou seus olhos.

- Obvio que não. Disse que não saberia porque seria complicado para mim lhe explicar os nomes que usam, as técnicas e afins, além disso, você é desatenta – Voltou a dar de ombros.

- Não vejo problema nisso.

- Estaria pensando em algo como métodos de como preparar uma salada de tomates em marte enquanto eu estaria lhe contando toda uma parte histórica importante e então quando lhe questionasse afim de saber se ouviu o que lhe disse, me daria um daqueles seu sorriso amarelado torto.

- Eu não faria isso! – Estourou. Logo estava franzindo seu cenho pensativa o deixando confuso – Se bem que, preparar uma salada de tomate em marte deve ser algo único.

- No mínimo memorável – Sorriu. Eleven fez o mesmo.

Ela procurou permanecer em silêncio.

Apesar de outrora ter repassado diversas e diversas vezes como seria quando Mike voltasse, simplesmente não conseguia pensar em assuntos interessantes – e até mesmo agir naturalmente -, agora que ele estava ali, bem ao seu alcance, o que de certa forma a deixava frustrada.

O Wheeler pigarreou ainda com o barbante enrolado entre seu dedo mediano e o indicador.

- Não pensei que fosse ser assim – Admitiu jogando as mãos para o ar.

- É, creio que nem eu – Deu de ombros – Eu só... sei lá, parece que os poucos assuntos que surgem em minha mente não parecem estar à altura de serem discutidos, entende?

Ele assentiu.

- Visto o silêncio esquisito que se formou, acho que qualquer coisa que diga será bom – Sorriu daquele modo que parecia que apenas ele sabia fazer. Doce, reconfortante e até travesso.

Eleven encaixou seu corpo contra o dele, se apoiando. Ele ainda cheirava como aquelas balas de mercearia sabor menta, além de alguma coisa semelhante a sabonete. Mike arfou um tanto surpreso. Por fim acompanhado de um suspiro, disse:

- Senti sua falta – Ela podia facilmente captar o modo manhoso e sofrido que o Wheeler utilizara para dizer aquela frase.

- Pareceram anos – Murmurou baixinho quase como se estivesse lhe contando uma espécie de segredo íntimo.

A ponta dos dedos de Mike tatearam a face de Eleven estacionando em seu queixo, feito isso, puxou-a para cima afim de fazê-la olhar diretamente em seus olhos. Ela fechou seus olhos, se permitindo sentir aquele toque.

- Só estou aqui porque... – Inspirou cansado, Eleven sabia que não era apenas um cansaço físico mas emocional também – Bom, porque precisei buscar algumas coisas na casa dos meus pais e, precisava ver você – Sua voz vacilou. Ela teve vontade de lhe abraçar forte – apesar de ainda ter aquele súbito desejo de estapeá-lo até não poder mais -, no entanto se conteve.

- O que quer dizer? – Levantou ainda mais seu olhar, encaixando seu queixo no espaço de seu ombro.

- Terei que voltar para o exterior logo durante a madrugada. Queria que minha estadia fosse permanente mas...

- Eu já imaginava que não fosse ficar por muito tempo – Sorriu, estava tão cansada quanto ele.

- Quando eu enfim terminar esse curso e for bem rico e famoso – E lá estava ele, o sorriso o qual ela tanto oscilava entre amar e odiar, começava a criar curva nos lábios de Mike – Vou me casar com você.

Os lábios de El se abriram involuntariamente num perfeito O, ao mesmo tempo que seus olhos se arregalaram suavemente.

Ela forçou uma tosse como se estivesse limpando sua garganta. Não era comum jovens da idade deles mencionarem casamento no meio de diálogos.

- Casar? – A voz embargou.

- Você gosta de mim, não gosta? – Arqueou uma de suas sobrancelhas.

- Gosto – Assentiu – Claro que gosto, não te aturaria se não gostasse.

- Então – Ele sorriu aliviado – Casar é o que pessoas que se gostam geralmente fazem.

Eleven lambeu os lábios que outrora estavam secos. Não fazia a mínima ideia do que pensar em relação aquilo. Suspirou.

- Eu realmente acho que está sendo um pouco... adiantado – Fez questão de dar ênfase a última palavra afim de alertá-lo indiretamente.

- Hm... você diz como se fôssemos nos casar amanhã – Riu – Quanto tempo acha que vai durar meus estudos? Não é assim de uma hora para outra.

Deu de ombros em desdém.

- Não tinha levado isso em conta – Rolou de olhos de forma tediosa.

- Não sou um lunático. Até lá, vamos estar nos conhecendo melhor, nem que seja por vídeo-chamadas e afins.

El sorriu.

- Estamos combinados então.

- Bom... só tente na próxima vez se vestir um pouco melhor – Ele riu ao ver o sorriso de Eleven se desmanchar, ou pelo menos ria intensamente até levar um empurrão da garota.

- Estúpido – Ela rolou seu olhos bufando.

O sorriso que Mike estampava em seus lábios se alargou; Uma folha que estacionou a pouco sobre a sua cabeça por conta do baque que levou caiu lentamente até pousar em seu colo.

- Eu também te amo – Ele ainda sorria de modo que todos os seus dentes ficassem expostos.

Eleven arregalou seus olhos por alguns segundos. Não era como se fosse acostumada a ouvir aquele tipo de coisa constantemente.

Antes de enfim responde-lo, fixou seus olhos no barbante do balão que Mike segurava se soltar lentamente de seus dedos, voando em direção a grande imensidão azul logo mais acima.

Os dois olharam para o alto.

Ela se viu fechando os olhos sentindo o conforto daquele momento. Era estranhamente bom ter aquele garoto insuportável ao seu lado. Num suspiro abriu um novo sorriso ainda olhando para o céu afim de não encará-lo diretamente.

- É Mike, eu também amo você.

Ela não tinha certeza mas podia perfeitamente senti-lo sorrir assim como ele.



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