História Someone Like You - Chapter XIV: "Sou uma exceção?"

Chapter XIV – "Sou uma exceção?"
Beacon Hills – Califórnia.
Third-Person Narration.

Lydia apoiou-se na parede e Stiles colocou-se em sua frente. A garota o olhou de cima a baixo, sentindo o coração disparado, como sempre ficava quando estava próxima do Stilinski.

— Sem preliminares? – Perguntou sorrindo de lado. – Já disse que fica sexy com esse uniforme? – A ruiva puxou a blusa do lacrosse, fazendo com que Stiles se aproximasse. – Sobre o que quer conversar, Stilinski?

— Eu... – Stiles começou, mas não conseguiu continuar a dizer.

A boca de Lydia estava tão próxima, que ele conseguia pensar somente na sensação de beijá-la. Porque ela tem que ser assim? Ele se perguntava, mas sabia que nunca iria conseguir uma resposta. Lydia era tão... Complexa e complicada. Stiles havia desistido de tentar entendê-la há muito tempo.

— Isso está ficando bom agora... – Ela sussurrou, sorrindo e aproximando-se do moreno.

— Eu quero que pare de provocar Malia. – Stiles falou, interrompendo o momento.

Lydia fitou-o de sobrancelhas arqueadas, e afastou-se imediatamente. Ela iria beijá-lo e ele a negou? É isso mesmo? A ruiva não demonstrou, mas se magoou ao saber que Malia estava vindo em primeiro lugar – nunca havia sido assim.

— Lembra quando você me disse sobre ela e disse que não conseguia sentir nada? Eu disse que você sentia sim alguma coisa, mas você negou, e estava com aquele sorrisinho estúpido no rosto. Vai negar agora, Stiles? – A Martin perguntou, tentando não se abalar.

Sentia-se a ponto de explodir por dentro e nunca havia sentindo-se assim. Stiles estava a proporcionando sentimentos e emoções novas como nunca antes. O garoto não respondeu, então Lydia revirou os olhos rindo secamente e virou-se andando de volta para a arquibancada.

— O sorrisinho estúpido era por sua causa, Lydia – ele respondeu, não sabendo se a ruiva iria escutar.

A garota cessou os passos e virou-se para Stiles mais uma vez, pensando em dizer algo. Ele a fitava esperando qualquer reação, surpreso por ter tido coragem de falar e por ela ter ouvido. Lydia não conseguiu responder nada – respirou fundo e virou novamente, voltando a andar.

As aulas havia finalmente acabado, e Lydia saía da escola acompanhada de Allison, Isaac e Scott. A ruiva não vira Stiles desde o acontecido durante o teste de lacrosse. Mas sabia que não havia conseguido livrar-se do Stilinski – seus pensamentos a torturavam com lembranças enquanto a frase “o sorrisinho estúpido era por sua causa, Lydia” se repetia em sua mente.

Scott havia determinado que fosse todos sair para comemorar – afinal, ele havia conseguido retomar seu trono de capitão do time de lacrosse da escola. Liam não havia conseguido ser tão bom quanto o McCall, mas para Lydia, isso já era esperado.

— Eu fiquei tão nervoso. – O garoto de maxilar torto comentou.

— Eu sabia que você iria ganhar, meu amor. – Allison falou apertando o braço do namorado e deixando um beijo em sua bochecha.

Lydia riu e revirou os olhos. Ela ainda não acreditava como Allison conseguia ser assim com Scott depois de ter feito o que fez com Isaac – o loiro, por outro lado, não aguentava olhar nos olhos do amigo. Sentia um enorme peso na costa somente em lembrar-se, e saber que Allison não sentia o mesmo que ele sentia, o deixava frustrado e de coração partido.

— Era fato, Scott, ninguém aqui joga melhor que você. – A ruiva disse, sorrindo e agarrando o braço Isaac, deitando sua cabeça no ombro do amigo.

Lydia poderia ser o que fosse, do jeito mais amargurado e terrível, mas ela nunca deixaria seus amigos de lado, e mesmo que Isaac não demonstrasse, ela via o quanto ele estava sofrendo por Allison. E a Martin começava a entender o que ele sentia.

— Obrigado pelo apoio, pessoal, o que seria de mim sem vocês? – Scott pergunta, quando alcança sua moto. – Na minha casa hoje, não esqueçam. – O moreno lembra e todos assentem.

Ele deixa um beijo na testa de Lydia, um selinho nos lábios de Allison e acena para Isaac, antes de colocar o capacete e sumir de vista com sua moto.

Lydia olha em volta, sem perceber que procurava por Stiles, sentindo falta do garoto que naquele momento, geralmente, estaria ao lado dela a importunando. Porém, encontra outra coisa.

— Quem é aquele? – Ela pergunta, apontando discretamente para o homem, alto, bonito e de sorriso galanteador.

— Derek Hale – responde Isaac. – É irmão da Cora Hale. – Ele se refere à garota que entrava no carro que o homem estava apoiado.

— Porque nunca o vi antes? – A ruiva perguntou-se, mas Isaac mais uma vez respondeu.

— Ele é lutador. Vive viajando e parece que voltou.

Derek sente-se observado, e automaticamente seus olhos param em Lydia, que não havia desviado o olhar do moreno. Ela joga a cabeça para o lado, mordendo o lábio ao observá-lo melhor. O Hale dá um sorrisinho e balança a cabeça, entrando no carro e sumindo de vista em seguida.

A noite chegou e todos estavam presentes na casa de Scott – com exceção de Stiles, que ainda não havia chegado. Lydia olhava o celular de dez em dez segundos, questionando-se sobre Stuart. Apesar de terem terminado, ela não queria que ele se afastasse. Eles começaram de um jeito bom e teriam que terminar da mesma forma. Sem ressentimentos ou mágoas, apenas a boa, velha e forte amizade que eles sempre tiveram.

A ruiva estava ao lado de Allison, que tagarelava com Kira sobre os jogos da escola. Era engraçado, porque de início, Allison não havia gostado muito da japonesa, mas agora até que se davam bem – pelo menos não se batiam ou se ofendiam. Kira era meio totalmente da paz.

Isaac estava ao outro lado de Lydia e mexia no celular, ignorando o mundo em sua volta. Pela primeira vez, desde que entrara para aquele grupo de amigos, ele se sentia deslocado – talvez pelo fato de ter traído Scott daquela forma tão impura. Definitivamente a culpa vinha pesando. Mas, de qualquer forma, ele agradecia por ter Lydia – a garota fazia de tudo para distraí-lo e tentar melhorar o humor do loiro.

Enquanto isso, Scott estava na cozinha ligando para a pizzaria.

O celular de Lydia apita e ela rapidamente o desbloqueia, percebendo ser uma mensagem de Theo. Já que ela não havia conseguido conversar com Stuart, apelou pelo seu melhor amigo. A mensagem dizia: Ele está em casa, trancado no quarto, não sai por nada e não me deixa entrar. O que fez com meu melhor amigo, Martin?

Lydia sentira seu coração se apertar naquele momento, uma dor involuntária. Ela não queria magoar Stuart, mas não poderia continuar prolongando aquele relacionamento que a deixava tão confusa e enlouquecida. Ela não tinha ideia do que responder e desistiu de digitar qualquer coisa quando a tela do celular escureceu.

— Stuart está bem? – Isaac perguntou e a garota rapidamente negou.

Sentir as lágrimas queimarem em seus olhos era a pior das sensações.

— Eu não queria machucá-lo, Isaac. – Ela respondeu, apoiando a cabeça no ombro do amigo.

— Ele vai entender. Alguma hora vai ter que entender e então vai perceber que foi melhor assim. – O loiro falou, segurando a mão da amiga e a apertando.

Scott voltou para a sala com um sorriso enorme no rosto, e Lydia tratou de se recompor, para não ter de dar explicações a ninguém. O moreno sentou-se ao lado de Allison e no mesmo instante a campainha tocou – o McCall bufou indignado, fazendo a ruiva rir.

— Deixa que eu abro, maxilar torto – ela falou, levantando-se e indo abrir a porta.

Stiles estava deitado em sua cama, descansando – a respiração lenta o aliviava. O Stilinski não se lembrava de quando fora a última vez em que pôde realmente fechar os olhos e descansar seu corpo. Apesar das tentativas de descanso, sua mente estava sempre trabalhando, sempre se questionando, sempre criando paranoias que o faziam se estressar e se cansar.

Já estava pronto para ir à casa de Scott, mas faltava o ânimo para fazê-lo levantar de sua cama. Ouvia as batidas insistentes de Theo na porta do quarto de Stuart, mas Stiles não falava nada – ele sabia que seu irmão estava mal, sabia que tinha parte da culpa por isso e sabia que não poderia se desculpar por algo que ele não se arrepende. Mesmo com tudo que vinha acontecendo, Stiles ainda era apaixonado pela ruiva Martin e não seria Malia a fazê-lo mudar de ideia.

Outra coisa que tomava seus pensamentos: formas de dizer como se sente a Malia, de maneira que não a magoe. Definitivamente, a morena era boa demais para Stiles, ele não a merecia, não conseguiria fazê-la feliz do jeito que ela merece.

E pensava também no que fazer em relação à Lydia – era percebível que a garota havia retomado sua personalidade de antigamente, aquela que Stiles detestava, pois a maioria das vezes ela se sentia superior demais a todos a sua volta e isso o irritava, afinal, ele se incluía. Mas, Stiles se perguntava, será que depois de toda mudança que ela teve, após a pessoa melhor que ela se tornou, seria capaz de voltar a ser exatamente o que ela era antes?

— Mulheres – o garoto resmungou, erguendo seu corpo da cama.

Paralisou no lugar que estava quando ouviu a voz de Malia. O moreno aproximou-se da porta, colando sua orelha na mesma e ouvindo o que a garota dizia.

— Você está bem? – Malia perguntou a Theo, ao vê-lo de cabeça baixa, sentado no corredor, em frente à porta do quarto de Stuart.

Theo olhou para a garota, arqueando uma sobrancelha enquanto tentava lembrar-se qual era o nome dela, mas havia sumido de sua cabeça.

— Não. – Ele respondeu, por fim, dando de ombros.

— Quer me dizer o que aconteceu? – A morena perguntou, sentando-se ao lado do garoto.

— É psicóloga? – Ele questionou, ironicamente.

— Tenho experiência em psicologia infantil. Não acho que a mente de um garoto adolescente funcione diferente. – Ela respondeu, sorrindo sarcasticamente em seguida. – Mas é claro que há exceções. – Completou.

— Sou uma exceção?

— Não te conheço o suficiente para te responder essa pergunta.

O Raeken sorriu, levantando-se do chão e esticando o braço para a garota pegar em sua mão. Theo não poderia negar que Malia havia o interessado, isso era certeza.

— Te dou uma chance de conhecer. – Ele falou.

— O que está insinuando? – Malia perguntou, olhando-o desconfiada.

— Vamos tomar sorvete comigo e se até o fim da noite você não achar que sou uma exceção, faço seu dever de matemática por um mês. – O loiro disse, sorrindo travesso.

— Eu tenho um compromisso com Stiles agora e...

— Stiles já saiu. – Theo mentiu e o Stilinski que escutava tudo do quarto revirou os olhos. Típico, pensou.

— Mas o jipe está ali fora...

— Lydia o buscou. – O garoto a interrompeu, e sua resposta deixou Malia enciumada. – Você vem? 

— Vai me dizer por que estava triste? – A Tate perguntou e Theo fez uma careta pensativa, assentindo em seguida. – Tudo bem. – Ela concordou, pegando em sua mão.

Uma onda de adrenalina correu desde suas mãos, até seus cérebros, arrepiando seus corpos e disparando seus corações. Malia ou Theo nunca havia se sentido assim. O garoto pigarreou e puxou a morena até a saída da casa.

Stiles escutou os passos se distanciando e arqueou uma sobrancelha, percebendo que havia, tecnicamente, levado um bolo de Malia. Ele riu com seu pensamento e pegou o celular e chave de seu amado jipe, saindo do quarto logo em seguida. O moreno parou no corredor e olhou para a porta do quarto de seu irmão e caminhou até a mesma – apesar de não se darem bem, Stuart ainda era seu irmão e Stiles o amava, mesmo que ao mesmo tempo o odiasse. 

O Stilinski ergueu o braço para bater na porta, mas desistiu no último segundo, lembrando-se da briga que tivera com o irmão no refeitório da escola há alguns dias. Última coisa que ele queria era arranjar mais problemas.

Então sem se importar mais ou olhar para trás, Stiles saiu de casa e seguiu para a casa de Scott, onde todos seus amigos o esperavam.