História Someone like you - O início de tudo

Marco sempre gostou de futebol, desde pequeno se identificava com a bola, e aos quatro anos de idade já se destacava com habilidades que só eram vistas em garotos com pelo menos o dobro da idade dele. O pai, Sr. Thomas Reus era um apaixonado por futebol e estimulou o filho a praticar o esporte. Ele e a esposa, D. Manuela, sempre levavam o garoto na escolinha de futebol e acompanhavam nas viagens do time.

A glória para aquela família de torcedores do Borussia Dortmund foi o dia que Marco foi aceito para jogar nos times de base do clube, ele tinha apenas 6 anos, mas sabia que agora estaria onde sempre quis estar. Foram anos aprendendo técnica e comportamento, abrindo mão de diversões para poder focar na paixão pelo futebol. Porém a grande chance de se profissionalizar veio com uma mudança para Ahlen. O time da cidade: Rot-Weiss Ahlen, contratou o garoto de 16 anos para jogar em seu time B. Com 19 anos, foi promovido ao time principal do Rot-Weiss Ahlen e teve sua estréia como jogador profissional. Nesse ano seu desempenho foi tão bom que chamou a atenção de um dos grandes clubes da Bundesliga: o Borussia Monchengladbach que investiu € 1 milhão nesse jovem promissor.

Não foi um começo glamoroso e Marco ficava basicamente na reserva quando era escalado para participar dos jogos. Ele nunca desistiu, mesmo estando em uma cidade, que apesar de não ser tão longe de sua cidade natal – Dortmund – ainda o fazia viver sozinho e afastado da família e dos amigos. Foi somente em agosto de 2009 que Marco fez seu primeiro gol na Bundesliga num jogo contra o Mainz. Daí em diante sua sorte mudou, com muito trabalho ele foi conquistando a confiança do técnico e se firmando como titular. Ele foi se destacando cada vez mais, sendo o artilheiro do time e se destacando na Alemanha.

Seu sucesso chamou a atenção do outro Borussia, o da sua cidade, aquele na qual ele tinha jogado na infância e adolescência e após algumas negociações, ele foi contratado em 2012. Marco estava feliz, voltava para sua cidade, sua família e seu clube do coração.

Com seu retorno a Dortmund, retomou sua amizade com amigos de infância como Marcel Fornell e Robin Kaul. Os três estavam sempre juntos, se divertiam na boate da moda da cidade, na qual Marcel organizava algumas festas, viajavam juntos nas férias aproveitando os locais mais badalados do globo. Essa amizade porém teve um custo, sua namorada de alguns anos Carolin Bohls não resistiu a pressão da nova vida, a influência dos amigos e sendo assim, após alguns meses em Dortmund, o relacionamento acabou, ficando uma amizade, que também não se manteve com o tempo.

Os amigos de Marco gostaram muito da volta dele à cidade, o amigo magrelo agora era um astro do futebol e não só da Alemanha, mas também sendo comentado no mundo após a excelente participação na Champions League. Marco os proporcionava luxos que eles nunca teriam em suas carreiras, isso os tornava amigos leais a um garoto que temia que as pessoas se aproximassem dele pela fama e não pelo que ele era. Marco era tão agradecido aos amigos que emprestava dinheiro e a imagem para que negócios deles tivessem algum destaque.

Como todo jovem, Marco também fazia coisas que não eram muito corretas, principalmente quando estava entre amigos, ia a baladas, bebia, fumava, mascava tabaco... mas o pior foi definitivamente a molecagem de dirigir sem ter licença. A adrenalina de dirigir em altas velocidades era um vício para Marco e o dinheiro que não era mais problema para ele o fez adquirir carros cada vez mais esportivos e velozes, a brincadeira o dava prazer... Até o dia que ele foi pego pela polícia alemã. Ele já tinha recebido algumas multas por velocidade, mas agora a verdade veio a tona: ele dirigia sem ter habilitação e tinha colocado em risco a vida dele e de outras pessoas e isso era inaceitável.

O caso de Marco caiu na mídia, e o garoto que era ídolo para muitas crianças na Alemanha, agora era um vilão e teve um processo contra ele definido e um pagamento altíssimo de multas.

 – Marco, filho, como assim você nunca tirou a habilitação para dirigir? – Thomas estava chocado com a notícia sobre o filho.

– Nunca tive tempo pai, além disso você sabe que eu sei dirigir muito bem.

 – Não justifica filho, isso é contra a lei!

 – E o que é a lei? Quem escreveu isso?

 – Marco, para com isso – o agente dele tinha entrado na conversa – você vai a imprensa dizer que cometeu um erro e pedir desculpas.

 – De jeito nenhum!

 – Ou é isso, ou você está ferrado. Vai perder patrocínios...

Marco pensou por um minuto e acabou cedendo e foi com o agente para um relações públicas estudar o que deveria ser comunicado a imprensa. Thomas ficou olhando o filho se afastar e foi para casa e ficou pensativo o restante do dia.

 – O que foi Thomas, o que te preocupa meu amor?

 – Seu filho Manuela...Marco é um mistério para mim...às vezes é nosso garoto, carinhoso com a família, caseiro...mas às vezes, quando está na companhia dos amigos, vira um moleque irresponsável. Isso me preocupa.

 – Marco é um menino, ele não cresceu. Ele é um garoto de bom coração e família, mas na maioria das vezes atua como um moleque de 12 anos, aprontando para aparecer para um grupo de amigos onde ele é o rei pelo dinheiro e destaque na mídia.

 – Ele precisa crescer...

Marco, desde que começou a apreciar o bom futebol, tinha grande admiração pelo time espanhol do Barcelona: Messi e Iniesta eram seus ídolos. Ele tinha o sonho de jogar no time, mas em sua melhor fase, nas vésperas da Copa do Mundo no Brasil, ele sofreu uma contusão. Perdeu a copa e a chance de transferência para um grande clube, nesse momento sua cabeça quase surtou.

Agora, porém, quase dois anos após a Copa, uma oportunidade tinha surgido. O time do Barcelona tinha sido adquirido por um milionário americano do ramo de tecnologia. O homem estava investindo milhões no time e a saída de Neymar do time após uma proposta irrecusável do Manchester United, abria uma possibilidade de transferência. Os dirigentes dos dois clubes já conversavam e apesar do Borussia querer manter Marco, a proposta era muito boa e o dinheiro os ajudaria a manter Aubameyang e outros jogadores no time.

Alguns meses atrás na America...

Era horário do jantar na mansão da família Allen em Santa Barbara, na Califórnia. Desde que a esposa de Tom Allen havia falecido que o jantar em família era quase uma cerimônia na casa deles.

Anthony Allen era americano da California, passou por uma fase hippie na época da faculdade e foi durante a uma viagem ao Mexico que conheceu a esposa: Isabel. Ela era a filha do dono do melhor hotel da cidade de Los Cabos onde ele foi passar o final de ano com a família. Foi amor a primeira vista de ambos os lados. Ele, o típico americano, ruivo, branquelo e de olhos verdes. Ela, uma mexicana linda, com a pele bronzeada, cabelos negros e olhos castanhos, formas arredondadas de latina com seios fartos e quadril em destaque.

Os dois se casaram em menos de um ano e tiveram duas filhas: a mais velha Alejandra, era idêntica a mãe, linda, com cabelos sedosos...conquistou um sueco que cursava a universidade na California e se casaram. Moravam há três anos na Europa, em Londres e já tinham um herdeiro: Klaus. A filha mais nova, Sophia, era uma boa mistura entre a latinidade da mãe e o americanismo do pai: o corpo vivia bronzeado e o cabelo castanho mais claro devido a ida frequente a praia, o corpo era cheio de curvas como de uma boa latina, ela tinha estatura mediana e olhos claros como o pai.

A família tinha se abalado 10 anos atrás com a doença da matriarca, ela foi diagnosticada com um câncer e em menos de um ano tinha falecido,tinha sido um choque a todos e a família tinha ficado cada vez mais unida.

No jantar, Sophia e o pai comentavam sobre seus dias e falavam de assuntos em geral da mídia e de planos futuros. Sophia tinha duas paixões: esquiar na neve e cozinhar (o sonho de Sophia era ter um restaurante). Esse era o momento dos dois juntos e eles curtiam esse momento do dia que compartilhavam, antes Alejandra fazia parte e agora eram só os dois.

 – Soph, querida, tenho uma novidade.

 – Boa ou má? – Sophia perguntou rindo e piscando para o pai.

 – Para mim excelente – ele riu feliz – Fiz uma aquisição inusitada hoje.

 – O que você comprou? Um carro novo?

 – Na verdade foi um clube de futebol.

Sophia se surpreendeu com a notícia, mas já conhecia da paixão do pai pelo futebol, um esporte quase não praticado nos Estados Unidos e que por essa razão ele seguia o futebol internacional religiosamente.

 – Comprou o LA Galaxy?

 – Na verdade foi o Barcelona da Espanha.

Sophia, que estava tomando água no momento engasgou.

 – Barcelona? Aquele que já foi campeão mundial?

 – Filha, você sabe da minha paixão por futebol, não compraria um time sem expressão.

 – Ah, tá.

 – Eu decidi me mudar para lá para acompanhar as coisas no clube, aqui a empresa vai bem, está estabelecida e encontrei um rapaz ótimo para tocar os negócios.

Sophia estava de verdade surpresa, seu pai se mudaria para a Espanha, ela não se imaginava morando sozinha, sem seu ursinho (que era como ela chamava o pai na intimidade). Ela não gostou do rumo da conversa.

 – Filha, você sabe que o Bill é um ótimo rapaz e ele olha para você com carinho...

 – Pode parar ursinho. Eu não sinto nada pelo Bill além de uma gratidão enorme por ele te fazer relaxar sendo competente nas empresas.

 – Soph querida, você não acha que está na hora de seguir a vida. Já tem um tempo que o Matthew...

 – Eu não quero falar sobre isso ursinho.

Sophia se levantou e foi para o quarto, ela precisava organizar as ideias.