Chara POV
Toquei meu peito, apenas um toque singelo. Em resposta a isso, minha alma saltou para fora, iluminando intensamente todo o ambiente onde estávamos.
Eu juntei minhas mãos em uma concha, para que a alma assim pairasse sobre elas. Seu brilho vermelho era enorme, apesar dos machucados. Havia um desgaste visível para quem a olhasse atentamente, algumas fendas e sulcos onde a luz não era tão forte como em outros pontos, mas eu me surpreendi com a quantidade de brilho que ainda era capaz de emitir.
- P-perfeito! Já podemos c-começar! – Alphys exclamou animada, assim que viu que minha alma estava estável em minhas mãos. Ela saiu apressada para a sala ao lado, talvez pretendendo buscar alguma coisa.
Olhei hesitante para Asriel, que estava de pé ao lado da cadeira onde eu estava sentada, e ele acenou positivamente com a cabeça para me encorajar. Olhei para o outro lado, onde estava Frisk, e ela abriu um sorriso gentil e tranquilizador.
Encostada na parede bem a minha frente, estava Undyne, que me observava de braços cruzados.
- Você consegue, Punk! – Ela me encorajou sorrindo largamente, e eu retribuí, me sentindo mais tranquila do que antes.
Não muito depois, Alphys retornou carregando vários fios.
Extremamente cuidadosa, ela ligou cada um deles à minha alma, e as outras pontas foram conectadas a um grande monitor que estava ao meu lado.
- M-muito bem! Perfeito! - Ela disse, ao terminar todas as conexões. - A-agora basta e-esperarmos um pouco.
A grande tela permaneceu escura por alguns momentos, nos quais todos os presentes na sala olhavam ansiosamente para ela. Então, vários dados começaram a surgir de repente, em letras extremamente pequenas e esverdeadas, quase ilegíveis, enchendo a tela tão depressa que logo o espaço foi insuficiente. Os dados então corriam para cima, dando espaço aos novos que eram coletados e apareciam na tela tão rapidamente que quase não era possível acompanhar com os olhos.
- Tanta coisa! - Exclamou Frisk ao meu lado, atenta às informações que não paravam de surgir no monitor.
- S-sim! A alma h-humana é extremamente c-complexa e r-rica em informações que demoram muito a s-ser identificadas e e-estudadas. - Alphys também parecia maravilhada com a quantidade de informações que estava obtendo da minha alma, que continuava a brilhar em minhas mãos cuidadosas. - C-com todos esses d-dados disponíveis, eu d-devo concluir a pesquisa s-sobre eles em aproximadamente um ano, e depois disso j-já será possível moldar uma a-alma artificial!
- Isso é ótimo! - Undyne exclamou de onde estava. - Estou orgulhosa de você, Alphys.
- Undyne... - Alphys havia passado instantaneamente de amarelo para vermelho vivo, sorrindo carinhosamente para a ruiva. - N-não conseguiria n-nada disso s-sem a ajuda de Chara...
- Mas é claro! A grande nerd e a nerdinha trabalhando juntas só poderia resultar em algo assim! - Ela sorriu encorajadora, e eu não pude deixar de retribuir.
- São realmente muitos dados. - Asriel olhou de soslaio para o monitor que se enchia de informações a todo segundo. A maior parte dos seus olhares, no entanto, eram direcionados a mim. Talvez ele estivesse com medo de que eu tivesse outra crise como na semana anterior, ou arrancasse todos aqueles fios da minha alma e fugisse?
Seja como fosse, permaneci o mais calma que podia. Meus olhos ardiam um pouco, e os pesadelos haviam voltado. Eles nunca realmente se foram, mas com o passar dos anos, diminuíram consideravelmente. Naquela semana que seguiu a conversa sobre aquele experimento, porém, eu havia voltado a sonhar quase diariamente com coisas tão horríveis que acordava ofegante e assustada na madrugada, e era difícil voltar a adormecer.
Não devo ter feito a melhor das expressões ao lembrar daquilo, porque Asriel pousou uma mão no meu ombro, me tranquilizando.
Sorri minimamente pra ele em resposta, numa tentativa de mostrar que estava bem. Seu olhar, porém, continuava preocupado.
Ficamos mais algum tempo daquele jeito, os olhos de todos passeando na enorme tela e na minha alma conectada pelos fios, atentos a qualquer reação anormal, mas tudo correu bem.
As informações que passavam na tela aos poucos começaram a ficar mais lentas, preenchendo a tela cada vez mais arrastadamente, até que por fim pararam.
- Acabou? – Questionou Undyne.
- P-parece que sim. – Alphys correu até o monitor, onde começou a manusear o teclado logo abaixo com dedos hábeis, e olhos bem fixos na tela.
- Deu certo, Alphys? Chara, você está bem? – Os olhos de Frisk correram da cientista até os meus, cintilando de expectativa.
- Estou bem. – Respondi, arrancando um sorriso aliviado dela.
- P-perfeito! - Exclamou Alphys, com um sorriso no rosto. - T-todos os dados foram devidamente c-copiados e armazenados!
Um sorriso aliviado se desenhou no rosto de todos ali.
- Muito bem, vocês duas! - Undyne nos parabenizou, caminhando até onde Alphys estava para acariciar o topo da cabeça dela, que corou fortemente e devolveu o sorriso, nervosa.
- M-muito obrigada, s-senhorita Chara, tudo t- teria sido impossível s-sem você.
- É um prazer poder ajudar. - Abri o melhor sorriso que eu podia para ela. Não era uma mentira de todo, eu realmente sentia uma gratidão genuína por todos e queria de fato ajudar.
Eu estava vivendo um paradoxo na minha cabeça, pois ao mesmo tempo em que eu tinha desejo de ajudar a libertar a todos, tinha medo de que aquilo de fato funcionasse, e eu voltasse a ver a luz do sol... E as pessoas que me odiavam lá em cima.
- Estou tão feliz que tudo correu bem! Tenho certeza de que todos os pedidos gravados nas Echo Flowers serão atendidos em breve! - Frisk exibia também um enorme sorriso, seus pequenos olhos dourados cintilando com esperança, enquanto que Asriel continuava em silêncio.
Alphys veio até mim e cuidadosamente começou a desconectar de minha alma todos os fios que nela estavam ligados. No final, eu a conduzi de volta para dentro do meu peito, a brilhante luz dissipando-se e diminuindo a iluminação do local.
Por fim, Alphys prometeu a Asriel que assim que tivesse algum resultado na pesquisa, enviaria imediatamente um relatório à Asgore, fosse ele positivo ou negativo.
Undyne deu a desculpa de que não tinha mais tarefas aquele dia, apenas para convidar Alphys para uma sessão de anime juntas no andar de cima do laboratório, e ela prontamente aceitou.
- Aaah, como é quente... - Frisk reclamou, serrando os olhos e abanando-se com a mão, assim que saímos do laboratório. - Morar em um lugar gelado realmente me deixou mais intolerante ao calor...
- Vamos todos tomar Nice Cream? - Convidei, olhando para Asriel ao meu lado e depois para Frisk.
- Na verdade... - Ela corou levemente, e eu não saberia dizer se foi pela temperatura do lugar ou por algo que passou pela cabeça dela. - Sans está em um posto aqui em Hotland hoje, e me pediu que passasse lá quando terminássemos no laboratório.
Oh, o motivo do rubor estava explicado agora.
- Sem problemas, irmãzinha. Vá ver o seu Sans. - Pisquei pra ela, que soltou um risinho nervoso, o rubor em seu rosto intensificando-se.
Ela se foi então, deixando eu e Asriel sozinhos na porta do laboratório.
- Se achar que eu sou uma companhia tão boa quanto Frisk, podemos continuar com o plano do Nice Cream. - Ele comentou, sorrindo fraco sem olhar para mim.
- Parece bom. - Devolvi o sorriso preguiçoso. - Mas eu definitivamente não gosto de Hotland. Também não estou com muita vontade de pegar o elevador do Core e voltar à capital agora, então quer adivinhar para onde eu quero ir?
- Hm... - Ele fingiu pensar, colocando a mão sobre o queixo. - É uma pergunta difícil... Mas vou arriscar que você quer ir para Waterfall.
- Idiota. - Soquei de leve o ombro dele e arrancando um risinho. É claro que ele sabia que lá era o meu lugar favorito. – Acertou. Vamos para o nosso lugar.
Asriel POV
Por fim chegamos onde queríamos. Meus dedos estavam entrelaçados com os de Chara enquanto andávamos, e ela havia permanecido em silêncio a maior parte do trajeto, ocupada demais com o Nice Cream de chocolate que eu havia comprado para ela.
Seus olhos rubros pareciam um pouco preocupados e perdidos. Naquele momento, eu não conseguia decifrá-los.
Por mais que ela houvesse insistido durante toda aquela semana que estava bem, que havia se tornado confortável com aquela ideia, algo sempre me dizia que ela não estava. Estava escondendo seus sentimentos de novo, para que ninguém se preocupasse, para que ninguém a julgasse.
Ela havia se permitido quebrar por um instante, onde terminei com os braços cheios de uma Chara em prantos. Depois daquele dia, porém, ela adquiriu uma expressão dura e imutável, como se o sorriso falso tivesse sido esculpido em seu rosto. Ela mantinha a gentileza, mas suas ações pareciam programadas e pensadas.
Eu me perguntava se algum dia Chara poderia ser completamente curada dos traumas que a assombravam.
Ela sempre carregava aquele brilho nos olhos, no entanto, quando estávamos naquele lugar. Waterfall era capaz de fazer com que Chara se esquecesse de suas preocupações nem que fosse por um instante. Ela poderia estar chorosa porque caiu enquanto brincávamos pelo castelo e ralou os joelhos, ou emburrada porque a receita de torta que testamos juntos não deu certo e ficou ruim.
Bastava entrarmos naquela área bioluminescente do subsolo para que ela exibisse aquele sorriso tão lindo.
Atravessamos juntos os longos corredores, passamos pelos lagos cintilantes, a sala dos cogumelos, onde os tropeços que demos no escuro conseguiu arrancar leves risadas de Chara.
Até que por fim chegamos ao destino final, a sala dos desejos. Enfeitada com tantas Echo Flowers que não era possível contar, e os pontos dourados enfeitavam o ar que tremeluzia com a claridade emitida pelas flores. O teto, cravado de pedras cintilantes, era o mais próximo que tínhamos de um céu estrelado ali.
Caminhamos até a flor mais conhecida por nós e nos sentamos um de frente para o outro. Chara debruçou-se até a flor brilhante para ouvir suas palavras, gravadas ali havia tanto tempo.
“Meu desejo é algum dia ver o céu estrelado da superfície”, a flor repetiu a mensagem gravada por mim tantos anos antes.
Não muito longe dela, a outra flor tinha outra mensagem gravada. “O meu desejo... É libertar todos vocês.”
Chara franziu o cenho, provavelmente incomodada com as lembranças do dia em que gravara a mensagem naquela flor. Afinal, foi quando ela tomou a decisão de sacrificar-se para quebrar a barreira.
- Lembra da primeira vez que viemos aqui? – Eu quebrei o silêncio por fim, e ela levantou os olhos da flor para me fitar.
- Como eu poderia me esquecer? – Disse por fim, mordiscando levemente seu Nice Cream. – Eu estava tão perdida e assustada, Az.
- Você continua preocupada, não é?
- Eu estou percebendo que não poderei fugir do meu passado para sempre. Alguma hora ele vai acabar vindo à tona. Eu posso viver o tempo que for aqui embaixo com vocês, mas lá em cima... Eu continuo temendo a todos, e não consigo imaginar um futuro para mim...
- Você pode sonhar muito maior do que passar a vida enclausurada nesse subsolo, Chara. Há um futuro para todos nós fora daqui.
- Até para alguém que foi amaldiçoado por todos? – Ela deu um sorriso triste, me olhando nos olhos.
- Eles podem pensar o que quiserem sobre você. Não importa, e se algum dia sairmos daqui, vamos para bem longe dessas pessoas ruins. Se alguém tentar algo contra você, vai se arrepender muito.
Ela continuou em silêncio, fitando seu Nice Cream. Deu mais uma leve mordiscada e por fim levantou os olhos.-
- Sabe, Az. Independente de como seja o futuro, acho que não me importo. Sou capaz de aguentar o que quer que seja... Contanto que você esteja junto.
Não sei a cara que eu fiz ao ouvir aquilo, mas pareceu ter divertido Chara, que soltou um risinho.
- Oh, eu acabei te constrangendo, Sua Alteza. Sinto muito.
- Não comece com isso, Chara, por favor. – Virei os olhos, mas não consegui conter o pequeno sorriso que se desenhou no meu rosto ao ver Chara sorrir também.
- Senão...? – Ela soava provocativa, tirando mais um pedaço do Nice Cream e tendo os olhos bem postos sobre mim, o vermelho queimando mais vivo que nunca.
- Senão Sua Alteza vai ter que encontrar um modo para te castigar, teimosa.
- Tente, se conseguir. – Ela riu divertida.
Não precisava ouvir mais nada. Com um rápido impulso saltei sobre ela, que prevendo meus movimentos, esquivou-se para o lado, ainda rindo.
- Você realmente quer fazer isso, Chara...? Porque me parece a oportunidade perfeita para a revanche de todos esses anos que você me deixava sem ar de tantas cócegas.
- Tente me pegar. – Ela empurrou o resto de seu sorvete para dentro da boca, apoiando em seguida as duas mãos no chão para ganhar impulso.
A brincadeira de gato e rato começou. Chara esgueirava-se com facilidade por entre as Echo Flowers, olhando por vezes para trás com um enorme sorriso no rosto para ver se eu a estava alcançando.
Ela mantinha uma distância segura de mim até o final da sala dos desejos, mas eu apressei o passo e fiquei bem perto de alcançá-la.
Sem olhar para trás, ela atravessou a sala dos cogumelos numa velocidade incrível, mesmo que o escuro fosse absoluto. Demorei mais tempo do que ela para sair de lá, e com isso, nossa distância novamente aumentou.
- Já cansou? Eu ainda nem comecei! – Ela virou para trás após um tempo, ofegante.
- Não perca tempo conversando, vai perder o fôlego desse jeito! – Respondi, encurtando o espaço entre nós.
Ela voltou a correr pelo longo corredor, rindo, até que viu para onde estava indo. O lago estava bem a sua frente. Ela parou de repente e me estendeu a mão. Assim que eu a toquei, ela deu um sorriso malicioso e me empurrou para a água, sendo puxada por mim logo em seguida.
- Eeeeeei! – Protestei, assim que imergimos. – Por que fez isso?
Ela deu de ombros e saltou sobre mim, nos derrubando na água de novo. Por mais que eu tentasse me esquivar, Chara era ágil, e ela logo tinha o controle da situação, me enchendo de cócegas enquanto ria mais do que eu mesmo.
- Chara... Por... Favor... – As palavras saíam entrecortadas, enquanto eu tentava me livrar dela. Após um tempo, as posições finalmente se inverteram na água, e eu consegui prender suas mãos nas minhas.
Ela estava agora escorada na borda do lago, comigo sobre ela. Olhava para mim com a franja molhada que pingava gotas d’água em seu rosto, e a cintilância da água dava um ar ainda mais intenso para seus olhos.
Seu sorriso aos poucos foi morrendo, enquanto ela continuava me fitando.
- Se lembra de que sempre fazíamos isso quando éramos crianças? – Ela sussurrou.
- Claro que sim. Agora mesmo acabamos de agir como duas crianças. – Ri fraco.
Chara levou uma mão hesitante ao meu rosto, me olhando tão intensamente que eu não era mais capaz de enxergar nada ao meu redor que não fosse ela.
- Asriel... – Ela sussurrou, e me puxou para mais perto, agarrando-se ao meu suéter encharcado. A distância entre nós agora era tão mínima que eu podia sentir sua respiração quente, levemente descompassada. O motivo eu não saberia dizer.
O celular tocou de repente, e nós dois nos separamos com o susto num pulo. Chara levantou-se da água rapidamente, tirando o aparelho do bolso e atendendo prontamente.
- Oh, mãe. Sim, estamos juntos. Viemos passear em Waterfall. Sim, tudo correu bem, eu estou bem. Já iremos voltar. – Ela falava de costas para mim, enquanto eu me levantava também e tentava torcer de qualquer jeito minhas roupas encharcadas.
Sorriu encabulada para mim assim que desligou o celular, o rosto em um vermelho moderado e o olhar evitando o meu.
- Então, vamos?
.................
Devo admitir que foi um tanto engraçado ser repreendido e mandado para o banho pela nossa mãe assim que pisamos em casa e ela nos viu naquele estado deplorável. Exatamente como quando éramos crianças e chegávamos daquele jeito depois de um dia de brincadeiras.
O resto do dia passou tranquilamente. Teve torta de lesmas para o jantar, onde ouvimos a história orgulhosa de como foi difícil adquirir aquela nova receita de lesmas altamente selecionadas. Ninguém ali era realmente fã daquela torta, mas comíamos para agradar minha mãe.
Chara foi bombardeada pelos nossos pais com perguntas sobre o experimento que tinha ocorrido pela manhã. Se estava bem, como estava se sentindo, se havia sido complicado. Ela não parecia mais tão tensa como antes, e respondeu a todas as perguntas calmamente.
Mais tarde, ela recebeu uma ligação de Frisk e as duas passaram horas se falando. Eu liguei então um filme qualquer na televisão para passar o tempo.
O filme estava quase no fim quando Chara apareceu na sala escura. Já estava de pijama, uma calça cinza larga e blusa da mesma cor, tão grande que chegava quase aos seus joelhos. Tinha os olhos pesados e parecia extremamente cansada.
- O que está assistindo? – Murmurou, e eu só fui capaz de ouvi-la porque era o único som na sala escura e silenciosa, e o volume da televisão estava baixo.
- Não sei o nome do filme, só queria passar o tempo. E você, o que faz acordada ainda? Está com uma cara péssima. – Brinquei, e ela deu um meio sorriso.
- Só queria te ver antes de ir deitar. Boa noite.
Com um suspiro, desliguei a televisão com o controle e me pus de pé.
- Vou te acompanhar até o quarto para ter certeza de que não vai dormir no meio do caminho, ou entrar no quarto errado por engano.
Ela riu fraco e seguiu na frente pelo longo corredor, até chegar em seu quarto.Arrastou-se até a cama, deitando-se e puxando as cobertas até o queixo.
- Boa noite, Chara. – Sussurrei antes de caminhar até a porta. Até que eu a ouvi chamando meu nome.
- Asriel? – Não era mais que um murmúrio.
- Hm?
- Asriel... Espera. – Ela disse novamente, e eu me virei, mal podendo ver o seu rosto em meio à escuridão do quarto que já tinha as luzes apagadas. Percebi-a remexendo-se inquieta sob as cobertas, e então, um sussurro que eu nem tinha certeza de que realmente esteve lá preencheu meus ouvidos como música.
- Dorme comigo?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.