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História Something Entirely New - Especial - What I Like the Most


Escrita por: SweetBabyBlue

Notas do Autor


Hey! Olha quem voltou de viagem ontem e veio postar :3
Aqui está o especial que eu prometi, ele acabou ficando maior do que eu imaginava, desculpem mas não deu pra evitar ~ Bem, lembram no capítulo do aniversário de Asriel, em que eles comentaram sobre uma certa travessura que fizeram no aniversário de 13 anos da Chara? Eu decidi contar sobre esse dia, nesse especial.
Espero que gostem e boa leitura

Capítulo 22 - Especial - What I Like the Most


Fanfic / Fanfiction Something Entirely New - Especial - What I Like the Most

Chara POV

- Chara! Ei, Chara! – Eu ouvi alguém me chamar, me despertando lentamente. Abri os olhos minimamente, minha vista ainda estava embaçada por conta do sono.

- Asriel...? – Minha voz saiu rouca, voz de quem ainda não estava completamente acordada. Eu demorava muito para funcionar perfeitamente pela manhã. Mesmo assim, consegui completar a frase. – O que foi? Hoje não tem aula...

- Não tem! Mas hoje é seu aniversário, Chara! – Ele soava tão entusiasmado. Como conseguia estar tão animado pela manhã? Tudo o que eu queria era voltar a dormir, mas não me parecia que ele permitiria.

- Vamos, levanta logo daí! Eu tenho uma surpresa para você! – Ele continuou, me chacoalhando no meio dos meus cobertores. Gemi em desgosto, me encolhendo mais na cama, como se aquilo fosse de alguma forma fazer com que ele desistisse. Mas Asriel era persistente no que queria, ainda mais quando se tratava de algum assunto que o entusiasmasse.

- Tá bem, eu já entendi! Já vou! Só me dê dez minutos, eu ainda não consegui voltar completamente do mundo dos sonhos. – Murmurei, fechando os olhos.

- Charaaaaaa! – Ele resmungou. – Você pode dormir todos os dias, mas o seu aniversário é apenas uma vez por ano! Vamos lá, eu prometo nunca mais vir ao seu quarto te acordar, mas levanta, vai!

Havia apenas um ano que eu me mudei do quarto de Asriel. Sentia falta, mas segundo Toriel, já tínhamos idade suficiente para que cada um tivesse seu próprio espaço. Algumas noites eu ainda tinha sonhos ruins, e desejava que Asriel ainda estivesse ao meu lado para que eu pudesse escapar para sua cama e segurar sua mão, embora agora já estivesse um pouco mais habituada com aquele quarto particular. Só era muito difícil mantê-lo organizado, talvez fosse um ponto fraco meu.

Ele também não parecia ter se habituado muito bem com a minha mudança, por mais que nossos quartos fossem separados por menos de dez passos. Era comum que ele viesse até o meu quarto pela manhã me acordar por qualquer motivo aleatório que fosse. Sempre dizia que aquela era a ultima vez, mas acabava por voltar. Eu já sabia disso, e deixava a minha porta destrancada para quando ele viesse. Fosse para me acordar quando eu me atrasava para a escola, para me apressar para algum compromisso ou me convidar para alguma brincadeira.

Às vezes ele também aparecia pela noite, quando todos em casa já estavam adormecidos. Empurrava a porta com cuidado para que não rangesse e se recostava na minha cama, enquanto conversávamos sobre qualquer assunto. Falávamos sobre nada, e ao mesmo tempo sobre tudo, até que o sono por fim chegava, e ele voltava ao seu quarto. Asriel costumava dizer que conversar comigo o ajudava a dormir melhor, e eu sempre sorria ao ouvir isso, pois era exatamente assim que funcionava comigo também.

- Certo, certo! Você venceu! Já estou levantando, seu teimoso! – Gemi por fim, cedendo. Era difícil dizer não quando ele me pedia daquela forma. Na verdade, era quase impossível negar o que quer que fosse para Asriel. Aquele pequeno teimoso, que já não era mais tão pequeno assim, era meu ponto fraco.

Preguiçosamente me esgueirei para fora da cama, soltando ainda um longo bocejo no processo. Já pensava nas duas únicas coisas que ajudavam o sono a dispersar aos poucos: Chocolate e café. Eu me perguntava como consegui sobreviver tanto tempo sem aquelas duas coisas, principalmente sem chocolate.

- Quer ficar aqui para me ver trocar de roupa também? – Perguntei a Asriel com um sorriso torto.

- A-ah! C-claro que não! – Ele apressou-se em responder, corando profundamente, e eu ri.

- Não sei por que fica envergonhado assim, já que sempre tomávamos banho juntos antigamente. Espere lá fora então, bebê chorão, eu prometo que não vou demorar. – O empurrei delicadamente para fora do quarto, e ele cedeu sem protestar, e por fim consegui fechar a porta.

Suspirei longamente, me espreguiçando e indo em direção ao guarda-roupa. Procurei por algo no meio daquela bagunça que eu não conseguia nunca organizar, e por fim escolhi nada diferente do usual: Moletom e meia-calça. O que mais me agradava era o moletom verde que usava quando criança. Claro que não era o mesmo daquela época, mas pedi a Toriel que me fizesse um exatamente igual, mas do meu tamanho. Já havia um bom tempo que eu estava ali, afinal, e havia crescido bastante. Hoje era meu aniversário de treze anos.

Me vesti às pressas, escovei os dentes e penteei os cabelos, optando ainda por amarrar uma fita cor de rosa na lateral dele. Ora, era meu aniversário, querer me enfeitar um pouco era normal, não? Eu poderia ficar bonita, ainda mais que as mangas longas e a meia calça escondiam as cicatrizes em meu corpo que eu odiava.

- Asriel? – Chamei, abrindo a porta do quarto. O corredor estava vazio, no entanto.

- Chara!  Aqui! Vem, rápido! – Ele exclamou alegre, do outro cômodo da casa.

Caminhei com calma pelo corredor silencioso, alcançando Asriel, por fim, no hall de entrada. Ele pegou na minha mão e me puxou até a sala, depressa. Sorri de canto, acompanhando o ritmo animado dele. Como ele conseguia ter aquele bom-humor pela manhã? Ah, esqueci. Eram exatamente por aqueles pequenos detalhes que eu o amava tanto.

- Feliz aniversário, Chara! –Toriel exclamou assim que entramos no cômodo. Ela segurava uma enorme torta de chocolate enfeitada com glacê.

Na mesa, estava disposta uma variedade enorme de sucos, chás, bolos, frutas e todo um café da manhã mais farto do que eu jamais havia visto. 

- Chara, fui eu quem ajudou a mamãe a fazer essa torta, sabia? Aliás, fui eu quem pediu a ela que fizesse do seu sabor favorito! – Asriel estava eufórico.

 Asgore já estava acomodado em sua cadeira, segurando uma xícara de chá e me abrindo um largo sorriso. 

 - Feliz aniversário, minha querida filha. - Percebi com surpresa que ele usava o suéter que eu tinha feito à ele alguns anos antes. "Mr. Dad Guy" era o que estava escrito, de maneira bastante infantil. Eu não levava muito jeito com coisas manuais, e mesmo assim ele guardava aquele suéter consigo ainda agora, o que me deixava feliz e ao mesmo tempo, envergonhada.

Pisquei duas vezes, um pouco desconcertada, e senti meu rosto esquentar. No entanto, antes que eu tivesse a chance de falar qualquer coisa, Asriel saltou sobre mim, me abraçando com tanta força que eu mal consegui me mexer. 

 - Feliz aniversário, Chara! Tá ficando velha! - Ele exclamou, e eu por fim sorri, retribuindo o abraço dele. 

 - Certo, Asriel, deixe sua irmã respirar. Eu sei que essa ideia não te agrada muito, mas divida ela conosco ao menos por hoje. - Toriel disse com um sorriso divertido.

 - Mãaaaaae! - Ele reclamou, fazendo um bico indignado.

Segui até a mesa, enchendo meia caneca de café e completando com leite. Depois, a estendi para Asriel, sabendo o quanto ele odiava café.

- Não quer um pouco? – Provoquei com um meio sorriso.

- Eeew! Chara, você sabe que eu odeio café! É muito amargo!

- Seu bebê chorão. – Fingi ralhar com ele, levando a caneca à boca.

Toriel riu, depositando a torta na mesa, junto das outras comidas e bebidas. 

 - Ainda falta uma pessoa, não é mesmo, Tori? - Asgore comentou, levando a xícara de chá à boca.

 Mal ele terminou de falar aquilo, e a campainha soou três vezes seguidas. 

 - Oh! Falando nela! - Toriel riu. - Chara, vá abrir a porta, deve ser sua irmã. 

 - Frisk veio... - Senti um sorriso se abrir no meu rosto. Frisk tinha vindo de Snowdin para me ver? Não achava que merecia tanto. 

Corri até o hall com Asriel em meu encalce, destrancando e abrindo a porta de entrada o mais rápido que podia.

Frisk estava com um enorme sorriso, seus olhos dourados brilhavam mais do que de costume e ela usava um delicado vestido azul claro, adornado por uma faixa vermelha na cintura.

E ela não estava sozinha. Ao seu lado estava Sans, que mantinha sua mão bem apertada a da pequena garota ao seu lado. “Sempre tão protetor”, pensei comigo mesma, sorrindo.

- Chara! Feliz aniversário! – Ela gritou, libertando-se da mão de Sans assim que entrou e jogando-se nos meus braços. Eu cambaleei um pouco para trás, lutando para manter o equilíbrio, mas por fim consegui me firmar onde estava, passando meus braços em torno da pequena que já tinha quase o meu tamanho. Frisk tinha apenas onze anos, mas era mais desenvolvida do que eu, naquela idade.

- Irmãzinha... Você veio. Muito obrigada... – Murmurei, ainda abraçada a ela.

- Parabéns, pivete. Tá ficando idoSSa. – Sans não desperdiçou a oportunidade, e eu virei os olhos, não conseguindo evitar a risada que me escapou,

- Eu sei que hoje à noite tem a festa, mas eu pedi ao Sansy que me trouxesse pela manhã até aqui. Podemos maratonar o programa do Mettaton até o final da tarde, eu trouxe vários CD’s comigo! – Ela exclamou animada, libertando-se do abraço e indo até o esqueleto que trazia uma mochila cor de rosa no ombro, provavelmente de Frisk.

- Heh, acho que já vou indo então, não quero estragar o dia em família. – Sans entregou a mochila à Frisk, já dando meia volta, mas a pequena agarrou sua jaqueta azul desgastada.

- Não! Você fica, Sansy! Com você será muito mais divertido! - Frisk protestou, com a voz chorosa.

Sans a encarou relutante, e por fim semicerrou as orbes.

- Tá bem, tá bem. Se não se incomodam, eu não consigo dizer não quando a Kiddo me olha com essa expressão.

- Oba!! – Frisk deu pulinhos de alegria. – Vamos, vamos! Eu trouxe chocolate na minha mochila também! Oh, já tem uma torta de chocolate na sala, mas o que importa? Hoje é o dia da Chara!

O resto da manhã passou rápido, rápido até demais. Era sempre assim quando eu estava com meus amigos, afinal. Não saberia dizer quantos chocolates foram consumidos, Frisk havia trazido uma quantidade absurda deles em sua mochila. Como era meu aniversário, não me importei em passar um pouco da conta. Eu queria engordar um pouco, afinal.

Asgore teve que sair, ele era sempre muito ocupado, e no entanto, Toriel tirou o resto do dia livre, para que pudesse ficar conosco.

Ela e Sans compartilhavam do mesmo gosto por piadas ruins e trocadilhos infames, portanto, como era de se imaginar, o nosso dia foi repleto deles, e eu sinceramente não conseguia dizer qual dos dois era pior. Eu e Asriel achávamos graça, apesar de virarmos os olhos, mas Frisk sempre ria abertamente.

- Bem, minhas crianças, o final da tarde já está aí, o que acham de dar uma olhada nas roupas que eu encomendei para esta noite? – Toriel exclamou animada, após algumas boas horas de Mettaton na televisão.

Suspirei, ouvindo Asriel fazer o mesmo ao meu lado. Toriel sempre encomendava as roupas mais exuberantes para aquelas ocasiões, e era algo que nós não gostávamos muitos. Preferíamos andar por aí com nossos suéteres largos e confortáveis, do que roupas de gala justas e que dificultavam o movimento, e até mesmo a respiração. Ano passado, o laço do meu vestido estava exageradamente apertado em minha cintura, deixando lembranças não muito boas.

- Ah! Eu não tinha reparado nas horas, já está tarde! Vamos para casa, Sansy, precisamos nos arrumar para a festa de aniversário da Chara! – Frisk saltou do sofá de repente, puxando a jaqueta de Sans que estava jogado no sofá e esguichava um frasco de ketchup na boca, despreocupadamente.

- Ahn... Certo, Kiddo. Já vou... – Ele respondeu preguiçosamente.

- Esperem aí. Eu e Asriel vamos ver as roupas, depois acompanharemos vocês até a saída. – Avisei, enquanto Toriel já estava no corredor, e Asriel me puxava pela mão, seguindo atrás dela.

Entramos no quarto de nossos pais, onde dois trajes estavam cuidadosamente dispostos sobre a cama de casal. Estavam devidamente protegidos por uma embalagem de plástico.

- Aqui estão eles! Vejam se não são lindos! – Toriel estendeu a mão, para que nos aproximássemos mais, e assim fizemos. – Tem exatamente o tamanho de vocês, foi confeccionado sob medida!

Asriel tocou o plástico que continha um terno na cor cinza, com uma expressão nada convincente.

- Muito bonito mesmo, mãe... Eu adorei...

Eu não pude evitar sorrir de canto, sabendo como Asriel era péssimo quando queria disfarçar que não gostava de algo. Sua expressão sempre o entregava, por mais que ele tentasse parecer convincente com as palavras.

Olhei para a embalagem que continha o vestido feito para mim. Era creme, devia bater um pouco antes do joelho e o laço na cintura era adornado por várias pérolas. Lindo, não podia negar, mas talvez combinasse mais com Frisk do que comigo. Já não gostava de usar aquele tipo de roupa, e ter um corpo marcado por cicatrizes só piorava minha situação.

- É lindo, mamãe. Muito obrigada. – Sorri gentilmente. Eu definitivamente era melhor do que Asriel no que dizia questão de omitir.

- Fico feliz que tenham gostado! – Toriel parecia contente. – Agora sejam bonzinhos e vão logo se arrumar. Eu irei descer as escadas para ver se tudo está em ordem lá embaixo, comportem-se.

Dito isso ela saiu, deixando nós dois sozinhos no quarto. Assim que ouvimos os passos dela ficando mais fracos à medida que ela descia os degraus, nos entreolhamos. Asriel já tinha um sorriso travesso no rosto.

- Ei, Chara... O que acha de nós... – Ele olhou de soslaio para as roupas na cama.

- Escondemos isso em algum lugar? – Completei a frase, abafando o riso com a mão. Era fácil imaginar o que se passava na mente de Asriel.

- Ah! Você sempre adivinha o que eu estou pensando! Como consegue fazer isso, Chara? – Ele parecia surpreso, e eu ri mais.

- Porque te conheço bem, seu bobo. Vamos fazer isso ou não?

- Vamos! Vamos sim! – Ele entusiasmou-se. – Aonde podemos deixar essas roupas?

- Em algum lugar que nunca irão descobrir. Algum lugar pouco movimentado... Pouco iluminado... E distante.

- Vou arriscar que você está falando de Waterfall. – Ele fingiu pensar, com um sorriso no rosto.

- Oh! Eu sou tão previsível assim? – Fingi espanto. – Mas você acertou. É de lá mesmo que estou falando, afinal, é o nosso lugar, não?

- Certo! Vamos, vamos! Ele retirou as roupas da embalagem plástica com cuidado, correndo até seu quarto, provavelmente para colocá-las em alguma mochila.

Ri comigo mesma, no que estávamos pensando? Levaríamos uma bela bronca se descobrissem. Mas não importava, ao menos era divertido. Uma aventura com Asriel.

Saí do quarto e fechei a porta, e no mesmo instante, Asriel saiu de seu quarto com uma mochila nas costas. Trocamos um olhar de cumplicidade e demos as mãos, seguindo para o hall de entrada onde Frisk e Sans já estavam nos esperando.

- Desculpem a demora. Eu e Chara vamos até Waterfall, então podemos fazer parte do caminho juntos.

- Eh? Waterfall? Vocês não vão se atrasar? – Frisk questionou, pegando na mão de Sans enquanto eu abria a porta.

- Sim, você sabe... – Eu respondi, antes que Asriel se pronunciasse. – Hoje é meu aniversário, eu gostaria de sussurrar alguns pedidos para as Echo Flowers. Nós não iremos demorar lá.

- Tenho a impressão de que vocês dois se mudariam para Waterfall se pudessem. – Sans riu, saindo e puxando a menor consigo pela mão.

- Talvez façamos isso no futuro, certo, Chara? Mas claro que eu espero que no futuro todos já estejamos fora do subsolo.

Franzi o cenho com aquele comentário, saindo também e trancando a porta com cuidado. Não queria que Toriel nos ouvisse, apesar de que, ela já devia estar longe em algum local do castelo.

Percorremos uma parte do caminho juntos, até Waterfall. Lá, Sans e Frisk pegaram carona com o barqueiro até Snowdin, e nos despedimos ali.

- E agora, Chara? – Asriel me olhou, ansioso. Ele sempre deixava para mim as decisões importantes.

- Eu não sei, Az, me ajude a pensar. Onde podemos esconder as roupas? – Peguei na mão dele e começamos a seguir pelos corredores.

- Podemos esconder na sala dos cogumelos. – Ele sugeriu. Era uma boa ideia, pois ao menos que você conhecesse bem o caminho daquela sala, ou fosse rápido o suficiente para tocar nos cogumelos bioluminescentes que iluminavam o ambiente, era quase impossível se locomover ali.

Nós dois, no entanto, conhecíamos bem a sala dos cogumelos, e foi para lá mesmo que seguimos.

- Não solte a minha mão, Chara. – Eu entrelacei ainda mais nossos dedos quando entramos no ambiente escuro. Segui até o cogumelo mais próximo e o toquei gentilmente, o ambiente iluminou-se e nós fomos capazes de enxergar.

- Ali – Asriel apontou para um arbusto próximo, e nós corremos até lá, aproveitando a luz que já começava a se dispersar.

Tirei às pressas as roupas da mochila de Asriel, abarrotando-as de qualquer jeito naquele arbusto, e mal terminamos, a sala já estava completamente escura novamente.

- Az? Não solte minha mão. – Pedi, e ele apertou mais a sua mão na minha. Conhecendo o caminho, segui até a saída da sala, e nós dois trocamos olhares cúmplices.

Ele riu, e eu o acompanhei. Sabia que era errado o que estávamos fazendo, mas não deixava de ser divertido. Nós sempre seguimos as regras de casa rigidamente, não que elas fossem tão rígidas, mas eu sentia que era o mínimo que poderia fazer por serem tão bons comigo ali. Aquela deveria ser a primeira travessura de toda a minha vida.

- Vem, Az, vamos para a nossa sala. –Eu o puxei pela mão e ele não hesitou em me seguir- Temos que nos afastar da cena do crime, afinal de contas. – Ele riu com meu comentário.

A Sala dos Desejos não era muito longe dali, e logo chegamos ao local mais cheio de Echo Flowers de Waterfall.

A claridade emitida pelas flores ali era tanta, que juntamente com os tantos pontos dourados que pairavam no ar e o teto cravado de pedras brilhantes, chegava a obrigar que meus olhos semicerrassem um pouco, até que a vista se acostumasse.

Seguimos juntos pela sala, sentindo a grama bioluminescente chegar quase à nossa cintura. Era assim naquela sala, e era justamente onde éramos capazes de acompanhar o nosso crescimento ao longo dos anos. Antigamente, a grama chegava quase aos nossos ombros, agora, no entanto, estava bem mais baixa.

Me sentei de frente para Asriel, rodeada por algumas Echo Flowers, assim como ele. 

 - Tem algo especial que queira hoje, Chara? - Ele me perguntou, os olhos brilhando de ansiedade. Eu achava completamente adorável aquele jeito inocente e infantil de Asriel. Ele possuía a alegria e a doçura de uma criança de oito anos, mesmo com seus treze completos. Ainda era como na época em que o conheci, um pouco inseguro, mas cheio de expectativas e desejos. 

 - Ainda não sei. - Fingi pensar, coçando o queixo. - Provavelmente vou ganhar alguns vários presentes hoje à noite, junto de uma bela bronca por ter supostamente perdido o vestido da festa... O que eu poderia querer? 

 - Faça qualquer pedido! Eles têm mais força no dia de seu aniversário. As Echo Flowers nunca te deixarão esquecer-se dele. - Asriel me fitava, radiante. 

  - Vejamos... - Sorri torto, me divertindo com toda a empolgação dele. - Que tal mil barras de chocolate? 

 - Não vale! Para isso, basta comprar no mercado, não precisa desejar às Echo Flowers! 

 - Eu estou brincando, Az. - Ele franziu o cenho, em uma falsa indignação. Asriel realmente levava aquelas flores a sério. 

 - Eu queria... Apagar tudo de ruim que já aconteceu na minha vida... Queria ter nascido em um outro lugar, com outras pessoas... Em outras circunstâncias...

 - Chara! - Ele me interrompeu. - Mas se fosse assim, não nos conheceríamos, certo?! 

 - Não foi isso que eu quis dizer, seu cabeçudo. - Ri com a surpresa na expressão dele, levando cada palavra dita por mim às últimas consequências. - Claro que se fosse assim, você deveria fazer parte dessa nova vida... Em algum momento, acabaríamos nos encontrando, porque você sabe... Não dá para eu existir em um mundo sem você.

 Eu tive a impressão de que ele corou ao ouvir aquilo, embora não conseguisse enxergar com clareza, devido ao ambiente pouco iluminado. Mas a expressão de surpresa que ele fez foi impagável, e eu tive vontade de estar com uma câmera para filmar aquilo. 

 - Chara... Isso é sério? 

Eu confirmei com a cabeça, silenciosamente. 

 - Eu também... - Ele começou, parecendo escolher cuidadosamente as palavras para prosseguir. - Também não conseguiria existir... Não em um mundo sem você. 

 Sorri ternamente para ele, estendendo minhas mãos e vendo-o fazer o mesmo, entrelaçando nossos dedos. 

 Era reconfortante pensar que após tantos anos ele ainda estava aqui, ao meu lado, e nós ainda estávamos no nosso lugar, assim como prometemos. 

 - Algum dia eu quero me casar com você, Chara. 

No momento em que ouvi aquelas palavras, senti minha alma esquentar dentro de mim, e meu coração descompassou levemente. Estranhei a reação, o que era aquilo? Nunca havia sentido nada parecido antes. Mas era bom... 

 - Algum dia voltaremos a falar sobre isso. Mas por ora não, temos apenas treze anos. - Ri de leve, tapando a mão com a boca e torcendo para que ele não houvesse notado o rubor em meu rosto, que eu sabia que estava lá. 

 - Ah! Já deve estar tarde, melhor voltarmos... - Ele parecia levemente desconcertado também, evitando olhar em meus olhos.

  - Espero que ninguém descubra sobre os nossos trajes. - Falei, me levantando, e Asriel fez o mesmo. 

 Ele pegou na minha mão e nos colocamos no caminho de volta para o castelo, nos esgueirando por aquela longa grama bioluminescente e ouvindo os sussurros das Echo Flowers no caminho. 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Bem, aí está :3
Não é nada muito elaborado, só um capítulo docinho que servirá como presente de natal (atrasado), ano novo, e claro, em comemoração pelos 200 favoritos <3
O proximo voltará a história principal, e deve sair em breve, eu tive tempo de trabalhar nele durante a viagem.
Não esqueçam o comentário que me enche de determinação!!
Kisses de ketchup :*


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