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História Something Entirely New - Dreemurr Family


Escrita por: SweetBabyBlue

Notas do Autor


Heyyy :3
Ontem a ansiedade não me deixou escrever :/ Mas tá aí outro capítulo /o Sorte que eu ando com tempo esses dias xD
Leiam as notas finais!
Boa leitura :3

Capítulo 3 - Dreemurr Family


Fanfic / Fanfiction Something Entirely New - Dreemurr Family

Asriel POV

- Gorey, você sabe que ela não tem mais pra onde ir.

- Eu sei disso, Tori, mas um humano aqui... Tenho medo de que faça algum mal para nós.

- Ora, por favor. É apenas uma garotinha que não deve ter mais idade que nosso Asriel.

- Como isso foi acontecer? Nunca antes um humano caiu no subsolo. O que ela estava fazendo?

- Não sabemos ainda. Asriel só conseguiu o nome por enquanto, ela não fala com a gente. Está assustada.

- Nós poderíamos usar a alma dela para... Você sabe... Ajudar nas pesquisas.

- Gorey! Nem pense numa coisa dessas! Trata-se de uma criança. Gaster encontrará outra maneira.

- Me desculpe, eu não quis soar como um assassino de crianças, mas... É tentador termos alguém de alma tão poderosa aqui.

- Gorey!!

- Ah, você tem razão. Que pensamento horrível o meu... Vamos cuidar dela.

Vibrei baixinho ao escutar aquilo. Papai e mamãe conversavam na sala do trono sobre a chegada de Chara ao subsolo e eu... Bem, eu devia estar dormindo, mas a curiosidade falou mais alto, então eu tentava escutar a conversa do lado de fora da sala.

- Devemos providenciar o currículo para a educação dela. Roupas novas, porque a dela está rasgada. E uma cama própria também. Asriel cedeu a cama para ela esta noite, e estou certa de que ele gostará de ganhar uma nova companheira de quarto... Certo, Asriel?

  Ah... Então sabiam que eu estava ali. Entrei timidamente na sala, aonde os dois me olhavam com um meio sorriso tranquilo.

- Me desculpem... He he... É que eu queria saber o que vocês acharam da Chara...

- Tudo bem, querido. A chegada dela foi uma surpresa para todos nós, como você sabe, um humano no subsolo é um acontecimento inédito. Devemos mostrar compaixão para com ela, pois é uma criança como você. Então cuidaremos e a manteremos conosco. – Papai Asgore me mostrou um largo sorriso.

- Obaaaaaaaa! – Eu o abracei, ouvindo mamãe rir.

- Agora que tal subirmos para tomar uma xícara de chá para dormir? Já é tarde. – Ele colocou a mão sobre meu ombro, me conduzindo para fora da sala dourada de flores onde eu adorava brincar.

De volta em casa, papai seguiu à cozinha para preparar o chá, enquanto eu tentava espiar discretamente o corredor. A porta do meu quarto ainda estava fechada.

- Vamos ver se está tudo bem com ela? Em silêncio para não acordá-la. – Mamãe de repente estava ao meu lado e pegou na minha mão. Então seguimos para o quarto no meio do corredor.

 - Shhh – Ela indicou que eu fizesse silêncio e eu repeti o gesto, o indicador sobre meus lábios. Com cuidado, ela abriu a porta do quarto.

 Chara estava lá, deitada na minha cama meio encolhida. Puxa, ela estava tão cansada que nem se cobriu...

 - Oh, pobrezinha. Ela deve estar com frio, melhor pegar um cobertor no armário.

Eu me aproximei mais dela, bem devagar para não fazer nenhum barulho, e notei que mesmo dormindo, ela parecia muito triste. Seus dedos estavam dolorosamente apertados no lençol, a sobrancelha franzida, além do cabelo molhado que pingava no travesseiro, formando uma pocinha d’água que era logo absorvida pela fronha.

Será que estava tendo um sonho ruim?

- Aqui, deixe-me cobri-la. – Mamãe voltou com o cobertor e o ajeitou delicadamente sobre Chara, que tremeu um pouco ao sentir, mas não acordou.

- Minha criança, te prometo que você será muito feliz aqui. Certo, Asriel? Ela sussurrou e eu concordei balançando a cabeça e sorrindo para ela.

- Faremos o possível para que se adapte rapidamente e para que goste de estar aqui. Mas agora, vamos dormir. – Ela me estendeu a mão e eu a peguei, seguindo para fora do quarto.

 - Boa noite, Chara! – Eu disse baixinho e então mamãe fechou a porta.

 

Chara POV

Acordei depois do que pareceu ser uma vida, sentindo que eu devia ter dormido muito. As memórias sobre o dia anterior voltavam lentamente e clareavam minha mente.

O Monte Ebott. Minha queda frustrada. O subsolo. Monstros. Asriel e sua mãe, Toriel, que haviam me abrigado.

Foi estranho acordar sem as dores no corpo que eu sempre sentia, e ainda mais eu uma cama tão confortável. E eu ainda estava coberta? Mas eu não me lembrava de ter pego nenhum cobertor ontem á noite.

Percebi também que, ao contrário do usual, eu não estava mais cansada. Não sei se foi por causa da torta que eu comi que curou meu HP, se foi a cama tão confortável, mas eu havia dormido bem como não me lembrava há muito tempo.

Levantei-me lentamente, meus pés tocando o chão e sustentando meu corpo facilmente, me dando a sensação de renovação que Toriel havia me prometido ontem.

Então permaneci daquele jeito por um tempo, sentindo meus curtos cabelos desgrenhados e meus olhos ainda um pouco embaçados. Os esfreguei com força e tomei coragem para sair pela porta.

Se estavam planejando me matar, então por que me deixar saudável antes? Será que eles não percebiam que estando curada, seria mais fácil pra eu sair correndo, por exemplo, e fugir deles? Mesmo que eu não tivesse a mínima ideia de para onde fugir.

Bem, não importava. Era hora de saber o que essa vida miserável havia reservado pra mim.

Um clique e a maçaneta se abriu, fazendo a porta ranger levemente e quebrando o silêncio que dominava o local. Espiei ainda dentro do quarto, mas o grande corredor se encontrava vazio. Hesitei mais algum tempo, mas por fim saí do quarto lentamente, meus pés descalços fazendo nenhum barulho no assoalho.

As flores douradas que estavam plantadas em diversos vasos pelo corredor me traziam uma leve sensação boa, por serem tão parecidas com as que eu tanto adorava em minha vila.

Fechei os olhos e me lembrei de todas as vezes que estava me sentindo mais triste que o normal, e então eu ia até as camas de flores douradas e me deitava lá, ficando durante horas sendo aconchegada pela sua maciez, enquanto observava o céu. Tinha a impressão de que as flores me embalavam e consolavam.

Ali não havia nenhum céu para eu observar, mas havia as flores. Essa sensação de familiaridade no meio de toda aquela estranheza me trouxe uma estranha sensação de paz momentânea.

Prossegui lentamente o resto do corredor, tomando cuidado para desviar o olhar quando passei pelo grande espelho que ali havia.

A sala que era o “hall de entrada” da casa, com a escadaria que levava a um lance abaixo estava vazia, mas eu ouvi vozes para além dela, na sala onde haviam me sentado na poltrona e curado minhas feridas com a torta de caramelo e canela.

Não tive coragem de me aproximar, parando onde eu estava e brincando com os meus dedos para distrair o nervosismo.

Fazia tempo que eu não sentia nervosismo, então foi uma surpresa.

Observei mais atentamente o ambiente para me familiarizar, notando mais um vaso de flor dourada no lado esquerdo da escadaria. A casa era realmente cheia delas. Do outro lado, havia uma pequena estante.

Dei mais alguns passos inconscientemente e senti um cheiro agradável me invadir, era... Café?

- A CHARA ACORDOU!!! – Eu quase pulei de susto aonde estava, paralisada enquanto Asriel saía da sala aonde estava e corria até mim.

- Dormiu bem? Está se sentindo melhor? Você parece bem melhor! – Ele exclamava contente.

- Querido, vá com calma. Deixe-a respirar, não a sufoque com suas mil perguntas de uma vez. – Eu ouvi Toriel repreendê-lo do outro cômodo em um tom divertido.

- Me desculpe.. He he... Ele coçou a nuca de leve com um sorriso no rosto. – Quer vir tomar café da manhã com a gente? Vem, tem bastante coisa! – Ele apontou para a sala, caminhando de volta para lá e indicando para que eu fosse também.

O segui metodicamente.

O cheiro de café realmente vinha da sala, a mesa no canto contava com uma fartura que eu nunca tinha visto antes. Vários tipos diferentes de bolos, queijos, iogurtes, chá, café e leite.

Asriel pulou de volta para sua cadeira, voltando a beber um enorme copo de leite já pela metade. Havia mais três cadeiras, uma estava ocupada por Toriel, que bebericava uma xícara de chá e folheava um livro, na outra, sentava-se alguém que me era estranho. Ele era bem parecido com os outros dois que eu já conhecia, e sustentava uma grande barba aloirada e o cabelo longo da mesma cor, além de um par de longos chifres. Apesar de seu visual imponente, ele estava vestido casualmente e parecia despreocupado, molhando um pedaço de biscoito na sua xícara de chá. Ele olhou para mim e sorriu.

- Bem vinda à família Dreemurr, Chara.

Senti minhas bochechas esquentarem, e não consegui esboçar uma reação.

Toriel deu tapinhas de leve na única cadeira vazia, me convidando para me sentar com eles.

E quando percebi, minhas pernas já haviam me levado até lá.

Sentei-me em silencio, sentindo minhas bochechas ainda em brasa, na minha cabeça as palavras se repetiam de novo e de novo. “Bem vinda à família”

Droga, nas ultimas 24 horas eles me haviam feito sentir mais coisas do que nos últimos anos. O que havia de errado comigo? Eu queria me machucar mais ainda, de novo, por acreditar nas mentiras dos outros?

Eu realmente achava que podia me machucar ainda mais?

- O... Obrigada... – E mais uma vez, sem que eu percebesse, minha voz saiu sozinha, rouca pela falta de uso. Asriel abriu um enorme sorriso do meu lado.

- Somos nós que regemos o subsolo, Chara. Portanto, como a primeira humana a cair aqui, você está sob nossos cuidados agora. Esperamos que goste de viver conosco. Eu sou Asgore Dreemurr, e suponho que já conheça minha esposa e meu filho. – Ele falou em um tom gentil, levando novamente a xícara de chá à boca.

Acenei de leve com a cabeça, baixando-a em seguida e deixando com que a franja cobrisse meus olhos. Isso até Toriel colocar em minha frente uma caneca cheia de leite, e sorrir. Aquilo mais uma vez me embaraçou e eu acenei de leve a cabeça em agradecimento, levando a caneca à boca e tomando lenta e continuamente, para não ter que falar mais nada.

A família conversava alegre sobre trivialidades que eu não prestava muita atenção. Agradeci mentalmente por nenhum deles me fazer perguntas como “Por que você caiu aqui”, “De onde veio”, ou “Fale mais sobre você”. A ultima coisa que queria era falar sobre mim, e eles pareciam entender aquilo sem que eu tivesse dito nada. Será que estava tão na cara assim?

A presença deles me incomodava um pouco, apesar da gentileza. Com o passar dos anos, eu aprendi a conviver com a minha solidão e até a apreciava. Sozinha não havia julgamentos, nem olhares maldosos, nem ninguém para me machucar.

 

 

- Vem, Chara, quero te mostrar meus brinquedos! – Asriel pegou na minha mão assim que terminou seu café, praticamente me arrastando para fora da sala. – Ah, espera! – Ele parou de repente, de frente para a pequena estante do lado direito da escadaria do cômodo ao lado.

Aproximou-se, procurando por alguma coisa no meio dos papéis, e tirando uma caneta vermelha do meio deles. Ele pegou um calendário que estava ali e me mostrou, sorridente.

- Como ontem foi um dia especial, o dia da sua chegada aqui no subsolo, a gente tem que marcar no calendário! Para que possamos comemorar no futuro! – Dizendo isso, ele circulou de vermelho a data do dia anterior.

- ...Co...memorar...? – Eu escutei minha voz saindo baixinho.

Todas as vezes que ouvia minha voz baixa e fraca, ele parecia se alegrar ainda mais, e parecia sincero. Saber que fazer algo tão simples como falar era capaz de fazer alguém sorrir... Era... bom.

- Claro! Quando coisas boas acontecem, a gente tem que comemorar.

Coisas boas...?

- Vocês... Não vão me matar, então? – Sibilei tão baixo que achei que ele não me escutaria. Mas escutou, e pareceu surpreso com minha pergunta.

- Matar...? Claro que não! Que motivos alguém teria para isso? Ninguém aqui é mau, ninguém quer machucar ninguém! Ninguém quer machucar você!

Ao ouvir aquilo não consegui me manter de pé, caindo de joelhos no assoalho.

- Ah! Chara, você tá bem? Tá se sentindo fraca?

Por que as simples palavras de alguém que tinha a minha idade tinham me tranquilizado tanto? Eu ainda estava em um mundo desconhecido, cercada por monstros, e eles poderiam estar sendo gentis comigo apenas para tornar as coisas mais fáceis para quando a hora chegasse...

Mas por algum motivo, eu consegui encontrar uma paz momentânea nas palavras de Asriel.

Ele me levou para o seu quarto e abriu o baú de brinquedos no chão, me mostrando um por um e sempre falando em um tom alegre comigo, mesmo que as minhas respostas não passassem de monossílabos ou um leve balançar de cabeça.

Inventou três brincadeiras diferentes mais tarde, me fazendo participar de todas elas da melhor maneira que ele podia.

Aquilo fez com que meu primeiro dia no subsolo fosse mais leve do que eu jamais me lembrava.

Pela primeira vez em oito anos, eu não notei as horas passarem. 


Notas Finais


Gente, a mente da Chara é uma bagunça, né HSAHDAUOSDHH Eu tenho realmente que me por no lugar dela para conseguir escrever, espero que consiga passar bem o quão confusa ela se encontra xD

Não se preocupem, vai ter romance sim. Esse é meu OTP, fiquem tranquilos que irei caprichar -qqqq
A fic será dividida em duas fases, e essa primeira é sobre a infância deles. A segunda fase terá um salto temporal de oito anos -w- Mas pretendo fazer saltos temporais nessa primeira fase, só que mais curtos.
E... É isso :3 No proximo capítulo terão os personagens que todos conhecemos e amamos, weee ~ Como serão eles em outra época? Continuem acompanhando com determinação!!!!

Até breve :*


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