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História Something Entirely New - Best Friends Forever


Escrita por: SweetBabyBlue

Notas do Autor


hOi! :3
Capítulo quentinho pra vocês!
Sem mais delongas, VÃO LER! <3

Capítulo 6 - Best Friends Forever


Fanfic / Fanfiction Something Entirely New - Best Friends Forever

Asriel POV

Os olhos de Chara arregalaram-se o máximo que podiam, a luz solar que banhava aquele lugar destacando suas íris escarlates, deixando-as ainda mais intensas. Seus lábios rasgaram-se num sorriso largo e doentio, deixando seus dentes à mostra de um jeito um tanto macabro. 

 - Aaaaaaaaaaah! - Eu quase tropecei para trás ao ver aquela expressão dela. - He he he. Sua cara assustadora é realmente a melhor! 

  Ela relaxou a expressão, divertindo-se com minha reação.  

  - Ah! Espera aí! Eu me esqueci de tirar a tampa... - Removi-a de frente da lente da câmera, frustrado. - Vai, faz de novo agora! 

  - Não vou fazer. - Ela sorria pra mim, divertida. 

 - Não vai fazer...? Ah Chara, qual é... Pelo menos me conta aonde você aprendeu a fazer essa cara assustadora. 

  - Foi só um pequeno truque que aprendi para afastar de mim pessoas indesejadas. - Ela brincava com um flor dourada, distraidamente. 

  Era a primeira vez que voltávamos nas Ruínas juntos, desde que Chara caiu. O lugar não era muito povoado, muito menos apreciado pela grande maioria, então era calmo e silencioso. 

  A cama de flores douradas que amorteceu a queda de Chara reluzia com a claridade morna que vinha de lá de cima, fazendo daquele lugar o mais próximo de sentir a luz do sol que podíamos experimentar. 

  - Tá bom, agora é a minha vez! Segura a câmera! - Passei rapidamente a câmera para Chara, me posicionando na frente dela. 

   Juntei minhas mãos lado a lado em forma de concha, me concentrando o máximo que podia. 

  Elas responderam com uma fraca luz alaranjada, que tremeluziu por uns instantes antes de desaparecer . 

  - Ah!! Olha só! Você viu, Chara? Você viu?!! - Eu perguntei eufórico. 

  - Vi... Está durando mais tempo que antes, né? - Ela também parecia animada, com o seu sorriso contido. 

  Eu tentava aprender a usar magia do fogo, que era o tipo usado pela minha família. Mamãe dizia que estava indo muito bem até o momento, e que logo ela me ensinaria a controlar melhor fluxo e intensidade. 

 - Tava filmando, né? Ah! Você não filmou? 

 - Acho que a bateria acabou... - Ela olhava desapontada para a câmera em suas mãos.  

  - Tudo bem, da próxima vez que filmarmos eu já estarei controlando minha magia bem melhor, e o vídeo vai ficar incrível! 

   Ela sorriu e me olhou por um instante, parecia estar pensando. 

  ... Quer deitar comigo na cama de flores? - Disse de repente. - Vem. - Ela pegou na minha mão e me levou até o local que tinha caído. 

  Sem dizer nada nos deitamos lado a lado, ainda de mãos dadas. 

  O silêncio preencheu o local.

A visão dali era engraçada. Dava pra ver nitidamente o quão fundo nós estávamos, e o quanto a superfície parecia inalcançável. Quase não dava pra enxergar o começo do abismo, apenas a luz que transpassava a barreira. Estiquei o meu braço como se pudesse alcançá-la daquele jeito.

- Ei, Az... – Chara quebrou o silêncio após um tempo. Há algumas semanas ela passou a me chamar assim e eu tinha adorado o apelido. – Quero te perguntar uma coisa.

- Pergunte então!

- Você acha que... Que mesmo a pior pessoa do mundo merece misericórdia? Que mesmo que ela tenha feito algo muito ruim, ela pode ser perdoada?

Pensei por um momento antes de responder.

- Hm.. Claro? Mamãe e papai costumam dizer que qualquer coisa é possível de se perdoar se houver arrependimento sincero.

- Então poderia acontecer.

- Mas por que perguntou... C-chara? – Virei o rosto pra ela e vi seus olhos cheios de lágrimas, ainda olhando para cima. – Ah não! V-você tá chorando? Eu disse alguma coisa ruim? – Eu me sentei, encarando-a aflito.

- Eu não tô chorando.

- Sim, você tá!

- Não estou.

- Chara! Me conta o que há de errado!

- Não. – Ela agora me olhava com um meio sorriso ainda deitada, seus olhos não mais mareados.

- Vamos, me diz!

- Naaah. Se continuar insistindo... Vou ser obrigada a... Isso! – Ela saltou pra cima de mim de repente, me surpreendendo perder o equilíbrio e cair de novo nas flores. Ela então me encheu de cócegas.

- Eeeeeeeeeeeei, para com isso! Não, Charaaaaaa... Ahahahah! Para! N-não é justo, ahahahah, ei, Chara, naaaão!

Rolamos juntos pelas flores por um bom tempo e quando eu finalmente estava quase sem ar Chara parou, soltando uma sonora gargalhada que eu não me lembrava de alguma vez ter escutado antes.

 Mas aquilo com certeza teria vingança.

- Agora vem comigo que quero te mostrar uma coisa! – Peguei-a pela mão e ela prontamente me seguiu, ainda rindo.

Tinha um pequeno campo lamacento perto da entrada das ruínas, e foi exatamente pra lá que eu a levei.

O que se seguiu foi uma pequena guerra que deixou nós dois ensopados de lama a um ponto que nosso suéter verde mudou de cor, ficando completamente marrom.

- Ah... Olha só pra gente... – Torci minhas orelhas pra retirar o excesso de lama.

- Az, você tá completamente marrom. – Chara sorriu de leve, tentando por sua vez esfregar o rosto com a manga do suéter, o que não ajudou muito. – Vai ser divertido ver a reação de todos ao ver o príncipe Dreemurr nesse estado, até chegarmos ao castelo.

- He he he. Imagina se o Woshua nos vê. – Chara riu do meu comentário.

Já estava ficando tarde, então assim que terminamos de tirar o excesso de lama o melhor que podíamos, seguimos para casa.

 Mamãe por sua vez quase surtou quando nos viu daquele jeito.

- Ah meu deus! Olha só pras minhas crianças, cobertas de lama! Onde vocês dois estiveram?

 - Num agradável passeio pelas Ruínas. – Chara foi a que respondeu, exibindo o sorriso mais angelical que conseguia.

- Os campos lamacentos de lá, certo...? Bom, entrem agora, já está tarde. E nem pensem em subir na cama ou algo assim! Vão os dois direto pro banho. – Ela pôs as mãos sobre nossos ombros, nos guiando pra dentro de casa.

------------------

Acho que tínhamos errado na quantidade de espuma no banho, pois ela estava a um passo de transbordar da banheira, e parecia que estávamos sendo engolidos.

Chara estava de frente pra mim e concentrava-se em esfregar seus cabelos até retirar deles o mínimo resquício de lama que pudesse ter restado.

Eu tentava fazer com que meu pelo voltasse a ficar completamente branco e limpo, com a esponja.

- Ainda tá sujo nas costas. – Chara falou de repente, me olhando com os olhos semi serrados para que não entrasse a espuma do seu cabelo neles. – Vira de costas, eu vou te ajudar.

- Ah? – Tentei olhar para trás e minhas costas realmente ainda estavam num tom de marrom claro. Não era tão fácil assim tirar sujeira de pelos como a pele humana, lisa e impermeável.

Virei como ela pediu, sentindo a esponja macia deslizar pelas minhas costas logo em seguida, provocando leves cócegas.

- Chara, isso faz c-cócegas! Acho que já tive disso hoje o suficiente pra vida inteira. – Resmunguei.

- Shhh, apenas aguente, Az. Eu irei fazer seus pelos brilharem.

- Ah, Charaaaa – gemi em desgosto.

Depois de cumprir sua promessa de deixar meus lustrosos, eu a ajudei a lavar suas costas, até que finalmente estávamos livres de toda a lama.

A água já estava esfriando quando eu abri caminho pela espuma em minha frente para enxergá-la melhor.

- Ei, Chara.

- Que foi?- Ela brincava com um montinho de espuma, sem olhar pra mim.

- Já que você gosta tanto das flores douradas... Isso quer dizer que gosta também da cor dourada, certo?

Ela franziu o cenho e tombou a cabeça levemente para o lado, confusa.

- Ah, digo... Tem alguma cor que você goste, em particular? Acha dourado bonito?

- Na verdade eu nunca pensei sobre isso... Tanto faz, não tenho uma cor que mais gosto.

- M-mas gosta da cor dourada, né? – Insisti ansioso.

- Sim, eu acho... Mas por que essa pergunta?

- Nada não... Só curiosidade. – Afundei metade do rosto na espuma, evitando o contato visual.

A água esfriou completamente nos obrigando a sair. Chara vestiu-se com seu pijama vermelho que costumava ser maior que ela antes, mas depois desses seis meses que ela esteve aqui, a calça já não arrastava mais no chão, e as mangas da blusa já não cobriam suas mãos.

Na verdade, Chara tinha crescido mais que eu naqueles seis meses. Quando tinha chegado, eu ainda era maior que ela, por isso ela se escondia atrás de mim para evitar contato com os outros monstros. Mas agora ela estava um pouco mais alta que eu.

- Limpos agora? – Mamãe estava na sala lendo um livro na sua cadeira de leitura quando entramos na sala.

- Mais limpos impossível – Exibi meu sorriso cheio de dentes pra ela, que retribuiu.

 – Deixei duas canecas de leite quente pra vocês na cozinha, por que não vão pegar antes que esfrie?

Ainda estava bastante quente, o que era bom pois naqueles dias estava um pouco mais frio que o normal, mesmo que não sentíssemos muito as mudanças climáticas no subsolo. Se estava frio lá embaixo, na superfície devia ser inverno.

 - Ei Chara, ainda não to com sono, então por que não vamos até a biblioteca do castelo? – Perguntei ao sairmos da cozinha com as canecas.

- Parece ótimo. Eu também ainda não quero dormir. – Ela respondeu antes de levar a caneca à boca.

A biblioteca era o lugar que mais gostávamos de ir sempre que descíamos a escada de casa que dava acesso ao resto do castelo.

Chara não gostava muito de descer as escadas e dizia que era muito grande e ela se perdia no meio de tantas salas, mas a biblioteca em particular era um lugar que ela tinha gostado. 

  Era enorme e nossa voz chegava a ecoar lá. Havia várias estantes cheias dos mais diversos livros que se podia imaginar, indo de história dos monstros até relatos da guerra contra os humanos, além de histórias de ficção e até livros de gravuras. 

 Chara e eu estávamos lendo, ou pelo menos folheando, um livro quase do nosso tamanho que falava sobre o poder das almas. Ela tinha ficado particularmente interessada no assunto desde que tivemos uma aula sobre isso há alguns meses. 

  Ele ainda estava no mesmo lugar que havíamos deixado da última vez, então voltamos da página de onde paramos. 

  - ... "Contudo, um monstro não é capaz de absorver a alma de outro monstro, assim como um humano não é capaz de absorver a alma de outro humano." - Ela lia em voz alta, seus dedos acompanhando as palavras no livro.

- Ainda bem, né? Imagina que desastre seria um humano absorver a alma do outro? Poder em dobro! - Eu também olhava atentamente para o livro no colo dela. 

- Asriel... Você acha que seria de alguma ajuda se eu doasse a minha alma para o Dr. Gaster? Para que ele pudesse avançar em suas pesquisas? 

   Olhei assustado pra ela, que continuava olhando fixamente para o livro, lábios contraídos e olhar vazio. 

 - O... O que está dizendo, Chara? Ninguém quer usar sua alma. Você é uma de nós! Nós não... 

- Asriel. Se algum dia minha alma pudesse ser usada para um bem maior... Que beneficiasse alguém que fez o mesmo por mim... Então, eu a daria com todo o prazer. Porque durante toda a minha vida eu me senti a pessoa mais descartável é inútil que se podia existir. - Ela me encarou, os olhos vermelhos faiscando de... Determinação. 

- Chara... Eu... - Como eu podia dizer que me importava mais com ela do que com a barreira que me prendia aqui...? 

 Mas seu olhar acabou suavizando, e ela fechou o livro logo em seguida.

 Deixa pra lá, Az. - Ela tentou me esboçar um sorriso. - Vamos subir? O leite já acabou e estou começando a ficar com sono. 

  Acenei positivamente com a cabeça, guardando o livro na estante e seguindo logo atrás de Chara. 

  Mamãe tinha caído no sono em sua cadeira, e papai já tinha chegado, acenando silenciosamente da sala quando nos viu subindo, tomando cuidado para não acordá-la. 

  Seguimos para o quarto, Chara bocejando longamente no meio do caminho. 

  Esperei que ela fosse escovar os dentes para fazer o que eu precisava. Tirei rapidamente um pacote de baixo do meu travesseiro, abrindo logo em seguida e escondendo o colar nas mãos fechadas. Então sentei na minha cama e esperei. 

  Não muito depois Chara saiu do banheiro esfregando os olhos. 

  -Espera, Chara! He he he. Eu tenho uma coisa pra você! 

  - Hm? Coisa pra mim? 

 - Quero que você feche os olhos por um momento. Pode fazer isso? - Me levantei, mantendo as mãos fechadas atrás das costas. Ela parecia não entender, franzindo o cenho. 

 - P- posso, mas... O que...? 

 - Vai, fecha os olhos! 

 Ela hesitou por mais uns instantes, mas por fim acabou fechando. Então eu caminhei lentamente para trás dela e passei o colar pelo seu pescoço, prendendo com um clique. - Pronto! Agora abre. 

 Chara abriu os olhos, levando as mãos ao colar na mesma hora, expressão assustada. 

 - Az... Isso é... - Ela correu até o espelho do armário para ver melhor. 

 - Como semana que vem faz exatos seis meses que você chegou... Eu queria fazer alguma coisa pra você, Chara. - Brincava com as mãos, um pouco encabulado. 

  Papai havia mandado confeccionar aqueles colares na loja do Gerson em Waterfall, por um pedido meu. Eram dois, um pra mim e um pra Chara, e sustentavam um coração dourado que se abria e tinha um compartimento para duas fotos do lado de dentro. O detalhe mais especial dele no entanto, era a frase que ele tinha gravada.

"Best Friends Forever". 

  - Az... E-ele é tão lindo... E-eu... - Chara se embolava em sua fala, do mesmo jeito que costumava fazer quando lutava para pronunciar suas primeiras palavras quando chegou aqui. 

 - V-você gostou mesmo...? - Eu não estava muito diferente dela. - Eu também vou usar um, olha! - Tirei o meu colar do bolso, passando também pelo meu pescoço. - Eu só tava esperando poder te dar o seu para usar também, he he. 

  - Eu... Eu nunca antes ganhei um presente... Ele é tão lindo... - Ela se virou pra mim. - Eu nunca mais vou tirar esse colar, Az. Nunca mais! - Ela sorriu fraco pra mim, e parecia tão emocionada que achei que ia começar a chorar. 

  Mas ela não chorou. Ao invés disso, atravessou o quarto em largas passadas e se atirou em meus braços. 

  Eu cambaleei pra trás um pouco, mas consegui me firmar e retribuí o abraço. 

  Ela ficou um bom tempo sem falar nada, com os dedos apertados na blusa do meu pijama. 

  - Obrigada, Az. Por ser meu melhor amigo e por cuidar tão bem de mim. E por não desistir nunca de mim por mais complicada que eu seja. 

 - E-eu... Chara, eu que tenho que te agradecer! Antes de você chegar eu era tão sozinho. É mesmo que eu tivesse amigos como o Sans e a Undyne eu ainda assim me sentia sozinho. Tudo o que eu queria era alguém com quem eu pudesse dividir tudo, e um dia você chegou! Então... Obrigada por ser minha melhor amiga e minha irmãzinha, hehe. Por mais que você seja mais alta que eu agora.

  Ela soltou um risinho baixo, afastando-se de mim. - Depois temos que tirar muitas fotos e escolher duas para colocar dentro do colar. 

  - Sim! Vamos fazer isso com certeza! - Bocejei longamente. - Amanhã. 

 - Amanhã. Agora vamos dormir. Você apaga a luz hoje! - Ela correu para sua cama, cobrindo-se até o queixo. 

 

No meio da noite, Chara foi para a minha cama, ajeitando-se cuidadosamente do meu lado.

 Não sabia se era por causa de outro pesadelo, mas quando ela procurou minha mão debaixo do cobertor eu a apertei com força, para que ela pudesse dormir tranquila. 


Notas Finais


"Você conta uma piada sobre duas crianças que brincavam num campo de flores lamacento" HAAA sabia que eram eles naquela piada que contamos ao Woshua no jogo!!! Alguém sacou a referência? :c
Na verdade o capítulo está pronto desde ontem a noite, mas só tive tempo para postar agora.
Esse capítulo foi todo no POV do Asriel mesmo, e o proximo será só no POV da Chara.
Bem gente, no proximo capítulo as tretas começam (OH NÃO T-T) NÃO ME MATEM -q
Aguardem com determinação!! *hopes and dreams tocando no fundo*
Até breve <3 Amo quando comentam e favoritam! <3


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