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História Jeon Jeongguk - Skinny jeans, old songs and poetry


Escrita por: pcchany

Notas do Autor


" i've searched the universe
and found myself within' her eyes "
- this i love, GN'R

Capítulo 1 - Skinny jeans, old songs and poetry


Fanfic / Fanfiction Jeon Jeongguk - Skinny jeans, old songs and poetry

 

 

Jeon Jeongguk, o ser mais irritante deste planeta.

Yoongi encontrava-se deitado no sofá da sala quando lhe ocorreu esse pensamento e, de súbito, deu por si a sorrir sozinho. Ele, Min Yoongi, que sempre pensou que o amor “era coisa que só os outros sentiam” e que nunca se imaginara a amar alguém e ser amado de volta, estava completamente apaixonado. Não! Não era paixão. Paixão é coisa passageira, é fogo que arde rápido, é cega. Yoongi não sentia nada passageiro por Jeongguk e muito menos estava cego por ele. Conhecia-lhe todos os defeitos e, ainda assim, o amava.

Coisa estranha esse negócio que chamam de amor.

Passava grande parte do tempo a pensar em Joengguk. Gostava de escrever poemas — versos cheios de skinny jeans rasgadas, bandas de rock dos anos 90, bebidas alcoólicas e clássicos de carros e motas americanas.

Ali deitado no sofá, percebeu que era o um ótimo exemplo de cliché, visto que se lembrava com exatidão da primeira vez que havia posto os olhos no garoto. Alto, tez bronzeada, costas largas, pernas e braços musculosos. Os cabelos negros caiam divididos sobre a testa, os olhos redondos e grandes, lábios rosados e uma argola em cada orelha. Usava uns jeans pretos muito justos às pernas e uma t-shirt branca dos aerosmith. Estupidamente bonito. Andava de roda da mota (que Yoongi teimava em chamar de “lata velha” — só para o ver enrugar a testa e reclamar enfurecido que aquela mota era o seu bem mais precioso e mais uns quantos blábláblás) enquanto resmungava qualquer coisa com direito a palavrões. Yoongi não pretendia aproximar-se para oferecer ajudar, mas estando a mota parada bem na frente do seu carro, não teve outro remédio senão se aproximar e abordar o garoto de forma educada.

 Consegues encontrar quem me roubou a gasolina? Não me parece.

Yoongi ainda podia visualizar a cena com clareza. Jeongguk encarou-o com uma expressão arrogante, direcionando-lhe aquele par de olhos grandes de íris negras e brilhantes que pareciam flamejar, pronunciando tais palavras com bastante azedume.

Tal como Yoongi costumava dizer, Jeon Jeongguk era (e sempre será) o seu mais irritante do planeta: irritantemente bonito, irritantemente bem vestido e irritantemente mal-humorado.

Claro que o garoto fazia cara feia e resmungava entre dentes um “não foi assim que aconteceu”. Na sua versão, contava que usava um t-shirt preta dos the cure e que não estava com a mota em frente ao carro de Yoongi, mas que, ao invez disso, o mais velho é que havia sido um metido e o foi irritar com “algo que agora não me lembro”. E Yoongi não se importava. Ele sabia que Jeongguk se lembrava tão bem quanto ele e que só alterava a história para o irritar. Afinal, Jeongguk adorava irritar Yoongi.

Quando Yoongi lhe dizia que ele era a criatura mais irritante do planeta, o garoto recrutava que ele não podia ter tanta certeza, já que nunca teria a oportunidade de conhecer todas as pessoas de todo o planeta. E isso era só mais uma das mil e uma maneiras que Joengguk tinha para irritar Yoongi.

Como quando, por exemplo, o garoto se atirava para o sofá e começava a falar alto sobre assuntos aleatórios. Jeongguk sabia que Yoongi não o estava a ouvir, pois estava concentrado na leitura, mas continuava a tagarelar. “Hyung, hyung, hyung”, e cutucava-o no braço até ter a sua atenção. Yoongi suspirava e fechava o livro, outras vezes mandava um berro e empurrava Jeongguk para o chão. Encarava-o com uma expressão zangada, e nessa altura Jeongguk abria um sorriso sacana, satisfeito por ter, por fim, irritado Yoongi (o que só o deixava mais zangado).

Ou quando Jeongguk o desafiava. Onde já se viu desafiar assim o seu hyung?, pensou Yoongi. Ainda assim, sorriu, relembrando a expressão sapeca do garoto.

Quando ele se aninhava no seu colo, com os lábios curvados num sorriso manhoso enquanto lhe pedia um cafuné. Yoongi passava os dedos pelos fios negros dos cabelos de Jeongguk e via-o fechar os olhos, acabando por cair no sono. Ou quando Joengguk o abraçava sem motivo e lhe dizia ao ouvido que ele era o melhor hyung que alguém poderia ter. Ou quando os colegas de curso de Jeongguk lhe perguntavam quem era o cara que o pegava todos os dias no fim das aulas, e ele, com um sorrisinho comprometedor, respondia “meu namorado”, ainda que Yoongi nunca lhe tivesse pedido namoro.

Era Jeongguk e as suas infinitas t-shirts de bandas de rock dos anos 90, as jeans justas e rasgadas, os casacos de cabedal e as correntes. Jeongguk e as suas coleções absurdas (mas incrivelmente fantásticas) de latas de Coca-Cola, de autocolantes que vêm como brinde nos pacotes de batatas fritas, de plásticos de rebuçados, de cassetes de amor com músicas antigas, de lápis de cor e de selos de cartas. Era Jeongguk com os cabelos negros divididos sobre a testa, os olhos redondos muito atentos, como os de uma criança, a mania de dançar qualquer música desajeitadamente sobre o tapete da sala pequena do apartamento de Yoongi. Era Jeongguk e o prazer que tinha em desafiar Yoongi. Ele e as ideias mais absurdas de jurar que as estrelas concediam desejos e que os pinguins podiam realmente dançar. E Yoongi ouvia tudo, sem contestar (ele também não era muito de falar).

Jeongguk deitava-se de barriga para cima no chão frio da varanda de Yoongi e falava, falava, falava. Yoongi deitava-se do seu lado, apoiando o rosto na palma da mão, e observava Jeongguk. Quando se cansava, Jeongguk entrava no apartamento e procurava por algumas garrafas de Soju e cerveja. Voltava, meio atrapalhado, com com tudo em mãos, mas nem por isso deixava de se desenrascar. Enquanto abria as garrafas contava como gostava de ter o dom do desenho e de como gostaria de desenhar Yoongi numa tela gigante e pintá-lo a cores garridas. E ia bebendo. Quando Yoongi dava conta, já as garrafas estavam todas vazias. Havia sido Jeongguk quem bebera mais de metade, mas ele não dizia — sabia que o garoto iria reclamar.

Levantava-se num zigue-zague engraçado e cambaleava ao encontro da prateleira da sala, onde ficavam os CD’s pirateados das suas bandas preferidas, aqueles que havia gravado para oferecer a Yoongi. Colocava sempre Nirvana e enaltecia Kurt Cobain. Com os olhos irrigados de sangue e a língua enrolada pela bebida, dizia que o admirava como um deus; uma criatura atemporal. Cantava e dançava. A voz rouca, os movimentos dessincronizados. Perguntava a Yoongi se ele o podia amar mais do que já amava.

 Não, não posso amar-te mais do que já te amo agora.

Jeongguk não entendia. Depois percebeu que Yoongi não o podia amar mais porque era simplesmente impossível amá-lo mais do que já o amava.

E Yoongi amava-o sempre.

Amava-o quando ele acordava de cabelos bagunçados e as marcas dos lençóis no rosto; quando ainda não havia escovado os dentes e lhe desejava os bons dias com um beijo de língua; quando o irritava propositadamente ou quando começava uma discussão desnecessária; quando amuava por coisas infantis, gritava por estar zangado ou quando chorava com medo do futuro.

Jeon Jeongguk era a criatura mais irritante deste planeta.

Achava-se incompleto, imperfeito e estragado. Sentia-se desenquadrado num mundo sem amor, sem bom gosto literário e musical.

 Podes amar-se mais do que já me amas?

 Não.

E ele sorria.


Notas Finais




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