História Something's Gotta Give - How dare you?

Eu fui correndo para a escola, depois de certos problemas com meu carro. Estava quase atrasada, correndo pelos corredores com as coisas do Michael e mais minha bolsa. Parei encontrando com Meri e os garotos perto da nossa sala.

-Resolveu que vai ir atrás da carreira de maratonista? -Luke pergutou, enquanto eu entregava as coisas para Michael e recuperava meu fôlego.

-Nem te conto, Hemmings -respondi soltando um riso. Percebi que o Mike pegou as coisas com certa brutalidade e fez cara feia. -O que foi, Michael? Perdeu o café da manhã hoje? -perguntei enquanto me apoiava em Meri para descansar.

-Da próxima vez, você me avisa que pode sair da festa a qualquer momento com qualquer um. Assim eu não fico dependendo de você.

-Ah, nem começa. Foi só uma bolsa, não enche, Michael -respondi revirando os olhos. Eu não estava com saco para ouvir ele reclamando de algo que nem tinha conhecimento.

-Você que da mancada e eu que estou enchendo? -ele perguntou bravo. O sinal bateu e entramos na sala. Meri e Calum sentaram perto e eu sentei entre ela e Luke.

-Eu vou só ignorar sua TPM -falei pro Michael antes que o professor chegasse.

Tivemos aulas e mais aulas de exatamente nada interessante. Na saída, lembrei Mike que tínhamos que voltar para a escola naquela tarde para fazer o trabalho de química. Ele fingiu que não me ouviu e saiu andando.

-Educação não mata, Clifford -eu gritei enquanto ele saía pelo portão. Ele me mostrou o dedo do meio atrás da cabeça, sem me olhar e eu ri.

-Sério, o que deu nesse garoto? -perguntei para meus amigos, mas percebi que ninguém realmente prestava atenção em mim.

Calum estava de um lado da roda, com a cara abaixada, como se algo o incomodasse. Meri falava animada sobre alguma coisa do show deles na noite passada, mas só Ashton parecia estar prestando atenção. Luke olhava para todos os lados, como se procurasse algo mais interessante do que aquela conversa.

-Bom, eu estou vazando -Luke disse, colocando a bolsa nas costas e indo embora.

Antes que pudéssemos ao menos dizer "tchau", ele já estava indo em direção à saída. Sério, o que estava acontecendo com o povo daquela escola hoje? Logo Ash também foi e sobraram eu, Calm e Meri.

-America, será que a gente podia conversar sobre uma coisa? Sei que eu falo demais e isso te irrita, mas eu preciso da opinião de alguém e não pode ser de nenhum dos meninos -Cal pediu, bem mais sério do que o normal.

-Se for treta ou alguma coisa relacionada a relacionamento eu estou fora -ela disse e esperou que ele negasse, mas ele não o fez -Vejo vocês amanhã -ela disse saindo e vi Cal suspirar.

-Olha, eu não sou a melhor pessoa do mundo para nenhum dos dois, mas se quiser eu posso ao menos te ouvir -ofereci e ele pensou um pouco.

-Mas você não tem que comer e tal para voltar aqui depois? -ele perguntou, claramente ainda desapontado.

-Eu posso pegar alguma coisa na cantina, se vier comigo -eu dei de ombros

-Eu preciso mesmo de ajuda, então vamos -ele segurou meu braço e correu para a cantina.

Pegamos um lanche natural, sucos e nos sentamos na sala de música do andar de cima. Passamos um tempo só falando da banda deles, de como eles eram bons e eu achava que tinham que correr atrás disso.

-E aquela música que você escreveu? -eu perguntei animada -É incrível. Aliás, tem alguma coisa a ver com o que está acontecendo com vocês? Porque está um mais estranho que o outro -dei de ombros enquanto tomava um pouco do meu suco. Calum suspirou.

-Tem basicamente tudo a ver -ele começou -Eu fiz aquela música para uma pessoa, mas não parece que ela tenha gostado muito...

-Quem não gostaria de ser a musa inspiradora de uma música, Deus? -eu perguntei -A música é linda, por que ela não gostou?

-Ally, eu estou apaixonada por uma pessoa faz muito tempo. Eu sempre escondi de todo mundo com todas as minhas forças, mas uns acontecimentos recentes fizeram com que ficasse difícil fingir que esse sentimento não existe -ele escontou na parede gelada atrás de nós -Se eu te contar, você tem que prometer que isso vai para o túmulo com você. Porque nós nunca vamos ficar juntos e ele me odiaria se descobrisse.

-Espera, ele? -perguntei, achando que tinha ouvido errado. Ele abaixou a cabeça e eu entendi tudo. -Calum você é gay? Tipo, gay mesmo? Ou bi? Meu Deus, é quem eu estou pensando? -perguntei tudo de uma vez e ele soltou um riso. Levantou as sobrancelhas como dizendo "duvido que você saiba" e eu sorri -Você está apaixonado pelo Luke!

-Menina, como? -ele perguntou com os olhos arregalados.

-Só isso explica vocês estranhos ontem e hoje. Quero saber como tudo aconteceu.

[P.O.V. Calum]

Um dia atrás

Eu estava sentado no meu quarto, olhando para minhas roupas de sábado jogadas no chão. Ela inda cheirava à Luke Hemmings. Eu sabia que, depois da primeira vez que nos beijamos, duas semanas atrás, seria inevitável que acontecesse uma segunda vez. E ela tinha acontecido naquela festa, quando ambos já estávamos incoscientes o suficiente para não nos importarmos de entrar dentro de um quarto atrás do som.

Luke tinha me beijado como se não houvesse amanhã. Apesar de eu não lembrar muita coisa daquela festa, lembrava nitidamente dos olhos claros dele brilhando com a pequena quantidade de luz que entrava pela janela. Lembrava na barba mal feita dele roçando no meu rosto, da sua mão grande puxando minhas costas para mais perto. Lembrava, mais ainda, do gosto da boca dele que, mesmo cheirando a álcool, ainda tinha um gosto que era só dele.

Nunca pensei que chegaria a ter algo com ele. Luke sempre foi o que pegava todas, mas depois daquela festa, eu tinha certeza que nosso primeiro beijo não tinha sido sem querer. Quando saímos da sala, a festa tinha acabado e apenas nos deitamos no mesmo sofá, apagando na mesma hora.

Claro que o clima ficou estanho depois e não tocamos mais no assunto. Mas eu tinha que fazer algo a respeito. Ao menos achei que tivesse. No show daquela noite, eu tinha cantado uma música que havia feito para ele. Achei que fosse gostar, mas nossa conversa depois me mostrou o contrário.

-Calum, você não pode sair escrevendo músicas sobre mim! -ele gritou e socou a parede do lado de fora do bar. Quando percebeu que estava falando alto, mordeu a boca e olhou para o chão. -Acha que ninguém vai querer saber para quem foi essa música? O que você vai dizer quando perguntarem? Que foi para mim? Você não vai mesmo fazer isso.

-Luke, por quê? Por que tão arrogante?-eu suspirei. Estava cansado de brigar com ele sobre ter que esconder como me sentia -Eu escrevi uma música sobre você porque eu gosto de você, caralho. Sinta-se honrado que alguém consegue gostar de você.

-Honrado? Te garanto que existem muitas pessoas por aí que gostam de mim -ele sorriu malicioso, querendo me provocar -Nós não temos nada, Calum. Nenhum beijo significou nada. Primeiro de tudo porque eu estava bêbado. Eu NÃO sou gay!

Eu me recusei a ficar ali ouvindo todas aquelas coisas e voltei para casa. Ficar olhando para aquelas roupas cheirando ele e me lembrando de tudo aquilo fazia com que meu coração se apertasse de uma forma inexplicável. Quando percebi, algumas lágrimas desciam pelo meu rosto. As sequei um raiva e coloquei as roupas para lavar.

[P.O.V. Ally]

Eu estava boquiaberta com toda aquela história. E com certeza mataria Luke no dia seguinte. Calum podia ser um pé no saco com toda aquela animação, mas ninguém tinha o direito de ser tão escroto com ele.

Antes que eu pudesse responder alguma coisa, ele recebeu uma ligação da mãe e saiu correndo, porque ela estava na porta da escola bem puta por ele não estar em casa. Olhei no relógio e percebi que já tinha passado da hora de encontrar o Michael.

Fiquei minutos procurando por ele pela escola, até me conformar de que ele estava me dando o troco e eu teria que fazer toda aquela merda sozinha. Quantos anos ele tem? Oito? Puta merda.