História Sometimes, goodbye, is a second chance. - O problema dos primeiros dias

Aos poucos a nova rotina se instalava na nova vida de Caitlin e Olívia. E porque não na de Barry também ?

Naquela manhã o velocista acordou antes do despertador tocar. Era o primeiro dia de Olívia na creche e ele estava ansioso. Sabia, realmente sabia que era estranho ele gostar tanto da menina. Mas a verdade é que ele se sentia conectado com ela. Depois da tarde que passaram juntos. Por várias vezes Caitlin teve que levar a pequena para os laboratórios. O velocista nunca fez seu trabalho tão depressa quanto quando Olívia estava lá. Tudo para poder passar mais tempo com a criança. 

A menina por sua vez, nunca havia se sentido tão amada por tantas pessoas como estava se sentindo desde que chegaram á Central City. Cisco, Barry, Joe, Íris, Wally e até mesmo Julian estavam cada dia mais apaixonados pela menina. Porém, o amor que Barry demostrava era diferente, talvez mais intenso, mais preocupado ou até mesmo mais responsável. Ficava louco quando Cisco segurava a menina pelos pés de cabeça para baixo, ou quando Wally lançava ela ao alto. Detestava aquelas brincadeiras. Detestou ainda mais quando Caitlin lhe contou sobre a creche. Mas o que ele poderia fazer sobre aquilo? Não era como se ele fosse o pai da menina e pudesse opinar sobre o assunto . Porém, ele o fez, sem sucesso é claro. Qualquer um entenderia que era melhor e até mesmo mais seguro para Olívia estar com outras crianças á estar com um bando de super heróis e ajudantes. 

- Tem certeza que é o certo colocá-la naquele lugar? Ela pode ser mordida ou arranhada. As outras crianças podem não gostar dela! Ou ter inveja! Ela é muito inteligente pra aquele lugar! Talvez fique até traumatizada! - Diz Barry sem fôlego assim que entra no apartamento de Caitlin. Ele havia corrido até ali como jamais havia corrido antes. Ficou com medo que no meio do caminho tivesse ido parar no futuro ou de repente em uma outra terra. Assim que viu Caitlin com a mochila de Olívia em mãos, percebeu que estava no lugar e tempo certo. Ufa!
- Barry, ela vai ficar bem!!! E essa não é a primeira vez que ela vai frequentar uma creche, desde que comecei a trabalhar lá em Coast City ela frequenta. E ela gosta, lá tem outras crianças. Eu também demorei bastante para entender que é bom pra ela estar com outras pessoas e um pouquinho longe de mim durante o dia. Faz parte sabe?!
- Mas como você consegue? Eu não consegui nem dormir direito essa noite. Imaginando as coisas que poderiam acontecer.
- Chega Barry! Eu sei que você não queria que a Olívia fosse pra escola agora. Mas é o certo. E eu também não posso continuar levando ela todos os dias pro STAR.
- Eu nunca me queixei! - Diz "revirando" os olhos 
- Eu sei. E você tem sido incrível com a gente. Acho que a Liv jamais teria se acostumado tão fácil com esse lugar se não fosse por você. 
- Eu gosto muito dela. É tão estranho, Caitlin, mas eu amo a Olívia.
- Barry, você não faz ideia do quanto eu fico feliz e aliviada ouvindo você falar isso. - Caitlin, assim que percebe o olhar de confusão de Barry, passa as mão nos cabelos, morde o lábio inferior e já com o rosto bastante corado, enfim pensa em uma forma de sair "ilesa" daquela situação.
- Sabe, depois de tudo de errado que eu fiz... 
- Eu já disse pra você que todos temos os nossos erros. E temos que viver com as consequências deles.
- Pois é. - Disse sem graça por fim.

Olívia estava radiante. Caitlin parecia bem, estava certa sobre aquilo que estava fazendo. E Barry...bom, Barry parecia que iria vomitar, ou chorar, ou as duas coisas.  

O velocista fez questão de acompanhá-las até a creche. Ele queria ver com seus próprios olhos o lugar, se certificar que era seguro deixar a sua mais nova "amiga" lá. 

Assim que chegaram, Liv subitamente ficou assustada, todas aquelas crianças, o excesso de informação e de estranhos lhe deixou incerta sobre aquilo.
Caitlin a tirou da cadeirinha e a menina atracou na mãe.

 "Não à soltaria nem em um milhão de anos" 

Era o que o olhar preocupado de Barry constatou. Ou simplesmente era isso que ele queria que acontecesse. 
- Mamãe, não quero ficar aqui. Tenho medo.- Disse a menina.
- Não precisa ter medo meu amor. - Diz Caitlin deixando o estacionamento em frente ao pequeno prédio, com uma Olívia no mínimo apreensiva no colo, sendo seguida por Barry, que carregava a mochila e a pequena sacola de material "escolar". 

- Você lembra que era legal antes? 
- A menina até fez que "Sim" com a cabeça. Mas o que se viu, ou melhor, ouviu, foi uma sequência de gritos, choros e soluços de uma Olívia extremamente irritada e vermelha. 

Vendo aquela situação, Barry percebeu, que precisava ajudar Caitlin, não só como o seu carregador de sacolas, mas como algo mais. Era quase como se ele se sentisse responsável por aquela criança. Tinha que fazê-la entender que aquilo seria bom para ela, mesmo ele ainda estando com o coração partido por ter que deixá-la.
- Liv - Barry chamou, mas a menina não parava de chorar. 
-Liv, vem aqui... - Ele deixou as coisas que carregava no chão e rapidamente pegou a menina dos braços de Caitlin e começou a simplesmente lhe abraçar. Ele estava fazendo aquilo para que ela se acalmasse. 

Lembrava das diversas vezes que sua mãe havia apenas lhe abraçado forte para que saísse de alguma crise infantil. O curioso é que ninguém, nem seu pai,  nem  Joe, jamais o fez se sentir como quando estava sendo abraçado por sua mãe. Ninguém até agora. Olívia era apenas uma criança, uma bebê ainda, mas aquele abraço, tinha exatamente a medida exata de afeto, como o de sua mãe.

A choro gradativamente cessou, e tudo o que sobrou foram as lágrimas que molhavam o pequeno rosto de Olívia. 

Barry e Caitlin automaticamente no mesmo e exato momento, levaram as mãos até o rosto da garotinha, afim de enxugar as suas lágrimas. Porém, suas mãos se chocaram ainda no caminho, provavelmente a menos de um centímetro do rosto de Olívia. Barry poderia jurar que sentiu algo a mais naquele momento. E ele sabia que Caitlin também tinha sentido o mesmo, afinal, o olhar assustado que a mesma o lançou seria perceptível até se ele tivesse a quilômetros dela.


- Cisco, cadê a Caitlin ? - Diz Barry algumas horas mais tarde entrando no cortex.
- Oi pra você também. 
- Desculpa, é que eu queria saber sobre a Olívia.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Cisco assustado. 
- Ela começou a estudar hoje!
- Ah é isso? Fala sério Barry, você quase me matou de susto por nada. Deixa de ser medroso. É só uma escola, não é como se Caitlin a tivesse mandado pra guerra.
- Há há há Muito engraçado você. - Diz sendo irônico . - Ela não queria ficar lá. Mas acabamos a convencendo. Mas depois me senti muito mal com isso, será que ela começou a chorar de novo? 
- É possível! Diz Cisco. 
- Como? - ele já estava em estado de alerta. Muito mais que antes.
- Toda criança chora! Cara, relaxa!!! Você tá mais estressado que a Caitlin. Ela passou o dia todo olhando no relógio. E Me perguntando se Olívia estaria bem. Sério, a Liv é maravilhosa, mais toda essa tensão em uma coisa que deveria ser simples, me faz repensar sobre querer ou não ser pai. 
- Ser pai é o meu maior sonho. - Barry deixa escapar.
- Eu já sabia disso. Está na sua cara na verdade.   - diz apontando sua caneta para o amigo. 

Porém Barry já estava longe, por mais que estivesse apenas a alguns metros de distância. Estava pensativo, se imaginando carregando um bebezinho, na verdade uma bebê. Sempre quiser ser pai de uma menina.

Instantaneamente se lembra da vez em que viu "Caitlin" na speed force, carregando uma bebezinha. Nossa, como ele se culpou por aquilo não ter de fato acontecido, Caitlin e Ronie, sendo a família que deveriam ser. Mas agora, tudo o que Barry conseguia pensar era no quão grato se sentia  pelo caminho de Caitlin estar desimpedido, por ela estar de volta, por ter trazido Olívia ao mundo. 

- Liv... - Sai do seu transe assim que ouve o nome de Olívia na voz de Cisco. 

E lá estavam elas. Liv gargalhando no colo de Cisco que fazia cócegas nela. E Caitlin rindo de toda a situação. 

        " Nossa, como ela é linda!" 

Pensou Barry assim que prestou atenção no sorriso despreocupado de Caitlin. 

Ela estava diferente e isso era fato. Suas roupas, seu jeito, vários detalhes que com o tempo ele ia notando. Mas ainda era apenas a sua Cait, e ele faria de tudo para vê-la sorrir daquela maneira mais vezes.