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História Somewhere In Time - Deluding Itself


Escrita por: junipper

Notas do Autor


O nome da fanfic não tem muito a ver com ela em si, Somewhere In Time é um album da banda Iron Maiden, que particularmente, eu adoro!

Enfim, em caso de erros me perdoem. Boa leitura!

Capítulo 1 - Deluding Itself


Eu fechei meus olhos de novo, o sonho foi bom dessa vez, diferente dos pesadelos que sempre me impedem de ter pensamentos positivos ao longo do dia. Sonhei com ele, Naruto, ali naquele universo paralelo. Ele estava radiante, como sempre, sorridente e confiante; amoroso. Irradiando felicidade, como se tudo estivesse da maneira que ele mais queria. Esse sim, foi o sonho mais espontâneo, digamos, ingênuo que já tive.

 

– Sakura, posso pegar seu shampoo emprestado? É rapidinho, eu juro.

– Hm, claro Hina.

Olhando por cima dos braços cruzados, vejo Hinata encostada ao portal do quarto, esbanjando um meio sorriso meigo, que só ela conseguia manter, não importando o momento ou as circunstâncias.

– Anda Sakura! Ou quer chegar atrasada na aula do Ian? Sabe que ele é muito irritante, nem eu aguento aquele falatório, sempre repetindo mil e uma coisas sobre disciplina e blá blá blá...

 

De acordo com meu relógio de pulso – Que não tiro, nem que seja obrigada por cem demônios e deuses – São seis e quarenta e cinco.

Por Odin!

 

– Ino! Por que não me chamou antes?!

Ela para de escovar os cabelos e sai do banheiro, com uma das mãos fazendo gestos juntamente a escova capilar, enquanto fala.

– Querida, eu não sou sua mãezinha, sou? Eu sou a mãezinha dela, Hina? Me diga!

Hinata passa pelo corredor, e para atrás de Ino, com uma das mãos à segurar a toalha de bichinhos, que a mesma julgava ser fofa.

– Bom, eu não consigo imaginar você como mãe de alguém ou de algo.

 

Rapidamente Ino se vira para trás e grita.

 

– O que? Eu seria a perfeição em forma de mãe, uma doçura de mulher. Meus filhos seriam lindos, não existe possibilidades de muá – Ela coloca uma das mãos ao peito e dramatiza – não ser uma boa mãe!

 

Existe sim.

 

Ouço Hinata falar, do quarto ao lado do meu, onde a mesma habitava.

 

 – Ah, que se dane... – Ela se levanta, indo em direção ao portal. – Vou terminar de arrumar meu material, esteja pronta em quinze minutos. Ou então, vá a pé!

 

Era impressionante como ela se animava ao acordar, dificilmente Ino ficava de mau humor, nada comparado a minha rotineira chatice matinal. E devo admitir... Se Hinata e ela ainda me aguentavam, deveria ser porquê gostavam mesmo de mim. Algo que eu sempre seria grata, apesar de serem uma dupla de loucas, escandalosas, e como diria Naruto; nada silenciosas.

 

Ao terminar de me arrumar o mais rápido que pude, vejo que recebi uma nova mensagem.

 

Naruto:

Não falte hoje! Preciso te falar algo importante, mas só pessoalmente.

 

Certo, mas... Por que isso de “Preciso te falar algo importante”?

Eu não acredito nem um pouco em visões ou previsão do futuro, nem em nada desse contexto.
Mas foi estranho, lembrar que sonhei com ele, justo ele.
Não poderia ser um pato? Um amendoim, ou até mesmo Ino com sua gritaria exagerada, sem parar e sem perder o fôlego?   

 

 

– Já está pronta? A Hina já está no carro! E eu aqui te chamando, enquanto perco alguns valiosos minutos da minha dolorosa vida.

Desço as escadas calmamente, colocando uma das alças da mochila em um braço.

– Sério mesmo que você usou essa palavra? Dolorosa? O que tem de dor na sua vida? Sua unha quebrada?

Ela abre a porta do motorista e se senta, ajeita o retrovisor e me olha com uma feição incrédula, já se virando lentamente, com um dos olhos trêmulos – Ela sempre fazia isso em momentos como esse –.

– Olha só, sua estranha, meça seu falatório, hu? A minha vida é ultra dificultosa! Vocês sabem como é aguentar essa demora do meu pai em depositar o meu dinheiro? Não!

 

Não mesmo!

 

Seria bobagem demais continuar com aquele assunto, o melhor a se fazer era concordar e colocar os fones nos ouvidos.

– Ino, a gente entende muito bem o seu sofrimento, sem mentira, e por isso acho que você deveria retomar sua atenção ao que realmente interessa! Nós não chegarmos atrasadas! Que insolente, por Deus!

Hinata gritou aflita, com as palmas das mãos juntas às bochechas, enquanto olhava para cima com aqueles olhos tão claros.

 

Eu já não as ouvia mais, pois sabia que iriam retomar outra discussão boba.

 

 

E, em cerca de dez minutos chegamos. Ino estacionou em uma vaga para deficientes, pois a mesma alegava estar com preguiça de procurar outra.
Simplesmente, a pessoa mais debochada que eu conheceria em anos.

 

 

 

– Olha ali, Sakura. – Hinata apontou com o dedo indicador em direção às mesas que ficavam ao lado do laboratório de biologia ambiental da NYU, mais conhecida como New York University.

– Então, nós já vamos entrando... Não é Hinata?

– Hu? Sim, claro. – Ela olha para mim e manda sinais de positivo com os dedos. – Até mais tarde, Sakura.

E elas partiram rumo à entrada, de uma maneira nada discreta. Digo, ao longo do percurso as duas olhavam freneticamente para mim, cada uma passando um tipo de sinal com gestos e caretas.
 

 

Naruto se aproximava de mim, ele estava um pouco sério, com as mãos nos bolsos do jeans, esse que obtinha rasgos nos joelhos, e o deixava ainda mais bonito.

– E aí, muchacha.

Ele para à minha frente e faz uma breve reverência.

– Olá, El Cabron.

E sorri, totalmente descontraído, esbanjando aquela fileira perfeita de dentes, enquanto estreita os olhos para se manter sorrindo. – Um costume único dele –.

– Tenho algo importante para te dizer. – Ele olha para baixo, para os lados e depois, para mim.
Parecia estar exigindo algo de si mesmo. – E acho que você já deve imaginar o que seja.

 

Eu imagino, e gostaria de estar certa.

 

Ele continua.

 

– Eu vou embora. Amanhã à noite.

 

O que?! Estreitei os olhos, o vendo ficar sério. A minha surpresa era aparente, meus lábios fizeram um O perfeito, enquanto eu ainda cogitava à notícia.

 

– O que?! Você está falando sério?

 

– Sim, meu pai anda insistindo para que eu volte para Berlim, ajudá-lo em algumas coisas por lá. E eu realmente estava pensando em voltar, já faz um tempo.

– E vai voltar para cá quando?

– Em breve.

 

Eu entendia perfeitamente o lado dele, Naruto era com toda certeza, uma pessoa amorosa, sentia saudade de casa, do lar, da família; claro!

 

– Bom, eu não vou dizer que fico feliz ao ouvir isso, mas se você quer ir, então vá.

Tentei ser o mais alheia possível ao assunto, porém seria impossível!
À pelo menos vinte minutos eu estava entrando no Volvo V40 de Ino, ouvindo Hinata e a mesma discutirem sobre coisas banais; rotineiras, como sempre faziam. E seguindo esse contexto, eu jamais imaginaria ouvi-lo dizer que iria embora.

Eu com certeza não esperava por isso!

Abraço-o, tentando transparecer o quão ‘’feliz’’ estava com sua regressão.
Ele retribui, rapidamente, e afaga meus cabelos, enquanto deixa um beijo sob minha testa.

 

– Eu sei que está triste, não precisa bancar a fortona. ­– Ele me segura pelos ombros de uma maneira carinhosa, e sorri –.

 

Ali nos despedimos, eu já sabia que ele teria uma série de coisas para resolver, como, a transferência da NYU para alguma outra universidade, ou checar se estava tudo certo em relação ao voo.

 

Eu sentiria saudade de sua animação, do seu otimismo.
 

Eu sentiria, muito.

 

 

 

 

 

 

Não me importei com o olhar tedioso do novo professor, ao abrir a porta e tentar – Mesmo sabendo que todos ali olhariam – Passar a cabeça para dentro do cômodo, entre a mínima abertura que se fez ao abri-la.

 

– Com licença...

 

– Da próxima, nem perca seu tempo tentando entrar em minha aula.

 

 

 

Basicamente essa foi minha manhã, aguentando desaforos de professores velhos e frustrados; nada de tão diferente.

 

 Enquanto esperava Ino e Hinata darem o ar da graça no estacionamento, avisto somente a loira gritando com um rapaz, um ruivo alto e ranzinza, que vez ou outra a puxava pelo braço, parecendo ameaçador.

 

– Eu não fiz isso! Juro. – Ela dá uma corridinha, se aproximando do carro, onde eu a aguardava. – Se você perdeu sua prova, o problema é seu, não me culpe por ser desleixado com as suas coisas.

– Sério mesmo? Então me explique o simples fato da ‘’sua’’ prova ter uma caligrafia totalmente diferente da sua, enquanto a assinatura, ter um Ino Yamanaka!

Ele parecia possesso ao se aproximar do carro, e ela adentra no automóvel, amedrontada.

– Anda logo, Sakura! – Eu a sigo, em seguida passo por ele, ao entrar no passageiro –.

Ino da ré com o carro, em seguida põe a cabeça para fora da janela e grita.

– Arrivederci!

 

 

Ao nos distanciarmos da NYU, a olho incrédula.

– Mas que caralho foi isso?

– Eu roubei a prova dele.

Ela disse como se fosse algo extremamente normal.

– Ah, com toda certeza você é louca! Ele estava muito puto com você.

– Perante isso, eu só lamento.

 

Por Odin!

 

Estive pensando no fato de que, Naruto iria embora, voltar para o lar.
Minhas expectativas foram totalmente excluídas, enquanto pensava, ou melhor, imaginava o que realmente se passava em minha cabeça horas atrás.
 

Para ser sincera, eu pensava no fato de que ele poderia estar misturando algumas coisas, digo, se ele estivesse realmente misturando algo, eu gostaria que acontecesse, que ele colocasse em prática.
Poxa, nós éramos amigos, desde que cheguei de Los Angeles, enquanto ainda procurava alguém que gostaria de dividir um apartamento comigo, por uma quantia amigável em dinheiro.
E foi ele quem me indicou as meninas, disse conhecer Hinata, e que a mesma procurava uma caloura para dividir o aluguel.
Se não fosse por ele, eu provavelmente não as conheceria, não seriamos amigas e eu as ignoraria, se não fosse pelo mero fato de morarmos as três juntas. Graças a ele.
E sim, eu estaria disposta a tentar algo que elevasse nossa relação amistosa, para amorosa.
Porém, ele não obtinha interesse algum, somente eu. E como dizia aquele velho ditado; quando um não quer, dois não brigam. No meu caso seria, ‘’Quando Sakura quer, com toda certeza o outro não quer’’!

 

 

Ouço algumas batidas ritmadas na porta.

– Sakura, posso falar com você?

Calço minhas pantufas, presente de avó é inesquecível.

– Oi Hina.

Dou espaço para que ela entre, e me sento em um Puff, deixando-a a vontade.

– Eu não pude deixar de ficar curiosa. – Ela anda pelo quarto, de um lado para o outro; inquieta –. Me diga por favor, o que o Naruto te falou?

Olho para meus pés cruzados, e coço a sobrancelha esquerda.

– Bom, ele queria se despedir, eu acho.

Ela para no mesmo instante e me encara séria.

– Como assim, se despedir?

– Pelo que me disse, irá voltar para Berlim. Amanhã.

– Amanhã?

– Sim, amanhã.

Hinata estava séria, de uma maneira que jamais há vi, sem nenhum meio sorriso, ou seu jeito meigo aparente. Parecia estar confusa, ou até mesmo decepcionada.

– Nossa... Bom, eu vou indo, preciso resolver algumas coisas. Até mais tarde.

Ela sai do quarto, apressada.

                                                                                                                                            

Estreitei os olhos pensando em quão aquilo me pareceu, estranho, digo... Hinata e Naruto não tinham nenhum vínculo, nem nada perto disso. Quando nos juntávamos para beber em barzinhos, eles mal se olhavam, conversavam o necessário e sempre davam um jeito de não ficarem muito próximos.
Ao lembrar que, Naruto e ela se conheciam bem antes de que eu mesma os conhecessem.
Eu realmente poderia estar equivocada em minha linha de raciocínio, mas a reação dela ao ‘’descobrir’’ que ele iria embora, foi um tanto instigadora.

 

 

 

 

Abro os olhos rapidamente, uma luz forte à cima da minha cabeça faz meus olhos arderem.

– O que diabos você está fazendo aí ainda?

– O que você acha?

Ela põe uma da mãos na cintura, e vira a cabeça um pouco para o lado.
Em menos de segundos Ino fecha a porta, e caminha em direção ao guarda-roupas, abrindo todas as gavetas possíveis, vasculhando cada centímetro daquele móvel, jogando várias peças de roupas em cima da cama, consequentemente em cima de mim.

– Ino! Eu não vou sair, preciso dormir, tive prova hoje. Tem noção do quanto estudei?

– Sim, eu tenho. Mas depois de tanto esforço e dedicação, você precisa e muito, sair desse quarto, desse apartamento. Dessa vida!

Ela segura um shorts jeans, e o joga em mim.

– As outras peças você que decide, só tem moletom, ou roupa preta aqui! Credo.

– Tá, eu vou.

– Ótimo, estou esperando.

 

 

Fomos até o Khalui, um lugar que parecia ser um pedaço do Havaí, em plena New York.
Eu gostava dali, as músicas eram diferentes, como as bebidas, e sem contar o ambiente totalmente tropical.

 

Optamos em ficar ao lado de fora, estava calor, e a maior parte do movimento entre as pessoas no bar, estava lá dentro.

Um garçom em trajes floridos nos serve o cardápio, enquanto faz algumas indicações, exigidas, é claro, por Ino.

– Eu quero algo que me deixe bêbada, mas ao mesmo tempo sóbria.
Será que vocês tem alguma bebida assim?

Ele respira fundo.

– Não senhorita, de acordo com o teor alcoólico de cada bebida, você pode controlar o nível de embriaguez que queira ter, é só ver na página oito o teor de cada uma que se interessar.

O rapaz se vira em minha direção.

– Vodca, com gelo e limão.

Ele anota meu pedido, em seguida o de Ino.

 

– Certo, já que ele se foi, vamos ao que interessa... – Ela entrelaça os dedos um nos outros, abaixo do queixo, e me olha eufórica. – Um cara super lindo estava rondando a NYU! À quase uma semana, eu estava resolvendo algumas coisas para a festa de encerramento, com a Karin. E vualá. Um Deus grego apareceu na diretoria, conversando com o senhor Simon. O velho estava todo sorridente, parecia conversar com alguém importante, e claro, eu não pude ficar de fora. Me aproximei com cautela, para pedir informações sobre o orçamento ainda disponível, para darmos continuidade aos preparativos.

 

Nossas bebidas chegam, e eu logo tiro o mini guarda-chuva que ficava em meio ao gelo e as fatias de limão.
Ino experimenta o que havia em seu copo, e pelo o que pude ver, existiam frutas, leite condensado, e brilho. A cara dela.

 

– Hum, ótimo... Continuando, quando eu me aproximei o suficiente para ver o rosto do rapaz, ele cumprimentou o senhor Simon e saiu, assim, do nada, nem me dando chance de contemplar sua perfeição.
Aí nem a festa me deu ânimo para perguntar qualquer coisa ao velho.

– Talvez eles tenham algum parentesco, ou qualquer coisa do gênero.

Meu copo já estava pela metade.

– Ah, pode ser que sim, mas pelo que vi, ele estava assinando alguns papéis, lendo os folhetos de normas.

– E você se precipita demais.

 

Ela faz uma careta enquanto termina com o líquido colorido em seu copo, olhando para trás de mim.
Haviam algumas mesas de madeira enfeitadas com pequenos coqueiros coloridos, onde um grupo de amigos conversavam e fumavam. Eu particularmente odiava cigarros, só o cheiro me causava náuseas.

 

– Não acredito no que meus olhos estão vendo. Hinata sua imbecil!

 

Eu rapidamente desvio meu olhar do dela, e vejo algo estranho.
Hinata e Naruto adentravam o local e direcionavam-se às mesas que ficavam ao fundo, as mais discretas e escondidas.

 

– Eu não entendo mais nada.

Disse ela se levantando, para observá-los melhor.

Eu tentaria compreender o que se passava ali, porém alguém que falava ao telefone, do outro lado da rua, me tira totalmente o foco.

 

Um cara alto, de cabelos escuros e olhar sério, parecia impaciente, em alguma discussão via chamada.

 

– Ino, você o conhece?

Ela olha para o lados, para dentro do estabelecimento, e continua a procurar.

– Quem?

Eu bufo, como pode ser tão tapada?

– Atrás de você, idiota.

Ela se vira rapidamente, e fica calada por uns quinze segundos.

– Oh meu Deus... É ele, é ele Sakura! O Deus grego que conversava com o senhor Simon na diretoria.

– Você tem certeza disso?

Ela me olha abismada, em seguida sorri.

– Tenho toda certeza do mundo!

Eu olho para a rua novamente e o vejo, guardando o Smartphone no bolso da jaqueta escura, que o mesmo vestia. Em seguida entra em um carro estacionado a poucos metros dali, e sai.

 

– Se eu me encontro com ele, estando sozinha, não o deixo escapar de jeito nenhum.

 

Eu poderia ir até a mesa onde Naruto e Hinata estavam, mas algo me dizia que eu os atrapalharia, então preferi deixá-los colocar em prática o que de fato, vieram fazer.


E se Ino e eu iriamos sair bêbadas dali, nem eu mesma sabia, mas não importava o quão interessada em saber o que eles vieram fazer ali; nós definitivamente não voltaríamos sóbrias para casa. 


Notas Finais


E aí?!


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