História Somos Tão Jovens - Introdução...

22 de agosto de 2016 - 06h32m - Rio de Janeiro

Acordei com o despertador vibrando e tocando o mais alto possível, ou seja levantei no susto e acabei batendo muito forte nele para desligar e ele caiu no chão, o que me deu muita raiva, eu amava ele, apesar de sempre estragar um dos maiores prazeres da minha vida: dormir. Minha amiga de infância que se mudou pra França para fazer intercâmbio me deu ele, ela acabou ficando por lá mesmo, o relógio é a única lembrança física que tenho dela. O que eu mais gostava nele, é o sentido de metáfora que ele remetia. Ela foi embora, com a intenção de fugir da realidade, foi buscar seus sonhos e acabou deixando comigo o relógio, o tempo, que ela perdeu (aqui no Brasil), tentando ser quem não era. Pelo menos agora ela tá feliz. E quer saber? Nada mal, começar a segunda lembrando de pessoas queridas, mas vou me atrasar. Valeu, tempo! Deixei o que restou do relógio em cima da cômoda e fui pro banheiro fazer minhas higienes matinais. Depois desci para tomar café. Minha roupa? A de sempre: Calça jeans, camiseta, minha jaqueta quadriculada e meu all star (amigo de longa data haha)

-Bom dia família! - Falei animada, me sentando à mesa.

-Bom dia filha, o que houve pra estar tão animada em uma segunda? - Minha mãe disse enquanto servia minha irmã caçula, Lunna.

-Eu já desisti de tentar entender nossas crianças. - Meu pai disse também se servindo.

-Não sou tão criança mais, pai. E é claro, última semana de aula! - Falei sorridente e eles riram.

-Já tinha me esquecido! - Meu pai disse.

-Como não? - Minha mãe completou.

-Mãe eu não quero ir hoje, eu tô com sono! - Lunna resmungava.

-Claro que vai filha! - Minha mãe a repreendeu - Olha que ter preguiça é feio...

-Até te entendo maninha, mas eu tenho que ir, preciso apresentar trabalho ainda. Beijos família, me desejem sorte! - Levantei para pegar minha mochila.

-Boa sorte querida! - Meus pais falaram juntos, eu saí enquanto Lunna reclamava e apresentava seus argumentos para faltar aula, coisa de criança, mas bem que às vezes eu queria fazer isso. Fui pegar o ônibus, entrando nele, me sentei no lugar de sempre, lá trás, na janela, fui ouvindo música até lá. Quando cheguei, bem na entrada da escola, estavam: Lucas, Nicolas, Anna e Laura, meu grupinho de sempre. Fui correndo abraçar Lucas, meu namorado. 

Nada mais justo do que eu explicar nossa relação, não é? Vamos lá, Lucas e eu nos conhecemos no ensino fundamental, e desde então não nos desgrudamos mais, ele sempre foi um dos meus melhores amigos, até quando descobrimos que éramos mais do que pensávamos, descobrimos dentro de nós um amor que estava adormecido desde a infância, e foi aí que nosso namoro começou. Ele é tudo pra mim, hoje em dia não consigo imaginar minha vida sem ele, até porque ele sempre esteve presente, na maior parte dela pelo menos. Enfim, Lucas tem um irmão, Rodrigo, que namora a Anna, uma das nossas amigas, ela nos conhece desde o ensino fundamental também, na época em que a Júlia ainda estudava conosco (a minha amiga de infância que viajou se chama Júlia), porém Rodrigo é mais velho e já está na faculdade. A Laura e o Nicolas, chegaram no colégio no ensino médio, são irmãos e nossos amigos também. A Laura insiste com o fato de que o Nicolas gosta de mim, mas eu prefiro ignorar o fato, afinal, ele é meu amigo, e eu namoro, eu sei que ele me respeita e que isso pode ser passageiro, ou até mesmo alguma confusão da cabeça da Laura, nada que o tempo não cure. Esses são meus amigos, as pessoas mais importantes para mim. 

Depois de cumprimentar todo mundo, fomos para sala, apresentar nosso trabalho.