Estava chovendo, uma chuva pesada de verão. Já eram mais de onze horas da noite e na rua escura não havia sequer uma alma. A luz do farol do carro abriu caminho entre a escuridão e a água. Parou em frente ao portão da garagem que logo foi se abrindo e dando lugar ao carro.
A garagem estava quente ao se comparar com o frio que fazia do lado de fora por causa da chuva espessa que caía a dois dias. Tratou logo de entrar em casa, deixou suas chaves em cima do balcão na cozinha, e foi até o seu minibar para pegar algo para beber. Abriu sua garrafa de whisky e colocou um pouco no copo com gelo. Estava cansado e já era fim de semana, logo não teria que trabalhar no dia seguinte.
Foi subindo as escadas com o copo na mão e o colocou sobre a cômoda em seu quarto. Não ascendeu a luz, pois não queria a claridade incomodando seus olhos. Tirou o casaco que pesava sobre seus ombros e o pôs sobre a cadeira ao lado de sua cama, foi quando percebeu a janela entreaberta. Tinha certeza de que havia fechado tudo antes de sair. Foi quando viu o vulto em sua cama. Um pequeno contorno por debaixo das cobertas, formando uma silhueta. Ele puxou lentamente as cobertas e sorriu ao ver quem estava deitado em sua cama. Sentou a beirada da cama e ficou olhando para aquele rosto branquinho que passava um ar de rebeldia. Pousou sua mão sobre os cabelos pretos, nem curtos e nem longos, mas com um corte indefinido que o jovem insistia em manter. Algo mais repicado e bagunçado. Sentiu uma ânsia enorme em abraça-lo, envolver aquele corpo jovem e frágil em seus braços e protege-lo. Estava todo molhado, provavelmente por causa da chuva, e porque insistia em entrar pela janela ao invés de esperar que ele chegasse em casa. Estava abraçado ao travesseiro, e com o pouco de luz que atravessava as cortinas pode notar rastros de lágrimas em seus olhos e rosto. O pequeno estava novamente chorando, aquilo o fazia sentir seu peito despedaçar. Desceu sua mão então dos cabelos até seu rosto e tocou de leve sua bochecha que estava quente em comparação com sua mão. E devagar moveu se e aproximou seus lábios do rosto do pequeno e deu lhe um caloroso beijo em sua testa. E naquele beijo queria passar todo o seu carinho e afeto, todo aquele sentimento que no fundo sabia que estava se tornando um profundo amor. Decidiu tomar um banho e então dormir no quarto ao lado, para não incomodar o sono do jovem rebelde que ali estava. Estava exausto e logo ao sair do banho morno que havia relaxado todo seu corpo caiu sobre a cama. Sentiu o peso do cansaço em todos os cantos de seu corpo. Soltou seu cabelo que estava preso em um rabo de cavalo e o deixou cair sobre as costas. Passou os dedos por entre os fios colocando-os atrás de sua orelha. Pousou então sua cabeça no travesseiro e deixou que aquela sensação de relaxamento o levasse aos poucos aos braços de Morfeu, para uma terra de sonhos.
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