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História Sonho vívido - Capítulo Único


Escrita por: Amariie

Notas do Autor


Escrevi esse texto para compartilhar uma breve, mas marcante experiência superconsciente que tive com um sonho vívido. Queria que outras pessoas pudessem sentir o mesmo que eu senti nesse dia, a única forma que encontrei de fazer isso foi por meio da escrita, espero que gostem!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Sonho vívido - Capítulo Único

         Naquela ocasião, eu estava em um veículo, que era conduzido por um qualquer por quem não tive, no momento, interesse em identificar. Ele me levava pelos arredores da minha cidade, uma rua que tanto conheço.

         Eu olhava pela janela, admirando as casas e seus jardins verdejantes, todos diferentes dos que eu conhecia, mais vivos, mais surreais, saltitantes. Foi naquele momento que eu soube que estava sonhando.

         As cicatrizes nos muros, as porções de terreno gramado, os polígonos no céu matutino, os fios dos postes passageiros, as rugas no asfalto desgastado, tudo era tão real... mas não esse nosso real: uma novidade. Senti na minha alma aquilo que se sente quando se é criança e se conhece algo novo, néctar onírico, paixonite da juventude. Desci do carro, uma escarpa com uma vista atordoante de uma cidade enlouquecida em forma e em cores; um prédio cor-de-rosa formado por cilindros de textura ferrosa; uma catedral de bronze em pirâmide de sete andares e várias torres sineiras, com o sol a nascer logo atrás; prédios impossíveis e arranha-céus de espelho, um deles de vidro, onde vi uma silhueta degustar da silhueta de uma taça de vinho; árvores aleatórias, um gigante martelo que poderia ser uma caixa d’água. Olhei para trás: um terreno baldio, mas vívido de tal forma que ainda senti ali a aura de paraíso e, mesmo aquele lugar sendo o que era, com aqueles meus olhos infantis de sonho pude ver que nenhuma praia, ilha, floresta, oásis ou qualquer outro cenário terrestre faria me sentir da forma como estava me sentindo ao ver e estar ali.

         ...

         Olhei novamente para frente, a cidade ainda permanecia onde estava, com sua catedral, seu edifício de cilindros, as texturas, arranha-céus de vidro, tudo no lugar. Fiz isso mais algumas vezes e nada parecia mudar, passei a ter dúvidas se estava realmente em um sonho. A criatura que antes dirigia o carro discutia com os pedreiros do terreno baldio, com seus capacetes amarelos e rostos nulos. Eles discutiam sobre os campos minados – algo que, naquele momento para mim, parecia fazer parte da minha vida, de meu conhecimento, isto é um fenômeno natural de meus sonhos: pessoas e coisas parecem fazer parte do passado distorcido nas minhas tantas vidas oníricas, o que sempre dá uma sensação de Déjà-Vu, mas sempre quando acordo eu percebo que não faz o menor sentido – eu tentei ir até eles, mas vi que estava do lado errado da rua.

         ...

         Deixei meus olhos viajarem pela cidade, sem me mover do lugar. Como pôde ser tão real? Ainda agora, mesmo que eu não possa mais sentir a êxtase, ainda posso ver a luz refletir no espelho dos edifícios e reluzir no metal do martelo caixa-d’água, posso ver dentro das janelas da catedral e consigo recitar com cem por cento de acuidade a posição exata de cada fibra rebelde do barbante marrom que pendia de um sino.

           Vi o sol surgiu por detrás de um dos campanários, foi minha última visão antes do sonho acabar.

         

       


Notas Finais


Até aquele dia eu nunca tive um sonho vívido e, depois, nunca mais tive outro, mas essa experiência única resgatou sensações da infância que há muito eu havia esquecido, com tamanha precisão que ainda me arrepio ao me lembrar do verde brilhante daquela grama viva, daquele fascínio dourado, uma sensação inexprimível e própria do sonho vívido – e, imagino eu, também própria do tal do Paraíso.


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