História Sonhos esquecidos de um quase adulto! - Mente complicada pt 2

 O sol estava sendo tampado entre as nuvens mas não deixou esse obstáculo apagar por completo seu brilho. Ele era fraco porém imponente. Mas era um dia de tristeza e dor.
   Mabel e Samantha estavam vestidas a caráter. Ambas trajavam vestidos pretos. E levavam consigo um lenço de papel nas mãos. Que secavam constantemente suas lágrimas quentes. A falta que os gêmeos faziam não era somente para suas parentes diretas,  incontáveis pessoas, assim como no enterro de Stan, estavam presentes ali. Todos rodeavam o caixão de madeira escura de alças douradas. O padre recitava palavras complexas e dizia versos bíblicos, enquanto todos se deleitavam em tristeza. Samantha fora chamada para dizer algumas palavras mas esta nada disse. Assim como todos os que ali estavam. Logo após o término do velório, o funeral continuou até o entardecer. O mesmo momento em que Dipper fora visto pela primeira vez no dia.

  -Bom dia mãe!- dizia o menino ainda com sua roupa do dia anterior.
  -Onde esteve? - perguntou a mulher o abraçando forte.- Isso é de Ford! Ele disse que este somente você abriria. Mas ele não deixou chave ou carta. Apenas esse baú velho.
 -Ele sempre foi bom em guardar as coisas mãe!- disse Dipper pegando o baú de madeira velha e subindo imediatamente as escadas da casa.

   O baú era como o tetris. Somente encaixando perfeitamente as peças iria abri - lo. E lá estava Dipper tentando fazer o puzzle sem pensar muito. Conseguiu três dias depois. Na caixa havia pilhas de papel amaçadas,rasgadas e amontoadas. Uma verdadeira bagunça. Entre os papéis uma carta do Stan para o Ford e um livro pequeno,um provável diário de bordo. E realmente era. Ali continha os mais terríveis segredos dos mares explorados pelos gêmeos. E os mais terríveis segredos dos gêmeos.
  Em uma das páginas que estava rabiscada por completo Dipper conseguiu ler alguma coisa.
  " Ele não para de me olhar com aqueles malditos olhos... Ele pode perceber que eu o amo assim?"
  " Não há volta pra nós. Ele destruiu minhas pesquisas jamais vou perdoá - lo."
  "Se ele não fosse tão idiota quem sabe eu não teria o maltratado tanto "

  Dipper parecia nada entender até o livro de Ford começar a ler. O livro parecia mais um diário adolescente do que de um pesquisador. Mesmo assim Dipper parecia realmente interessado. Algo estava errado com os gêmeos era o que pensava Dipper. Algo muito errado. Leu a carta de Stan.  Chorou um instante apenas. E logo voltou a recapitular os fatos.
  Aquela caixa era com certeza mais misteriosa do que ele imaginara. Tinha segredos de amor trancafiados nunca revelado antes. Amor proibido. Uma declaração. Mas por que Ford se matou? Stan tinha se matado pois não podia suportar ter que aguentar mais um dia  se lembrando que  é irmão de seu grande e único e verdadeiro amor. Mas Ford tinha os mesmos sentimentos?Ou era apenas compaixão de irmão?Dipper parecia que ia explodir de tanto que pensara.  Apesar de assustado com as informação que adquirira estava realmente inter. Se ele fosse mais a fundo o que descobriria?
  Estava a explorar o diário de Ford quando finalmente chegou em sua última parte.

 " Dia 13 de Novembro de xxxx. Quinta - feira.

  Estou agora perto de Gravity falls .  Já faz 1 ano desde a morte de Stan e eu já não aguento mais. Pedi pra que me desse um bom motivo é onde morte é um bom motivo. Ele sempre foi um idiota.  Abandonado o irmão depos de dizer que o ama . Ele sempre foi assim inconsequente. Mas eu mesmo vou acertar as contas com ele quando nos encontrarmos no inferno. Ele vai ver uma coisa. Vou depois de agora ao túmulo de Stan me despedir dele. Nunca mais vou voltar a este lugar. Vou viajar e realizar nosso sonho sozinho. Vou fazer valer a pena nossa promessa de explorar os sete marés juntos.   Receio que Bill não volte. Mas isso é um bom sinal. Bill não é lá grandes companhias. Bem, espero ter sucesso em minha jornada solo. as algo me preocupa. É quase a terceira  garrafa de vinho que tomo e ainda me sinto são a escrever neste diário.  Eu acho que estou fixado demais em uma coisa pra ficar bêbado. Uma carta de Stan.É como se fosse um pedido. Ele me pedi para que eu vá com ele. Acho que quer dizer que ele quer que eu me mate. Encontrei essa carta a um mês atrás quando comecei a empacotar algumas coisas para a doação. Estava tão bem escondida em uma fundo falso de uma caixinha velha. Parecia que ele só cogitou a hipótese de me mostrá-la. Eu acho que ele teve medo. Na carta também tem algumas coisas estranhas como a localização de Bill. Eu tentei achar um padrão. Mas o Stan é completamente pirado. Como eu amava meu irmão." 

  Depois a letra fica ilegível. Provavelmente o álcool havia lhe subido a cabeça. E as últimas página pareciam ter sido arrancadas. Dipper tentou achar a carta ou as folhas rasgadas mas sua busca fora em vão. Nada naquela caixa fazia sentido depois de um tempo. Mas a sua procura resultou em um fragmento da carta. O único pedaço da carta. Estava apenas recortado contendo um trecho.
   "O que te espera do outro lado não é a escuro sou eu. Confie e voe. Meu anjo eu lhe esperarei".

Dipper estava realmente confuso. Stan havia mesmo morrido. Ford também. Como poderiam pensar na continuidade de algo que acabou. Até mesmo antes de começar. 

     O tempo havia passado e Dipper nem havia notado. Só parou de ler e procurar soluções naquela caixa quando Mabel lhe surpreendeu com uma bandeja de biscoito e leite.

  -Você precisa comer algo! E tomar um banho por favor!- disse ela colocando a bandeja no criado mudo.- Eu e a mãe estamos vendo TV.  Você não vem?
  -Leite e biscoito é bom não tem porque eu trocar por  programa chato de Terça. Provavelmente novelas. Eu odeio novela.
  -Ok já entendi. Não vai ver TV.- ela sentou na cama perto do irmão e notou uma fotografia muito antiga- Estes são Ford e Stan não é?  Nossa nos éramos tão feios. O bom é que eu fiquei bonita.
  -Você? -Eles riram.

 Dipper mostrou a irmã sobre o que estava fazendo. E o porque de Stan ter se suicidado. Ela parecia apavorada de todas as maneiras. Mas Dipper não detalhou muita a história. Foi direto ao ponto. Disse apenas o necessário e pediu segredo absoluto. Eles novamente voltaram a ser os gêmeos do mistério. Pouco a pouco.