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História Sonhos Não Mordem - Pá de Cal


Escrita por: Decrypt0

Capítulo 4 - Pá de Cal


Fanfic / Fanfiction Sonhos Não Mordem - Pá de Cal

Minha mãe normalmente não está em casa quando volto da escola, então decidimos marcar depois da saída. 

    Andamos juntos até minha casa, uma caminhada de mãos dadas, nossas mãos, ambas frias, juntas, com os dedos entrelaçados, enquanto percorríamos o caminho pela sombra.

    Não demoramos muito e chegamos em minha casa. Entramos e nos dirigimos ao meu quarto.

    Enquanto Paulo perguntava novamente se era isso que eu realmente desejava, calei-o com um beijo, roubando-lhe o ar e fazendo-o corar. Nunca havíamos nos beijado antes.     

    Paulo me jogou na cama e dirigiu-se à cozinha, voltando em menos de um minuto, com uma faca em mãos, e colocou-a em cima de minha estante.

    Agarrei sua cintura e joguei-o na cama, deitando em cima de seu corpo e beijando-o enquanto retirava sua camiseta do uniforme. 

    Seu corpo era magro, sem músculos, branco, tão branco que era possível enxergar algumas veias em seu peito e a contração de sua pele conforme os batimentos de seu coração. Apenas joguei a camiseta no chão e continuei a aproveitar.

    Não demorou muito e Paulo, com um rápido movimento, inverteu nossas posições, e agora era eu que estava por baixo de seu corpo.

    Com a faca em mãos ele cortou e rasgou minha blusa, expondo meu peitoral enquanto lambia meu pescoço e esfregava suas pernas nas minhas.

    Após quase desmaiarmos pela ausência de ar que nossos beijos causavam um no outro, Paulo ergueu-se, sentando em minha pélvis, e com a faca em mãos novamente.

    Delicadamente, ele fez um corte em seu peito, um corte relativamente grande, mas não profundo, e, em pouco tempo, sangue começou a escorrer por todo seu tórax.

    Inclinei minha cabeça e comecei a lamber o ferimento, enquanto minha face ficava suja de sangue, Paulo me abraçava.

    Lembro-me de beijar sua boca, e, por estar sujo de sangue, manchei seu lindo rosto de vermelho vivo para, em seguida, desmaiar.

    Acordei algumas horas depois, com o alarme da escola e algumas imagens do dia anterior que passavam por minha mente. Ainda não havia entendido completamente o que acontecera depois daquela tarde.

    Me sentia estranho, não era enjoo, não era dor de barriga, não eram gases, mas, ainda sim, algo estava estranho dentro de mim, algo que não conseguia compreender.

    Fiz minha rotina matinal e fui à escola.

    Quando encontrei Paulo contei sobre o que estava sentindo, e ele, na maior calma que alguém poderia ter naquela situação, respondeu um simples “acalme-se”.

    Ele me contou sobre o processo, sobre o que deveria fazer para me sentir melhor e sobre como deveria agir para passar - ainda mais - desapercebido.

    Enfim, foi uma história bonita, bem diferente do que estou vivendo no momento, já que o corpo de Flávia ainda está em minha banheira.

    Não tive tempo de pensar em todo o processo de me livrar do corpo, mas Paulo já havia me ensinado o básico.

    Pego alguns sacos de lixo na garagem e embrulho Flávia, três camadas, mais precisamente, de modo que o resto de seus fluidos não vazem e manchem o carpete da sala.    

    Por sorte, a área atrás de minha casa é desabitada, possuindo apenas alguns pinheiros, o que é de grande valia quando se precisa esconder um corpo.

    Pego uma pá e saio pela porta dos fundos, aproveitando e colocando um pouco de cal dentro do saco, para evitar o cheiro que a infeliz exalará em alguns dias. Conto seiscentos passos por entre as árvores, iluminando o entorno com a lanterna do celular, e encontro um local longe o suficiente para enterrar o corpo. Calculo que, por ser magra, Flávia não precisará de uma cova muito profunda.

    Francamente, jogaria seu cadáver em qualquer buraco que encontrasse na rua, mas isso só me incriminaria, então, infelizmente, tenho que criar meu próprio.

    Começo a cavar e pouco tempo depois já tenho um espaço apropriado para desovar aquela praga.

    Decido cortar o saco de lixo que envolve seu corpo, para facilitar a decomposição. Também levo suas roupas, já que minhas digitas e provavelmente alguns fios de cabelo estão nelas. Uso os sacos como luvas improvisadas, e, em seguida, jogo seu corpo nu dentro da “cova”. Deposito mais uma pá de cal e começo a enterrá-la.

    Não demoro mais de dez minutos para encher o buraco e terra e, assim que termino, começa a chover. De certo modo, isso é bom, pois ocultará qualquer indício que estive ali.

    Retorno para casa e tomo um banho. 

    Estou revigorado, como uma criança que, após alimentada, desenvolve uma maior capacidade corporal e mental.

    Saio do chuveiro e visto minha roupa de dormir. Não chamaria de pijamas, pois não é um conjunto, tampouco combina entre si, mas a blusa é de um tecido extremamente confortável.

    A fantasia de Flávia ainda está no chão do meu quarto, assim como os sacos que utilizei para envolver seu corpo. Espero a chuva parar e destruo-os com fogo no quintal. Não há mais evidências.

    Como já é meia noite e não consigo pegar no sono, decido dar uma volta pela cidade, afinal, é Halloween, e diversas festas estão acontecendo na vizinhança. 

    Coloco uma roupa casual e saio na garoa da madrugada, andando entre as ruas iluminadas pelas luzes brancas dos postes. A chuva trouxe uma fina névoa à cidade, o que deixou-a com um belíssimo visual.    

    Enquanto caminho, avisto Marina no jardim frontal de uma casa, e presumo que seja a festa do terceiro ano. Ela me avista também, e sinaliza para que eu vá a seu encontro.

    

    Marina me abraça e agradece minha presença, pois seu “companheiro” acabou preferindo ir à outra festa, deixando-a sozinha. Ela pergunta onde está minha fantasia, e, após dois segundos de pensamento, respondo, em um tom irônico:

 

    -  Optei por vir de vampiro, afinal, não preciso de maquiagem e meu guarda-roupas já é adaptado ao tema.

 

    Ela ri e concorda que estou bem fantasiado, embora, na realidade, esteja apenas usando um jeans preto, meus tênis, uma camiseta cinza e, para evitar a chuva, uma camisa azul escura de um tecido que se parece com jeans.

    Marina, por sua vez, está fantasiada do que, segundo ela, é uma fada, embora pareça bem mais erótica que uma simples fada. Apenas seus seios e sua púbis estão cobertos, com um tecido e apliques florais. Em sua cabeça, uma tiara de flores de várias cores repousa, e, seus cabelos ruços estão excepcionalmente arrumados.

    Decidimos entrar na casa.

 



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