Confesso, estava um pouco assustada, sendo arrastada por aquele loiro lindo, e ainda por cima vendada, por um lugar que não era asfaltado.
Mas eu confio demais nele, sei que não fará nada de errado comigo.
O contrário é mais certo, eu que tenho o poder de machuca-lo, e nas últimas semanas acabei fazendo muito, principalmente quando o maldito Edgar veio me procurar.
Seu ex-noivo te procura depois de te trair e o que você faz? Conversa numa boa com ele.
As vezes eu sou uma idiota, eu sei.
Mas eu não consigo me controlar, nunca conseguirei ser ríspida com alguém, mesmo que a pessoa tenha feito eu sofrer horrores.
Mas eu nunca iria desconfiar que o Edgar e a Luna iam fazer aquilo comigo.
Fazer o que, ninguém poderia prever o que estava prestes a acontecer...
< > < > < > < > FLASHBACK < > < > < > < >
- Eu nunca vou aceitar isso, o que ele pensa que está fazendo, humilhando nossa querida Ann e nos envergonhando deste jeito, falta dois dias! - disse Marie, irritada com o filho.
- Edgar sempre foi um inconsequente, eu sempre lhe disse isso, mas você sempre fechou os olhos para as falhas dele - Solomon estava profundamente ofendido pela atitude do filho e pelos constantes xiliques da esposa.
- Não importa, o que importa é que seu filho fugiu com a amante as vésperas do casamento, deixando em nossas costas o peso de cancelar a cerimônia e comunicar a minha filha o ocorrido.
- Sam, acalme-se, o médico disse que você não pode passar nervoso querido - disse Angélica, sua esposa, preocupada com o marido e com a enteada.
- Angie, estou bem, somente preocupado com que forma terei que falar para minha menina o que ocorreu - ele quase chamou o ex-genro de covarde, mas controlou-se no último minuto. Solomon ainda era seu amigo.
- Se acalmem por favor, somos amigos. Ele cometeu um erro, mas não podemos deixar este erro afetar nas nossas vidas, e na vida da Ann. Precisamos pensar na nossa Ann Sam querido, ela não merece passar por isso. Angélica é somente 11 anos mais velha que Ann, mas a vê como uma filha, e teme que sua menina se magoe. O que esta jovem mãe não sabe é que sua menina esta escutando tudo atrás da porta.
Ann decidiu que esta na hora de mostrar para eles que sabe de tudo.
- Não se preocupe Angie, ficarei bem.
- Ann! - gritou Marie, pálida como um fantasma, ao ver sua querida filha postiça entrar na sala.
- Você não tinha uma reunião hoje querida? - perguntou Sam, olhando preocupado para sua menina.
- Sim papai, porém a esposa de um dos sócios da Dreamer World entrou em trabalho de parto e a reunião foi adiada.
Angélica não conseguiu se controlar e foi até a sua menina, a abraçando - Sinto muito querida, muito mesmo - falou chorando, ao ver a ruiva se controlando para não chorar - não faça isso, chore, coloque para fora toda essa dor querida.
Ann, enfim cedeu a angústia que estava sentindo e chorou nos braços da madrasta por horas.
< > < > < > FIM DO FLASHBACK < > < > < >
* . * . * . * . * . * . *
- Esta tudo bem Ann? Você esta tão quieta - Marcos não estava sentindo que algo estava errado.
- Esta tudo bem. Só estava lembrando da minha família - disse ela, dando um suspiro. Estamos chegando?
- Sim, falta muito pouco. Sei que você detesta surpresas, mas espero que desta você goste.
- Eu confio em você Marcos, sei que vou gostar. Chegamos?
- Ainda não, falta pouco.
- Mas você parou o carro? - perguntou confusa.
- Sim, estamos quase perto do nosso destino, relaxe, você vai gostar. "Eu espero que goste"
- Ok, mas não me deixe cair, por favor.
- Eu não vou deixar você cair, nunca. Isso é uma promessa. E eu sempre cumpro minhas promessas - disse o loiro com a voz chateada.
Ann parou de andar ao perceber que possivelmente o magoara. - Marcos...
- Estou bem Ann, - disse ele, sério - só vou levar um tempo para me acostumar com a ideia.
Alguma coisa estava errada e Ann sabia disso. Marcos é como um livro aberto, então ele estar agindo assim lhe dava a impressão de que estava esquecendo algo muito importante. Até que o que ele disse martelou em sua cabeça.
- Que idéia Marcos?
- A de t... - começou ele, porém logo mudou de idéia e continuou - deixa pra lá Ann, depois conversamos - finalizou enquanto continuava a guiando até o local em que iriam.
Ann tentou falar algumas vezes, mas percebeu que o loiro não iria responder, e não entendeu. Marcos nunca agiu assim, sempre fora muito direto, nunca teve segredos com ela, e agora agia como se estivesse prestes a morrer. O que será que ele esconde?
* . * . * . * . * . * . *
No outro lado da cidade, um moreno de olhos azuis sorria vitorioso. Tudo estava saindo como ele planejara. Convencer aquele idiota loiro de que ele e Ann estavam reatando fora tão fácil que ele até se surpreendera. O rapaz realmente não conhece a ruiva, do contrário, não teria caído tão fácil na armadilha bolada por Luna.
- Que foi amor, pensando em como vai convencer Ann a voltar para você?
- Não minha deusa, estava pensando em outras coisas mais produtivas - disse indo em direção da amante, que começou a gargalhar.
* . * . * . * . * . * . *
Marcos não entendia como Ann podia fazer isso consigo mesma, voltar com aquele cretino depois do que ele fez para ela. Mas ele a amava, e a apoiaria não importa qual fosse sua decisão. Ele queria vê-la feliz. Eles estavam chegando no seu refúgio. Uma única vez falou do lugar para a ruiva e ela o fez prometer que um dia a levaria lá. E que melhor momento que este, quando ambos estão prestes a se separar.
- Estamos chegando anjo, já vou tirar a venda de você.
- Marcos, o qu...
- Depois conversamos, falta pouco, sei que a caminhada é longa, mas vale a pena.
- Confio em você.
Por sorte, Ann estava vendada, e não via como o rapaz mostrava-se atormentado toda vez que a ouvia dizer estas palavras. Ela confiava nele, por isso pedira para falar com ele a sós, provavelmente pediria conselhos sobre como contar que estava reatando o noivado para eles.
- Pronto, chegamos - disse ele, tirando a venda da ruiva.
Ann perdeu o fôlego, ao ver aquele lugar. O melhor pôr do sol da sua vida.
- Uau! Este lugar é magnífico.
- Fico feliz que tenha gostado.
Ann estava maravilhada, o lugar era simplesmente lindo. Ela já conseguia ver os dois juntos, caminhando calmamente de mãos dadas, sem se preocupar com nada.
Sem perceber, começou a chorar, emocionada. Marcos a olhou sem entender o que estava acontecendo.
- O que houve Ann? - perguntou preocupado.
- Nada. Esse lugar é tão lindo! Eu adorei, obrigado por me trazer aqui - disse e o abraçou. O choque no rosto do rapaz a teria assustado, se ela tivesse visto.
- Eu tinha te prometido. Hoje resolvi cumprir minha promessa.
- Promessa? - disse confusa, logo lembrando-se que fora ela quem o fez prometer - seu refúgio! - exclamou assombrada.
- Sim, o meu refúgio. O lugar apropriado para algo importante - disse ele,a olhando sério.
Ann não conseguia entender as atitudes dele. Não entendia o que estava acontecendo com o seu loiro.
- Aconteceu algo - disse Ann - e isso está te incomodando, então está me incomodando também. O que houve?
- Seu noivo veio me procurar - disse ele, chateado. Ao olhar para o seu anjo, esperava qualquer reação, culpa, tristeza, menos a fúria estampada no rosto da ruiva.
- O que aquele bastardo queria com você? - perguntou, vendo o seu loiro a olhar com espanto - ele não é meu noivo e... bom, não importa. Coisa boa não foi, imagino. Mas não foi por isso que pedi para falar com você Marcos...
Ele estava espantado. Ela parecia irritada com o noivo. Mas eles não estavam reatando?
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