História Sonhos Roubados - Seguindo...

Olhando para ele, não consigo saber se ele acreditou em mim. Mas ele terminou o jantar silenciosamente e depois fomos juntos para o nosso quarto, onde ficamos namorando até o sono chegar. Dormir nos seus braços é maravilhoso. Eu me sinto protegida de tudo e de todos.

Eu não vou perde-lo. Ele é especial. A pessoa mais especial que conheci, depois da Angie.

Saber que minha mãe está se divorciando de meu pai me deixa triste, mas entendo os motivos dela. Por mais que ela não tenha entrado em detalhes, sei que meu pai deve tê-la ofendido. Ele nunca foi bom no quesito tato, e nunca a amou como ela merecia. Ela merece ser feliz.

Me magoou saber que meu pai acha que pode me controlar. Agora sou propriedade dele por acaso? Por sorte insisti em ter meu próprio apartamento quando Edgar me deixou, ou agora eu teria que aguentar meu pai tentando mandar em mim. Se bem que eu quase nunca o via mesmo.

Ele nunca teve tempo para mim. Por isso provavelmente casou-se com Angie. O problema é dele. Ele que perde com isso.

Eu irei me casar com o homem que eu amo. E não preciso da aprovação dele. Nunca precisei.

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- Ann, querida acorde! Ann, amor, seu pai esta no telefone, quer falar com você - disse Marcos, acordando a jovem.

- Meu pai? - perguntou ainda sonolenta, quando ele concordou com a cabeça pegou o telefone e atendeu - Bom dia pai, aconteceu alguma coisa?

- Preciso que você venha para casa agora - mandou ele, de uma forma que Ann jamais tinha visto. A forma de como ele falou com ela a irritou.

- Desculpe pai, mas estou ocupada e não poderei ir - respondeu a moça, se lembrando da conversa que teve com a mãe e tendo um mau pressentimento - pode ser na segunda a tarde? Terei uma reunião pela manhã e terei a tarde livre.

- Preciso que você venha para casa agora Ann, isso é uma ordem! - disse Sam, irritado com a insolência da filha.

- Bom pai, já que você pediu com toda essa educação - ironizou a jovem, irritada - eu sinto em dizer que não irei, mas quando eu puder, eu vou - finalizou sarcástica.

- Ann, sua festa de noivado está pronta. Só falta a noiva. Venha logo. Preciso de você aqui.

- Noivado? Que noivado? - disse olhando para Marcos, para ver algum indício que o mesmo comunicou o pedido ao seu pai, e vendo a confusão do mesmo teve certeza que não iria gostar de ouvir o que seu pai iria responder.

- O seu filha, com Edgar. Acho que está na hora dessa palhaçada com esse rapaz desclassificado acabar. Termine com ele e venha para sua festa agora, ou eu irei deserda-la - deu o ultimato, sem ter idéia que por isso estava perdendo a filha.

Ann nunca pensou que sentiria tanta raiva do pai. Ele não a conhecia mesmo. Achava que ela era o quê, uma boneca de pano, sem sentimentos. Seu pai era tão cretino quanto Edgar.

- Sério? - questionou o pai, irônica - então pode dar tudo para o Edgar, que não me importo. Vocês dois são iguais. Dois canalhas.

- ANN, ME RESPEITE, SOU SEU PAI! - gritou ele, furioso.

- PAI? VOCÊ SABE POR ACASO O QUE É ISSO? VOCÊ NUNCA FOI MEU PAI - gritou de volta, revoltada - EU ESTOU NESTE MOMENTO AO LADO DO MEU NOIVO, QUE SE CHAMA MARCOS, E É AQUI QUE VOU FICAR. E QUERO QUE VOCÊ VÁ PRO INFERNO COM O SEU QUERIDO EDGAR - finalizou aos berros, encerrando a ligação.

- O que houve Ann? - perguntou Marcos, confuso, mas seu celular começou a tocar e ele foi atender.

- Se for meu pai não atende Marcos - disse, vendo o rapaz desligar - eu te contei ontem que meu pai quer me casar com Edgar lembra? - continuou, vendo ele acenar em concordância - pois ele decidiu que tenho que me casar com ele, ou vai me deserdar. Acho que o pedido de divórcio da minha mãe só piorou uma situação já ruim.

- Entendo, mas e agora, o que você vai fazer?

- Eu? Não irei fazer nada. Eu amo você, e se tem alguém com quem irei me casar - disse, indo em direção ao seu anjo loiro - é com você! - finalizou, o abraçando. Marcos a abraçou de volta, e Ann sentiu todo o calor e o carinho que emanava do seu gigante loiro.

- Eu também te amo ruiva. Mas e seus pais? - perguntou, ainda preocupado.

- Quanto ao meu pai, eu quero que ele se exploda. Ele nunca foi um bom pai, para achar que vou obedece-lo cegamente - disse, enquanto Marcos afagava seus cabelos, de forma carinhosa. - Eu me preocupo com minha mãe. Ele pode ir atrás dela porque o desobedeci.

- Se você quiser, sua mãe pode ficar na minha casa por um tempo. Seu pai não sabe onde eu moro - disse, vendo o rosto da noiva se iluminar de alegria.

- Perfeito amor! Assim ela pode me ajudar com os preparativos do nosso casamento.

Ann percebeu que ele ainda ficava um pouco tenso quando ela falava sobre o assunto. Mas que não tentava discordar dela, ou seja, acreditava que ela queria este casamento.

- A propósito, quando vou ganhar o meu anel? - perguntou divertida, olhando para ele com carinho. Marcos enfim cedeu.

- Vamos fazer a mudança de sua mãe e depois iremos juntos escolher o seu anel ok - finalizou, vendo os olhos dela brilharem de alegria.

- Sim.

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Luna a tempos tinha se arrependido de ter se envolvido com Edgar.
O cretino teve a coragem de jogar a culpa toda em cima dela, a chamou de vagabunda e a humilhou de todas as formas possíveis.

Ann que fora esperta de arranjar alguém melhor. Agora era ela quem tinha que se livrar desse encosto.

- Foi muito bom enquanto eu ainda não conhecia o caráter duvidoso dele, mas agora chega, vou viver minha vida - disse para si mesma, como um mantra.

Luna não esperou o amante voltar de mais um circo de horrores com seus pais e o pai da sua ex melhor amiga. Arrumou suas malas e pegou tudo que era dela, tomando cuidado para não mexer em nada dele, pois era bem capaz do canalha a acusar de roubo também.

Com as malas prontas, fora direto para a casa dos pais, onde contara tudo para eles. Agora ela estava livre!

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Ann e Marcos chegaram no hotel e logo encontraram Angie na recepção. Apressados, logo começam a explicar o ocorrido a ela.

- Eu fiquei com tanta raiva mãe naquela hora. Não me arrependo de ter gritado com ele, ele mereceu!

- Entendo querida, se acalme. Mas porque acham que ele vai vir atrás de mim?

- Eu não sei mãe, tenho esse pressentimento. Por isso você e eu iremos para a casa de Marcos, ele não sabe onde é.

- Querida, ele sabe.

- O que mãe?

- Seu pai com certeza sabe onde Marcos mora. Ele mandou investigar a vida dele, para ver se ele tinha algum podre que pudesse ser usado. Ficou uma fera quando não achou nada - respondeu calmamente.

  - Você esta de brincadeira né mãe? - questionou Ann, embora soubesse a resposta - eu quero matar ele! - disse muito irritada.

- O seu pai quer muito a fusão da empresa, e aparentemente Edgar vem causando certo desconforto entre seu pai e Solomon.

- Até parece que eu vou me casar por dinheiro mãe. Quero que essa fusão vá a merda!

- Eu sei querida, eu te conheço filha - começou ela, sendo interrompida por Marcos.

- Seu pai está aqui Ann - disse o rapaz para a ruiva - esta vindo em nossa direção, e não parece feliz.

- Ele vai ficar super contente com o show que eu vou dar se ele falar alguma besteira para você - disse, olhando irritada para o pai.

- Você está aqui? Melhor assim, vamos para casa Ann - falou seu pai, ignorando os outros dois.

- Eu já disse que não vou pai. Eu tenho minha própria casa - falou, ignorando a cara de ódio do seu pai - vim aqui justamente para buscar mamãe. Agora que vocês estão se divorciando, vim convida-la para morar comigo.

- O que você disse para ela Angélica? - encarou a ex-esposa com ódio.

- Só informei que estamos nos divorciando - respondeu ela, firme.

- Só isso - respondeu, irônico - ou resolveu envenenar minha filha contra mim?

- Mamãe só me disse isso mesmo. O resto, você fez sozinho ao me ligar hoje - respondeu Ann, encarando o pai - agora me pergunto, o que você está fazendo aqui?

- Precisava esclarecer alguns detalhes do divórcio com Angélica, depois iria atrás de você... - falava ele, quando foi interrompido por Angie.

- Referente ao divórcio peça para o seu advogado procurar o meu. Eu assinei o acordo pré nupcial e nos casamos com separação total de bens, portanto não tem nenhum empecilho de minha parte.

- E quanto a mim, bom, eu já deixei bem claro né pai - disse Ann - Mãe, podemos ir a qualquer momento - disse, olhando para a mãe e para Marcos, que estava calado.

- Sim querida, preciso buscar as malas que estão no meu quarto - disse, levantando-se e indo em direção ao elevador, ignorando o ex-marido - vamos querida, já autorizei sua entrada, assim como a de Marcos.

- Claro - disse Ann, seguindo a mãe, quando teve seu braço agarrado pelo pai.

- Você vai comigo mocinha, por bem ou por mal.

- Me solta pai - ordenou com raiva - você está me machucando - finalizou sussurrando com ódio. Marcos veio ao seu resgate neste momento.

- Solte-a Sr. Fierro, está machucando ela - disse, aproximando-se da jovem de forma protetora. Prevendo o que ocorreria, Angie chamou os seguranças do hotel.

E ocorreu exatamente o que Angie previra, Sam soltou o braço da filha e deu um soco em Marcos, derrubando-o no chão.

- Marcos!! - disse Ann, se agachando ao lado do noivo e o ajudando a se sentar. A jovem nem ao menos viu seu pai ser arrastado para fora do hotel pelos seguranças.

- Querida - disse, olhando preocupada para a filha - vamos leva-lo para o meu quarto, assim você poderá cuidar dele melhor.

- Sim mamãe.

Ann apoiou Marcos em seus ombros e o ajudou a andar até que ele conseguiu se recuperar do soco.

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Samuel sabia, ao ser arrastado pelos seguranças do hotel que no outro dia seria manchete dos jornais. E não seria algo bom.
O mesmo também percebeu que sua filha não iria voltar com Edgar de jeito nenhum.
Ele não conseguia entender, Edgar lhe dissera que ela só estava com o rapaz porque este a ameaçava.
Então...

Por quê ela não aproveitou a oportunidade de fugir dele?

Por quê ela ficou tão preocupada quando ele levou um soco?

Sam estava confuso, e resolveu dar espaço para a filha. Ela era esperta, e pelo que notará, não fazia nada que não queira. O senhor Fierro resolveu que iria falar com a unica pessoa que poderia ajuda-lo.

- Vou falar com Luna.

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Logo após a recuperação de Marcos, os três decidiram ir para a casa dele. Ann preferiu assim, pois no seu prédio seu pai era conhecido e os seguranças o deixavam entrar sem falar com ela as vezes. Pegaram toda a bagagem de Angie e seguiram até a casa de Marcos.

Ao chegarem lá, deixaram Angie se organizando no quarto de hóspedes e chamaram um táxi, para ir ao apartamento da ruiva.

Assim que chegou no seu apartamento, Ann foi direto fazer as malas. Pegou todas as suas roupas, sapatos e outros acessórios. Resolveu não deixar nada para trás.

- Marcos, me ajuda a esvaziar a minha geladeira, como não pretendo voltar aqui por um tempo, quero levar tudo.

- Claro querida, coloco onde?

- Naquela caixa próxima a pia. Vai ficar mais fácil de carregar.

Depois de separarem o que Ann iria levar, levaram tudo para o carro dela, e partiram para a casa dele.

OoOoOoOoOoO

- Ann, sua mãe já foi descansar, e você também precisa.  Venha, vamos dormir querida.

- Qual data você prefere Marcos, para o nosso casamento?

- Ann, podemos falar disso depois?

- Eu gostaria que fosse no dia 15 de março - disse ela, insistindo no assunto.

- Eu gostaria que fosse em março também, mas dia 18, como no casamento de meus pais - respondeu o rapaz, sentando ao lado dela.

- Então isso me dá 70 dias para organizar tudo.

- Ann!!! - disse ele, sério.

- Vamos dormir querido, eu vou ter um dia cheio amanhã!

~~~~~APROXIMADAMENTE DOIS MESES DEPOIS~~~~~

- Querida, se acalme, ou vai acabar amassando o vestido.

- Eu sei mãe, mas estou tão ansiosa.

O dia mais sonhado por Ann enfim chegou, e nada, nem ninguém iria estraga-lo. Ela não permitiria. Marcos e ela enfim seriam marido e mulher. A um mês atrás o divórcio de seus pais foi concluído e sua mãe mudou-se para o seu antigo apartamento, agora que ela já morava com seu marido.

Marcos era mais perfeito do que ela merecia, a auxiliando nas tarefas domésticas e sempre a ouvindo. Uma vez quando ela o chamou de perfeito ele ficou sem graça, e respondeu para ela que era assim pois vira o quanto a mãe sofrera nas mãos do pai, que não ajudava em nada em casa, e que tinha prometido para a mãe ser diferente.

Ele cumpria a promessa magistralmente.

- Acorda Ann, esta na hora.

- Já?

-  Sim querida, vamos - disse Angie, dando o braço para a noiva.
A escolha de entrar com Angie foi a primeira decisão que Ann tomou sobre o casamento. Ainda não estava falando com o pai, embora mandara o convite para ele, e Angie sempre esteve ao seu lado.

Enquanto caminhava em direção a Marcos, era como se o mundo tivesse parado. Só tinha ele ali. Ela nem prestou atenção no que o padre falava, somente olhou quando ouviu o seu nome.

- Ann Ashley Fierro, você aceita Marcos Rodriguez como seu legítimo esposo?

- Aceito.

- Marcos Rodriguez, você aceita Ann Ashley Fierro como sua legítima esposa?

- Aceito.

Enquanto o sacerdote continua a celebração do matrimônio, os dois que ali se uniam nem ao menos ouviam, tão concentrados que estavam um no outro, ao ponto do padre falar que Marcos podia beijar a noiva duas vezes para então ele a beijar, sobre aplausos de seus amigos e familiares.

A festa passou para ambos como um borrão, ainda bem que estava sendo filmada, então ele poderiam ver depois. Depois de cumprimentar todos os familiares e amigos, inclusive o pai de Ann, que comparecera, e após ela jogar o buquê, a cinta liga e ele ver sua gravata ser picotada em todos os rituais típicos se um casamento, ambos fugiram silenciosamente rumo ao seu refúgio, e a sua lua de mel.