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História Sonserinos Também Amam - Segredos Weasley


Escrita por: Aryalie

Notas do Autor


Oláaa! Viu, no dia certinho, como prometido.
Boa leitura!

Capítulo 7 - Segredos Weasley


                                         Hermione

 

                    O clima em Hogwarts estava estranho. Havia algo sombrio, como se o ar estivesse mais denso, mais difícil de absorver, tornando nossas respirações pesadas e audíveis. Ou talvez fosse o silêncio penetrante e intenso combinado com a escuridão nos pontos mais distantes dos candelabros, que pareciam estar escondendo alguém. Toda a atmosfera obscura me inebriava, e eu me sentia quase hipnotizada. Draco não parecia notar, mas eu me sentia estranha, diferente. Ao mesmo tempo estava alerta. Era quase como se eu sentisse que algo de muito perigoso estava perigosamente perto.

                 Subi hesitante os degraus de pedra que constituíam a escada em espiral. Eu podia ouvir os passos de Malfoy ecoando os meus. Pisando exatamente onde eu pisara anteriormente. Eu me perguntava em que ele pensava, se ele tinha a mínima ideia do que nos esperava no topo da escada. Talvez.

                  Porém, ao chegarmos à sala, o que vemos não é a bagunça habitual de livros, poções e papéis de carta perfumados. Na realidade, a sala estava um caos. Haviam cadeiras reviradas e vidro quebrado por toda parte. As cortinas de tecido púrpura antes impecáveis agora estavam rasgadas e caídas no chão. O tapete ricamente bordado havia sido manchado pelo nanquim que escorrera da mesa até o chão. Olho para trás e Draco está tão espantado quanto eu.

                 —Professor? Dumbledore? — eu pergunto, com a preocupação explícita em minha voz, que sai mais aguda que o habitual.

                 Draco coloca a mão em meu ombro, e nós nos entreolhamos sem muita certeza do que fazer. Seus olhos cristalinos parecem francos, e percebo que ele está tão perdido quanto eu. Aqueles segundos parecem durar um século, até que somos interrompidos por uma voz.

                 —Que bom que chegaram logo! É muito bom poder testemunhar um momento de harmonia entre Grifinória e Sonserina. — A voz de Dumbledore brada, forte. É algo raro, mas eu gostaria que fosse mais frequente. Nunca vou entender essas rivalidades. Acredito que ambos sejam igualmente valiosos. Ah! Sim, acho que já conseguiram deduzir o que aconteceu aqui. Sim, é isso mesmo. Eu tentei evitar qualquer estardalhaço, mas realmente houve outra invasão.

               Eu continuo o encarando, esperando explicações.

                —Talvez vocês devessem se sentar— Dumbledore diz com um suspiro. Nos acomodamos, ansiosos para ouvir o que quer que fosse que ele tivesse a dizer.

                Finalmente ali estávamos. Sentados lado a lado em poltronas de couro, com Dumbledore se erguendo sobre nós, mais alto que nunca. Surgiu então uma dúvida infantil, mas que sempre surgia quando se tratava de Dumbledore. Nós havíamos feito algo de errado?

                —Espero que não se incomode, Draco, mas precisamos contar tudo á Srta. Granger. Ela está envolvida demais nisso para ficar alheia à nossos assuntos.

                  Draco faz um sinal positivo com a cabeça, e eu fico ainda mais confusa. Então eles já haviam conversado sobre mim? Que tipo de conversa?

                  —Quando Greyback invadiu Hogwarts pela primeira vez, estava procurando o vira-tempo. Recorreu a Malfoy para isso, já que supostamente teria Lucio e Narcisa para ameaçar. Ainda não temos certeza, mas parece que ele conseguiu outro aliado, um mais ansioso a cumprir suas ordens.

                —Um traidor na Grifinória... — Draco sussurra.

               —Exatamente. Gostaria que me relatasse qualquer comportamento estranho de seus amigos. Pode ser de grande ajuda. Afinal, alguém o passou a informação de que o vira-temp estava em Hogwarts.

               Qualquer comportamento estranho... Essa frase me traz imediatamente a imagem de Rony em mente. O que mais poderia ser descrito como estranho senão o comportamento dele?

               —Peço que ao chegar em seu dormitório se certifique de guarda-lo bem. Por enquanto é só isso. Estamos patrulhando a escola, mas temos certeza de que Greyback já se foi. Se é que ele veio pessoalmente. Granger, agradeço sua compreensão, e já pode ir para seu dormitório. Preciso falar com Draco Malfoy a sós.

               Um pouco desconcertada e confusa com seu breve discurso, me despeço de Draco com um gesto de cabeça, e resolvo voltar logo ao dormitório, sem vagar pelos corredores mais que o necessário. Afinal, todo aquele clima sombrio tinha uma justificação. Hogwarts não era um lugar tão seguro assim, afinal.

 

                                                                             Draco

             

                 Não havia nenhuma pista sobre o paradeiro de meus pais ou de Greyback. Tudo o que Dumbledore pode me informar é de alguns vislumbres de um homem alto e loiro que poderia ser meu pai no Beco Diagonal. Nada além disso. Eles poderiam muito bem estar mortos agora.

                 Eu não podia negar que estava assustado. Não apenas por meus pais, mas por mim mesmo e por Hogwarts. Era difícil entender como Greyback poderia driblar toda a proteção do castelo, mas ele o fizera. Afinal, não era a primeira vez que aconteciam invasões.

               E olhe que ironia! Apesar de os Sonserinos terem fama de se meterem com artes das trevas, dessa vez a Grifinória abrigava o traidor, e a Sonserina o “mocinho”. Eu não consegui achar um suspeito em especial, mas eu particularmente não gostava de Harry, e sabia que ele não gostava de mim. Ele teria motivos para se aliar a alguém que queria o mal da minha família.

            Depois de ser liberado por Dumbledore, não quero voltar à sala comunal com Crabbe e Goyle. Eu admirava a força e lealdade deles, mas não poderia considera-los amigos. E Pansy... era uma boa garota, mas não era a garota que assombrava meus pensamentos.

            Resolvo então ir à biblioteca, com um resquício de esperança de encontrar Hermione por lá. Eu ainda tinha uma promessa a cumprir, e queria aliviar meus ombros desse fardo. Eu precisava ao menos ver qual seria a reação dela. Eu não tinha nada a perder. Se Hermione fosse ríspida, eu ao menos pensaria menos nela.

           A biblioteca estaria fazia àquela hora. Dou algumas voltas pelos corredores, sem encontrar algum título atraente o suficiente para ser retirado da estante e folheado. A biblioteca é enorme, e depois de caminhar um pouco, resolvo voltar ao dormitório para tentar dormir.

          Fazendo um caminho diferente por entre as prateleiras para voltar à entrada, tenho a impressão de ver uma sombra no chão. Me aproximo, curioso, e logo percebo que se trata de uma pessoa. Há um corpo caído no chão da biblioteca, desacordado. Um corpo estirado com os membros em ângulos estranhos. Um garoto com cabelos ruivos...

        Não preciso me aproximar muito para identificar o corpo. Se trata de Ronald Weasley.

       

                                                                               Hermione

      

                 Sei que não deveria desconfiar de minhas amigas. A verdade é que eu deixara de usar o vira-tempo com tanta frequência quanto antes, e atualmente ele passava a maior parte do tempo escondido em meu travesseiro. Poucas pessoas sabiam da existência dele. Quando entrei no quarto naquela tarde, ninguém havia se deitado ainda. Aproveitei a oportunidade para conferir meu travesseiro.

               Não estranharam muito que eu fosse dormir cedo. Gina apenas me pergunta com quem eu estava. Luna provavelmente lhe contara que eu estava com Draco. Não havia nada de errado nisso, havia? Eu estava apenas conversando com ele.

               Gina estava com Harry. Ela não poderia ser feliz e esquecer da minha vida? Ela perecia estar me perseguindo, me questionando sobre cada passo que eu dava. Quase como... se estivesse me espionando.

               Ao me deitar, discretamente deslizo umas das mãos por dentro do tecido que encobria o travesseiro e procuro o pequeno objeto. No começo penso apenas que ele estava mais para o fundo, mas ele não estava em lugar algum. Procuro desesperadamente. Apalpo todo o travesseiro, tiro a fronha, a jogo no chão...

              —O que houve? — Gina pergunta —Algum problema?

                Faço que não com a cabeça e me recomponho, deitando e fingindo dormir. Porém, algo naqueles olhos verdes me dia que ela sabia de algo. Que ela sabia sobre o vira-tempo, e que ele não estava mais ali.


Notas Finais


E aí?


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