História Soprattutto - Tredici

JongIn acordou no meio da noite e pensou melhor; KyungSoo estava dormindo no meio da cama e Sehun do outro lado, não é certo, não é o momento mesmo que KyungSoo tenha os chamado para deitar na maior ingenuidade, não é a hora deles terem esse tipo de contato. O alfa se levantou com calma e foi pegar Sehun, o alfa mais novo se assustou e iria falar algo quando JongIn pediu delicadamente para o irmão ir para o quarto deles. Sehun saiu e JongIn beijou a testa de KyungSoo mais uma vez antes de sair.

— O que foi? Por que saímos? — Sehun perguntou entrando no quarto e JongIn fez o mesmo e fechou a porta.

— Você acha certo? — Sehun deu de ombros. — Não é certo dormir na mesma cama que ele, imagine pela manhã quando iriamos acordar? Imagine a cara de vergonha dele ao perceber que tem dois alfas na cama dele! Um ômega que acabou de se casar com dois alfas.

— Ok, entendi. Acho que ele nos chamou por estar com sono e não percebeu bem. — Sehun se jogou na cama. — Vamos dormir logo, de manhã falamos para ele porque saímos.

— Acho que ele não vai perguntar, KyungSoo é inteligente. — JongIn disse tirando sua roupa e ficando apenas de boxer. — Não sei como você ia conseguir dormir todo vestido.

— Para de ser chato. — Sehun apenas tirou a calça e continuou com a blusa social.

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Quando KyungSoo acordou ele ainda preferiu ficar de olhos fechados, percebeu que estava sozinho e sorriu sem graça, foi ousado demais em chamar os alfas para dormir consigo. Suspirou porque os mesmos não estavam mais no quarto, talvez ele tivessem saído para dar mais privacidade ao ômega.

Depois de terminar seu banho e escovar os dentes, o ômega escolheu uma roupa leve e desceu para tentar fazer um café para os alfas, até porque BamBam e Jackson só seriam contratados – como eles mesmo queriam-, na próxima semana. Ao chegar na cozinha KyungSoo arregalou os olhos ao ver JongIn perto do fogão, o alfa percebeu o ômega e se virou sorrindo para ele.

— Bom dia, KyungSoo. — O alfa disse e KyungSoo tentou se recompor. — O que foi? Susto por me ver na cozinha?

— Quase isso, Sehun eu sei que é uma negação, agora você...

— Eu sei o básico. — ele riu e apontou para a bancada, KyungSoo puxou um dos bancos e se sentou colocando os braços sobre a bancada de mármore. — Dormiu bem?

— Sim.

— O que você quer fazer hoje?

— Eu não sei, acho que conhecer mais a casa e também arrumar minhas coisas. — ele sorriu. — Sehun ainda está dormindo ou saiu?

— Ele deve estar em um dos milhares de sonhos. — JongIn desligou o fogão e se virou novamente para KyungSoo. — Vou esperar esfriar.

— O que é?

— Um tipo de caldo. — JongIn deu de ombros e se sentou em frente a KyungSoo. — Obrigado.

— Por?

— Seu jeito com o Sehun, eu já disse uma vez, mas ele merece. — KyungSoo riu ao ouvir o alfa falar do próprio irmão. — Sehun é um bebê mesmo que seja um alfa, você o acolher é maravilhoso, muito mais para mim do que para ele.

— Vocês são muito próximos não é?

— Sim, mesmo que eu tenha 23 e ele 20 anos. — O alfa suspirou. — Sehun sempre foi mais solto, no começo achavam que ele era beta pelo jeito, mas chegou uma hora que ele se transformou e se mostrou um alfa.

— Como foi a infância de vocês? A minha foi uma bagunça, meus irmãos sempre estavam inventando coisas para mim, não com um pensamento ruim, mas sempre dava algo errado. — O ômega riu.

— Ah, eu e Sehun tivemos quase tudo iguais como se fôssemos gêmeos sabe? Eu ganhava um carrinho e em seguida o Sehun também e as vezes era da mesma cor, eu não sei porque meus pais faziam isso. — JongIn deu de ombros. — Muitas vezes eu ganhei coisas primeiro que o Sehun por ser mais velho, isso chegou a irritá-lo na adolescência.

— Eu imagino, eu me irritava quando BaekHyun ganhava algo e eu não, acho que quando eu tinha quinze ele estava fazendo dezoito se não me engano, não me lembro mesmo qual o ano especifico. — KyungSoo bufou. — Então, ele ganhou uma viagem de presente, eu me senti um nada porque no meu aniversario eu não ganhei nada comparado ao que ele ganhou, é besta, mas naquele ano foi horrível para mim.

— Sehun deixa claro quando algo o irrita ou o deixa chateado, eu havia ganhado um tipo de lembrança que meu pai guarda e é passado de geração em geração pelos alfas da família Kim, é uma joia, na verdade. Eu ganhei quando completei vinte, Sehun ficou sem falar comigo e com nossos pais por quase um mês. — KyungSoo arregalou os olhos. — Eu não sei como ele conseguiu, ele não falava mesmo, foi quando eu sentei com ele e fui conversar... Sehun disse que odiava o fato de que eu sempre ganhava as coisas primeiro.

— Sehun é sensível. — KyungSoo disse admirado e JongIn sorriu.

— Eu disse que ele é como um bebê.

— E você JongIn? Como você é?

— Eu não sei, você vai descobrir aos poucos. — ele riu da cara que o ômega fez. — Sério, eu não sei me descrever, KyungSoo. E olha que eu já tentei quando tivemos os nossos encontros.

— Eu gosto de como você e Sehun se completam. — O ômega disse com um pouco de vergonha ao perceber o olhar curioso de JongIn. — Assim, Sehun é mais solto e engraçado, você é mais calmo e centrado... é bonito.

— E você deve ser o que vai nos manter juntos, não acha? — JongIn perguntou e KyungSoo riu. — As vezes acho que nossas mães tiveram um belo propósito para nos juntar, porque assim do nada uma promessa é meio louco.

— Por que você aceitou? — O ômega perguntou curioso. — Eu deixo claro que foi porque eu sinceramente quis, acho que para testar a mim mesmo ou talvez acreditar que pode dar certo e que minha mãe tem certeza.

— Eu aceitei, não tem um motivo. — O alfa disse sincero. — Quando meu pai disse foi um choque e você sabe, promessas são como leis, você leva a sério ainda mais feitas por mães.

— Isso é verdade, não tem como ir contra. — O ômega olhou para o fogão. — Acho que não vou esperar o Sehun, vamos comer, por favor.

— Seu pedido é uma ordem. — JongIn se levantou. — Me ajude com as coisas.

— Ok. — KyungSoo sorriu se levantando para ajudar o alfa.