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História "Sorte" de Garota - Desencontros


Escrita por: NehS

Capítulo 21 - Desencontros


Fanfic / Fanfiction "Sorte" de Garota - Desencontros

O que acontece com a vida? Cada dia é uma disputa pra ver o que irá te surpreender mais. Um dia seus pais te abandonam, te deixam sozinha. E quando você se acostuma a não lembrar deles, eles voltam como se nada tivesse acontecido, trazendo o que eles chamam de presente, um consolo? Onde Louise está com a cabeça pra pensar que eu precise de um vibrador?

Sim, eu tenho uma mãe louca que acha tudo normal, um pai retardado que não reage a absolutamente nada, e, graças a Deus, sou filha única, não é como se eu não quisesse ter um irmão, mas é bom saber que ninguém mais irá sofrer um dia.

Ellie mal conseguia escrever, suas mãos estavam trêmulas, estava a ponto de chorar, mas não iria. Não tinha motivos pra isso, ela estava bem, no fim era melhor os seus pais longe dela, felizes, do que ao lado, culpando-a por não viverem suas vidas perfeitas. Agora eles estavam aqui, mas como eles mesmo haviam dito, estavam só de passagem. Guardou seu caderno e deitou, dormindo rapidamente.

                               ♡

Acordou com um barulho vindo da cozinha, provavelmente sua mãe estara nesse momento quebrando uma ou duas louças, pensou, e levantou para conferir o estrago.

Enquanto descia as escadas, podia sentir um cheiro agradável, e se surpreendeu ao notar que era o seu pai cozinhando.

— Bom dia Ellie.
— Olá, Henrique —  repondeu subindo as escadas novamente, precisava de um banho, iria sair.

Demorou um  longo tempo no banho, mas ainda conseguia ouvir vozes vindas do andar debaixo, era estranho pra Ellie ver seus pais de novo, precisava desabafar, mas nem seu caderno servira, e quanto a Luph? Havera trocado seu quarto pelo quarto de Louise, aquela bolinhas de pelos traidora!

Vestiu sua roupa, tentando sair de fininho, mas, foi surpreendida pela sua mãe.

— Onde pensa que vai mocinha?
— Eu? Penso em cruzar aquela porta.
— Vai visitar seu amigo? — o pai de Ellie perguntava encarando a garota.
— Pretendo.
— Leva isso — de novo sua mãe carregava o consolo.
— Guarda isso Louise! — Henrique gritara, pra sorte de Ellie, que saíra sem que eles percebessem.

Não estava pronta pra ter uma família como essa, agora agradecia por eles a terem a abandonado. Andava pela rua sem rumo, apesar de ter dito aos seus pais que iria até a casa de Aaron, ela precisava de um tempo sozinha, sentou na primeira praça que encontrara.

                                ♡

Enquanto isso, Aaron atravessava a rua da casa de Ellie, e batia na porta.

— Oi! — Louise viera atender.

Aaron parecia envergonhado, achava que ela estaria sozinha, não esperava sua mãe em casa.

— Ellie está? — a voz quase não saíra, quando avistou o pai da garota vindo em direção a porta.
— Ela saiu, mas provavelmente vai voltar logo — Henrique falou, havia deduzido que Ellie voltaria, ao notar que o garoto não estava em casa. — Vamos, entre para esperá-la.

Aaron não sabia o que fazer, não sabia como era os pais de Ellie, mas já dera pra notar que eram tão irreponsáveis quanto ela havera mencionado. Pra começar, quem abandonava uma garota de 17 anos? Só mesmo alguém de poucos neurônios para deixar pra trás algo tão preciosa feito Ellie. Resolveu entrar, queria entender o motivo por eles terem a abandonado. O pai de Ellie o olhava com uma cara tão séria que até parecia um pai de verdade.

Logo na entrada da sala, avistou um objeto inusitado em cima do sofá, tentou disfarçar o olhar, mas Louise já havia percebido.

— Eu dei a Ellie, não sabia que ela tinha você.

Aaron agora estava constrangido, arrependera do momento em que decidira entrar, os pais de Ellie eram malucos. Tinha razão de tê-la abandonado, e agora entendia o motivo da garota ser tão louca, mas por ela estava apaixonado, e até sua loucura era linda.

— Preciso ir, vejo ela depois.
— Ah não, não vá. Acabamos de fazer um pão caseiro delicioso. Vem, come com a gente. — Louise falava enquanto arrastava o garoto para a cozinha.
— Obrigado — Aaron sentava na mesa, ainda constrangido.
— Agora me conta, você é amigo de Ellie… — a mulher falava, esperando que Aaron continuasse a sua linha de raciocínio.
— Sim. — Aaron pesava bem as palavras, não sabia qual a razão daquela conversa, mas, não iria correr risco de errar.
— E vocês se conheceram… — Louise continuava, esperando desvendar alguma coisa.
— No colégio.
— Então vocês estudam no mesmo colégio…
— Sim, na mesma sala.
— Então você tem 17 anos…
— Na verdade, tenho 18…
— Isso é pedofilia! — Louise gritava assustando até mesmo Henrique que estava ao seu lado.
— Do que você está falando Louise? São só amigos esqueceu? — o homem falava, tentando acalmar sua esposa.
— To brincando garoto, eu também gosto de caras mais velhos não é mesmo Henrique? — perguntava ao marido, enquanto o mesmo acenava, concordando.

Alguns minutos com os pais de Ellie e Aaron já estava louco, precisava da garota para ajudá-lo a suportar aqueles dois.

— A propósito, seu nome é… — a mulher continuava de onde parou, olhando para o garoto.
— Aaron.
— Prazer Aaron, agora come o pão.

Havia sido forçado a comer mesmo sem fome, ao menos assim não precisara responder nenhuma pergunta de Louise, enchia a boca cada vez que ela tentava falar algo, estava dando certo, até que não sobrara mais nada.

— Gostou não foi garoto? — Henrique perguntava orgulhoso, ele havia feito o pão, e ver alguém comendo-o sem deixar um farelo, o deixava satisfeito.
— Sim, estava muito bom 

Apesar da verdadeira intenção ser evitar as perguntas, o pão realmente estava bom, Henrique era um excelente cozinheiro, mas do que conseguia ser pai. O garoto agradeceu, e agora iria embora de verdade. Se despediu dos dois, ainda com Louise tentando lhe fazer mais perguntas e saiu.

Agora que estava na rua, só conseguia pensar onde Ellie poderia estar. Queria vê-la, depois de conhecer seus pais, precisava abraçá-la bem forte e dizer o quanto ela era importante pra ele. Andou a cidade inteira procurando pela garota, mas não adiantava, ela não estava em lugar nenhum. E então, finalmente quando decidira ir pra casa, encontrou a garota sentada em frente ao seu portão.

— Estava te esperando...



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