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História Soturnidade - Eliza


Escrita por: eusounix

Capítulo 1 - Eliza


Eliza fugiu mais uma vez.
Eu não sei porque ela faz isso, desconheço o motivo de sua ingratidão.
Cuido dela desde a morte de seus pais. Isso já faz cinco anos, e tivemos quatro tentativas de fuga quase bem sucedidas.
O que pensa que irá encontrar no mundo lá fora? Como espera viver sem ter a mim para protegê-la?
Ela tem 16 anos completos a menos de um mês, não entendo essa ânsia por deixar nossa casa.
Mas hoje, mais uma vez conseguiu sair do seu quarto na calada da noite enquanto eu dormia.
Garota tola. 
Moramos no interior no Rio Grande do Sul, em uma pequena fazenda cercada de muitas árvores e distante da rodovia, mais ainda da cidade.
O inverno está demasiadamente rigoroso esse ano, e ela por aí expondo-se a tantos perigos.
Não me restam opções a não ser ir a sua procura.
Bem, ela não  se afastaria muito da trilha correndo o risco de se perder, ainda mais que a única luminosidade são as estrelas nessa noite sem lua.
Pego meu cão de caça  muito bem treinado a seguir o cheiro dela e vamos a sua procura. 
Eliza não saiu a muito, o que significa que logo a encontro.
Ela tenta correr, mas faz tempo demais que não o faz e também sua alimentação não é das melhores, portanto não irá demorar para que canse.
Está de pijama e uma pantufa que usava no dia que perdera os pais, agora esta pequena e parte da sola de seu pé fica exposta. Claramente não está preparada para ir embora.
Como previ, a perseguição não demora muito. Creio que ela pisou em algo, porque cai no chão chorando e segurando o pé esquerdo.
Quando me aproximo ela tenta se arrastar para longe, mas eu a pego. 
Vejo sangue em seu calcanhar, mas não é por isso que ela chora desesperadamente.
Ela se debate em meu colo, tentando socar meu rosto para que eu a solte.
Eliza grita me chamando de mostro e acusando de ter matado seus pais. Bem, isso é verdade.
Ela diz que eu a sequestrei, que a mantenho em cativeiro na nossa casa a cinco anos, mas o que não fala é que EU escolhi poupa-la e estou cuidando dela e a sustentando desde então. 
Só por causa da MINHA dedicação e compaixão ela ainda vive.
Garota tola... e ingrata.

 



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