1. Spirit Fanfics >
  2. Soturnidade >
  3. A Vizinha

História Soturnidade - A Vizinha


Escrita por: eusounix

Capítulo 4 - A Vizinha


Quando meu pai morreu, eu e a minha mãe nos tornamos a única família um do outro, já que ela perdeu os pais ainda jovem.
Sim, muitas tragédias. As vezes penso que uma nuvem de mal agouro acompanha minha mãe. 
Mas nunca falei sobre isso com ela, não quero que ache que eu a culpo pelas coisas ruins que nos acontece.
 Depois do acidente, ela decidiu que não seria bom para nenhum de nós dois continuar na casa onde morávamos, e onde o acidente aconteceu.
Escolhemos uma cidade bem pequena, não muito longe da nossa antiga. Mamãe queria tranquilidade, mas não me afastar completamente dos meus amigos.
Hoje foi o dia da mudança, e esquecemos de separar um estilete para abrir aquela infinidade de caixas.
Então ela teve a ideia de pedir para uma  vizinha, e assim o fez.
...
Agora, já fizemos grande parte do trabalho  e decidimos parar por hoje.
- Gabe, vai comigo devolver. Nossa vizinha é uma senhora tão gentil, ela nos convidou para tomar um chá com bolo quando fosse devolver o estilete.  Ela foi tão bacana, não podemos fazer  uma desfeita dessas. 
Depois de um discurso sobre como velhinhos geralmente são solitários e que nossa presença alegraria o dia dela e também que devemos valorizar quando as pessoas nos ajudam, eu acabo aceitando.
A casa dela é realmente bonita por fora, tem um jardim bem cuidado, mas a senhora que abre a porta mais me parece uma bruxa.
 Não uma bonita como a Hermione, está bem mais para aquelas de filme antigo da Disney, com cabelos brancos bagunçados e um rosto nada belo.
Mas como minha mãe me ensinou a não julgar pelas aparências, estou tentando.
Mesmo que ela aparente ser muito estranha. 
Ela nos serviu o tal bolo com chá assim que entramos, e até era bem gostoso.
Enquanto as adultas conversavam, eu só olho ao redor e constato que apesar das minhas especulações sobre velinhas loucas por felinos, ela não parecia ter nenhum gato.
Só percebo muitas fotos, que pareciam velhas, porém não  tanto quanto  a dona da casa. 
As fotografias eram de uma menina, em diferentes idades, mas em nenhuma ela parecia mais velha que eu.
- Ela é sua filha? - acho que minha mãe também reparou nas imagens - É muito bonita. - disse apontando para um dos inúmeros porta-retratos.
A senhora que antes estava sorrindo e rindo aquietou-se e suas feições mudaram para uma evidente tristeza.
- É minha filha sim, mas ela morreu há  anos, hoje teria um pouco menos da sua idade. 
A conversa cessou, acredito que minha mãe ficou sem saber o que responder a isso, eu também ficaria.
- Desculpe, eu lamento... Hmm..., posso usar o banheiro? 
- Claro minha querida, siga o corredor a direita, última porta à esquerda. Eu a mostraria, mas a idade torna difícil para mim levantar dessa cadeira.
- Ah, sem problemas. Com licença.
E assim minha mãe foi, me deixando sozinho com essa senhora e sem saber o que falar. 
- Sabe, minha filha morreu a muito tempo. Mas ainda a escuto todos os dias, ou o que querem que eu ache que é ela. Essa coisa vem depois do por do sol e fingindo que é minha garotinha que não sabe que morreu. Para assim se aproximar, mas eu não sou boba, não deixo. - ela faz uma pausa, esperando que eu respondesse algo, mas não o faço. - Essas coisas acontecem nessa cidade, te tiram alguém que você ama e depois tentam usá-la para te pegar também, e nunca é uma morte tranquila. Cuide bem da sua mãe, porque depois que ela se for será bem mais fácil levar você. Tentaram me pegar varias vezes, mas eu não deixo, não mesmo.
Parece que ela era realmente louca como eu pensei desde o início, mas mesmo assim fico um pouco amedrontado pela ínfima possibilidade de aquela bobagem ser real.
Olho pela janela, logo o sol vai se por, e eu não quero estar aqui quando acontecer, preciso ir embora. 
Minha mãe logo retorna e a imploro para voltarmos para casa logo, ela aceita.
No despedimos daquela senhora prometendo que voltaremos, algo que realmente não pretendo fazer.
...
Já é tarde da noite agora e eu estava até então jogando online com meus amigos, o mundo podia cair que eu não saberia.
Mas agora já estou cansado, foi um logo dia. 
Resolvo desligar o computador e vou escovar os dentes para dormir.
- Gabriel? - minha mãe está com a voz bem sonolenta, devo tê-la acordado.
- O que foi mãe?
- Me traz um copo de água, amor?
- Claro.
O eu de alguns meses atrás seria preguiçoso e reclamaria, mas agora sinto que devo me esforçar muito mais para deixá-la feliz. 
Foi horrível perder o meu pai, mas sei que pra ela está sendo mais difícil.
Vou até a cozinha, mas sinto um cheiro muito forte e ruim.
Me lembra quando achamos um rato em putrefação no nosso porão. Estou ficando enjoado. 
Será que tem um bicho morto nessa casa? Achei que tínhamos limpado tudo.
Quando entro na sala o meu coração para.
Não pode ser.
Ela acabou de falar comigo.
Minha mãe...    está destroçada.
- Querido, por que está demorando. Estou com sede.


Notas Finais


Espero que esse conto possa lhe conferir pesadelos. Caso tenha gostado, por favor, não esqueça de favoritar. Adorarei saber suas opiniões nos comentários.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...