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História Soul - Capítulo único - Lua cheia


Escrita por: hongsewob

Notas do Autor


ENTÃO, eu seeeeeeeeeei que não atualizei a última long-fic mas acho que esse tipo de Fic não é pra mim GSAYGSAYSA. Então, pra compensar, fiquem com essa one-shot, um pouco diferente do que costumo fazer, mas claro, sem deixar de lado as poesias que adoro fazer no meio da história <3 Espero que gostem ^-^

Capítulo 1 - Capítulo único - Lua cheia


Fanfic / Fanfiction Soul - Capítulo único - Lua cheia


                                                                                                                     Soul.
 

Era uma manhã de domingo tradicional como qualquer outra. Meus olhos colados, separaram-se involuntariamente, estavam grudados demais devido às gotas salgadas e pesadas que desabavam de si, na noite passada. Minha cama estava rodeada de lenços de papel.

Sentei, minhas costas doíam. Gemi pouco pelo desconforto e fui ao banheiro, onde lavei o rosto. Em sequência fui até a cozinha, ela estava lá, preparando o café para si, vestia uma blusa que ia até metade de sua bunda, listrada e larga, definida como confortável para seu corpos pela própria. A abracei por trás, senti seu cheiro, doce e ao mesmo tempo envolvedor, gostaria de beijá-la na pele lisa e macia de seu pescoço enquanto acariciava e apertava levemente sua fina cintura. Resmungou pouco, mas continuou, fritou alguns ovos com bacon e levou à mesa.

- Park Jimin, pode por favor me soltar? -Disse, enquanto tentava soltar-se para que pudesse sentar. O fiz, e me aconcheguei na cadeira a sua frente.

- Bom dia pra você também. - Apoiando minha bochecha em uma das mãos acima da mesa, a encarei. - Como se sente?

- Horrível. - Apreciou um pedaço farto da comida. Parecia faminta.

- Virão outras chances... Acontece. Não fique assim. - E ela deixou que o silêncio tomasse conta, da cozinha pouco iluminada pela fita brilhante, que vinha do meio da cortina semi-fechada da janela enorme que tinha na parede cinza. Nossa casa, um luxo, escolha dela, claro, mas não privou-se dos trabalhos de uma residência e recusou à oferta de empregadas. Queria fazer tudo por si só. - Pode sorrir para mim?

- Eu estou comendo.

- E não fez nada pra mim? - Ri leve mas depois me arrependi, ao olhar suas facadas imaginárias por todo meu corpo, na minha tentativa de provocá-la. O mal humor realmente não passara até então, e piorou ao descobrir que havíamos perdido o nosso primeiro bebê. Essa horrenda descoberta, foi de noite passada, justificando os papéis amassados e meus olhos inchados logo de manhã. - Por favor, não fique assim...

- Como não? Eu falhei, Jimin, não consegui nutrir sua vida... - E novamente, lágrimas jorraram de seu rosto. Ela soltou o garfo de modo rude no prato, e tampou o rosto já vermelho e encharcado. 

- Não foi a sua culpa... - Levantei-me e fui até si,  onde levantei seu rosto tão belo. Ela era a esposa perfeita. - Deixe de ser boba. Podemos tentar de novo, sim? - Enquanto eu limpava suas lágrimas, fui encarado, seus olhos marcantes impactavam com meu rosto, e recebi um beijo melado, tanto pelo amor que transmitia, quanto pelo que havia posto por cima de seu café da manhã. O gosto doce de sua boca me acalmou, estávamos quites. - Ou então, até adotar alguma criança, o que você acha? - E animada, ela concordou com minha ideia. Já faziam alguns meses que Dahee desejava um filho, fora traumatizada pela possibilidade de perder o que crescia em seu corpo e ventre, fruto de seu esforço e alma, e infelizmente seu pesadelo aconteceu. Creio que agora, estava com receio de tentá-lo novamente. Ela subiu até nosso quarto, e eu apenas sentei-me no sofá, coçando os olhos e suspirando de modo pesado. Minha respiração não estava uma das melhores, uma talvez consequência de ter assistido ao jogo de futebol com os outros 6 garotos e ter bebido muito, mas não tanto, para que eu ficasse sóbrio mais tarde, na qual, infelizmente, ocorreu o desastre. 

Liguei a televisão e procurei por qualquer programa matinal que pudesse me distrair e esquecer daquilo. Eu não gosto de demonstrar quando estou triste, já que esse sentimento faz presença em minha rotina, embora eu estivesse tão triste como ela, que agora descia a escada, vestindo uma calça de estilo moletom mais este de cores acinzentadas, carregando esforçadamente um cobertor grosso que pudesse nos aquecer naquela manhã gelada. Dei-lhe assistência, deitamos juntos e bem colados no sofá para trocar carícias. Era assim que começávamos todas as nossas manhãs de fim de semana.

○●○

O psiquiatra hoje talvez tenha sido um dos mais complicados cujo já presenciei. Chou Yungjae, o homem velho e experiente, não entendera minha situação, mas sim sua piora desde a perda do meu primeiro filho. Suas recomendações foram simples, adoção seria a melhor saída, para evitar traumas futuros. Dahee era uma pessoa pequena e frágil, as chances de tudo ocorrer novamente eram médias, mas mesmo assim, não arriscaria repetir a radicalidade. Não destruiria seu sonho de ser mãe um dia.

As pessoas e câmeras que me perseguiam na saída do local incomodavam minhas vistas e mentalidade, se eu já estava ruim quando cheguei, estava pior agora. Não bastavam negações perante aos infinitos pedidos de autógrafos ou fotos, os seguranças eram insuficientes. Minha cabeça latejava de dor, queria apenas voltar pra casa e descansar meu corpo dolorido, em uma banheira espumada e quente.

Ao entrar no carro o alívio era máximo. Faltava-me apenas chegar na residência e desabar em qualquer lugar confortável que visse pela frente, mas não sem antes tomar meu relaxante banho.

Abri a porta, o silêncio transbordou-se por todos os cantos, marcado pelo gemido alto daquela entrada enorme. Talvez ela estivesse dormindo, não gostaria de a atrapalhar. Pareci me enganar ao ser abordado pela mulher de roupão na escada. A seda negra de sua vestimenta refletia confusão, novamente havia pensado sobre aquilo, coisa cujo esforcei-me até o fim para que ela o esquecesse. Talvez fosse uma boa ideia desistir, já que teimosia não lhe faltava. Seu olhar frio atormentava-me, já faziam semanas que eu não a via sorrir. E eu, piorava minha paranóia com nossa relação complicada. Fomos casados com a consciência dos problemas pessoais de ambos. Já faziam alguns anos que meu grupo havia se separado, decidi seguir uma carreira solo que até hoje se estabiliza, mas, mesmo assim, não distraio-me bem já faz muito tempo.

Toda a antiga confusão de um passado jovem e feliz havia feito com que meu cérebro transformasse tudo em uma ilusão, e imagens nunca revivida eram nitidamente passadas a todo tempo por minha mente. Jeon Jungkook, Kim Taehyung, duas distinções de minha realidade, unidas para embaraçarem tudo o que eu havia organizado em minha mente. Senti como se tivesse sido atingido por uma bala em minha testa, tanta loucura deixava-me aos prantos, e louco. Passei por Dahee e subi até o quarto, não aguentaria mais um segundo fora do meu quarto e da minha banheira quente. 

Meu pulso fora puxado, senti minha cabeça arder. Num suspiro profundo me virei pra trás, seu olhar afiado me dava preguiça, odiava quando fazia isso, mesmo que, eu apreciasse grande parte das coisas que fazia, haviam alguns defeitos.
Para falar a verdade, nunca soube direito se realmente a amava, mesmo que houvessem momentos cujo eu me empolgava para poder expressar esse sentimento confuso que eu nutria. A encarei.

- O que vocês conversaram? - Perguntou, tampando-lhe os seios expostos pela camisola fina abaixo da seda preta. 

- Nada demais. - Tentei prosseguir meu caminho, mas novamente, meu corpo foi puxado por sua teimosia. Eu estava ficando nervoso com suas atitudes.

- Park Jimin, pode por favor me falar o que aconteceu? Eu estou preoupada, você ficou quase três ou quatro horas fora, isso se não foram 5!

- Você pode por favor me deixar descansar? Ele só disse que devemos adotar, porém...

- Porém o que, Jimin?

- Eu estou esgotado demais pra isso.

- O que? Você não disse que já se sentia preparado? - Franziu a testa.

- Por favor, só me deixa descansar? - Continuei a andar, quando cheguei na porta acinzentada, semi-fechada, sua voz ecoou novamente no espaço.

- Você me prometeu! - Entristecida, era possível notar que derramava lágrimas por seu rosto, mesmo que eu não o veja. Suspirei, minha paciência estava no ápice. - Por que não podemos manter uma relação estável? 

- Já devia saber desde o início dos riscos que iria correr, se casando comigo. - Me virei. - Você sabe que eu já não sou mais a mesma pessoa há anos! Poderia simplesmente respeitar minhas necessidades?!

- Respeitaria se você também respeitasse as minhas!

- Ah, é?! Que necessidades, mulher? Você suga todo o meu dinheiro pra comprar o que quiser, como uma milionária mimada e esnobe! O que mais você quer de mim? - Gritei alto. Parecia que as empregadas no andar debaixo haviam ouvido todo o bafafá, acompanhavam tudo. Coloquei uma mão na testa, a dor voltava forte. 

- Eu quero me divorciar de você. - Mais um tiro na testa, e outro no peito. Sem falar nada, adentrei o quarto, mas ela insistia em lançar seus dardos sobre mim. - Porque já é a milésima vez que você faz isso comigo, e eu não aguento mais!

- Faz a porra que você quiser, só não enche o meu saco. - A porta do banheiro foi rudemente fechada. Abri o closet e peguei apenas uma bermuda, liguei a banheira e aguardei que se enchesse por completo. Afoguei meus problemas na água quente, meus músculos se relaxaram, e isso foi o suficiente para fazer-me suspirar de alívio. Pendi minha cabeça para trás, ignorando as batidas que enchiam minha cabeça, agora já esvaziada, não ligava para mais nada. Podia ver minhas lágrimas se misturarem à água quente que me envolvia e relaxa meus músculos.

○●○

Saindo da empresa, apanhei meu celular no bolso e procurei um contato conhecido, que apesar de antigo e já não muito próximo, seria eficaz. O toque de chamada me deixava um pouco ansioso, e assustei-me com sua voz repentina.

- O que te faz chamar por meu contato, Park Jimin? - Jeon Jungkook perguntou, formal. 

- Só preciso dos seus serviços... 

- Veja só quem está correndo atrás, não é? - Eu odiava seu tom de ironia e sarcasmo, principalmente quando em seguida, ele ria, na tentativa de provocar-me. - O que a Dahee fez?

- Ela só quer divorciar, não precisamos entrar em detalhes... Não agora. 

- Tudo bem, marcamos um encontro e a gente combina tudo. Obrigado por solicitar-me, Jimminie.

- Não me chame assim. - Novamente, riu, e eu desliguei sem aviso prévio. Parei em uma loja e comprei um copo de café, o dia frio causava-me desconforto. Voltei ao carro e ali dentro me tranquei. Meu celular vibrara.

Jungkook: Vamos marcar um encontro. Onde está? 2:00pm

Suspirei e mandei minha localização, e em poucos minutos, Jeon Jungkook estava adentro comigo. 

- Vá, me conte o que aconteceu. - A voz grossa ecoou em meus ouvidos e no interior do veículo. 

- A gente têm brigado muito. E não foi diferente ontem.

- Entendo. Então eu preparo a papelada do divórcio hoje, deixarei como prioridade. - Disse, abrindo sua maleta preta e organizando os arquivos bagunçados.

- Não precisa disso, Jungkook... - Abaixei a cabeça, pouco lamentando-me.

- Ainda ama ela, não é? - Um suspiro vindo de meu corpo entregava-me. Eu não queria ficar sozinho, apesar de que já não aguentava dividir minha preciosa casa com alguém que não queria. - Te chamo mais tarde, quando resolver. Até mais. - E então ele saiu, deixando-me ali, parado com as mãos grudadas no volante, sem um rumo. Coloquei a mão no rosto impaciente, não me sentia confortável para voltar para casa e reencontrar com Dahee. Essa confusão de sentimentos deixava-me louco, e talvez fosse um dos motivos da minha perca de sanidade, eu já não era mais o Park Jimin alegre de antes. Minha casa não era mais o mesmo ambiente que me confortava todo os dias, após horas estressantes e cansativas, gastando a pouca energia que me restava. Eu sentia vontade de deitar em minha cama e não levantar até que me sentisse bom o bastante para aquilo. 

As escolhas já mostravam-se inexistentes e voltei para casa, não ficaria na rua o dia inteiro, afinal, quem construiu a mansão melhor avaliada de Seul fui eu, e continua sendo minha pessoa que a sustenta. O portão se abriu, e ela apareceu em frente a porta principal, novamente em seu roupão de seda, negro. Seus braços cruzados mostravam insatisfação, estresse, bravura. A preguiça de sair do veículo transbordava em meu corpo.

Abri a porta, andei. Cheguei perto de seu corpo pequeno, e adentrei a casa, novamente, meu corpo foi puxado por sua fina força. 

- Onde você estava?

- Dá pra parar de ser tão possessiva? - Gritei nervoso.

- Você demorou demais pra voltar.

- Eu estava resolvendo a porra do divórcio. Pelo amor de Deus, me deixa em paz! - Meu braço fora solto de modo rude, puxei-o e sua pequena mão avoou.

- Achou mesmo que eu estava falando sério?!

- Se você não estava, EU estou. Para de encher o meu saco. - Meus passos fortes ecoaram, fui até a cozinha e tomei um bom copo d'água. Meu corpo estava quente tanto quanto meu estress. Os estilhaços de vidro espalharam-se, e ela veio correndo até mim.

- PARK JIMIN! DÁ PRA VOCÊ PARAR DE DESTRUIR A MINHA CASA?! - A voz fina que tanto me esbravecia. 

- SUA casa? Qual é o seu problema, mulher?! Sou eu quem te sustento pra você ficar o dia inteiro com essa bunda no sof--

- Tá tudo bem? - Namjoon e Seokjin, dois de meus antigos colegas, surgiram em nosso espaço. - A porta estava aberta, ouvimos a gritaria e corremos para ver o que aconteceu. - Ao verem a cena, surpreenderam-se, mas nem tanto. - Outra briga?

- Por favor... Não quero intrometer vocês nisso.

- Está tudo bem. Seokjin, tire a Dahee, vou conversar com Jimin. - E fora feito, sentei-me ao sofá com Namjoon. - Você tinha me dito que perderam o bebê não é? ... Você deveria começar a enfrentar as coisas com mais bravura, você não é mais o boneco de porcelana que as ARMYs protegem, seus fãs são diferentes. Deveria ter providenciado o divórcio desde a segunda discussão.

- Namjoonie, não é tão fácil...

- Não é fácil mas terá de ser, Jimin. - Sua grande mão cobriu meu ombro, suspirei. - E vai ser, se você quiser. - Levantou-se e em passos leves fora até a porta, piscou seu puxado olho esquerdo e saiu, deixando-me ali.

○●○

Os olhos de Jeon concentravam-se em meio ao aglomerado de pessoas que se apresentavam ali naquele momento para nos julgar. Do outro lado, Dahee e um trabalhador qualquer que se habilitasse para ouvir as asneiras que, com certeza, aquela mulher havia inventado para ferrar com minha pessoa ali.

Seus primeiros argumentos, como esperado, foram:

- Ele me violentou, até que eu começasse a implorar que parasse e topasse chupá-lo! - Tampei o rosto, o máximo que eu encostei nela fora quando tentei puxá-la de um estuprador na rua. Minha paciência estava abaixo do solo. - Também me obrigou a fazer sexo consigo e se eu recusasse, era violentada de novo e estuprada. - Me olhavam surpresos, mas me manti quieto e calmo, conhecia o bom trabalho de Jungkook como advogado. Chegou sua vez de anunciar-lhes os indícios.

- Tenho provas de que esta charlatã procura disfarçar a realidade prescrita por meu cliente. - Colocou um notebook em sua frente, apertou o play, e em um telão na sala, apareciam cenas das câmeras de dentro da casa. Imagens de Dahee gritando comigo e maltratando-me em poucas vezes eram exibidas ao público, assim como cenas de meu cuidado com seu corpo sedoso e frágil. Ela surpreendeu-se, as palavras recusavam-se a passar entre seus lábios, enquanto Jungkook olhava o tão acostumado público com seu excelente trabalho, orgulhoso de mais uma máscara derrubada. Batemos palmas, recebi uma indenização de uma boa quantia de dinheiro que não faria diferença em minha conta bancária. 

Alguns dias depois os jornais nacionais e revistas teens internacionais citavam e detalharam o ocorrido. Perguntavam-se sobre meu suposto próximo casamento, rumores surgiam de traições e até mesmo, de um leve caso meu com algumas ídolas, ídolos, até mesmo a irmã de Hoseok. Rolei os olhos ao vê-los, a dona da banca mais famosa do meu bairro se surpreendeu ao ver o alvo de seus papéis ali vendidos fitando-se com a cara ruim. Sua animação era normal, eu já conhecia Kang Chaengi, eu costumava chamá-la de Omma ou Noona por já sermos intimidados desde que me mudei para cá, era sempre ela que me notificava do que andavam fofocando sobre mim nas revistas e jornais.

- Chim-Chim, como está depois disso tudo? - Perguntou, apanhando uma revista de ciência que eu sempre comprava quando saía uma nova edição, e entregou-me, pegou o dinheiro em minha mão e voltou para trás do caixa

- Normal... Já esperava algo do tipo. - Continuei folheando a papelada de notícias, abismado com os absurdos que editores costumavam acrescentar desnecessariamente em seus textos.

- Espero que ache alguém melhor. 

- Não se preocupe, omma. - Sorri. Um carro preto e moderno parou atrás de mim, Jungkook abaixou sua janela e fitou-me.

- Tá afim de beber um pouco? - Perguntou, e cumprimentou a dona da banca. Aceitei o pedido e despedi de Chaengi, que como uma avó ou mãe, pedia-me para maneirar no álcool. 
Infelizmente, seu pedido não será uma ordem hoje.

○●○

Muitas garrafas de saque depois, Jungkook já estava louco, gritava e ria como um retardado, enquanto eu sentava normal observando o efeito que a bebida fazia com seu organismo.

- Você é muito sem graça, Jimin! - Com a voz nasalada, dirigiu-se a mim. 

- Jeongguk, vá lavar a merda do seu rosto, já é quase de madrugada e assim como me trouxe, você vai me levar. - Minha paciência não estava tão alta. Ele riu e levantou-se, subiu as escadas e pude ouvir o barulho da pia do banheiro, algumas gorfadas e sons de vômito despejando sobre a água do sanitário. Eu o esperava no corredor do banheiro, avistei lá fora a chuva que caía levemente, e depois despencava-se como as lágrimas que eu deixava escapar. Repensei um pouco, Dahee havia sido um erro, e eu a apaguei, mas ainda há suas marcas em mim. Tudo o que compartilhamos e fizemos questão de mostrar o afeto, tão falso, um pelo outro. Suspirei e passei a mão sobre o rosto, eu suava frio. Voltei com meus dedos para dentro do bolso e Jungkook saiu do banheiro, um pouco tonto mas consicente. Me surpreendia em como ele conseguia se recuperar tão rápido do álcool, mas ao mesmo tempo, Jeon sempre foi conhecido por táticas de conseguir o que quer em pouco tempo, como uma criança mimada, nosso maknae.

Me apoiei sobre a porta de seu quarto, cruzei os braços e esperei com que rastejasse até mim. Seu estado era péssimo, e quando finalmente me alcançou, seu corpo pesado caiu sobre mim, e nós dois despencamos no carpete branco, dentro de seu cômodo moderno. Eu nunca visitei este andar da casa de Jungkook, talvez porque só tivéssemos voltado a nos falar por agora. 

- Vamos nos sentar um pouco na cama até que melhore, e a gente volta... Te dou esse desconto dessa vez. - Falei, enquanto o ajudava a se levantar e ir até o colchão macio, o ajeitei sobre este e observamos o lençol azul que se estendia no céu do lado de fora, junto com a porcelana brilhante e delicada que destacava-se em meio às estrelas. 

Sua cabeça caiu sobre meu ombro, pesado, ele se apoiou em mim. Corei um pouco, ignorei sua presença sobre meu corpo.

- Jiminah... Eu não estou bem. - Disse com a voz manhosa, quieta.

- É bem percebível Jungkook, não mandei você beber tanto. 

- Cuida de mim... 

- Eu tenho cara de enfermeiro? Aish. - Deitei-o sobre o travesseiro, e ele apoiou seu pulso sobre a testa, a expressão sofrida. Seus olhos escuros me encaravam, em parte seu rosto iluminado pela Lua, pálido. O quarto escuro censurava metade de si. 

- Seus traços faciais são tão... Bem definidos. 

- Você tá muito bêbado... - Rebati suas palavras, movendo a cabeça para os lados. Minha blusa fora puxada, Jungkook havia arriscado-me um beijo que eu não consegui sair, por mais que tentasse. Segui-o, a língua dele dentro de minha boca conseguia puxar-me para sua paixão e me fazer acompanhá-lo. Fiquei sobre si, acariciando-o e acumulando mais segundos com meus lábios colados aos seus.
Os afagos trocados, os ares expirados que impactavam-se, nos olhamos. Afoguei-me em seus olhos, me deixei desvendar aquelas profundezas de paixão. Trocamos mais beijos, era estranho imaginar minha imagem por cima do corpo esbelto de Jeongguk, trocando nossos sabores arduamente, mostrando nossas experiências. Suas mãos grandes e geladas invadiram minha blusa, tocando-me suavemente a pele. Arrepiei, não esperava seus toques frios repentinamente.

Ele passeava por todo o meu abdômen, minhas costas, e cada vez meus seus dedos tornavam-se rudes sobre mim. Minha camisa foi tirada, Jungkook apreciou e elogiou meu tronco desnudo, posicionou-lhe os lábios sobre meu peitoral e marcou-o, a marca vermelha se destacava em meu esbranquiçado corpo. Suspirei, podia sentir o calor subir sobre meu corpo, minha excitação saltava na alma, internamente, podia sentir meu desejo de experimentá-lo e penetrá-lo. Puxei sua blusa, estávamos igualados, marquei uma trilha de beijos e chupões na extensão de seu pescoço, mordi sua pele fina e sua orelha, ouvindo seus gemidos baixos e grossos, sua respiração invadia meus ouvidos, o que me excitava mais e mais.

Retirei sua calça pesada, e ele também o fez, era possível ver o volume de seu desejo, sorri malicioso, Jeongguk nunca havia mudado quanto sua tesão por mim. E em um passo rápido, invertemos nossas posições, ele retirou minha cueca box e abocanhou-me rapidamente, engolindo todo meu membro e chupando-o com toda a força que podia, enquanto me masturbava arduamente. Eu sentia tanto prazer, gemia alto, contorcia meu corpo, seu ar impactava em mim, era impossível, Jungkook sempre fora um mestre nisso, mesmo que fosse uma das poucas vezes em que transávamos. A última? Há quase 5 anos atrás, quando ainda namorávamos.

E quando menos esperava, ele já cavalgava em mim, exibindo sua face de prazer e dor nitidamente, seus traços combinavam com sua expressão, e ele gemia, suspirava, contorcia, seus movimentos levavam-me à loucura. Então ele saiu, deitou-se e pediu para que eu executasse o trabalho, do seu jeito especial. Jungkook era um masoquista, amava quando eu o fodia forte e rápido, até que chegasse ao limite de seu interior. Meus movimentos eram tão intensos, forçava-o a babar horrores, enquanto sorria, lacrimejava, e pedia-me por mais. 
Cheguei ao meu ápice, e ele soltou seu último grito, retirei-me de si, e a cama foi suja, nós dois ofegávamos aos montes, e sua mão trêmula retirou minha negra franja grudada da testa. Sorri sem exibir os dentes, abaixei-me e beijei-o, deitei ao seu lado. Jungkook aconchegou-se em meu peito suado, ignorando o suor que escorria, e apertou-me em um abraço. Com os olhos fechados, adormeceu.
De madrugada, meu telefone tocou, o som alto foi suficiente para acordar até mesmo Jeongguk, com um sono extremamente pesado. Vi o nome de Dahee estampado na tela, atendi pouco interessado, mas meu coração acelerou ao ouvir sua voz desesperada e de choro.

"PARK JIMIN! SE EU NÃO FAÇO DIFERENÇA NA SUA VIDA, EM QUEM FAÇO, ENTÃO? NO MUNDO É QUE NÃO."

Vesti-me rapidamente, com Jungkook atrás de mim, minha visão embaçava-se, e eu corria pela cidade escura, iluminada pelos fracos postes, e a encontrei na mais extensa praça, em frente ao Rio Han, com as folhas caindo sobre sua imagem, ela apontava uma arma para a cabeça. Tentei impedí-la, mas já era tarde demais. Me posicionei ao seu lado, segurando sua cabeça ensanguentada e morta. Sua pele já havia ficado pálida.

Doía-me tanto o coração quanto os olhos, que transbordavam-se em lágrimas transparentes, transmissoras de tamanha angústia. Ela estava ali, comigo, do meu lado, mas ao mesmo tempo não estava, e nunca mais estaria. Sua alma já não era mais a mesma, sua essência e aura, sumiram em meio ao breu da noite gelada e iluminada pela Lua cheia.
O olhei, sentia pena, explícita em sua feição dócil e inocente. Não gostava daquilo e de seu modo de encarar-me, o passado condenava nossa atmosfera, e eu tenho medo do futuro que me espera. Jungkook aproximou-se de mim, envolveu meus ombros e consolou minha tristeza, por dentro eu sentia-me um monstro vazio, sem piedade. Então beijou minha bochecha levemente, e disse em um doce tom:

"Ela já não está mais presente, mas eu te garanto... Os dois estarão contentes depois disso.''

O olhei, selei-o os lábios. Dias se passaram, e ao velório comparecemos, Jeongguk, um dos meus maiores inimigos, hoje, era meu noivo.
 



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