História Soul Mates - Perdas

Havia chegado o fim…o irremediável e triste fim…vestira somente um longo vestido medieval branco, trazia uma bela flor de lua na capela…

Tudo mergulhava em memórias, belas e longiquas reliquias reunidas em simbolismo que se espelhava sob cada detalhe de suas roupas e adereços. E tudo era parte de algo maior, seu ultimo feitiço, o feitiço final.

E pensar que fora isso, que a metera no pesadelo que sua vida havia-se tornado, os seus olhos acastanhados reflectiam o mais puro alheamento, mas fundamentalmente a mais profunda tristeza.

Estava bem longe de onde imaginara estar…oh, Albânia, palco de tantas desgraças e Guerras Bruxas que ali houvera, um lugar marcado pela morte e desolação, tudo isso marcava a Terra, seu elemento mais natural e com que ela conseguiria lidar…

Um grito entrara no seu ângulo de percepção…

Olhara para trás, era o Tom…fixara seu olhar nele, parecia desesperado. Sorrira feliz, e com os elementos reunidos, entrara na água, apontara uma varinha especifica, uma varinha sua companheira de anos atrás, abençoada com o tempo, varinha de Cassidy.

Pronunciara dois feitiços que seria imperceptível para quem ouvisse, lentamente um leve tremor encheu a terra e viera ter comigo quando dera por mim, olhava fora do meu corpo, repousava de olhos fechados sob um narciso.

Bem, era o dia da minha morte…não sentia meu espirito em baixo como pensava que estaria, sentia-me em paz . Mas era uma pertinente interrogação, como chegara nesse ponto?

As memórias corriam livre quando você estava livre da matéria…

“ Olhava fixamente para ele, meu olhar transmitia o mais puro silencio, tal como minha boca, fizera de acordo com que dizera, ficara quieta mesmo contra sua vontade, durante semanas a fio, estava distante dele, ele sentia mas nada dizia, achou melhor assim, menos reclamações da minha parte, provavelmente era isso que ele pensara.

Fora seu primeiro erro, a medida que fingia que cooperava com ele, ia preparando o que precisava fazer, reunindo o necessário para que nada desse errado e estava a caminhar,como deveria.

Neste dia, olhava fixamente a Lua, estava cheia. Engraçado as coisas mundanas que você nunca repara, em dias fundamentais você as admira como se fossem únicas, com aquele sentimento vazio e triste de que nunca mais as voltaria a ver. Lua…a fonte primária dos seus poderes mágicos, vindos de épocas ancestrais que reflectiam-se fundamentalmente em seus poderes sob a terra, tão básico. Mas a lua reflectia muito mais, vira todas suas vidas sob esta Terra, testemunhara suas dores, seu sofrimento e seus curtos momentos de felicidade. Precisava de sua ajuda mais do que nunca, descera aos jardins de Hogwarts e pegara uma bela flor branca, mas detinha um particular brilho azulado que a diferenciava de muitas flores que rondavam os enormes jardins que muitos estudantes que por ali viviam e passavam negligenciavam, no seu tempo correto, era somente relíquia, resquícios de que um dia existira ali um jardim, o que era uma enorme pena.

Colhera com todo o cuidado a peculiar flor, para quem não entendesse podia dizer-se que era somente uma flor bela, para alguém inteligente, era um bom condutor de magia, conseguia expressar a sua magia no máximo, e “colher“ o melhor de sua magia.

—Que faz aqui?- Aquela voz gélida, tao bem reconhecida por si, virara os olhos para ele, fixando durante uns segundos, ele ao contrario do que muitos garotos inseguros, desviaria o olhar, mas não ele não era comum como os outros longe disso, Tom Riddle representava bem quem era e o que trouxera de outras vida, o orgulho e a segurança de si, admirava essa faceta, era tão triste que ele não notasse que ele já era excepcional, ele não necessitava de ser maior, ele já era, o maior feiticeiro de todos os tempos, mas não mais uma vez ele não podia contentar-se com saber para ele mesmo, ele necessitava que todos reconhecessem e que todos os que não eram dignos de si , fossem expurgados como retira-se algo nojento que você não gosta de sua presença.

—Admirando a lua…milord …-Erguera-se, quebrando o silencio e guardara a flor dentro da sacola das aulas, com um feitiço de protecção para que não amachucasse, ele olhava cada movimento seu com detalhe, não desviava os olhos. Como o silencio voltara a instalar-se decidira afastar-se lentamente, mas ao passar perto dele, este pegara seu braço mas com uma gentileza que reconhecera que a uns tempos atrás que seria comum nele. Voltara a focar seus olhos.

— Porque me desafia?- Agarrara possessivamente pela cintura, não afastara somente sentia o toque de seu peito nas minhas costas, cada poro do seu corpo arrepia a seu toque, era maior do que tudo aquela sensação avassaladora de que aquilo era tão certo, ele era o que a deixava infeliz e feliz na mesma medida e proporção, mas não conseguia afastá-lo por mais que soubesse em sua consciência que era o certo.

—Não vos desafio…somente não temos as mesmas ideias e perspectivas de vida.- Olhara em frente para além .

A aurora que ameaçava irromper nos céus, algo que não contava decerto era que ele a voltasse e lhe desse um singelo beijo repleto de significado e doçura, algo que pensava que ele não teria mais. Limitei-me a olhá-lo, ele voltara costas indo embora e deixando-me ali, analisava suas costas como se necessitasse disso com urgência, como se visualiza-lo fosse necessário e vital á sua existência.

Uma lagrima caira, á medida que caminhava para o Lago Negro, mergulhara na água mas a lula gigante era pequena naquela altura, não fizera nada só observava a medida que mergulhava dentro da mesma e sumia dentro de sua água e pensando mentalmente no feitiço, quando abrira os olhos, estava noutro lugar que não Hogwarts…

Estava no último sitio que desejava não estar, Albânia…

Com a varinha numa mão, estava agora parada olhando em frente a aurora que agora irrompia ali diferentemente de Inglaterra, uma lagrima cairá e confundira-se com a água que transbordava de seu corpo..E abrira subitamente um sorriso, á medida que virava sua varinha para si.

— Cuimhní slán*…Avada Kedavra…

Tudo era demais, suas memórias iam em rodopio de encontro ao que seria a sua inevitável morte.

—Não…-Olhara para trás a medida que o corpo ia caindo, seu espirito via quem havia gritado, era Tom que parecia hipnotizado, olhando em frente.

Lagrimas corriam seu rosto, chorava como uma criança…por mim? Até que ele notara, um brilho peculiar no meu braço esquerdo, era o seu diário que brilhava mais que tudo, ele tocara e notara, com uma dor lacinante ao tocar que …eu havia feito sua primeira e única horcrux…

Um pequeno bilhete caira intacto da água do diário, ele pegara e lera

“ Meu amado Tom,

É difícil para você entender que o fiz agora, mas vou passar a explicar parte. Sempre soube o que você iria fazer, você deseja expurgar o mundo de quem não é digno de estudar magia, mas não só isso sempre soube que desejava a imortalidade, tal como você sempre soube sobre mim, Hermione Granger…não alcançaras o numero da perfeição, não conseguiras dividir sua alma, alem de mim, eu sou tua primeira e única horcrux.

Você me perguntou uma vez, se o amor alguma vez havia salvo alguém, se era mais importante que o poder.

Te acabei de comprovar…meu amor te salva da morte e isto meu amor, não sera o fim…

Somos almas gémeas e mais tarde irás entender…

Com amor,

Hermione Granger/ Ilithiyia Bones”

Ele parecia paralisado olhando a carta, e fizera algo que não esperava dele, encantara um narciso e fizera com que meu corpo repousa-se sob as aguas, parecia um anjo que dormia sob as cristalinas águas, ele olhara o diário duas vezes e deixara comigo o diário, algo que não esperava que ele fizesse.

Ele voltara as costas , mas não pode ficar muito mais, afinal minha alma cobrava descanso, sob olhar atento e fantasmagórico de todas suas reencarnações, antes de mergulhar no derradeiro fim ultimo de tudo isto.

***

Uma luz ofuscara sua alma, quando abrira os olhos, ouvia um choro, um longo choro. Somente logrou ouvir…

— Parabéns, é uma menina…