O sorriso lascivo do garoto provocava seu agressor, que a cada segundo sentia ainda mais repulsa pela relação que mantinham até aquele dia. Os dedos do traído marcavam a pele do pescoço daquele infiel o pressionando contra a parede do beco escuro e sem saída, fundos da boate em que o flagrara.
- Eu te amei, Jimin! Como pôde fazer isso comigo?! Eu te amei!! - gritava com o rosto avermelhado e repleto de lágrimas que se fundiam às gotas da chuva enquanto seus dedos se fechavam com ainda mais força em sua garganta. Ficariam marcas profundas no local.
Sem ar para responder, o garoto apenas deu de ombros permitindo o sorriso nada casto aumentar. Foi o limite para o outro, seu coração se despedaçava em milhões de pedaços como uma taça de cristal atingida por um martelo. A fraqueza fez suas mãos deslizarem para longe do ex-namorado e seu corpo cambalear para trás. Jimin soltou um riso soprado passando as pontas dos dígitos na pele dolorida.
- Você mereceu a traição. - disse ainda encostado na parede sem pensar em nada além do sofrimento alheio. - Quem mandou acreditar em todas essas mentiras? - sua voz estava alguns tons abaixo do comum, tão calma e tranquila machucava imperceptível, como um corte de papel que logo mais mostraria a potência de ferir. A maquiagem preta esfumaçada intensificava seu olhar, que caía sobre o menino em lágrimas repleto de desejo sem mudança alguma do que sempre foi.
- Você é tão...... - não faltavam palavras para completar a frase e exatamente por isso que ele a deixou sumir subjetiva a própria interpretação. _Bonito, sedutor, galante, bom de cama_ apenas bons adjetivos vinham a sua mente até mesmo neste momento, porém o que queria dizer do fundo da alma era...Mentiroso. Jimin era a mentira mais gostosa de se ouvir, viver...
E num impulso provocado pelo tsunami de emoções, o outro pegou uma carrafa quebrada e partiu para cima do ex. Estava cansado desta vida presa às falsas expectativas que o Park lhe dava. A única chave para se libertar era acabar com o repressor.
Jimin sentiu todas as células de seu corpo alertas, os olhos arregalaram e os pelos eriçaram com o prelúdio da morte. Mas nem por isso seu sorriso sumiu ou se arrependeu de seus atos. Sentia medo, não queria morrer, no entanto, nada disso era mais forte que o orgulho crescente em seu peito.
Segundos antes da garrafa quebrada ir de encontro com o abdômen do jovem Park, um ser se pôs entre eles, agarrou Jimin entre os braços e, da mesma forma que veio, se foi, num piscar de olhos.
_"Morri, morri, morri, morri, morri, já era, morri...adeus mundo, foi bom o quanto durou, morri, morri... morri"_
Pensava imaginando já estar a caminho do paraíso...
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