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História Soulmate - Deeply in love Part 1


Escrita por: myavengedromanc

Capítulo 7 - Deeply in love Part 1


 

As pessoas em nossas vidas vão e vem o tempo todo. É incrível as diferentes formas que as conhecemos e estamos socializando, seja do jeito que for. Em meio de tanta movimentação amigável (ou não), acabamos por ter pessoas especiais, do tipo que nos deixa confortáveis com a sua presença e se tornam alguém que não nos imaginamos mais longe, esse alguém para mim era Frank. O mais interessante em isso tudo, é que tive a oportunidade de sentir isso duas vezes com a mesma pessoa, e agora sei que o tempo ao qual não convivi com todo esse sentimento foram momentos angustiantes que tentei preencher o vazio com outros.  

 
 

Olhando para aqueles lábios vermelhos de sorriso fácil e as mãozinhas agitadas enquanto tagarelava sem parar sobre alguma banda nova que estava trabalhando na gravadora, me vi absorto por algo novo. Era um sentimento diferente, não o mesmo que senti por qualquer um dos meus ex-namorados, era muito mais intenso e estranho. Talvez o que preenchia meu coração tão rapidamente sempre esteve ali, mas nunca parei para pensar sobre isso, e agora que eu o tinha tão próximo, sentia tudo em um baque, como se um estalo forte tivesse ecoado em meu cérebro gritando para que eu o visse com outros olhos.  

 
 

E droga, eu o olhava, eu sentia, eu idealizava, eu compreendia... Estava tudo tão explicito e carregado de... Amor? Era isso que eu sentia? Passei tantos anos cego, achando que estava apaixonado por todos aqueles caras e no fim me vejo babando pelo meu melhor amigo da adolescência... Ao pensar nisso constatei que sempre me senti assim, mas nunca deixei o caminho livre para meu coração bater por ele e me mostrar que toda a saudade que senti por tanto tempo não se passava de amor; que toda a preocupação quando ele não ligava a noite para me dizer como foi seu dia no trabalho, também era amor; que todas as vezes que eu achava linda a forma envergonhada dele me olhar, era amor. Eu o amava? Isso era tão confuso para mim naquele momento, algumas horas atrás jurava que estava apaixonado por Bob, mas Frank conseguiu me encher de amor verdadeiro.  

 
 

-Porque você está me olhando assim? –Frank tirou a atenção do filme para me olhar com as sobrancelhas arqueadas. –Não gostou do filme?  

 
 

-Não muito. –Respondi sorrindo e continuando a fita-lo. Poderia ser loucura minha achar que estava sentindo algo tão forte por ele, mas aquilo parecia real demais, tão real que chegava a doer, meu coração palpitava rápido e minha mente processava vultos de memórias aleatórias de todas as vezes que eu deveria ter parado para prestar atenção em Frank. –Você quer mais pipoca? –Perguntei apenas para chamar a atenção dele, já que seus olhos voltaram a ficar atentos no filme, ele negou com a cabeça e se ajeitou no sofá, sentando-se mais relaxado.  

 
 

Era arriscado, afinal, ele era meu melhor amigo! Amigo... Ele me via como apenas um amigo. Se eu demonstrasse algo de diferente, qual seria sua reação? Seria mais alguns anos sem nos ver? Porra, Frank era muito imprevisível. Quando pensei que ele nunca me abandonaria, ele simplesmente se afastou; quando achei que ele nunca mais voltaria, ele me procurou; sempre tive certeza sobre sua sexualidade e de repente ele aparece com alguém do mesmo sexo... O que se passa nessa mente confusa?  

 
 

-Sério Gerard, o que foi? –Frank voltou a me olhar.  

 
 

Suspirei e uma onda de aflição passou por meu corpo em apenas um segundo, me deixando apreensivo com o que fazer, então acho que tomei a decisão mais louca e precipitada de todas. Me virei em sua direção, ficando mais próximo, ele ficou em alerta, me observando como se não estivesse entendendo algo. Olhei para seus olhos grandes, a boca entreaberta avermelhada e as bochechas ficando rubras rapidamente... Frank era tão maravilhoso, porque nunca reparei? Quanto tempo havia perdido procurando por ele em outros, ele esteve sempre na minha frente e eu deixei escapar. Frank Iero era a minha alma gêmea e dessa vez estava decido em fazer tudo certo.  

Me curvei mais em sua direção, fazendo nossas respirações se misturarem, não houve tempo de sentir outra coisa além de seus lábios desesperados grudando aos meu, uma onda de conforto me aquecendo, ao que suas mãos agarraram meus fios atrás de minha cabeça me mantendo firme, levei minhas mãos a sua cintura, na mesma brusquidão, puxando seu corpo pequeno para colar-se a mim, agarrando com força o tecido de seu moletom e sentindo sua carne farta por debaixo do tecido grosso. Foram segundos, mas poucos segundos suficientes para deixar meu coração em um ritmo insano, meus membros trêmulos e um arrepio subir por todo meu corpo.  

Frank se afastou tão rápido quanto se aproximou, puxando minha cabeça para longe de si através de meus cabelos, que não havia soltado em momento algum. Seus olhos avelãs pareceram assustados ao fitar meu rosto. 

-D-desculpa! –Ele suspirou desesperadamente e me soltou indo para o outro lado do sofá. 

Não fiz sequer menção de me mover, apenas observei o constrangimento toma-lo por inteiro, apoiando os cotovelos nas coxas e o rosto nas suas mãos, como se estivesse se escondendo de mim.  

-Quem você quer levar ao baile, Frank? –Minha voz saiu falhada por eu nem sequer ter pensado antes de falar, minha boca havia se movido antes que minha mente houvesse permitido. E a última coisa que senti naquele momento foi arrependimento. Frank levantou o rosto lentamente, seus olhos lacrimejados vindo em minha direção e as bochechas mais vermelhas do que nunca havia visto ficar. –Eu ainda espero uma resposta. 

-O quê? –A confusão em seu rosto era evidente e eu ri anasalado quando seus dedos começaram a ficar inquietos, na sua agitação habitual de quando estava nervoso.  

-O baile de formatura! –Exclamei como se fosse óbvio, fazendo-o ficar cada vez mais confuso. –Quem você queria levar para o baile?  

E então Frank sorriu. O sorriso mais bonito que vi em seu rosto em todos os anos que o conheço. A forma com sua boca se esticou lentamente, preenchendo as bochechas rosadas, formando pequenas ruguinhas no canto dos olhos, seus dentes surgindo intensos, assim como seus olhos que pareciam a mercê das lágrimas.  

-Quem eu quero, não me quer. –Deu de ombros sem desviar o olhar do meu, parecendo ficar mais relaxado ao que apoiou as mãos nas coxas e suas costas foram de encontro com o encosto do sofá, tendo que virar a cabeça para o lado para poder continuar me olhando. –Esse é o momento que você é um idiota e não percebe que eu sempre fui louco por você. –Frank sussurrou tristemente, suspirando em seguida e fechando os olhos, franziu o cenho em uma expressão de aflição, como se contesse algo doloroso dentro de si.   

Aproveitei seu momento de devaneio para me aproximar sorrateiramente, meu corpo voltado totalmente para ele com uma perna dobrada e o outro pé tocando o chão, nossos joelhos tocando-se levemente, apoiei o braço no encosto do sofá por detrás de sua cabeça e observei seus olhos abrindo, o avelã esverdeado surgindo e focando-se em meus verdes oliva.  

-Não, Frankie. –Falei baixo, como se tivesse outras pessoas no ambiente e ninguém pudesse escutar o que era dito dentro de nossa bolha. –Esse é o momento que percebo que meu coração sempre bateu por você, mas a vida toda fui burro demais para entender que o que eu procurava sempre esteve bem ao meu lado. –Levei minha mão de encontro a sua, apoiada em sua coxa, ele virando a palma de prontidão para que pudesse entrelaça-las, me fazendo sorrir com o choque gostoso que nossas peles pareciam ter dado ao se tocarem. –Frank Iero, eu quero você.  

E então pela segunda vez naquela noite senti seus lábios contra os meus, mas dessa vez foi um ato lento e sentimental. Movimentos tranquilos e combinados de bocas úmidas intercaladas, levei minha mão a sua nuca firmando-o ali, Frank gemeu parecendo imerso ao nosso beijo molhado, os lábios macios movendo em função aos meus, acariciei sua nuca e repuxei os fio curtos contidos ali, fazendo-o estremecer visivelmente e não contive um sorriso contra sua boca. Senti sua língua pedindo passagem escorregando levemente para dentro de minha boca e escorregando sob a minha, fazendo-me quase perder os sentidos apenas com seu ato.  

Desci minha mão para sua cintura onde apertei-o e um barulho engraçado escapou de sua garganta em pura satisfação, me senti na liberdade de adentrar seu moletom e tocar a pele quente e arrepiada, ele se arqueou com meu toque e eu apenas quis deslizar minhas mãos por sua pele para todo o sempre e observar suas reações. Passeei com meus dedos por seu torso, puxando o casaco para cima junto ao meu movimento. Frank sugou meu lábio inferior com força, mas ao contrário do que eu imaginava e gostaria... Ele se afastou.  

Abri os olhos confuso, encontrando seus olhos brilhantes observando-me e os lábios avermelhados curvados em um sorriso deslumbrado, seus dedos continuaram em meu cabelo, fazendo-me grunhir em contentamento pelo carinho que fazia ali e quase voltei a fechar meus olhos, se não fosse por sua voz rouca ser proferida. 

-Gee, quero fazer tudo da forma certa, sem pressa, preciso que entenda que eu o amo a tempo demais e nada pode dar errado depois de eu ter ficado tão ferido. –Tirei minhas mãos de dentro de sua blusa para apoia-las em suas coxas e permaneci fitando-o atentamente enquanto seus dedos seguiam caminho para meu rosto. –Você não tem ideia do quanto foi doloroso para mim esses anos, principalmente quando você esteve com Bert, me vi tão perdido e desolado por não ser correspondido do jeito que gostaria. –Seus olhos ficaram lacrimejantes e nada pude fazer além de escutá-lo. –Me perdoa por me afastar sem explicação, não foi algo sensato a se fazer, mas eu era jovem e idiota. –Ele fungou e suspirou parecendo tentar conter as lágrimas que começaram a descer por suas bochechas, levei minha mão para sua face, tentando tirá-las dali e ele sorriu agradecido. –Pensei que ir embora seria o suficiente para esquecê-lo, mas estava enganado, você martelava em minha mente a todo momento de uma forma insuportável e eu me vi precariamente atordoado e prestes a fazer a maior besteira de minha vida. –Engoli a seco, começando a cair em mim que o que ele falava era mais grave do que um dia eu poderia imaginar, seus olhos ficaram inexpressivos. –Lembra quando te liguei na época da faculdade? –Eu assenti e seus lábios tremeram pelo choro, mas ele fungou mais uma vez e continuou com a voz trêmula. –Fui para Jersey para me despedir de meus pais, eu ia dar um fim em toda minha dor e em consequência, a minha vida. Mas encontrei sua mãe e uma pontinha de esperança surgiu e... 

-Frank. –O chamei com a voz quase presa em minha garganta. Aquilo era assustador, Frank pensou em se matar por minha causa, enquanto eu apenas o odiava por me abandonar, sendo que a culpa era totalmente minha por não ter dado atenção a algo que estava bem a minha frente. –Não me diga que você pensou em fazer isso, eu não posso... –E minhas lágrimas me derrubaram, meu peito pareceu se afundar e eu simplesmente não conseguia olhá-lo por pura vergonha de ter proporcionado tanto sofrimento a ele. –Desculpa, eu não... –Mal conseguia fazer as palavras passarem pelo nó em minha garganta. Senti os braços de Frank puxando meus ombros e eu o recebi com toda a gratidão, encostando minha cabeça na curva de seu pescoço enquanto ele inclinava seu rosto contra o meu. –Me perdoa.  

-Claro que perdoo, Gee. –Murmurou e beijou minha têmpora, fazendo-me sorrir levemente. –Sabe, todos esses caras que você namorou e só te magoaram foram as coisas certas a se fazer, nunca se arrependa por não termos dado certo desde o início, eu sei que tem muita história guardada no seu coração com um pouquinho de cada. –Ele fez uma pausa e virou um pouco o rosto para olhar para mim, mas voltando a fitar qualquer outro ponto ao perceber que eu não mais chorava, assim como ele. –Sempre te admirei por ter um coração tão grande, não sei se conseguiria guardar tantas pessoas assim.  

-Você está dizendo que eu sou uma vadia? –Perguntei seriamente, fazendo Frank rir e eu bufar. –Não ria. 

-Você é uma vadia que amou puramente e intensamente cada um de seus clientes.  

-Frank! –Levantei minha cabeça de seu ombro e o fitei incrédulo, fazendo-o rir mais.  

-Eu não estou falando algo ruim, é sério. Eu te admiro por isso. –Olhou-me carinhosamente e sorriu. –O amor é difícil, ainda mais quando pensamos que estamos perdidamente felizes com alguém que na verdade só está ali para preencher um vazio antigo. 

-Steven? –Perguntei baixinho e ele assentiu. –Eu tentei preencher o meu vazio com vários, então acho que ganhei. 

-Isso não é uma competição, vadia. –Empurrou meu ombro levemente, fazendo-me rir e pedir para que falasse de Steven. –Não tem muito o que dizer, ele era bom demais para ser verdade. –Deu de ombros e eu permaneci com meu olhar em cima de si, em um pedido mudo para que prosseguisse. –Bom, quando você simplesmente foi o ser humano mais rude do mundo no telefone, voltei para a Universidade com o pensamento fixo de que nada me faria feliz novamente e já era hora de acabar com minha dor, mas assim que saí do avião, a vida fez o favor de colocá-lo em meu caminho e me dar um motivo para continuar. –Suspirou e sorriu com a lembrança. –Ele era perfeito, Gerard. –Encolheu os ombros e suspirou, quase me incomodei com sua forma de se referir ao ex-namorado, mas sabia que a história não acabava aí. –Quando te encontrei naquele bar, foi difícil, porque eu acreditava verdadeiramente que amava Steven. Mas poder senti-lo uma outra vez, mesmo que por poucos minutos quase me fez desistir de pegar o voo com ele, para poder correr até você. Eu chorei a porra do caminho inteiro e disse ao Steven que não estava passando bem para que ele não desconfiasse que era por você que eu estava todo sentimental. –Frank riu e prendeu o lábio inferior com os dentes. –Todos os momentos ao lado dele foram incríveis, não tenho do que reclamar, mas ele não era fiel a mim e quando descobri, isso me destruiu novamente. Havia perdido você e logo depois a ele, era demais para mim.  

-Porque você nunca me contou isso?  

-Não sei, acho que não estava preparado para falar sobre isso. –Encolheu os ombros e fez uma pausa olhando para as próprias mãos. –Um mês depois do nosso término recebi a proposta de emprego aqui em New York e o resto você já sabe. 

Era difícil para mim aceitar que Frank sofrera por tantos anos por minha causa e que a única pessoa que o fez feliz o machucou tão brutalmente. Aquele garoto do sorriso bonito e gestos inquietos havia sido pisoteado pela vida e deixado sangrando, agora era meu dever cuidar de suas cicatrizes e recuperar nosso tempo perdido.  

 
 

 



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