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História Soul's Mirror - 2jae - Chapter Three: On the other side.


Escrita por: somereader

Notas do Autor


Bom gente
Como esse capitulo estava praticamente pronto já, vou postar pra vocês.
Espero que se divirtam.
La em baixo eu vou explicar umas coisas pra vocês.
Até

PS: [CAPITULO EDITADO]
Estou corrigindo algumas coisas para poder terminar a fic. Todos os caps serão revisados.

Capítulo 3 - Chapter Three: On the other side.


JB estava em um cômodo que não sabia se era grande ou pequeno devido ao lugar ser completamente branco. Quando se virou, se deparou com um espelho grande e alto. No início, não compreendeu o que estava sendo refletido por ele, mas logo entendeu e pela segunda vez no dia, ele estava lá. Choi Youngjae.

Assim como Youngjae, JB o encarou sem entender o que estava acontecendo. Aquilo era real? Como poderia estar vendo aquela pessoa ali?

JB tocou a moldura do espelho buscando por alguma explicação ou resposta, mas nada aconteceu, era apenas um espelho.

– Youngjae? – Jaebum encarou a figura em sua frente e o viu se aproximar e tocar o vidro que os separavam. Se perguntou o quanto aquela pessoa na sua frente era real e então, assim como o mais novo, ele estendeu seu braço para tocá-lo. Assim que tocou a superfície do espelho, sentiu seu toque atravessar o reflexo e um puxão o levar contra o vidro que ficara deformado, como uma piscina de água borrada.

JB acordou assustado com a força em que se sentiu puxado, estava ofegante e com a sensação ainda na pele de que o sonho parecia ter sido real, mas logo que se acalmou percebeu que era impossível, ainda estava deitado em seu quarto escuro e voltou a adormecer, ainda com o pensamento sobre o sonho que tivera, mas que era apenas um sonho, afinal.

 

                                                                          -x-
 

 

Youngjae se remexeu na cama e sem abrir os olhos, palpou as mãos ao lado para tentar encontrar Yugyeom, mas estava sozinho. – Será que havia dormido demais? – Se arrastou para fora da cama e ainda sonolento, esbarrou em alguns cômodos e com um pouco de dificuldade, finalmente encontrou o banheiro para fazer sua higiene matinal. Procurou pelo interruptor de luz, mas não o encontrou. Passou as mãos pelos cabelos e percebeu que eles estavam mais finos do que o normal.

– O estresse está acabando comigo já? – Caminhou até a pia e buscou pela sua escova de dentes, ignorando seu reflexo no espelho. – Mas eu havia deixado aqui.... – Youngjae finalmente prestou atenção onde estava, olhou em volta e percebeu que não conhecia aquele lugar, o banheiro de Yugyeom nunca foi tão grande. Ascendeu a luz e voltou seus olhos até a pia e a o espelho, vendo uma imagem que não era a sua. Ficou longos segundos paralisado, apenas tentando entender se estava sonhando ou tendo um pesadelo.

– Ah! Ah... – Balbuciou, tentando ouvir sua própria voz, que saiu diferente. – MEU DEUS. – Sua garganta ardeu e seus olhos piscavam incessantemente. Por que aquele homem estava ali, no reflexo do espelho, de novo? Não era um sonho? Era real? O que havia acontecido? Youngjae se mexeu alguns centímetros e o reflexo em sua frente fez o mesmo, beliscou a sua bochecha que se refletiu igualmente e sentiu a dor com o aperto. – Ai. – Reclamou.

– Filho? Você está bem? – Uma voz feminina soou através da porta do banheiro. – Você está fazendo muito barulho aí.

– Filho? – Youngjae continuou a se mexer a olhar o seu próprio reflexo no espelho. Aliás, não era o seu próprio reflexo, era o reflexo de JB que o seguia.

– Jaebum, abra a porta meu filho, o que aconteceu?

– Jaebum? Quem é Jaebum? – Youngjae choramingou e tentou se acalmar. Só poderia ser mais um sonho, ou melhor, era definitivamente um pesadelo.

– Jaebum, me responda, abra a porta. – A mulher forçava a maçaneta enquanto Youngjae engolia um seco.

Tudo bem, era só continuar o sonho que uma hora, ele iria acordar. Era simples.

Youngjae abriu a porta e forçou um sorriso.

– O que foi meu filho? Por que esse escândalo? – A mulher agarrou o rosto de Youngjae e checou se tudo estava bem.

– Eu só.... – Youngjae deveria surtar ou apenas deixar se levar? Como que os sonhos acabavam mais rápido? – Eu me assustei com o meu próprio reflexo.

– Como assim filho? – A mulher analisou o mais novo. – Ah, entendi. Você se assustou porque o seu reflexo era muito bonito, você se apaixonou de novo né? Por você mesmo. – Ela riu e apertou as bochechas de Youngjae. Ele sentiu aquilo também. – Pare de brincar e vá se arrumar, não vai para a empresa hoje? Já são dez horas.

O que? Não! Empresa? Aquilo estava cada vez mais estranho. De todos os sonhos que poderia ter, porque sonhar que era o idiota que havia o reprovado no dia anterior? E que tipo de contexto era aquele?

Depois de se fazer de sonso e descobrir qual era a sua escova de dentes, a mãe de “Jaebum”, como ela o chamava, o fez ajudá-la a escolher uma roupa para sair, coisa que ela retribuiu da mesma forma, ajudando Youngjae a se vestir com uma roupa muito chique para empresa que ela tanto falava. Gostou da mulher, ela era alegre e parecia muito disposta a passar um tempo com Youngjae, ou melhor, com Jaebum. Acabou almoçando com ela e quando percebeu, já era mais de meio dia.

– Você vai entrar mais tarde hoje? – A mulher perguntou e Youngjae entendeu que ela estava perguntando sobre a tal empresa que ele deveria ir.

– Eu tenho que ir?

– Claro que tem, você precisa trabalhar. Não quer levar outra bronca do seu pai né?

O mais divertido no sonho de Youngjae é que ele havia um pai e uma mãe, e isso parecia ser bom. Aquela mulher também parecia ser uma boa pessoa, então mesmo que não fosse a sua mãe de verdade, estava contente. Era bom ser cuidado por alguém como uma mãe.
Sabia que deveria ir para a WorldGlass, foi lá que encontrou Jaebum então provavelmente, era dessa empresa que estavam falando.

– Não posso tirar um dia de folga?

– Não seja engraçadinho. Se quiser podemos ir juntos.

Youngjae nem sabia o nome dela. Os empregados sempre a chamavam de “senhora” ou “Sra. Im”, o que dificultava as tentativas de ele tentar descobrir qual era seu primeiro nome. – Seria muito estranho perguntar né? – Youngjae coçou a cabeça.

– Qual é mesmo o seu nome? – Youngjae por fim perguntou. Era um sonho afinal, então o que importava se fosse estranho?

– Você está muito estranho hoje, Jaebum. – A mulher fez uma careta e sorriu. – Você está tirando sarro de mim?

– De jeito nenhum! É que...

– Bom, seja o que for, você está muito engraçado. – Ela se levantou e Youngjae fez o mesmo. – Vou pegar minha bolsa e iremos, ok?

– Ok. – Youngjae voltou a se sentar e encarou a mesa toda feita de vidro. Já estava estranhando o fato de estar demorando demais para acordar. E se fosse tudo real? – Encarou suas próprias mãos e se lembrou do sonho em que vira Jaebum através do espelho. Será que aquilo foi real também?

– Jaebum, não vai levar suas coisas? – Sua mãe interrompeu seus pensamentos e Youngjae tentou adivinhar o que deveria ser “suas coisas”.

– É isso! – Youngjae pulou da cadeira e seguiu até o quarto. Procurou por um aparelho celular e o encontrou ao lado da cama, perto de uma carteira. Era um aparelho de última geração e não possuía um código de acesso. – Só em sonho mesmo que alguém usa um celular sem código – Youngjae riu e voltou a encontrar com a Sra. Im.

Assim como combinado, os dois foram juntos para a WorldGlass. Durante o caminho, Sra. Im contou o que iria fazer durante o dia e recomendou que ele fosse um bom menino no trabalho e que não fizesse nada contra seu pai. Youngjae não entendeu porque ele mesmo faria algo assim, mas deixou o assunto se estender até que o motorista estacionou em frente ao prédio completamente feito de vidro onde ele havia passado o segundo pior dia da sua vida.

A mulher se sentiu receosa, mas acabou por dar um beijo na bochecha de Youngjae, que corou com o gesto.

– Já fazia um tempo que não conversávamos. Foi muito bom meu filho. Tenha um bom dia. – Ela esperou que Youngjae descesse do carro e assim ele o fez.

As coisas não poderiam estar mais confusas do que já estavam. Youngjae era Jaebum e agora tinha que trabalhar na empresa que fora reprovado por ele mesmo.

– Você consegue, Youngjae. Fighting! – Suspirou e entrou pela vidraça da WorldGlass.

O prédio era todo espelhado e todas as salas – Ou pelo menos a maioria – possuíam uma parede feita totalmente de vidro. O prédio era muito bonito, e não tinha como não admirá-lo.

Youngjae passou pela porta principal e já imaginava para onde deveria ir, para o R&H. Estava seguindo para o primeiro andar até ser puxado por alguém.

– Você está bravo comigo ou algo do tipo? Por que não me responde? – Um homem loiro quase platinado parou Youngjae enquanto segurava um café.

– Desculpe.... Eu não ouvi. – Youngjae se afastou, mas não sabia para onde deveria ir agora. – Você sabe onde é a minha sala?

– É aquela lá – O loiro apontou para a sala onde Youngjae havia feito sua entrevista no dia anterior.

– Ah, é mesmo.... Obrigado! – Agradeceu e se dirigiu até a sala, seguido pelo loiro.

– Você não está um pouco atrasado não? – Jackson olhou no relógio e continuou a seguir Youngjae.

– Desculpe, mas você precisa de algo? – Youngjae o interrompeu.

– Eu? – Jackson parou alguns passos atrás do chefe.

– É, precisa de algo?

– Não.... – Jackson fez uma cara de interrogação. Não estava entendendo porque JB estava extremamente atrasado hoje e agindo de forma estranha.

– Então, com licença.  – Youngjae fechou a porta na cara de Jackson, que ficou com o café em mãos e sem nenhuma reação. Provavelmente JB estava de mau humor, era melhor deixa-lo quieto.

Youngjae se sentou na cadeira da escrivaninha e tentou colocar seus pensamentos em ordem. Se tudo isso fosse um sonho, provavelmente ele já teria acordado. Por que estava a tanto tempo vivendo aquilo? E se realmente estivesse louco ou se ele realmente fosse JB agora? Onde estaria Yugyeom neste momento? Pior, onde estaria o seu corpo?

Quanto mais Youngjae pensava sobre isso, mais sua cabeça fervia e ele não sabia o que fazer.

– Sr. Jaebum? – Uma moça bateu na porta e entrou.

– Oi? – Youngjae disse inseguro. Só havia ele naquela sala, então ele deveria responder.

– Preciso que faça um trabalho para mim.

 

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JB sentiu algo lhe cutucar, odiava que o acordassem. Sua cabeça estava doendo. Deu um tapa na mão alheia e se virou tentando adormecer novamente.  

– Hyung? Jae? – Yugyeom voltou a cutuca-lo – Você não foi trabalhar hoje, sei que está deprimido e que você gosta de dormir, mas logo irei para o curso e meu pai vai trabalhar. Não quer comer alguma coisa?

Jae? Nem a mãe de Jaebum o chamava assim, quem seria esse estranho para o chamar tão intimamente dessa forma?

– Se você me chamar assim de novo, eu corto sua língua fora. – JB resmungou e estranhou o seu tom de voz. Talvez fosse o fato de ter acabado de acordar.

– Wow! Alguém acordou afiado hoje. – Yugyeom se afastou – Tudo bem, deixarei você aí, estou saindo ok? Juízo.

JB se revirou na cama e agradeceu por não ser mais incomodado. Apesar disso, não conseguia mais dormir, deveria acordar. Além da dor de cabeça, ainda sentia uma dor nas costas que estava o matando. Se remexeu e estranhou a cama ser tão dura e tão mole ao mesmo tempo. Sua cama não costumava ser tão ruim.

Levantou-se. Já estava cansado de ficar na cama e provavelmente estava atrasado já que não ouviu o celular tocar. Procurou pelo seu aparelho e não o encontrou, sua cabeceira também não estava no lugar que deveria.

– Mas que droga! – JB resmungou e se levantou, irritado. Caminhou pelo quarto escuro demais, estranhando o ambiente pequeno. – Eu bebi noite passada? – Tocou sua cabeça que agora doía ainda mais do que antes. – Estou em um hotel?

Jaebum caminhou estranhando a casa e se perguntando porque estava ali. Não se lembrava de ter bebido tanto assim na noite anterior e nem de ter saído de casa. Passou pela estante da sala de estar e notou um vulto passar quase que ao mesmo tempo que ele. Seu coração acelerou.

– Quem está aí? – JB ficou imóvel e olhou a sua volta. Não havia ninguém. Mas com certeza tinha visto algo estranho o seguir.

Retornou alguns passos cuidadosamente até passar novamente pela estante que tinha um espelho enorme no centro e viu o vulto novamente. Dessa vez, o vulto o imitou e com um pulo, JB encarou o seu reflexo.

Era.... Youngjae?

– Youngjae? – O mesmo reflexo para qual JB olhava, soltou as mesmas palavras sem som. Todo ou qualquer movimento era refletido pelo espelho e logo, JB compreendeu o que estava acontecendo.

Sem conseguir pronunciar mais nenhuma palavra, JB apenas sentiu-se tonto, sua cabeça não o obedecia mais e tudo se apagou.

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– Youngjae, acorde! – JB sentiu alguém bater levemente em suas bochechas, o despertando de um sono profundo. Não se lembra o que havia acontecido e nem o porquê estava ali, sendo acordado por aquela mulher desconhecida.

Resmungou algo que não pôde ser entendido e então se sentou.

– Eu já estava ficando preocupada de verdade! O que aconteceu? Você desmaiou? – Uma mulher muito bonita encarava JB. Ele não daria mais do que trinta anos para ela, mas podia notar sua expressão de cansaço e preocupação.

– Onde estou? – Era tudo o que Jaebum conseguira dizer.

– Está na casa do Yugyeom, você veio para cá ontem. – A mulher ajudou JB a se levantar e sentou-o no sofá, trazendo um copo d’agua. 

– Eu vim para cá? – JB lembrou de quando acordou e do acontecera quando viu seu reflexo no espelho. Inesperadamente, se levantou e olhou novamente o espelho da estante. Por um momento desejou que tudo aquilo fosse um sonho, mas duvidara muito, normalmente JB não sonhava.

– Quem.... Quem é a senhora? Por que eu estou aqui? – JB agarrou os próprios cabelos e começou a tocar cada parte do seu corpo, agora estranho.

– Acho que devo te levar ao médico. – Sra. Kim estava preocupada. Sabia que nos últimos dias Youngjae havia passado por muitas coisas e talvez todo esse estresse tenha o afetado mais do que ela imaginava. Acompanhara todas as dificuldades do menino desde que ele se tornou amigo de Yugyeom e tentava cuidar dele como se fosse seu próprio filho.

– Médico? Eu preciso ir a um centro espírita. Eu preciso me benzer. Isso é bruxaria. – JB começara a gesticular e a gritar consigo mesmo. Não havia explicação coerente para isso. Sra. Kim tocou um de seus ombros e olhou no fundo dos seus olhos, preocupada.

– Youngjae, respire. – JB ouviu o nome “Youngjae” passar pelos seus ouvidos como algo muito errado. Ele era Youngjae, por quê?

– Não me toque. – Jaebum afastou as mãos da Sra. Kim que se assustou com a reação do mais novo. Nunca vira Youngjae se quer aumentar o seu tom de voz. – Ele fez isso de propósito.... Foi porque eu o reprovei. – JB continuava a falar sozinho como se estivesse respondendo a suas próprias perguntas.

– Eu vou ligar para o Yugyeom. – Sra. Kim disse por fim, decidida ao pegar o celular.

– Eu vou mata-lo. – JB saiu em direção a porta que ainda estava entreaberta, ignorando os protestos da mais velha. Sabia onde iria encontrar Youngjae. Se todos os seus estudos sobre histórias clichês que aprendera vendo filmes estivessem certos, Youngjae havia feito bruxaria para trocar de corpo com JB e viver a sua vida na WorldGlass enquanto JB seria um desempregado e coitado que foi reprovado por ele mesmo.

JB fechou seus olhos e respirou fundo. Agora que havia saído do apartamento que estava a alguns minutos atrás, não sabia por onde começar, sem contar que ainda estava de pijama.

Bufou e sentiu sua cabeça latejar. O que faria se encontrasse Youngjae? O espancaria? Mas agora ele era JB não é?  Pensou melhor sobre como iria até a WorldGlass e de como iria resolver essa situação assim que visse Youngjae.

Por fim, decidiu voltar até o apartamento onde acordara e, com alguma desculpa que JB inventou de última hora, Sra. Kim se acalmou e preparou algo para JB comer.  Aproveitou para tomar uma aspirina pelas dores que sentia e comeu tudo que fora preparado. Estava com fome e sem demora, foi até o quarto em que acordou e o bagunçou a procura de roupas. Nenhuma o agradou, então colocou a menos pior.

Depois de muito procurar, encontrou um celular em baixo de um dos travesseiros. O celular era tão velho que JB teve dificuldades de encontrar a posição certa para usá-lo. Assim que apertou o botão central, um código de acesso foi solicitado.

– Mas que merda, eu odeio isso. – JB arriscou inserir alguns números básicos como vários zeros, contagem de um até cinco, um até oito, contagem regressiva, mas nada desbloqueava. Olhou insatisfeito para a tela de bloqueio do celular que era uma foto do próprio Youngjae fazendo um sinal fofo com os dedos. – Que brega. – JB desistiu e jogou o celular em cima da cama. Não precisava dele afinal, tudo o que precisava era de dinheiro para pegar um taxi e ir até a empresa.

Dinheiro foi quase impossível encontrar em qualquer lugar daquele quarto. Quase. Por sorte de Jaebum, ele encontrou uma carteira dentro de uma blusa de moletom que estava jogada no canto do quarto. Não havia muito dinheiro, mas o suficiente para uma viagem, que era o que ele precisava.

 

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– Quantas vezes eu tenho que lhe explicar como as coisas funcionam aqui?! – Os gritos que ecoavam pela pequena casinha no centro de Seul podiam ser ouvidos por todos os pedestres que passavam pela fachada da casa, incluindo os vizinhos.

A mulher que aparentava ser ainda muito jovem, se encolhia a cada tom que o senhor mais velho lhe dirigia mais alto.

– Eu já disse mil vezes, você não pode entregar essa garrafa para qualquer pessoa! – O senhor que gritava estava em pé e possuía o cabelo e a pouca barba grisalha bem ajeitados, uma barriga consideravelmente grande e vestia roupas claras.

– Eu sei, Sr. Kang, mas se não fosse por ele, eu estaria muito mais encrencada! – A mais nova respondeu tentando se justificar. Seus cabelos eram escuros e compridos e ela fazia uma cara manhosa.

– Basta! – O mais velho bateu na mesa que estava entre eles, fazendo um estrondo. – Jihyun, você sabe por que perdemos nosso tempo vendemos bebidas a um preço ridículo?

– Sim.... – A mais nova abaixou a cabeça. – Vendemos para disfarçar o nosso trabalho.

– E qual é o nosso trabalho? – Ele questionou sem paciência. 

– Juntar casais.

– E para quem devemos vender essas garrafas cor-de-rosa?

– Só para os nomes que estão escritos na caderneta. – Ela respondeu de má vontade e logo, ergueu a cabeça em protesto. – Mas senhor Kang.

– Mas nada! – Ele a interrompeu. – Você deu uma de nossas garrafas cor-de-rosa a um garoto que não está na lista! E você sabe por que temos que entregar apenas para os nomes que estão na lista? – O mais velho parecia ainda mais impaciente e ela não respondeu.

– Porque tudo tem a sua hora, Jihyun. – Ele bufou – Você sabe que tudo na vida tem uma hora e um momento certo. Agora me diga, porque existem tão poucos de nós aqui?

Jihyun espiou de canto o recinto e fora os dois, haviam apenas um moço que não se preocupava com a gritaria e estava lendo revista e uma menina que estava deitada nos bancos da entrada, provavelmente dormindo devido aos roncos que podiam ser ouvidos.

– Exatamente.... Somos só nos quatro em Seul, desde que o nosso trabalho não tem tido mais tanto sucesso.... – Sr. Kang se sentou e arqueou as costas, estava aparentemente exausto. – Não temos sucesso no nosso trabalho como cupidos porque, eventualmente, muitos casais têm se divorciado, outros simplesmente passam a se odiar e em alguns casos temos até assassinato.... É como se o nosso trabalho fosse uma piada! – Ele passou as mãos pelo cabelo, tentando encontrar as próximas palavras. – E você decidiu que um garoto merecia receber uma garrafa apenas porque ele fez uma boa ação?

– Eu não sabia como recompensá-lo.... Ele.... – Sua voz falhou. Sabia que estava errada e já era de seu feitio cometer erros como este.

– Você quer voltar para o arquivo morto? – Ele olhou sério para a mais nova.

– Não, não, não, não! Por favor! – Ela se ajoelhou, implorando. – O arquivo morto não, eu gosto daqui, por favor, não me mande de volta para lá. – Choramingou.

– Me pareceu que você queria voltar, já que só tem feito coisas erradas!! – Ele gritou e ela se encolheu novamente. – Eu espero que isso não nos cause problemas, Jihyun. Se mais alguma coisa acontecer neste departamento, eu não sei o que vou fazer.

– Não vai acontecer nada. Tudo o que eu tenho que fazer é pegar a garrafa de volta, não é? – Ela se animou por um minuto com a esperança de que poderia consertar o problema.

– Se você tiver essa sorte.... Mas e se ele já tiver bebido?

Jihyun pensou na possiblidade e estremeceu. Ele não teria tomado, não é? Ela deixou bem claro que ele deveria tomar acompanhado e apenas no momento certo.... Além disso, estava escrito no rótulo.

– Conserte isso, ou eu juro que vou te mandar de volta para o arquivo morto!! – Ele gritou mais uma vez, fazendo Jihyun dar um pulo e sair da pequena casinha.

Não sabia nem por onde começar, mas precisava encontrar o garoto que havia salvo sua carteira de uma ladra alguns dias atrás. Graças a ele, a caderneta com os nomes dos casais a serem flechados foi recuperada e ela não teria problemas maiores graças a ele. Mas precisava consertar o seu próprio erro ou consequências seriam aplicadas não só sobre ela, mas sobre o pobre menino que não fez nada mais do que ajudá-la.


Notas Finais


Ok.... Se as coisas estão ficando confusas? Acredito que sim, mas tudo vai se encaixar depois.

O que vocês estão imaginando? Que eu cheirei algo errado né? Maybe. HUAHUAHUAHUAUH


Para quem está lendo isso, espero que estejam se divertindo e até a próxima.


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