O dia amanheceu preguiçoso na capital francesa.
Lety ouviu seu despertador tocar três vezes e nessas três vezes o colocou no modo soneca. Até que, vencida pela obrigação de ir para a aula, levantou e foi até o banheiro de Castiel. Fez suas higienes, tomou banho, escovou os dentes e vestiu sua calça jeans, acompanhada de sua camiseta vermelha. Penteou seu cabelo e o deixou solto, pendurou a toalha que usou para secar e saiu do banheiro, dando de cara com Castiel - sem camisa - procurando algo em seu guarda roupa.
A menina congelou ao vê-lo ali, naquele estado. Não que eu já não tenha visto vários caras sem camisa… Mas eu não esperava esse impacto agora.
Ainda estática, Lety fingiu tossir, chamando a atenção do ruivo, que pegara uma camisa branca, vestindo-a em seguida.
- Oi, foi mal, eu não tava achando minha camisa branca. - ele sorriu e pegou sua jaqueta, colocando-a em seguida.
- Não tem problema, o quarto é seu. - ela pegou sua mochila que estava no chão. - Camisa branca? O que houve com o clássico preto e vermelho?
- Preto e branco também é clássico!
- Não pra você. - ele riu.
- Acordou ousada.
- Estou morrendo de preguiça… - bocejou.
- Tem café lá na cozinha, Blythe preparou.
- Blythe?
- É a diarista. Ela vem de vez em quando pra arrumar a minha bagunça.
- Coitadinha, que dó. - ele riu.
- Vai logo tomar café! - ela saiu, rindo.
Lety desceu as escadas e encontrou uma senhora espanando os móveis da sala.
- Olá.
- Olá! Você é a amiga do Cassy?
- Sou sim. - a menina ri - Cassy?
- Oh não! - a senhora tampou a boca. - A mãe dele o chama assim, ele odeia esse apelido.
- É mesmo? - hehehehehehehe - Seu segredo estará bem guardado comigo. Não se preocupe.
Lety foi até a cozinha e tomou seu café, em cima da mesa havia um jornal, ela então o abriu e olhou a página de classificados, procurando por algum apartamento que coubesse em seu orçamento.
- O que está olhando nos classificados? - ela se assustou com a voz de Castiel atrás de si.
- Estou procurando um apartamento. - ela levantou, levando sua louça suja até a pia.
- Não gosta de morar aqui? - ele se encostou na pia ao lado dela, enquanto ela lava sua xícara.
- Não é isso… Mas eu não posso ficar aqui pra sempre, não é? - ele comprimiu os lábios.
- Eu já estava me acostumando com você aqui.
- Eu também, mas não é assim que as coisas devem ser. - ela suspirou e enxugou suas mãos.
- Então, em primeiro lugar, devemos cuidar da sua emancipação. Assim será mais fácil alugar um apartamento. Até lá, você fica aqui. - ele tocou a ponta de seu nariz, fazendo-a sorrir.
- Certo.
Ao chegarem em Sweet Amoris, Castiel fez seu caminho até o porão enquanto Lety foi até o grêmio, encontrando Nathaniel.
- Bom dia! - ela foi até ele, abraçando-lhe.
- Bom dia, flor do dia!
- Credo, Nath, essa é muito velha! - ele riu - Aqui está minha matrícula.
- Pois bem, senhorita Lamartine, seja bem vinda a Sweet Amoris!
- Muito obrigada, estou te devendo uma pizza.
- Acredite, vou cobrar. - ele piscou para ela.
Ficaram a se encarar, em silêncio. Lety lhe sorria gentilmente e Nathaniel tentava esconder sua malícia. Sem mais nem menos, Ambre abre a porta do grêmio.
- Nath, eu preciso falar com você. - ele revirou os olhos.
- Ambre, estou ocupado.
- Mas Nath, eu preciso de você, maninho… - ela foi até ele, ignorando a presença de Lety.
- Ambre, já falei que não. - ele suspirou e massageou suas têmporas.
- Nath, tá tudo bem. Vou deixar vocês a sós. - Antes que o loiro protestasse, Lety saiu do grêmio.
Lety adentrou o corredor e deu de cara com Lynn. A loira a encarou e sorriu. Lety sorriu em resposta, mas ficou em silêncio e andou até o pátio, encontrando Lysandre e Pryia sentados em um dos bancos.
- Olá! - sentou ao lado de Pryia.
- Olá, Lety! Seja bem vinda! - Lysandre lhe sorriu, anotando algo em seu bloco.
- E aí? Já falou com o Nath? - Pryia cutucou o braço de Lety com seu cotovelo.
- Falei, agora ele está com a Ambre, ela estava desesperada pra falar com ele.
- Credo. - ela revirou os olhos.
- Pryia, isso não é na- ela o interrompeu.
- Nada vitoriano, blá blá blá. - ele fez uma expressão de choque e depois riu. Pryia se virou para Lety novamente. - Mas como foi ontem? Ele beija bem?
- Pryia! Isso é pergunta que se faça? - Lysandre franziu a testa.
- Ah, Lys. Para de ser chato. - ela se virou para a morena novamente. - Me conta.
- Contar o que? Não houve nada.
- Sério?
- O que te fez pensar que aconteceu alguma coisa?
- Vocês foram até a cozinha… Sozinhos… Quase bati no Castiel por ir atrás de você. - Lety ia falar algo quando Armin chegou, junto de Castiel.
- Olá minha jogadora preferida, olá noob, olá Lysandre. - ele bagunçou o cabelo de Pryia, que sorriu fingindo estar irritada.
- Meu Deus, eu só tenho amigo chato! Para, Armin! - ela bateu na mão dele, fazendo-o rir.
E ali ficaram até o sinal tocar, indicando o início das aulas. Era aula de ciências e Lety sentou junto de Pryia.
A primeira aula passou tranquilamente, depois todos foram até o ateliê de artes. Como havia uma aluna nova, o professor teve a ideia de juntar todos em duplas ou trios, e Lety caiu em uma dupla com Armin. A tarefa do dia seria desenhar algo que você goste no parceiro.
- O que eu gosto em você, Armin? - ela pôs uma mão em seu queixo, analisando seu parceiro, que ri.
- A minha incrível habilidade com videogames, óbvio. - ela ergue uma sobrancelha.
- Não… - ele começou a desenhar uns rabiscos - O que você ta desenhando ai? - ela tentou puxar a folha mas ele a escondeu.
- Nada disso! Você só vai saber depois!
- Isso não é justo! - ela tentou alcançar o papel - Armin!
- Não!
A movimentação dos dois chamou a atenção da classe inteira, que estavam encarando-os curiosos, alguns com a feição irritada, outros com sorrisos em seus rostos. Vencida pelo cansaço, Lety voltou a se sentar e começou a pensar em seu desenho.
Bem, Armin e Alexy foram os primeiros a me acolher, Armin é divertido, muito bom em jogos e também é muito prestativo. - ela o olha, ele ainda estava desenhando - É isso, ele é um ótimo amigo.
Lety então desenhou alguns palitos, representando duas pessoas, desenhou os cabelos negros dele e enfatizou seus olhos azuis, em uma das mãos, desenhou - ou tentou desenhar - um joystick. Na outra pessoa, desenhou seu cabelo preto-azulado, seus olhos também azuis e lhe colocou um vestido amarelo - cor de seu uniforme de trabalho. Para finalizar, escreveu em cima dos dois: Amizade.
Ela sorriu ao ver o resultado final e então olhou para o menino ao seu lado, que já havia terminado de desenhar.
Alguns minutos depois, cada um deveria expor seus desenhos.
Os primeiros a expor foram Kentin e Lysandre. Kentin desenhou uma nota musical e disse que acha legal que Lysandre seja músico, e o platinado desenhou Kentin levantando alguns pesos, dizendo que admira que Kentin tenha batalhado para mudar.
A segunda dupla era Castiel e Nathaniel. Sim, eles mesmos.
Quando Lety percebeu que eles faziam dupla, começou a rir, assim como o resto da turma. Armin ao seu lado gargalhou.
- Professor, eu não consigo fazer isso. - Castiel murmurou, irritado.
- Você não vai morrer, senhor Castiel. Vamos. - Nathaniel riu, debochado.
- Eu desenhei… - o ruivo bufou - Eu desenhei um caderno, que significa estudo. Porque o representante adora estudar e ser responsável, e isso é algo bom. - Castiel falou tudo muito rápido, arrancando algumas risadas de Armin e Lety.
- Está vendo, senhor Castiel? Você não morreu. - o ruivo revirou os olhos. - Agora é você, senhor Nathaniel.
- Eu desenhei uma guitarra porque não sou nada criativo. - o loiro sorriu - Mas o que eu admiro no Castiel é que ele sempre consegue o que quer, ele vai atrás mesmo e não está nem aí com o que os outros vão pensar. - o ruivo olhou para o loiro, franziu a testa e ergueu uma sobrancelha, desconfiado. - O que foi?
- Cê ta bem, cara? - Castiel ia tocar a testa do loiro quando o mesmo afastou sua mão.
- Muito bem, muito bem, podem se sentar. - o professor pediu. - Letícia e Armin.
Eles então levantaram.
- Você primeiro, Lety.
- Certo. - ela expôs seu desenho - Não liguem pro meu rabisco, sou péssima pra desenhar. Desde que cheguei aqui, Armin foi um dos primeiros com quem fiz amizade, e ele é ótimo no videogame. Então o que eu mais admiro nele é a amizade que temos, mesmo com pouco tempo. - a sala fez um coro de “awn” e Armin a abraçou de lado.
- Que fofa. É exatamente isso que eu admiro nela, ela é fofa e engraçada. Ah, e também é muito noob. Ela nunca ganha no videogame, incrível! - Lety lhe deu um tapa. - Ai!
O professor logo chamou a dupla Alexy e Pryia.
Quando Pryia começou a falar, Armin prestou atenção como nunca. Lety intercalou seu olhar entre os dois, Armin sorria enquanto Pryia falava sobre o quanto gostava do jeito alegre do irmão dele. Ele gosta dela? Como eu não percebi antes?
Depois de todas as duplas se apresentarem, a aula terminou, dando lugar ao intervalo. Lety foi com Nathaniel até a sala do Grêmio, onde ele lhe deu sua chave e lhe indicou seu armário, que fica perto da escadaria. Guardou sua mochila e seus livros e o trancou. Pegou seu celular e começou a caminhar enquanto procurava o jornal online, para verificar os classificados novamente.
Foi caminhando até o pátio ainda olhando o celular, quando esbarrou em Ambre.
- Opa! Desculpa! - A morena falou.
- Está tudo bem. - ela disse isso mesmo?
Lety notou que Ambre estava com um olhar curioso sobre ela.
- Ambre?
- Você é a menina que estava com o Nath no grêmio, não é? - Lety assentiu - Obrigada, eu precisava muito falar com ele.
- Sem problemas.
- Qual seu nome?
- Lety.
- Quer passar o intervalo comigo e minhas amigas, Lety?
E agora? Meu Deus o que eu faço? Socorro! Ela continua me encarando com esses olhos verdes enorme e pidões, meu Pai do Céu…
- Por que não? - eu disse isso mesmo?
A loira então entrelaçou seus braços e guiou Lety para o refeitório. Pelo caminho, elas passaram por Alexy e Armin, o azulado estranhou e quando ia protestar, seu irmão o puxou.
Então Lety conheceu Li e Charlotte, as mesmas meninas que estavam com Ambre na lanchonete.
Durante todo o almoço, Ambre foi extremamente gentil com Lety disse que gostaria muito que as duas fossem grandes amigas.
E então o intervalo acabou, dando lugar para as aulas de cálculo e por último, história.
A semana passou rapidamente, todos os dias eram parecidos, enjôos e aula de manhã, lanchonete a tarde, dever de casa a noite.
Durante a semana, rumores ocorreram sobre uma festa na casa da Íris, uma menina ruiva que Lety ainda não teve a oportunidade de conhecer A festa estava sendo organizada por Lynn e Alexy, todos foram convidados, menos Ambre e suas duas amigas.
- Tem certeza que não quer ir comigo? - Castiel perguntou, colocando sua jaqueta.
- Nathaniel me convidou também, mas não aceitei. Estou meio enjoada, prefiro ficar aqui.
- Então tá. Tem comida na geladeira e netflix na tv, qualquer coisa pode ligar. - ele pegou sua chave e foi em direção à porta.
- Boa festa! - Em resposta, o ruivo mandou um sinal de paz e saiu.
Lety foi até o quarto de Castiel e pegou seu violão, começou a cantar la vie en rose enquanto tocava.
É uma música que minha mãe sempre cantou para mim quando eu era criança. Ah que saudade que eu sinto dela, como será que ela está? Queria muito vê-la, abraçá-la, sentir seu cafuné… Ah, merda, estou chorando! Para, Lety, para!
Ela foi até o banheiro e lavou seu rosto. Em seguida, tomou um banho quente e vestiu um moletom de Castiel que achou na gaveta, depois foi até a cozinha e esquentou uma pipoca de microondas sabor Manteiga. Quando ficou pronta, pegou um copo de suco e subiu para o quarto, colocou How I met yout mother e começou uma mini maratona, até adormecer com a pipoca em seu colo.
Lety acordou com o barulho da porta batendo. Estranhou pois depois disso não ouviu mais nada. Pegou a pipoca em seu colo e colocou em cima da cômoda e então foi até o corredor, não encontrando ninguém ali. Viu que as luzes da sala estavam acesas e desceu as escadas, dando de cara com Castiel e Lysandre. O platinado lutava para colocar Castiel no sofá e o ruivo estava claramente bêbado.
- Lysandre! O que houve? - ela se aproximou dos dois, ajudando Lysandre a carregar o ruivo.
- Ele bebeu demais.
- Lynn, é você, Lynn? - Castiel perguntou a Lety.
- O que? Não! Sou a Lety.
- Lynn! Fica comigo… - ele continuou a dizer. Lety olhou para Lysandre, confusa.
- Lys, pode ir, eu fico com ele.
- Isso, Lys, para de segurar vela, cara! - o ruivo, bêbado, brincou. Em silêncio, então, Lysandre se despediu de Lety e saiu.
Lety então ajeitou Castiel no sofá, tirou sua jaqueta e o deixou apenas com sua regata branca, Colocou suas mãos no cabelo dele, tirando-os de sua testa suada, e então foi pegar uma xícara de café na cozinha. Quando voltou, deixou a xícara em cima da mesa de centro e sentou ao lado dele.
- Por que você bebeu tanto, Castiel?
- Ah, Lynn… Você não é minha mãe.
- Não sou a Lynn.
- E por que você tinha que ter ido embora, hein? Por que você teve que seguir o babaca do Kentin? Justo quando eu ia te beijar!
- Eu ia te beijar? O que?
- Sim! A garrafa apontou pra mim!
- O que? Garrafa… - Lety murmurou.
Castiel então colocou uma de suas mãos na nuca de Lety e a acariciou. Colocou seus dedos nos cabelos dela e a fez arrepiar com seu toque. E então, envolvida com seu carinho, Lety ficou completamente frágil e paralisada. Fechou seus olhos e arfou, e isso foi a deixa para que Castiel se aproximasse dela e lhe beijasse os lábios. E assim ele o fez.
Suas línguas travaram uma guerra.
Lety sentou em seu colo, com cada uma de suas pernas rodeando o corpo dele, e as mãos do ruivo estavam passeando por suas costas e sua nuca.
Durante o beijo, chupões e mordidas eram dados. Lety puxava os fios ruivos e acariciava ao mesmo tempo um de seus braços desnudos. Castiel levantou a blusa dela e passou suas mãos por suas costas e suas costelas, constatando que a menina estava sem sutiã. Lety arfou novamente com o contato das mãos quentes dele assim tão perto de seus seios.
- Ah… - ele gemeu - Lynn… Eu preciso de você…
O que?
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