História Sozinha e Grávida - Proposta

- Ambre, isso que você fez foi pesado… - Li disse a Ambre, assim que chegaram na mansão da família da loira.

- Pesado? Pesado foi essa vadia chegar e roubar a atenção de todos que eu amo! Primeiro o Castiel, agora o meu irmão? Ela literalmente passou dos limites!

- A Ambre tem razão, Li. - Charlotte concordou.

- O que vocês vão fazer caso descubram que foi tudo uma armação pra Lynn?

- É muito simples: ninguém vai descobrir, meu plano foi perfeito.

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- O que uma moça bonita como você faz aqui sozinha?

Lety levantou seu olhar e encarou a senhora em sua frente.

- Meu nome é Caroline. - a senhora sentou ao lado da morena. - Qual o seu nome, moça bonita?

- Letícia. - Lety limpou suas lágrimas.

- Então, Letícia, o que faz nessa praça sozinha e chorando desse jeito?

- Desculpa, não te conheço pra sair contando essas coisas… - Lety tentou levantar mas Caroline segurou seu pulso.

- Acalme-se, criança, estou aqui para ajudá-la. - Caroline olhou fundo nos olhos de Lety, fazendo-a sentar-se novamente. - Está com algum problema, criança?

- Não me chame assim. - Lety suspirou - Minha vida está de cabeça pra baixo desde que… - ela apontou para sua barriga - isso aconteceu.

- Oh… Você está grávida? - Caroline sorriu, tocando a barriga de Lety. - Quantos meses?

- Entre 4 e 5.

- E onde está o pai? - Lety encarou o horizonte e meneou a cabeça, de forma negativa -  Entendo… Não vou te julgar.

- Sabe, as vezes eu não sei se me arrependo… Eu amo meu bebê, mas não sei com quais condições posso criá-lo, eu só trabalho meio período, minha mãe está desempregada, nem temos uma casa… Oh céus… - ela fechou os olhos, segurando o choro.

- Letícia, você poderia doar a criança para algum casal infertil.

- Você acha que eu daria o meu filho pra outras pessoas criarem?

- Ora, criança, veja a sua idade, você não deve ter nem 18 anos. Quer estragar seu futuro assim? De graça? Você não quer esse bebê, e há tantos casais por aí querendo ter filhos… Pense bem.

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Kentin resolveu ir para sua casa, aproveitou que sua mãe havia saído e colocou uma roupa de corrida, saindo em seguida em direção ao parque mais próximo.

Colocou seu fone de ouvido e começou a escutar música, colocou “Pompeii” do grupo Bastille para tocar e começou seu aquecimento. Como o praça é extenso, fez alguns treinamentos, simulou que estava pulando corda e fez algumas flexões, agora sim, Kentin estava pronto para correr.

Começou devagar e acelerou aos poucos.

Depois de alguns minutos, Kentin parou para tomar água. Pagou pela garrafa ao vendedor e sentou no banco mais próximo, relaxando, e então decidiu olhar ao seu redor.

Não muito longe dali, viu Lety, conversando com uma senhora que ele não conhecia, e que, com certeza, não era mãe dela. Kentin então resolveu se aproximar.

- (...) Você não quer esse bebê, e há tantos casais por aí querendo ter filhos… Pense bem. - Kentin apenas conseguiu ouvir o final da frase.

- Pensar bem em o que, Lety? - ele não evitou questionar, franzindo a testa, encarando a morena.

- Kentin! - Lety quase pulou com o susto. - Não há nada pra pensar… - ela se virou para a mulher - Caroline, não há o que pensar, sinto muito.

- Ah, criança… - a mulher intercalou seu olhar entre Kentin e Lety - Bem, caso surja o interesse, aqui está meu telefone. - ela entregou um cartão à Lety, levantando em seguida e indo embora.

- Lety, o que foi isso? - Kentin sentou ao lado dela.

- Não é nada, Kentin. Esquece isso. - Lety tentou levantar mas Kentin a interrompeu.

- Você não vai embora, não vou te deixar sozinha. - ele lhe ofereceu sua água e ela aceitou - Como você está?

- Levando. E você?

- Uma mistura de confusão e decepção… Não sei explicar.

- Imagino. - ela lhe devolveu sua garrafa.

E o silêncio imperou entre os dois.

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- Me desculpa, Lys, eu molhei toda a sua roupa…

- Está tudo bem, Lynn, não tem problema. Toma. - ele lhe deu um lencinho para ela enxugar suas lágrimas.

- Obrigada. - ela enxugou - Lys, você também acha que eu fiz isso?

- Acho que você seria incapaz de fazer isso, Lynn. É impossível que a mesma menina que ajudou Castiel e Nathaniel tenha feito isso. Sei que esqueci de você por alguns dias, mas mesmo que eu ainda não lembrasse, jamais pensaria que você é realmente a culpada. - ela lhe sorriu. - Isso, sorria. Se você não fez nada, não deve temer nada.

- Obrigada, Lys, de verdade. Aqui está você novamente, me ajudando a provar minha inocência, igual ao caso Debrah.

- Estarei aqui quantas vezes você precisar. - ele lhe beijou a testa.

Lynn foi até o banheiro e Lysandre ficou a esperando na porta do ginásio, em seguida os dois foram juntos para a sala de aula.

Quando Lynn adentrou, o clima logo ficou pesado, todos a olhavam torto, com exceção de Armin e Pryia. Armin parecia concentrado na aula - pela primeira vez em anos -, e Pryia estava escrevendo a matéria em seu caderno. Lynn e Lysandre sentaram lado a lado, no fundo da sala. Lynn logo notou que haviam quatro lugares vagos e quatro pessoas faltando: Lety, Nathaniel, Castiel e Kentin.

Falando nele, onde será que ele está?

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- Marie, a senhora não pode sair assim! Paris é grande, você pode se perder!

- Eu quero saber onde está a minha filha, Nath! Ela não pode ficar sozinha nesse momento! E se ela fizer alguma besteira? Algo no meu coração está me dizendo que devo ir procurá-la.

- Então vamos, não vou te deixar sozinha nessa cidade enorme que você nem conhece direito. - o loiro pegou a chave do carro e fechou a porta.

Nathaniel dirigiu até a escola e refez o caminho até seu apartamento, procurando por Lety a cada esquina.

Sem sucesso.

Passou pelo parque mais próximo. E nada.

Foi até a lanchonete onde ela trabalha. E nada.

- Eu não sei mais pra onde ir, Marie. Fomos em todos os locais possíveis.

- Ela tem que estar em algum lugar…

- É melhor voltarmos pra casa, ela não pode ter ido muito longe.

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- Então quer dizer que agora você pratica corrida? Eu jamais imaginaria!

- Pois é, era uma obrigação no colégio militar mas acabou virando minha paixão, assim como o basquete.

- Você está no time junto do Castiel, não é?

- Sim, nem me fale… - ele coçou a nuca.

- Você tem medo dele?

- Medo do Castiel? Jamais! - ela franziu a testa - Ok, já tive medo dele, mas hoje não tenho mais.

- Castiel é igual um chihuahua: late, late, mas no fim das contas não morde ninguém. - eles riram.

- Eu jamais imaginei que você namoraria o Nathaniel. Você e Castiel são tão próximos, achei que você gostasse dele.

- Até cheguei a gostar, mas ele jamais retribuiria o sentimento. Ele é apaixonado por outra garota.

- Eu sei. Ele é apaixonado pela Lynn. - Lety arregalou os olhos e depois encarou o horizonte, lembrando do que sua ex-amiga fez. - Desculpa, não queria te fazer lembrar do que ocorreu hoje.

- Está tudo bem. Como você está sobre isso?

- Eu não sei. Não é porque ela é minha namorada não… Mas eu não acho que ela tenha feito isso, você não estava aqui quando ela ajudou o Nathaniel… Aconteceu umas coisas muito pesadas com ele e com a família dele, e ela moveu mundos e fundos para ajudá-lo, assim como fez com Lysandre e Castiel. Não dá pra acreditar que essa mesma Lynn fez isso com você.

- Eu não sei, Kentin… Pessoas mudam. Ela mudou demais. Quando eu pedi ajuda a ela, ela se recusou totalmente e me deixou sem chão… É muito difícil tomar uma posição… - ela viu o relógio no pulso do menino - Que horas são?

- São 11h45.

- Meu Deus, tenho que ir pra casa. Quero chegar lá antes do Nathaniel.

- Vamos, eu te acompanho.

Mal eles sabiam que estavam sendo observados por todo o caminho.

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Castiel largou seu cigarro assim que o sinal de fim das aulas tocou. Seguiu seu caminho e tentou evitar passar por Lysandre, pois já sabia que se o amigo o encontrasse, iria ter que responder mil perguntas e isso é o que ele menos quer.

Seguiu seu caminho até seu apartamento e, chegando lá, viu algumas malas no chão e as luzes da cozinha estavam acesas, estranhando isso, resolveu ir até lá verificar.

Na cozinha, distraída com sua música em seu fone de ouvido, uma silhueta feminina estava a dançar e cozinhar.

- O que você está fazendo aqui?