História Sozinha e Grávida - Jeremy Wate

Após o ocorrido, a diretora Shermansky mandou chamar Ambre e seus responsáveis. Lúcia e Philip levaram Lynn para casa, Rosalya e Alexy se despediram também e, em seguida, Kentin e Castiel surgem do último corredor, surpresos pela aglomeração ali formada.

- O que houve? - Kentin questionou, assustado. - Cadê a Lynn?

- Voltou pra casa com os pais. - Nathaniel respondeu.

- Ela foi expulsa? - Kentin se aproximou de Lety e lhe tocou os ombros.

- Não, Ken. A Lynn era inocente esse tempo todo, era tudo obra da Ambre. - Kentin suspirou aliviado, eles se abraçaram e ela sussurrou em seu ouvido: - Vocês deviam conversar…

- Farei isso. - ele sussurrou de volta e lhe beijou a testa - Obrigado.

Kentin acenou para todos e se dirigiu até a saída da escola, ele tinha muito o que dizer à sua namorada.

Lety sorriu ao ver o amigo aliviado pela notícia, e então seu olhar percorreu todo o corredor até ver aqueles dois olhos cinzas que tanto mexiam com ela lhe encarando, acompanhado de um sorriso debochado. Sem pensar duas vezes, Lety correu para os braços de Castiel, que lhe correspondeu em um abraço apertado e silencioso.

Silêncio.

Era só o que importava ali.

Ambos sabiam que o silêncio dizia tudo entre eles.

Ao se soltarem, Castiel afagou a barriga saliente da menina, que riu, e então o ruivo foi até a saída.

- Cadê o Nathaniel, mamãe? - Lety questionou, ao ver que seu namorado havia sumido.

- Ele foi conversar com a diretora, algo sobre a irmã dele. - Marie estendeu a mão para a filha - Vamos? Temos que conversar.

- Estou de castigo?

- O que? Não… Conversamos na casa do Nath, ok?

- Certo.

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Faziam alguns minutos que Lynn e seus pais voltaram para casa, ela estava em seu quarto, vestindo uma roupa casual, acabara de sair do banho. Ouviu a campainha tocar e em seguida ouviu sua mãe atendendo a porta. “Deve ser a tia Aghata”, ela pensou.

- Lynn! - sua mãe a chamou.

- Senhora?!

- Tem visita pra você. - Lynn estranhou e desceu as escadas com sua toalha enrolada em seu cabelo, enxugando-o, dando de cara com Kentin e seus pais, sentados no sofá. Lynn arregalou os olhos ao ver seu namorado ali, e sua mãe o paparicando oferecendo alguns petiscos enquanto Philip, seu pai, fuzilava o garoto com o olhar.

- Kentin? O-oi. - ela franziu a testa e tentou agir naturalmente.

- Oi Lynn…

- Ta fazendo o que aqui? - ela deu um sorriso amarelo.

- Nossa, Lynn! Isso não é pergunta que se faça pra uma visita tão boa, não é Philip? - a mãe de Lynn cutucou o marido.

- Na verdade eu estava me perguntando… AI! - Philip se calou quando Lucia o beliscou, fazendo careta para ele, fazendo Lynn ter mais vergonha ainda.

- Eu não te vi depois da reunião com a diretora, precisava te ver. - Kentin levantou e colocou as mãos nos bolsos.

- Com licença, estaremos na cozinha. - Lucia levantou e arrastou Philip consigo.

- Meu Deus eu to toda bagunçada… - Lynn riu, envergonhada e Kentin riu junto.

- Nunca te vi mais bonita. - ele se aproximou dela e sussurrou em seu ouvido: - É muito sexy essa toalha na sua cabeça. - ele gargalhou e ela lhe bateu no braço, rindo.

Kentin a agarrou pela cintura e colou seus corpos, encostando a cabeça da loira em seu peito e ela entrelaçou seus braços ao redor do pescoço dele.

- Me perdoa por não ter te apoiado.

- Kentin, não precisa…

- Me perdoa por não ter ficado ao seu lado, por ter sumido, por ser um imbecil… Eu imagino o quanto deve ter sido doloroso pra você quando todos te viraram as costas. Eu te amo tanto, Lynn. - ele apertou mais ainda a menina contra seu corpo, enquanto algumas lágrimas rolavam dos olhos de ambos.

- Eu também te amo, Kentin. Tá tudo bem, eu te perdôo. - ela se soltou do abraço e o beijou.

Após alguns segundos, Philip e Lucia surgem da cozinha. Philip quase chorando e Lucia pulando de alegria.

- Finalmente! Parecem dois pombinhos! - Lucia batia palminhas enquanto Lynn e Kentin se separavam, assustados.

- Mãe, pai…

- Minha menininha… - Philip sussurrou.

- Ora, Lynn! Isso não era segredo pra ninguém, sempre soube que um dia vocês iam ficar juntos! Vem cá, menino! - Lucia os abraçou.

- Minha menininha… - Philip sussurrou novamente.

- Ah, Philip, pare com isso, um dia ela ia crescer.

- Ta, mas poderia ter demorado mais, né? - Lucia revirou os olhos.

- Senhor Philip, eu peço a sua permissão pra namorar a sua filha, eu a amo e a protegerei sempre. - Philip calou-se.

- Que lindo, Philip! - Philip permaneceu calado - DIZ ALGUMA COISA!

- Está certo. Te conheço desde criança, conheço seus pais, sei que você é um bom rapaz. - Philip se aproximou do casal. - Se você fizer mal a ela algum dia, eu estarei bem atrás de você, ouviu, rapaz? - Philip sorriu de forma assustadora.

- Sim senhor, claro. - Kentin tremeu na base e bateu continência.

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O caminho até o apartamento de Nathaniel foi silencioso. Os pensamentos de Marie estavam no assunto em que teria que conversar com a filha, e os pensamentos de Lety estavam no abraço que havia acabado de dar em Castiel.

Mas e Nathaniel? O loiro havia sumido sem se despedir e isso não é costume dele, Ambre é sua irmã, está certo, mas ele jamais faria isso.

Cruzaram a portaria e adentraram o apartamento, Lety repousou sobre o sofá e Marie sentou ao seu lado.

- Lety, precisamos conversar sobre duas coisas.

- Não era só uma?

- Agora são duas.

- Socorro… - as duas riram.

- Certo. Primeiro de tudo: eu entrei com um processo de divórcio, alegando violência doméstica, contra o seu pai. - Lety se ajeitou no sofá - Nathaniel me aconselhou a fazer isso e então eu entrei em contato com George…

- George Wate, você já me disse, mamãe. - Marie comprimiu os lábios - Tem algo que você não me disse, mamãe?

- Ele não virá mais semana que vem.

- Ah, de boa né…

- Ele virá amanhã. Marcamos um jantar.

- Que bom, mãe, assim as coisas serão mais rápidas.

- Jeremy vem com ele.

- O Jeremy? Jeremy Wate? - Lety ficou chocada.

- É o único Jeremy que ele tem como filho, Lety. Ele quer ver você, quer que você vá ao jantar comigo.

- Ah mamãe… Eu não sei se quero encontrar alguém da minha antiga escola… - Ainda mais um ex.

Jeremy Wate era o típico menino arrogante, mauricinho e mimado do colégio. Loiro, cabelos longos, olhos azuis - ou seriam verdes? -, evasivo e mulherengo. Ele e Lety tiveram um lance meses atrás onde os dois queriam apenas o casual e depois voltaram para casa como se nada tivesse ocorrido. E tudo que Lety menos queria agora era encontrar um rosto conhecido de seu antigo colégio.

- O que mais você tem pra me dizer?

- O menino ruivo…

- Castiel.

- É. O que há entre vocês?

- Como assim?

- Quando você saiu, você abraçou o Nathaniel, normal, já que ele é seu namorado. Mas com o ruivo foi totalmente diferente. Você simplesmente correu para os braços dele e ambos ficaram em silêncio. Letícia, o que você sente por esse rapaz, filha?

- Que? Nada, mãe! Meu namorado é o Nathaniel.

- Eu sei, mas isso não quer dizer muita coisa. Seu pai era meu marido e nem por isso eu o amava. - Marie afagou a coxa da filha - Letícia, cuidado, você pode acabar machucando não só a você mesma, pode também machucar duas pessoas que você gosta muito.

- Mamãe, não precisava falar isso…

- Nathaniel correu para falar com a diretora, mas eu tenho certeza de que não foi apenas por conta da irmã, tenho certeza que ele não gostou nada do clima entre você e o ruivo. - Marie suspirou e levantou, indo até o banheiro e no meio do caminho disse: - seja lá o que for, tome cuidado, estarei sempre aqui por você.

- Valeu, mãe.

Na minha vida eu não tenho certeza de muita coisa, apenas uma: fudeu.