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História Spectrum (Dramione) - Capítulo 5


Escrita por: malfoyazedo

Capítulo 6 - Capítulo 5


O Livro da Morte (parte 2)

Naquela noite Hermione sonhou, novamente, com Draco Malfoy, e não havia mais nada além de suas íris cinza.

Acordou com a luz batendo em seu rosto. Abriu os olhos lentamente, fazendo-os acostumar com claridade do dia nublado entrando em sua janela. Começava a se acostumar com aquele clima. Nunca havia sol, nunca havia lua. Havia apenas nuvens e escuridão e, de algum modo, era como se o tempo representasse o estado da sua alma.

Sentou-se e suspirou. A cada dia que se passava, seu peito se apertava mais ao pensar em Harry e Rony. Como e onde estariam naquele momento? Ela precisava saber e precisava sair dali.

 

Os pingos de chuva escorriam no vidro da janela borrando a vista para o lado de fora. Com a testa encostada no vitral, Draco Malfoy sabia que teriam que sair dali logo. Era questão de tempo para que tudo virasse merda.

 E depois que saíssem dali, para onde iriam? Ou melhor, para onde ele iria. Sabia que Hermione Granger tinha lugares para ir, lugares esses que ele não era bem vindo. Droga! Sacrificara sua vida para salvar a princesinha da Grifinória. Certamente que, se não fosse por ele, outra pessoa a teria resgatado. Por que foi se arriscar?

Socou o vidro da janela, fazendo-o se partir em milhares de pedaços. Sentiu seus dedos arderem. Não precisou olhar para saber que o sangue pingava deles.

Afastou-se da janela e caminhou até a sua cama. A dor era como um calmante. Fazia-o se esquecer. E isso era tudo o que ele queria naquele momento.

 

Os pingos da chuva a acalmavam. Era como se cada gota que batia em sua janela lavasse o peso que seu corpo carregava, além de afrouxar o aperto em seu coração. Ainda estava preocupada e em nenhum momento deixou de pensar nos amigos. Ela precisava saber deles e sabia que em algum momento entraria em ebulição de tanta preocupação.

Sentada, encostada na cabeceira da cama, Hermione lia o livro que pegara da estante do quarto de Draco Malfoy. Agradecia mentalmente por finalmente ter algo de bom para ler. Sentia falta de sua casa e, principalmente, de Hogwarts. Talvez um dia voltasse a entrar na extensa biblioteca da escola.

— Granger... — ouviu a chamar.

Hermione ergueu o rosto suavemente para ver o rosto pálido do loiro com quem dividia a casa, sem saber exatamente como ele havia entrado sem ser escutado. Ele vestia apenas uma calça de moletom larga, deixando amostra seu tórax com poucos músculos.

Voltou-se para o seu livro novamente, procurando não demonstrar a vergonha ao vê-lo daquele jeito parado à porta do seu quarto.

— Precisamos resolver algumas coisas — continuou Malfoy.

Mais uma vez, ela ergueu a cabeça fingindo interesse, esforçando-se para não olhar para baixo do seu pescoço.

— Anda! — falou em um tom mais alto e grosseiro, fazendo-a se levantar rapidamente com os olhos saltando nas orbitas.

Draco saiu do quarto. Hermione largou o livro delicadamente em cima da cama e caminhou atrás dele, sem saber exatamente aonde o garoto ia ou o que eram essas “coisas” que tinham que resolver.

— Aonde vamos? — perguntou, assim que o seguiu até a biblioteca escura. — Malfoy, não consigo te enxergar.

Uma luz se acendeu ao fundo das estantes empoeiradas, fazendo Draco aparecer abruptamente com uma lanterna. Ele a encarou por alguns segundos antes de se virar para a parede de madeira e puxar uma pequena porta onde enfiou uma de suas mãos. Voltou com sangue e Hermione assustou-se.

— O que é isso? O que aconteceu? — questionou e automaticamente aproximou-se do menino para verificar sua mão, mas parou ao ouvir o estrondo da parede se abrindo em sua frente. — Malfoy?

— Cale a boca, Granger! — grunhiu, entrando pela abertura e deixando-a para trás sem qualquer instrução.

Hermione hesitou, mas o seguiu em silêncio, descendo degraus curtos de uma breve escada que dava em um corredor estreito. Suas paredes eram de pedra e não se podia ver o seu final. A abertura fechou-se a sua costa, fazendo-a pular de susto e virar-se. Quando voltou a olhar para frente, Draco Malfoy sumira, deixando-a sozinha no escuro. Ótimo! Estava trancada e sozinha.

 Lentamente ela caminhou pela passagem, tocando as paredes úmidas com as mãos. Viu quando elas se abriram para uma biblioteca, essa mais iluminada que a outra, menos empoeirada e com mais opções de leitura, reparou Hermione. As estantes não eram de ferro como as da outra e sim de madeira. Os livros chegavam ao teto e uma mesa de mogno ficava bem ao centro da sala redonda, que era pouco maior que a biblioteca escura da qual viera.

Enquanto Hermione admirava a área onde estava, Malfoy continuou andando até a pequena porta à esquerda sem que ela percebesse.

— Anda logo, Granger! — ele reclamou mais uma vez.

Hermione acordou de seu transe e correu ao seu alcance, entrando pela passagem, que se abriu para uma sala menor que a anterior.

Dessa vez as paredes eram negras, assim como o teto e o chão. A luz era fraca, quase como se fossem compostas por poucas velas acesas ao redor do ambiente e o cheiro a lembrava sangue. Havia vários caldeirões em um canto e, ao lado, um armário de vidro com ingredientes para poções. Duas mesas se seguiam com algumas cadeiras e Hermione notou um livro sobre uma delas.

— Onde estamos? — perguntou temerosa, sentindo o peso sobre seu corpo novamente.

Draco sentou-se em uma das cadeiras e a encarou.

— Este era o ninho de Você-Sabe-Quem, antes de ele ocupar a Mansão da minha família.

Hermione sentiu um arrepio subir por sua coluna. A agonia de lembrar-se da Mansão Malfoy tomou seu corpo.

— E ele não pensou em destruir esse lugar? — Hermione aproximou-se do garoto, procurando mostrar interesse e esconder o que realmente sentia.

— Certamente. Mas havia muitas coisas aqui. Ele precisa delas.

— Para que?

— Quem vai saber? — Deu de ombros e indicou a cadeira ao seu lado para que ela se sentasse.

Hermione obedeceu.

— O que estamos fazendo aqui?

— Isso — ele falou, arrastando o livro que a garota vira antes até ela.

O Livro da Morte.

— O livro — Hermione murmurou para si mesma. Levantou a cabeça olhando para Malfoy. — Porque o trouxe para cá?

— Não... — Engoliu em seco. — Não é seguro... — respondeu, bagunçando os cabelos, no gesto que ela já conhecia.

Hermione arqueou uma sobrancelha, esperando por mais informações.

— Não é seguro para sangues ruins. — ele concluiu.

— Por isso eu não consegui ler? — ela questionou.

— Granger, você já notou que desde que chegou aqui têm tido desmaios, febre e toda essa merda? — Hermione não sabia o que dizer, por isso franziu a testa, tentando entender cada palavra que o garoto proferia a ela. — Não é só o livro. É tudo. — Ele fez um gesto com as mãos indicando onde estavam. — Não é seguro para sangues ruins. Você-Sabe-Quem não suporta nascidos trouxas, é lógico que ele faria algo para que nunca entrassem aqui, mas você entrou e eu aposto que ele fez algo sobre isso também.

Ela apoiou os cotovelos na mesa e mordeu o lábio inferior.

— E então?

— E então, Granger, é que esse lugar tá te matando aos poucos. Você teve uma convulsão! — Malfoy bufou e abaixou a cabeça, apoiando-a com a mão. — Como eu não pensei nisso antes de te trazer aqui? — murmurou.

Ela sentiu seu peito se apertar, ele parecia realmente se sentir culpado pelo lugar que escolhera. Hermione pensou nas palavras que poderia o dizer para confortar, ainda que não simpatizasse com o garoto e soubesse o quão bipolar ele poderia ser, ele a havia salvado sem pensar. Calculou cada frase que percorria sua cabeça e optou por deixá-las de lado e levar o assunto a outro lugar.

— Então eu não posso ler o livro? — perguntou.

— Não! — finalizou Malfoy, voltando a encará-la sem mais explicações.

— Mas você pode...

Draco Malfoy se mexeu na cadeira e mais uma vez passou as mãos pelos cabelos.

— Malfoy, se você pode ler o livro, você pode descobrir onde está as Horcruxes e o que tá acontecendo aqui.

— Granger, eu já li e não tem nada. Nada!

Hermione abriu o livro, que foi fechado violentamente no mesmo segundo pelo garoto.

— Você ouviu alguma coisa do que eu disse? — falou fazendo sua voz ecoar pela sala.

— Se eu já estou morrendo por simplesmente ficar aqui, me deixe ler isto.

— Granger, você é a bruxa mais inteligente da geração, pensa um pouco. Isso é pior. — Apontou para o livro. — Tudo o que você tocar, beber ou comer que pertença a esse lugar vai acelerar todo o processo. Pink tem trazido comida, roupa e tudo de fora para você. Eu não arrisquei a porra da minha vida para que você morra!

Hermione ficou boquiaberta. Não sabia de nada disso e muito menos de todo o cuidado que Malfoy estava tomando para não a matar.

O cheiro de sangue começava a incomodar suas narinas, fazendo com que ficasse zonza.

— Então, Malfoy, você vai ter que reler este livro e descobrir alguma coisa — falou, deixando a voz soar um pouco mole.

— Eu não sou você.

Hermione agora não sentia só o cheiro, mas também o gosto do sangue em sua boca. Estava enjoada. Seu estômago revirou e sua vista embaçou. Tentou manter-se alerta inutilmente. Sua visão mudou e agora não estava mais na sala com Draco e sim em Hogwarts, com Harry e Rony.

Sorriu.

Estava em casa, finalmente teria paz.

 

O vento gelado da noite entrava pelo vidro quebrado do quarto fazendo a pele pálida do garoto deitado na cama arrepiar. Dali, podia-se ver o brilho claro que o lago Fény emitia, fazendo com que a copa das árvores ficassem ainda mais assustadoras no breu.

Depois que Hermione Granger o chamara de Ronald Weasley e desmaiara, Malfoy a carregara até seu quarto a contragosto, deixando que a elfo controlasse a febre, que mais uma vez se espalhara pelo corpo da garota, e as suas alucinações sem sentido. Se tivesse razão sobre tudo, o que ele não duvidava nem um pouco, era uma questão de tempo para que a garota enlouquecesse.

Em sua prateleira, Draco Malfoy observou o livro de capa negra, o qual tirara da sala de poções. Ele precisava descobrir algo, porém já o havia lido e tudo o que ele encontrara fora feitiços e poções horríveis para se fazer, comensais da morte. Havia apenas uma página, aquela única página, que falava brevemente de Lorde Voldemort.

Quase como se uma luz se acendesse em sua cabeça, Malfoy se levantou e pegou o livro, o abrindo na página exata.

Tom Marvolo Riddle.


Notas Finais


Dessa vez a demora foi por conta dos meus seminários e do bloqueio que tive.

A partir desse capítulo a história vai andar mais rápido. Ainda to meio travada, mas acredito que o próximo saia mais rápido.


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