História Speculo - I.

Tudo estava quieto só o que eu podia ouvir era minha respiração e os farfalhar das folhas em meus pés. Já estava cansado de andar e meu estômago já começava a dar sinal de fome. Estava no meio daquela floresta escura, maldita hora que eu resolvi sair de perto dos meus pais. Ás vezes eu sempre fazia isso e sempre achava o caminho de volta pra casa. Mas hoje foi diferente depois de discutir com minha mãe por coisas boba vim pra cá para pensar mais acabo me perdendo e para piorar já escureceu. Ando mais um pouco e percebo que mais a frente tem uma casa grande e começo a me aproximar, aquela casa era muito grande e assustadora. Paro um pouco distante e de repente sinto calafrios percorrer minha espinha.

Algo estava errado, olhei para dentro da casa tentando encontrar algum vestígio de alguém, mas nada. Aproximei-me mais da casa subi as escadas da varanda parei em frente á porta que até então se encontrava fechada. Fui ao lado olhar as janelas por dentro e nada, a casa se encontrava em um perfeito silêncio, voltei parando em frente á porta coloquei as mãos sobre a maçaneta, com as mesmas trêmulas.

De repente a porta se abre eu dou um passo vacilante pra traz.

– Jimin... Jimin... Jimin. - Diz uma voz grossa e sombria.

Aproximei-me mais, começando a caminhar para dentro e parei no meio de um lugar que parecia ser uma sala. Fiquei olhando cada pedacinho da casa, ela era grande por dentro e tinha vários cômodos. Mais a frente tinha uma escada que ia pro segundo andar. A porta se fechou atrás de mim me fazendo virar e tentar abri-la, estava trancada. Voltei rumo a escada, uma voz no meu interior dizia que era para eu sair dali rápido, que eu corria perigo. Mas um lado me dizia que era para eu seguir a voz que me chamava.

Subi os degraus de um em um e no final das escadas pude notar um corredor meio escuro, caminhei lentamente.

Abri a porta devagar, o quarto estava em uma escuridão, só havia uma janela e um espelho.

Aproximei-me do mesmo, nunca em minha vida tinha visto um espelho como aquele, ele era grande, mas o que me chamou atenção que acima dele estava escrito “Imago animi vultus, indices oculi.”.

Parei em frente ao mesmo e vi meu reflexo, em seguida noto uma presença atrás de mim em um canto escuro do quarto, me virei imediatamente, mas o quarto se encontrava vazio.

Voltei a encarar o espelho e a figura se encontrava lá, seus olhos eram negros e me fitavam atentamente com um sorriso irônico, quase malicioso.

Ele caminhou lentamente parando ao meu lado, entrei em pânico e começava a suar frio, pensei em correr, mas minhas pernas travaram ali mesmo, então me arrisquei a perguntar com a voz tremula:

– Q-Quem é vo-voce? – Ele sorriu mais uma vez e desapareceu.

Confuso virei e olhei atentamente para onde ele estava, de repente senti um arrepio na nuca e uma mão me agarrar por trás, após isso não vi e nem senti mais nada.