História Spell - Prólogo

Eu sempre me senti atraída pela escuridão. Desde quando eu era apenas uma criança, sempre fui diferente. As outras meninas sempre tiveram medo de mim, as professoras sempre tiveram medo de mim, e eu sempre tive medo de mim.

Os meus pais (e o resto da minha família também) sempre foram os únicos que não me achavam diferente, até por que eles também são. Ah, esqueci de me apresentar! Meu nome é Rebeca, tenho dezesseis anos e sou uma bruxa. Isso mesmo, uma bruxa. E não, eu não sirvo ao diabo nem nada do tipo. Eu posso fazer coisas que ninguém mais consegue, o que alguns consideram ser uma “obra do demônio”, outros dizem que são “poderes sobrenaturais”, mas para mim só são parte da rotina. Na verdade, eu sou bem normal. Todo dia eu acordo cedo, faço carinho na minha gata (o nome dela é Pérola, caso você esteja curioso), dou bom dia para os meus pais (que também são bruxos), tomo café e vou para a escola. E é assim todo dia.

Os únicos dias em que eu realmente uso os meus “poderes” (que nós chamamos de talentos, pois é como saber tocar piano sabe? Você não nasce sabendo, mas mesmo assim quando aprende toca muito bem. Isso é talento. E é igual ao meu, tirando o fato de que você não consegue, por exemplo, conjurar um familiar com seu piano) é quando vou para a casa da minha avó Nana, que é mãe da minha mãe. Lá, eu sou livre para utilizar e mostrar todos os meus talentos para o resto da família. É incrível!

Eu ainda não aprendi muita coisa sobre os meus talentos, e nem sei quais são todos eles, mas não vejo a hora das férias de verão chegarem para eu ir para a casa da minha avó e aprender mais. A férias de verão são a única época de ano em que eu vejo a minha família, pois cada um mora em um lugar do mundo. Eu moro no Brasil, em São Paulo para ser mais específica. A minha avó mora com a minha tia Anne em um castelo bem grande nos alpes suíços, meu tio Bran mora na Coréia do Sul com seu marido e seus três filhos, Joy, que é a filha mais velha e tem a minha idade, Luke, que é o filho do meio e Ray, o filho mais novo. A minha tia Anne tem três filhos também, que moram longe dela, e o único que vejo com mais frequência é o Steve, que mora junto comigo e tem a minha idade. Os outros dois, Lola e Richard, moram nos Estados Unidos. E sim, é muito confuso!

-☾-