História Spider Claw (Hiatus) - But I wanna burn with you tonight

Limpava o embaçado do óculos causado pela fumaça artificial do estúdio,  retornando a ajeita-los no rosto e em seguida fazer o mesmo com as lentes da câmera. Tirava fotos de diversos ângulos enquanto os modelos se posicionavam de diferentes formas.

—Tudo bem, isso é tudo por hoje – Encerrou o diretor, e os assistentes logo trouxeram água para o casal de modelos, e para Peter que já estava limpando o suor da testa causado pelas fortes luzes do ambiente. —Parabéns Parker, hoje fez um ótimo trabalho.

—Obrigado – Fez uma pausa pensativo antes de continuar – Será que eu poderia conversar em particular com o senhor?

O diretor afirmou com a cabeça e então ambos foram em direção ao escritório do mesmo. Com um gesto do outro, Peter se sentou educadamente e esperou até que ele também estivesse prontamente sentado para se pronunciar.

—Senhor, eu preciso de um aumento...

—Entendo, mas Peter, você sabe que as fotos de fetiches não estão dando mais tanto dinheiro, as pessoas estão cada vez menos interessadas na arte do sadomasoquismo.

—Mas a gente só não encontrou a pessoa certa ainda, eu só preciso de mais um tempo por favor, se aumentar meu salário pelo menos esse mês eu prometo que daqui pra frente vou fazer o possível pra conseguir levar um dos nossos catalagos para analise de vendas mais altas.

—Tudo bem, mas olha...só vou te dar um mês, porque não posso mais esperar. Se você não conseguir nada, eu sinto muito, mas vou ter que te demitir.

—Não! Eu vou conseguir, eu juro.

Peter se despediu retirando-se do local determinado. Assim que pisou nas ruas de Nova Iorque, deu sinal para um dos taxis, seguindo direto para sua casa. Ao chegar na mesma, retirou as chaves de baixo do carpete de entrada e destrancou a porta.

O local parecia solitário como tinha sido nos últimos meses. A casa parecia enorme sem sua tia ali, sem seus amigos, sem seu tio, era tudo muito triste.

Ao chegar no segundo andar e adentrar o quarto, foi colocando a mochila com os equipamentos da câmera sobre a cômoda e retirando a jaqueta de couro, ficando somente de calça, meia e uma camiseta branca.

E totalmente cansado do dia exaustivo, foi direto para um banho quente e relaxante. Entrou no banheiro somente para tirar apressado o resto dos panos que lhe cobriam o corpo e repousar seu  óculos sobre a pia.

Quando a água começou a cair molhando seus cabelos, Peter pode sentir toda a pressão exaustiva deixar seu corpo. Cada gota quente deslizava por seu abdômen totalmente definido, caiam sobre a coxa farta e finalmente chegavam ao chão, igualmente como as que lhe desciam pelas costas, de encontro com sua bunda perfeitamente redonda até sumirem pelo ralo.

Vinte minutos foram o suficiente para que Peter se sentisse mais relaxado, e pudesse finalmente vestir um pijama e ir para sala desfrutar seu balde de pipoca e suas redes sociais.

Assim que atingiu a estufa do sofá e alcançou o controle remoto,  Peter desbloqueou o celular. Estava lotado de notificações em seu Facebook, no Instagram e no Whatsapp. Mas resolveu não  clicar em nenhuma delas. Seu dedo foi direto para o Tinder. Lá encontrou fotos de alguns garotos que já tinham sido seus modelos, pelo fato da distancia do seu app estar modificada para não tão longe.

Cansado de não ver quase nenhuma novidade, resolveu aumentar os quilômetros  e após longos minutos uma imagem lhe chamou atenção. ‘’Wade Wilson’’ – Era seu corpo, tinham umas marcas tão profundas de certa forma. Peter sentiu seu coração disparar um pouco, porque aquilo era como arte pra ele. A forma como o rosto de Wade era desenhada, como seu corpo parecia definido pelas roupas. Sim, ele seria um ótimo fetiche.

Quando seu dedo foi deslizar para o ‘Sim’ a bateria do celular acabou. Em uma ação automática, toda seu balde de pipoca foi para o chão, frustrado com o que acabara de acontecer, com o que acabara talvez, de perder.

Limpou toda a sujeira que tinha feito e desligou a TV, precisava dormir, amanhã acordaria cedo, para a edição e publicação das fotos recentes que tirara. Assim que chegou no quarto, a primeira coisa que fez foi sentar-se na cama e pegar o carregador no criado-mudo.

Deitou-se para esperar o celular receber um pouco mais de carga, e quando deu por si, já havia adormecido.

Xxx

Acordou com o som alto do despertador, e irritado deu um tapa no mesmo – ‘’Mas cinco minutinhos’’ – Pensou.

Desta vez era seu celular que tocava, a musica estava tão alta que em um pulo Peter avistou  a hora e assustado levantou como um vendaval. Foi correndo para a cozinha, descendo as escadas apressado, quase escorregando por conta das meias e do piso liso.

Assim que alcançou a geladeira, retirou a jarra de leite e despejou em um copo, bebendo o liquido apressado.

Ainda um pouco desajeitado,  correu para o banheiro para escovar os dentes, e arrumar o cabelo. E assim que ficou pronto, gastou os últimos minutos se trocando.

Retirou o celular do carregador e foi saindo do quarto, quando se lembrou dos equipamentos fotográficos e voltou quase que de súbito para agarrar a bolsa com os mesmos.

Xxx

Não importava quantas vezes mudasse a textura, o formato ou a moldura da imagem, nada agradava o diretor.

Uma mulher estava coberta de cordas em cima de um banco de madeira, sua nadega direita marcada com a palma de uma mão masculina. E seu rosto inerte de prazer, coberto pela sombra do homem. – Esta era a composição da foto, que o diretor considerava clichê sado masoquista. Ultimamente em suas redes sociais, essas eram as fotos que mais avistava.

—Tudo bem Peter, mas não acho que vá funcionar, esse tipo de conteúdo, não vai vender.

—Eu não sei que tipo de conceito o senhor esta buscando, sinceramente, o senhor nunca deixa claro – Sorriu nervoso com as próprias palavras.

—Eu não sei...talvez devêssemos tentar algumas coisa mais.. – Analisou a imagem por longos segundos para concluir – Erotica.

—O senhor quer pornografia explicita?

—Não necessariamente explicita...alguma coisa diferente talvez.

—Algo como?...

—Algo como...Dois homens!

—U-um sexo gay?

—Exato – O diretor pede para Peter se levantar e então o analisa da cabeça aos pés – Você não é nada mal Parker, poderia ser um dos modelos para o novo catalago, o que acha?

—Eu não faço mais isso senhor...não pratico mais sadomasoquismo, só aprecio como arte agora.

—Que pena, deveria reconsiderar.

Tais palavras deixaram Peter um pouco abalado. Alguns anos atrás praticava coisas eróticas com seus namorados voltados para tais assuntos, porem nunca de forma profissional, não de uma forma que lhe satisfizesse, pois Peter gostava de ser dominador, mas sempre tinha sido submetido como submisso.

Assim que deu seu horário de almoço, foi checar seu celular, na esperança de encontrar Wade novamente. Abriu o tinder e pode ver que a foto já não era mais a mesma. Então começou sua jornada para os ‘’Não’’ até que finalmente encontrou Wade novamente.

Cada foto dele, mostrava algo de especial. O rosto, o corpo, os gostos, e por fim, sua classe econômica. Exageradamente alta.

O garoto deslizou o dedo para o ‘’Sim’’ e foi surpreendido com um ‘’Match’’ Não esperava por aquilo, jamais pensaria, pois se tinha uma coisa que Wade Wilson não aparentava era ser gay.

Nervoso, correu para o banheiro da empresa e se trancou dentro de um dos compartimentos sanitários. Um tempo depois e sua mão recebeu a vibração do celular.

‘’Eai, Baby’’

‘’Oi?...’’ – Respondeu nervoso. Como Wade podia chegar assim, não podia acreditar, mas uma simples saudação já havia mexido um pouco com ele.

‘’Acabamos de dar um Match’’

‘’Ah sim! O esquisitão das queimaduras’’

‘’Então? Vai me encontrar?’’

‘’Só se você estiver disposto a posar pra mim’’

‘’E o que eu ganho com isso?’’

‘’O que você quer?’’

‘’Te foder’’

‘’Te foder’’ – ‘’Te foder’’ – ‘’Te foder’’ – Essas foram as palavras que ficaram ecoando na cabeça de Peter até em casa.

Foi para o banho com o mesmo pensamento em mente. Ligou o chuveiro, mas desta vez não estava cansado, estava pensativo.

Começou a mexer no celular, e stalkear as fotos de Wade, até que encontrou uma dele na praia, aquilo com certeza não era nos Estados Unidos, provavelmente no caribe. Wade com certeza tinha muito dinheiro.

Pensamentos estranhos começaram a tomar conta da mente de Peter. A água do chuveiro caia sobre suas costas, e esse era o único som plausível do lugar. Enquanto que com o celular na mão esquerda, mais fotos de Wade passavam por sua tela.

‘’Te foder’’ – ‘’Te foder’’ – ‘’Te foder’’ ‘’Te foder’’ – ‘’Te foder’’ – ‘’Te foder’’‘’Te foder’’ – ‘’Te foder’’ – ‘’Te foder’’

Palavras que repetidamente não saiam da sua cabeça. Então foi inevitável. Peter pegou-se pensando em Wade submisso a si. Amarrado, chicoteado, queimado, e principalmente, duro.

Duro. Era como se encontrava agora. Não sabia porque, mais estava. Então os sons da água quente pingando no chão, ganharam um acompanhamento com os gemidos de Parker.

Não podia acreditar que estava se masturbando para alguém que nem conhecia. Mas era incrível, seu corpo todo entrou em colapso com as fotos, o clima quente do banheiro e o pensamento que não queria abandonar sua cabeça. ‘’Te foder’’ faziam sua mão se movimentar cada vez mais rápido por todo seu membro.

Talvez o banho tivesse demorado mais do que o normal, mas tudo bem, valeu a pena. Enrolou-se na toalha e caminhou assim mesmo até o sofá da sala. Já era umas sete horas, e lá estava Peter olhando para o celular sem saber o que fazer.

Ele precisava das fotos, ele realmente precisava, mas do que as fotos ele precisava do dinheiro. Sua tia, May estava internada a mais de um mês e eles precisavam do dinheiro para a cirurgia. Estava juntando o Maximo que podia para obter a quantia suficiente. Mas sabia que não seria o bastante, talvez nem desse tempo. Aquilo entristecia muito a Parker.

Mas não poderia pedir por dinheiro, não era um prostituto – Mas também não queria se deitar com Wade, somente a troco de fotos, que nem sabia se dariam de fato certo.

Pensou, pensou e pensou. Até encontrar uma solução.

E então ela surgiu. Era a solução perfeita. Realizaria seu fetiche, como dominador – Conseguiria as fotos e de bônus o dinheiro para a cirurgia.

Sim, Peter faria Wade assinar um contrato.

Resolvido abriu as mensagens e por fim digitou:

‘’Tudo bem...mas se vai me foder , vai ser do meu jeito’’

 Xxx

‘’Senhor Wade W. Eu quero, eu preciso conversar com você. Me encontre no StarBucks está tarde’’

Caminhou pelas ruas, olhando cada uma das placas, quase nunca saia a pé pela cidade. Mas assim que avistou StarBucks um sorriso surgiu em sua face.

De longe conseguiu avistar a figura de Peter sentado, desfrutando de um mocca. Não estava tão frio, mas era como se agora não existisse gelo algum em Wade.

Sorrateiramente, atravessou a calçada e deu a volta atrás da cadeira onde o menor se encontrava.  Chegando perto do ouvido de Peter, Wade sussurrou:

‘’Eai baby? Já posso te levar daqui e foder você?’’

Não era possível, Peter ficara todo arrepiado, e ainda por cima, estava duro em um lugar publico.