— A gente precisa ir – Mr. Parker arrumava suas malas rapidamente enquanto escutava o choro do filho nos braços da Esposa. – Mary largue ele e me ajude…
— O Fury pode ajudar – Ms Parker apertou mais o bebé em seus braços – Você pode telefonar a ele. Os olhos castanhos de Marian correram o quarto. As gavetas do comoda estavam abertas e papeis cobriam o chão. Richard Parker alcançou a mala preta que guardava debaixo da cama. Abriu o closet pegando em suas camisas e as guardou sem nem as organizar.
Mr.Parker estava em pânico. A pesquisa tinha vazado e um funcionário da S.H.I.E.L.D havia sido morto. As suas mãos tremiam e as respirações pareciam querer furar os pulmões.
— Não! – ele soltou – Não podemos contactar a SHIELD. Não agora!
— Mas... – Peter berrava em seus braços. Mary afagou os seus cabelos marrons enquanto tentava acalmar o choro do filho. – Eles podem ajudar. A gente n-
— A gente não pode ficar aqui agora Mary! – Mr Parker parecia um louco. O tom de voz alterado e os cabelos desarrumados só o comprovavam. Ele estava com medo. – Se eles sabem o que eu fiz vêm atrás da gente. Vêm atras do Peter – ele respondeu. Os seus dedos trémulos acariciaram a sua face. O bebé se contorceu nos braços da mãe, aliviando o choro. Richard tinha um plano, telefonar pra Tony Stark pedindo auxílio, apanhar o avião pra Londres e queimar sua pesquisa o quanto antes e apagar os vestígios de Peter Parker.
— Mary pegue os passaportes por favor – ele falou enquanto abria as gavetas do quarto retirando um disco rígido e o guardando na mala de bebé de Peter.
— O que-
— É o único sitio que nunca se lembraram de procurar – ele falou rapidamente. Mary largou o bebé no berço. Pegou em todas as jóias de valor que estavam nas gavetas do comodo na qual guardava a chave ao seu pescoço. Pegou nos três boletins os guardou na mala. Ela não estava melhor que o esposo.
Sua testa estava húmida, sua cabeça doía e o coração batia tao rápido que Miss Parker jurava que ia ter um ataque cardíaco em poucos segundos. Pegou em todas as suas blusas e jeans e as jogou na segunda mala que havia retirado do armário.
Mr. Parker pegou no celular enquanto se dirigia à garagem.
— Sr. Stark? Eu não posso adiantar muito agora (…)Nós iremos pra Londres (…) Não! Eles descobriram a S.H.I.E.L.D (…) Lamento Tony mas ficar não é opção (…) Eu não vou arriscar eles pegarem o Peter (...) Eu irei levar ele comigo, eles não vão pegar ele! (…) Não, ele não ficar aqui Tony, mesmo que o deixe com os tios eles rapidamente o descobrirão (…) O meu filho é a chave Tony, é a Chave de tudo isso! (…) Aeroporto? Ele estará lá? (…) Qual seu avião? (…) Obrigado Tony, eu não sei c- (…) Eu depois telefono.
— Então? – Miss Parker perguntou exasperada.
— Tony irá disponibilizar um avião pra gente – um sorriso aliviado percorreu os lábios de Mr. Parker. Ele ajeitou os óculos – Assim que entraremos no avião estaremos salvos.
Mary assentiu. Richard pegou em todas as malas, enquanto a esposa tratava de embrulhar o filho no cobertor bem quente. Peter foi colocado sobre a cadeirinha cinza que Mr Parker havia comprado 10 meses antes. A mulher entrou no carro se virando pro garoto.
Peter Parker eram a luz dos seus olhos. Seus cabelos eram marrons claros em contraste com os seus olhos cor de mel herdados da mãe. As suas bochechas de menino eram tão coradas e o nariz tão arrebitado que Mary Parker acreditava ser a oitava maravilha do mundo. “Uma preciosidade” como Richard Parker uma vez mencionara.
— Calma meu amor – a mulher acariciou a sua bochecha – Vai estar tudo bem.
O bebé se manteve como antes. Os seus olhos pequeninos – agora vermelhos por conta do choro - corriam todo o interior do carro confuso. Ele respirava baixinho trauteando silabas incompreensíveis. – Isso mesmo meu amor. Tá tudo bem.
Ainda dentro da casa Mr. Parker tratava de cobrir o chão com gasolina. O liquido parecia queimar suas narinas enquanto este tratava de molhar todos os cómodos e paredes.
E claro todo o seu escritório.
— Liga o carro o Mary – ele falou segurando sua caixa de fósforos. Miss Parker obedeceu e em poucos segundos as chamas iluminaram a rua. Richard correu pro carro, enquanto assistia o fogo devorar a sua casa. Durante 15 anos aquele fora seu lar. Após o casamento ele e Miss Parker juntaram todas as economias e a compraram.
Segundo Mary era o “Simbolo” do seu casamento.
Mas agora? Era só madeira e cimento ardendo.
A viagem não demorou. Foram os 15 minutos mais agoniantes da sua vida segundo Mr. Paker. Mary checava de 5 em 5 minutos se nenhum carro o estava seguindo. Richard fazia o mesmo. Seus olhos observavam sempre o espelho retrovisor pra ver se algum veiculo suspeito os perseguia por mais de 2 quilómetros. Ele ouvia os suspiros nervosos da esposa a cada segundo que passava.
— Rich – ela murmurou ao ver as luzes do aeroporto à distância.
— Vamos ficar bem – ele assegurou pousando a mão sobre a sua – Acredite em mim.
Mr. Parker estacionou o carro sobre o estacionamento pegando nas malas enquanto Mary retirava Peter e o resto da bagagem.
— Vamos Mary – ele gritou correndo pro aeroporto. Gente ia e vinha carregando as malas. O som dos aviões levantando voo preenchia o espaço enquanto várias paneis marcavam os voos anunciando as suas entradas e partidas. Mr Parker olhou pra esposa – Fique perto querida.
— E o Stark?
— Eu vou ligar pra ele e-
— Mrs e Miss Parker – alguém chamou. Mr. Parker se deparou com uma mulher de olhar preocupado e apressado. – O Sr. Stark já tem o avião pronto pra vocês. Me sigam!
Assim o fizeram. Rapidamente o casal já se encontrava na pista. Miss Parker cobriu melhor a cabeça do filho devido ao frio e vento daquela noite. As luzes de Nova York brilhavam do outro lado do rio que atravessava a cidade.
A pista estava deserta à exceção de um jato particular estacionando a alguns metros dele. Holofotes iluminavam o terreno clareando a noite escura.
— Podem subir – a moça sorriu pra eles apontando pra escada de embarque. Os motores do jato já se faziam soar, enquanto as luzes dentro da aeronave já estavam ligadas.
— Obrigado – Mr. Parker assentiu desesperado – Por favor agradeça ao Sr. Stark.
— Eu transmitirei o recado – ela sorriu. Mr e Miss Parker subiram as escadas. O interior era quente e confortável. Assentos brancos cobriam as extremidades com janelas quadradas de cada lado. Mary Parker foi a primeira a sentar numa das cadeiras ninando o filho em seus braços.
— Mr. Parker – um homem saiu da cabine – Sou o comandante Link. Sr. Stark me escalou como o seu piloto. Levarei vocês até Londres.
— Muito agradecido – Richard apertou a mão. Ele olhou pros intensos olhos azuis do homem na sua frente. Cabelo negro e pele branca marcada por uma pequena cicatriz na sua bochecha direita… Mr. Parker o achou estranhamente familiar.
— Se acomodem e coloquem os cintos iremos descolar agora – ele inclinou o rosto e voltou pra dentro da cabine.
— Estamos salvos – Mary falou segurando o filho que dormia tranquilamente em seus braços.
— Graças a Deus – Mr. Parker suspirou se sentando e apertando o cinto. Logo os motores foram acionados enquanto a aeronave começava a andar os primeiros metros. Mr Parker se agarrou sobre o assento sentindo o interior se inclinar à medida que levantavam voo.
Em poucos minutos o jato já se encontrava rasgando as nuvens. Miss Parker colocou o filho sobre uma das cadeiras enquanto Mr. Parker continuava remexendo em seus papeis.
— Logo estaremos em Londres – balbuciou Richard – Tony me falou que logo iria arranjar alguém que levasse a gente até um lugar seguro.
Mary assentiu suspirando enquanto olhava pra seu filho.
Mr. Parker pegou no celular digitando o numero recente. Um holograma azul se levou sobre a tela.
— Sr. Stark – Mr. Parker sorriu vendo Tony Stark sobre o monitor digital.
— Mr. Parker? – Tony o olhou confuso. – Onde você está?
— Muito Obrigado Tony – Richard sorriu – Sem você não estaríamos aqui agora.
— Como assim Parker? – ele franziu as sobrancelhas preocupado – Onde você está agora?
— Eu estou no seu avião, descolámos há uns 10 minutos.
Os olhos de Stark se arregalaram assustados.
— Richard o meu jato acabou de aterrar agora na pista. O jato em que vocês estão com certeza não é o meu!
Mr. Parker olhou pra Mary num tom de desespero.
— Parker, aguente aí, eu vou buscar vocês.
Porém, antes que Richard pudesse reagir a porta se abriu. O piloto segurava uma arma, apontando ela diretamente sobre a cabeça de Miss Parker que gelou no mesmo segundo.
— Largue o celular – ele ordenou. Miss Parker segurou o filho em seus braços que começou a chorar no mesmo segundo. – Largue o celular agora!
Mr. Parker obedeceu.
— Me entregue a pasta – ele voltou a exigir encostando o canudo da arma sobre os cabelos da mulher.
Mr. Parker a segurou sobre as mãos. – Por favor.
— Me entregue a merda da pasta porra! – as mãos do piloto agora tremiam.
— Tudo Bem, Tudo bem, só abaixe a arma por favor – Richard suplicou gesticulando com as mãos – Por favor.
— Me entregue a pasta então…
— Tudo bem, eu entrego – ele assegurou se aproximando. O piloto assentiu afastando a arma de Miss Parker estendendo a mão pra pegar a pasta. No entanto, Mr Parker partiu pra cima dele segurando no pulso tentando alcançar o revólver negro.
— Pega nele! pega no Peter! – Mr. Parker se esperneava segurando os braços fortes do agressor. Mary se levantou tentando pegar no bebé. Richard deferiu socos certeiros sobre o rosto do piloto que revidava com a mesma força. No entanto, as mãos de Link alcançaram a arma disparando contra a mulher. Um grito soou da garganta de Miss Parker que se jogou contra o chão. A bala havia falhado o alvo. O co-piloto caiu em consciente sobre a saça de comandos. enquanto o sangue jorrava do seu pescoço.
— RICHARD! – Miss Parker gritou sentindo o chão inclinar-se.
Os homens desequilibraram-se sendo jogados contra as paredes do avião. Richard se levantou tentando alcançar os comandos, enquanto a esposa segurava o filho em seus braços impedindo-o que se machucasse.
Os gritos do bebé aumentavam à medida que o avião se inclinava cada vez mais.
Richard se levantou correndo até à mulher jogada no chão.
— Mary se levante querida, precisa-
E de novo, dois braços agarraram os ombros de Mr. Parker o puxando contra o chão.
Mary correu até à sala de comando agarrando o guiador da aeronave. Ela conseguiu enxergar o mar a poucos quilómetros de altitude.
O bebé continuava chorando num dos cantos da sala, enquanto os dois homens lutavam pela posse da arma. O piloto se colocou por cima do Professor socando a cara com toda a força que tinha desferindo vários golpes. Mr. Parker não aguentava, sentia o sangue molhando os lábios e a visão cada vez mais turva.
O piloto alcançou a arma novamente.
— Eu tentei a bem Doutor Parker – Link murmurou limpando um pequeno rasto de sangue sobre os cantos da boca – Mas você não me deu escolha.
O canudo de metal foi mirado pra quarta presença naquele avião. Peter Parker chorava sobre o chão.
— Diga adeus ao seu filho Doutor – Link deu um sorriso psicopático carregando a arma mirando contra o bebé.
— Peter! – Mary gritou correndo contra o homem armado.
Outro tiro.
Mr. Parker gritou ao ver a mulher deitada sobre o chão inanimada. Ele se levntou abraçando o bebé em seus braços.. O atirador sorriu.
O avião voltou a se inclinar contra o chão.
— Parece que nenhum de nós vai sobreviver Doutor – O piloto murmurou apontando o canudo contra a sua cabeça. – Nos vemos no inferno.
E no momento em que o assassino ia carregando no gatilho, a porta de embarque se abriu. Um homem metálico entrou disparando contra o piloto, que acionou o gatilho acidentalmente.
— Richard – a marcara metálica se ejetou expondo o rosto de Tony. Mr. Parker levou a mão ao abdómen ensanguentando, enquanto segurava Peter num dos braços. O bebé chorava enquanto sentia o ar sendo sugado dos pulmões, era como se um furacão ventoso estivesse dentro do avião.
O homem de ferro agarrou em Link que abraçava a própria mão queimada pelo feixe de energia de Tony. Ele o segurou firmemente o atirando pra fora fazendo o assassino ir pelo ar.
- Calma Richard vou tirar você daqui – a voz de Tony assegurou – J.A.R.V.I.S me dê as estáticas de altitude.
Colisão do avião em 1 minuto Mr. Stark. Pressão do ar a 30%. Altitude 860 pés.
— Tony – a mão de Richard largou o ferimento agarrando no braço da armadura- A voz soava fraca e dolorida e as mãos e roupas estavam sujas de sangue – Leva o Peter.
— Calma Richard eu t-
— Leva… leva ele – ele suspirou com dificuldade. Uma lágrima cristalina desceu sobre sua bochecha – Ele…. Tony… ele é… é a chave.
— Richard!
— Leva ele… Peter.
Tony alcançou o bebé que ainda continuava abraçado ao pai.
— Fique… fica com ele… - Mr. Parker gemeu de dor apertando ainda mais o ferimento - voc-… você precisa AH, você precisa tomar conta dele.
— Mas… Rich-
— Tony – ele chamou uma ultima vez – Os…Os-Os-Osb-
O ar subia, como se estivesse cortando a pele.
Colisão do avião em 20 segundos Mr. Stark. Pressão do ar a 10%. Altitude 450 pés.
— Vai – ele gesticulou com a mão – Vai…
Tony engoliu em seco. Abraçou o bebé em seus braços e voou pra fora do avião que explodiu sobre água numa nuvem de chamas e fumo negro.
A armadura planou sobre o céu enquanto o bebé chorava em seus braços.
— Hey… er… garoto – a mascara se injetou, revelando novamente o rosto de Stark. O bebé observou os olhos azuis. O choro regrediu se aninhando sobre o metal frio enquanto Tony tentava controlar o nervosismo de ter a criança em seus braços – Okay, okay você quer abraçar tudo bem… er… Jarvis?
Sim Mr Stark?
— Verifique se às sobreviventes.
Analisando… Nenhum sinal de vida Mr Stark.
— Faz uma leitura Termostática da área.
Analisando de novo… Nenhum indicio de calor… quer uma leitura sonora?
— Não é necessário Jarvis – suspirou Tony observando de novo o garoto – me leve de volta à torre.
— Afirmativo Mr. Stark.
Os braços de Tony voltaram a se fechar e enquanto sobrevoavam tranquilamente o céu noturno de Nova York.
— Jarvis? Liga para o Steve.
A ligar Steve Rogers …. TONY? Onde raio você está?
— Estou indo pra casa agora… talvez demore um pouco.
O que aconteceu?
— Eles pegaram o Parker. Não consegui salvar ele.
Eles mataram o Doutor Parker?
— E a mulher também, eu estou levando o Peter agora. – os braços seguraram o bebé com mais força enquanto voavam lentamente sobre o céu.
— Peter? Peter Parker?
— Steve? Que acha de um quarto novo hein?
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