História Spin Off - I've Come From The Future ( Norminah ) - Confusão

POV DINAH

Desde a hora que eu havia acordado eu estava com a sensação que algo estava faltando, tudo parecia normal e calmo demais. 
Era uma manhã comum, como qualquer outra manhã de sábado. O parque não estava lotado, minha esposa estava comigo sentada na toalha xadrez e junto de nós duas estava Lauren e Camila que estavam deitadas apenas relaxando e Ally com Sarah no seu colo que estava entretida demais com o seu pedaço de bolo.

Mas algo parecia faltar, não sei o que era. Mas faltava. Talvez fosse o bolo no meu estômago porque desde que chegamos eu não havia comido nada. 
- Mani... - Sorri quando ganhei a atenção dela. - Quero bolo. - Fiz um pequeno beicinho e consegui conquistar ela. Minha cabeça estava apoiada nas suas pernas e eu recebia um carinho tão gostoso no meu cabelo.

- Dinah aqui... - Ela pegou um pedaço e entregou para mim, eu estava com muita preguiça de sentar então apenas deitei apoiada em seu peito e usando suas pernas como apoio para deixar meus braços descansando.

- Está delici... - Fui interrompida quando uma garotinha branquelinha de cabelos castanhos passou correndo na nossa frente. Ela era pequena, não devia ter mais do que 5 anos. Usava um par de all star vermelho nos pés e corria um pouco afobada do seu pai.

Mas foi então quando ela virou o rosto e meu mundo parou ali, o sorriso, o sorriso que eu tanto conhecia melhor do que ninguém. As bochechas rosadas que ficavam em um tom mais forte só pelo fato de fazer esforço para correr.

Jams! Meu bebê... Mas por que ela não estava ali comigo? Ela era o lugar dela estar comigo.

- Mani... Eu estou ficando louca ou estou tendo uma miragem ou é mesmo a Jams ali? Com o pai dela?! - Perguntei confusa e minha esposa assustou quando eu sentei repentinamente.

- Credo Dinah, quase infartei agora. - Comentou de forma dramática colocando as mãos sobre o peito e chamando atenção das outras. - Do que você esta falando? - Perguntou.

- Ali Mani, ali olha, a garotinha correndo. A nossa filha! - Eu estava desesperada. Estava errado, tudo errado.

- Ela não é nossa filha... - Senti sua mão sobre a minha e acariciou a mesma. - Para de brincadeira Dinah. Você sabe disso.

- Disso o que? - Minha cabeça estava uma verdadeira confusão. Era um mar de lembranças e mais lembranças. - Mani, nossa bebê... Aquela garotinha.

- Dinah do que você tá falando? Ela é filha da Marie a médica que cuidou da gravidez da Ally... Lembra? - Minha esposa me olhava confusa e preocupada. Mas quem estava confusa nessa história toda era eu.

Mas para completar a confusão inteira senti um frio percorrer pelo meu corpo quando uma voz surgiu atrás de mim.

- Bom dia meninas. - Aquela voz. Eu conhecia ela. Eu reconheceria até em 1 milhão de anos.

- Marie! - Ally a cumprimentou e levantou para abraçá-la. - Junte-se a nós. - A mulher prontamente aceitou e sentou próximo a baixinha que agora estava limpando o rosto da loirinha que  estava cheio de chocolate.

- E como está essa princesa? - Marie Sorriu brincando com Sarah que pulou em seu colo.

- Cada dia surpreendendo mais. - Ally disse orgulhosa. -

- Essa fase é tão gostosa, a minha pequena, lembra dela? - A baixinha concordou e olhou de relance para mim, desviei o olhar e fingi estar olhando para a paisagem. - Está terrível! Não gosta de comer legumes e nenhuma fruta, não há força nem ninguém nesse mundo que faça ela comer.

- Psicologia reversa? - Lauren e Mani comentam ao mesmo tempo o que causou uma onda de risada, exceto por mim, que estava prestando atenção na baixinha que ainda corria.

- Não funcionou, já tentamos de tudo. - Ajeitou a pequena Sarah no colo. - Ela tem um gênio muito forte, é igual ao pai dela.

- Tenta o sistema de troca, se ela não comer fica sem assistir desenho. - Normani sugeriu. - Funciona com a Dinah, quando ela não faz algo que eu mando o sofá é a única opção dela. - Gargalhou e um bico se formou no meu rosto.

Eu não entendia nada do que estava acontecendo, como elas podiam agir tão naturalmente com a Marie? Ela não tinha morrido? Jamz era minha filha agora. Ou talvez... Talvez quando eu e a Mani impedimos que Marie fosse viajar, inventando que a Ally estava passando mal... NÓS ALTERAMOS O FUTURO! isso tudo é um pesadelo.

- Esse sistema de troca eu uso com o meu marido, mas como Jams tem um gênio forte demais acabo cedendo e ela janta Pizza, hambúrguer ou batata frita na maioria das vezes. - Negou com a cabeça. - Não sei... - Tudo aconteceu rápido demais, rápido demais para ser impedido ou evitado.

A garotinha que brincava com o pai entre gritos e risadas, agora estava sentada no chão chorando o quanto podia. Ela havia tropeçado talvez em um buraco. Meu coração estava apertado e eu não podia fazer nada.

Rapidamente o marido de Marie veio ate nos com a pequena que estava chorando ainda, talvez um pouco menos. Ele sentou ao lado da esposa, que devolveu Sarah para Ally e mudou sua atenção para a pequena.

- O que aconteceu? - A médica perguntou olhando para o joelho da filha que estava machucado.

- Estávamos brincando e ela tropeçou em uma raiz. Não parece ser muito sério. - Comentou fazendo carinho na cabeça da filha que ainda estava chorosa no seu colo.

- Deixa a mamãe ver? - Ai essa palavra. Por que sufocava tanto? Se for um pesado eu já quero acordar. Pode parar.

- Non, sai sai sai. - De forma desesperada ela afastou as mãos de Marie para longe.

Estão fazendo errado, bocós, ela não vai deixar desse jeito. É só dar comida que funciona.

- Filha, por favor. Você viu quem está aqui? - Ela comentou e a pequena focou sua atenção em nós e suas bochechas ganharam uma coloração mais avermelhada.

- Oi. - Disse envergonhada querendo se esconder no colo do pai dela. Seus olhinhos ainda estavam avermelhados e um bico estava formado em seus lábios.

- Oi, lembra de nós? - Lauren começou a distrair a pequena enquanto Marie pegava um algodão e um curativo na bolsa. - Você cresceu tanto. - Sorriu querendo distrair a pequena.

Ela apenas acenou com a cabeça mas percebeu quando a mãe aproximou com o algodão.

- Non, vai arde. Sai mamae, vai ardee.. - Choramingou colocando o dedo na boca e afundando mais no colo do pai.

- Jams. - Mani chamou pela baixinha que assim que olhou para ela pela primeira vez sorriu um pouco acanhada. - Não sabia que você era medrosa assim. - Retribui o sorriso. - Vem aqui. Ainda não ganhei meu abraço. - Minha esposa abriu os braços e ganhou um abraço meio desastrado.

- Não sô medrosa. Só vai arder. - Murmurou sentando ao lado da Mani. - Olha nem tem nada. - Mostrou o joelho que ainda sangrava. - Só lamber que para. - Sorriu.

- Filha! Não pode lamber o machucado. - Marie deu um bronca na pequena. - Tem bactérias.

- Mas o Tontom lambe os machucado da Jams. - Disse como se fosse tão comum que quase ri. 

Enquanto Normani distraia a pequena com um pedaço de Brownie o pai dela limpou e colocou um curativo de unicórnio no joelho dela. Ela nem ao menos percebeu, estava distraída demais comendo. Viu? Minha filha!

Mas o que estava tudo ali na minha frente desapareceu como fumaça no ar e eu estava parada agora no meio da rodovia e carros iam e vinham nas direções opostas, chovia bastante o que atrapalhada minha visibilidade.

Estava frio, eu estava com muito frio. Mas um barulho alto de pneus e depois uma colisão entre dois carros aconteceu bem ali na minha frente e eu não pude fazer nada para evitar. O motorista invadiu a pista contrária causando um terrível acidente. Ele saiu praticamente sem nenhum arranhão, estava bêbado pois não conseguia ficar parado em pé. Desgraçado.

Aproximei do carro que ele havia batido e lá estava com casal, ambos estavam todo ensanguentados e os corpos já estavam sem vida, enquanto no banco de trás estava um bebê a minha pequena que agarrava firmemente seu Simba de pelúcia. A pequena estava com alguns machucados na cabeça e chorava a pleno pulmões. Algumas pessoas que passavam pela rodovia pararam para ajudar e pedir socorro. Mas parecia que ninguém me via ali, eu era invisível. Eu tentava pedir por ajuda para salvarem a minha futura filha mas ninguém parecia me ouvir. E assim como eu havia parado ali repentinamente eu sai de lá.

Dei um salto na cama assim que acordei, graças a Deus. Foi um pesadelo. Minha esposa dormia agarrada ao travesseiro ao meu lado e a minha filha... JAMS!

Pulei da cama e andei apressadamente até o quarto da baixinha e respirei mais tranquilamente quando vi que ela dormia no seu berço em um sono tão sereno. Peguei minha pequena no colo com cuidado e inspirei seu cheirinho de bebê no seu pescoço, esse cheirinho que eu tanto amava, levei ela para dormir comigo não iria conseguir dormir sem ter ela ali comigo, em baixo das minhas asas protegida do mundo.

Passei o resto da noite sem conseguir pregar os olhos, eu não tinha sono nenhum. Parecia tão real. Minha esposa e minha filha dormiam tão profundamente eu poderia passar o resto da vida ali, apenas observando os meus amores dormirem.