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História Spoons - VII


Escrita por: prismo

Notas do Autor


gente, peço mil perdões pela demora, eu estava passando por um momento muito difícil, por isso parei por um tempo ( confesso que até tive vontade de desistir de vez de escrever). mas agora eu tô bem melhor, inclusive fazendo terapia :)

prometo atualizar com mais frequencia :3

Capítulo 7 - VII


Seungcheol estava entusiasmado, mas ao mesmo tempo meio assustado. Não sabia ao certo porquê, mas era uma experiência nova, de qualquer modo, isso o deixava nervoso. Algo poderia dar errado, como por exemplo, a mãe dele poderia pega-los e descobrir da pior maneira que Yoona não era a Yoona e sim o Jeonghan, um homem.

Viu o mais velho se aproximar, sem as roupas femininas que estava “acostumado” a o ver, mas com uma calça jeans, uma blusa azul bebê e seus vans cinza encardidos. Seungcheol achava o jeito de Jeonghan charmoso quando não estava atuando como sua namorada perfeita. Gostava mais dele assim, do jeito que era. O mais velho se aproximou e sorriu tímido, mas logo voltou ao normal, estranhou ter feito aquilo para alguém que não fosse seu irmão. Mas, mesmo assim, Seungcheol sorriu de volta.

― Está pronto para ser um colher de sujeira por um dia? ― perguntou Jeonghan, e o mais novo assentiu com um sorriso quase maior do que o rosto. ― Nem sei porque está tão feliz. Não é nada divertido.

― Não é exatamente por isso que eu estou feliz...

― Então por quê?

Porque é um pretexto para que eu te conheça melhor, pensou em dizer.

― Acho que é melhor irmos logo, não? ― o mais velho estreitou os olhos, mas seguiu o conselho do outro.

Logo, os dois andavam pelo subúrbio de Seoul. Jeonghan tentava cada vez mais segurar o riso com o entusiasmo de Seungcheol, mas houve uma hora que apenas se deixou cair em risadas. E como aquela risada encantava o mais novo. Jeonghan o fazia sentir borboletas em seu estômago.

 

 

Jihoon se sentia fraco novamente, era sempre assim. Outrora estava se sentindo ótimo, até passeou pelo jardim do hospital com Camila mais cedo, mas agora, sentia-se nada mais do que um peso morto. Respirava com dificuldade, mesmo ligado a todos aqueles aparelhos. Era como se não tivesse nada dentro de si, e ardia, ah, como ardia. Queria gritar por Camila, mas não conseguia sequer dizer uma palavra; queria um abraço aconchegante de Jeonghan, mas não conseguia se levantar e ir ao encontro do irmão.

Sentia-se perdido em sua própria mente.

A visão aos poucos escureceu-se, e Jihoon apagou. Não sabe ao certo se estava morrendo ou apenas desmaiando, mas só se sentia sendo consumido por algo ruim. Este que o fazia ter que encarar esse maldito ardor a cada suspiro.

 

 

― Quando vai contar pra ela? ― Wonwoo perguntou, sentando-se no colo de Mingyu, que assistia a TV.

O homem suspirou. Sabia o quanto Woonie ―como gostava de o chamar― se sentia sobre isso; era óbvio que o amava, mas o mais novo não queria mais apenas ser o amante de um homem rico e ocupado, queria ser oficializado como namorado de Choi Mingyu.

E é claro que Mingyu estava ciente disso, e queria tanto quanto Wonwoo, mas pensava nas consequências negativas que viriam depois que contasse para Sandara. Já que, por ser “casado” com ela há anos, sabia do que a mulher era capaz. Sabia bem.

Sabia o que poderia fazer consigo, e, mais importante, sabia o que poderia fazer com Wonwoo.

― Ainda não está na hora, pequeno ― respondeu enquanto Wonwoo brincava com a gola da sua camisa. ― Você sabe, eu tenho medo do que ela pode fazer à você, e do provável impacto que isso teria em Seungcheol.

O mais novo nunca chegou a ver uma foto do filho de Mingyu, já que não falava muito sobre sua família, e a última coisa que Wonwoo queria era parecer intrometido. Mas sabia o quanto Mingyu amava Seungcheol, mesmo que tenha sido fruto de um casamento infeliz, era o seu filho.

E como Mingyu se arrependia de não ter passado os melhores momentos da infância do filho ao seu lado, de não ter o cativado totalmente enquanto teve a chance. Mas agora, parecia ser tarde demais para tentar ser um bom pai.

― Acho que vou para Seoul ainda essa semana, preciso visitar o meu filho ― falou ainda com os olhos grudados na TV, e Wonwoo sorriu pequeno, pois gostava de quando Mingyu podia ver o filho.

 

 

― O que é isso? ― perguntou Seungcheol, segurando uma salsicha empanada ― Qual é o gosto disso?

― Se você não experimentar, não vai saber. E, ah, o nome é salsicha empanada. ― Jeonghan respondeu e logo após deu uma grande mordida na sua, tal cena parecia muito... ousada.

O mais novo analisou o lanche, e deu uma pequena mordida, quase parecia que estava com nojo. Quando de fato sentiu o gosto, parecia uma explosão de sabor em sua boca. Não demorou para que a salsicha acabasse e pedisse outra, e outra, e outra, e outra...

Jeonghan observava boquiaberto Seungcheol comendo a sétima salsicha. Não sabia que alguém poderia comer tanto assim, e sorte que não seria ele que teria que pagar, nunca teria tanto dinheiro. Antes que o mais novo pedisse a oitava, o mais velho roubou-lhe a carteira e deu o dinheiro equivalente ao dono da barraca, logo colocou-a de volta aonde pertence e puxou Seungcheol.

― Mas eu quero comer mais! ― choramingou o mais novo.

― Você iria pegar uma infecção alimentar de tanto comer salsicha. ― Brigou. ― Tem lugares mais divertidos por aqui. Eu vou te levar para um especial.

― Especial, tipo como?

― Especial, tipo especial.

 

×

 

Fazia, no mínimo, meia hora que estavam subindo um morro. Passaram a tarde inteira brincando em um Playground ― por mais infantil que isso seja―, e Jeonghan não ria tanto fazia tempo. Aliás, não se divertia tanto fazia tempo.  

Já estava quase anoitecendo. Eles estavam quase chegando no topo do morro, Seungcheol não parava de reclamar que suas pernas estavam doendo, e, houveram momentos que Jeonghan queria o jogar dali de cima. Minutos se passaram, o sol tinha se posto fazia algum tempo ― e foi um dos pôr-do-sóis mais lindos que o mais novo já viu―, e finalmente haviam chegado ao topo do morro.

― Pra você ter me feito andar tudo isso, eu realmente espero que valha á pena. ― Seungcheol reclamou. Jeonghan sorriu.

― Por que não olha pra trás? ― o mais novo não entendeu bem a pergunta, mas olhou. Seu queixo foi ao chão, e as luzes de Seoul deram um brilho á mais em seus olhos escuros. ― Esse é o morro mais alto de Seoul, dá pra ver todas as luzes da cidade daqui, e como são lindas, não?

― É... incrível ― Falou em um sussurro, e Jeong quase não ouviu. ― Obrigado.

Não sabia ao certo porquê, mas suas bochechas queimaram depois dessa simples palavra. Por que? É apenas uma palavra, não? Então por que Jeonghan gostou tanto de ouvi-la?

― Por que está me agradecendo?

― Por me dar o melhor dia da minha vida.

Jeonghan sentiu-se culpado, por isso o disse:

― Não se engane, garoto. Eu te mostrei apenas as partes boas de ser um “colher de sujeira”. O próprio nome em si já é uma discriminação, a verdade é que ser de classe baixa é horrível. Seungcheol, estamos em tempos que a maioria das pessoas não olham para o caráter de alguém, mas sim para o dinheiro. Eu cresci vivendo essa realidade. Você não lembra que eu te disse que fomos ignorados no hospital? Tudo porque não temos dinheiro, e agora meu irmão está com câncer, lutando pra salvar a própria vida. E tudo que eu posso fazer é torcer por ele ― Jeonghan sentiu seus olhos arderem. ― Ele é minha única família, e eu não posso fazer nada. É por isso que eu me esforço pra manter a bolsa e faço mil e um bicos por aí, eu quero dar a Jihoon uma vida boa, mas as pessoas nos olham como marginais. Eles não ligam pra nós, os sujos, eles não olham para o nosso caráter, mas sim para as nossas vestimentas.

Jeonghan não percebeu que as lágrimas desciam descontroladamente. Só percebeu quando foi envolvido pelos braços de Seungcheol.

Eu estraguei o melhor dia da sua vida. Me desculpe. ― falou com a voz abafada no peito do mais novo.

― Você não estragou. Está tudo bem, eu estou aqui.

Jeonghan se sentiu seguro naquele abraço. E sentiu um sentimento há anos esquecido: Esperança.

 


Notas Finais


gostaram? ou eu realmente perdi o jeito pra escrever? :0


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