História Spotted - Destroyed

New York, NY

Fevereiro de 2014

Lindsay's Point Of View

Não vou negar que fiquei bastante frustrada ao ver Justin deixando Clarice na porta de seu dormitório. Era difícil, mas eu até podia aceitar seu relacionamento com Matthew, mas com Justin era como levar um soco.

Clarice havia jurado que nunca mais queria ter algo com Justin depois de tudo que ele fez. Agora eles estavam juntos e meu coração estava mais despedaçado do que nunca. Eu não sabia para quem chorar, já que Clarice era o motivo pelo qual eu estava sofrendo.

Só conseguia sentir ódio e uma dor inexplicável. Queria correr, fugir para um lugar bem longe e tentar esquecer que aquilo estava acontecendo.

Será que era tão difícil para ela perceber? Eu já havia deixado tão claro, isso estava estampado em meu rosto. Qualquer um que me olhasse ao lado dela poderia perceber que eu estava apaixonada por Clarice.

Sempre que a via, sentia meu coração disparar e minhas mãos suarem. Estar perto dela fazia meu dia melhorar, mesmo que estivéssemos só conversando.

Percebi que estava apaixonada no dia em que nós duas nos beijamos. Eu sempre havia sentido atração física por ela, mas não passava disso. Depois desse dia eu acabei completamente apaixonada por Clarice e ainda não sabia como lidar com esse sentimento.

Andei pela faculdade, vendo se encontrava alguém para conversar. Vi Matthew sentado em um banco, com um cigarro na boca. Fui em sua direção e sentei-me ao seu lado, dizendo:

▬ Acho que estamos na mesma situação.

▬ O que você quer dizer? – ele soltou a fumaça de sua boca.

▬ Sabe, Matthew, eu nunca fui com a sua cara. Sei que você desconfiava disso e receio em dizer que estava certo. Porém, sei que o problema não é com você, e sim com ela. – ele me olhou sem entender. – Você nunca percebeu? – balançou a cabeça negativamente. – Sim, eu sou apaixonada pela minha melhor amiga.

▬ Eu não imaginava.

▬ Pois é. – dei um sorriso triste. – Você a viu com ele? – ele balançou a cabeça em sinal positivo. – Eu não pude acreditar. Já fui apaixonada por ele e agora os dois estão juntos. – senti uma lágrima escorrer em meu rosto. – Não vou negar que torci para vocês terminarem. Eu sinto muito por isso, agora sei como você deve ter se sentido quando tudo acabou.

Abaixei a cabeça enquanto chorava. Meus ombros tremiam com meus soluços. Matthew se aproximou de mim e me abraçou. Apertou-me forte e disse:

▬ Estamos no mesmo barco, Lindsay. Infelizmente amamos a mesma pessoa.

Clarice Valentin's Point Of View

Acordei com meu celular tocando. Olhando no visor, percebi que eram sete da noite e Justin estava ligando. Atendi rapidamente e logo escutei-o:

▬ Hey babe, você está pronta?

▬ Pronta pra que? – disse com uma voz sonolenta.

▬ Não acredito que ainda está dormindo, Clarice. Por isso não respondeu minhas mensagens. Vá se arrumar, às nove estarei aí.

Justin desligou e eu me levantei da cama. Não sabia porque Justin havia ficado irritado por eu não estar pronta às sete, já que sairíamos às nove.

Amber estava sentada em sua cama mexendo no celular. Começamos a conversar e logo eu já estava desabafando:

▬ Sei que eu prometi para a Lindsay que não ficaria mais com Justin, mas isso não é motivo para se acabar uma amizade. A não ser que... – refleti sobre o assunto. – Que ela ainda goste dele.

▬ Qual o seu problema, Clarice? Você ainda não percebeu?

▬ Não percebi o quê?

▬ Cara, você é muito lerda mesmo. – ela balançou a cabeça. – Lindsay está apaixonada por você.

▬ O quê? – choquei-me. – Você está falando sério?

▬ Isso é óbvio. Qualquer pessoa que vê as duas juntas nota que Lindsay é completamente louca por você.

Fiquei algum tempo pensando naquilo. Nós havíamos nos beijado, mas aquilo para mim não havia significado nada. Pelo visto, para ela tinha significado. Começava a encaixar o quebra-cabeça, percebendo as inúmeras vezes em que ela deixou claro que gostava de mim.

Agora parecia tão óbvio, mas eu havia custado a perceber. Não sabia o que fazer, eu precisava conversar com Lindsay, mas, primeiro, tinha que sair com Justin naquela noite.

[...]

Logo que terminei de me arrumar, recebi uma mensagem de Justin, falando para que eu saísse. Entrei em seu carro e ele me recebeu com um beijo. Tocava uma música de rap e eu logo mudei, colocando em um pop. Justin revirou os olhos.

Quando chegamos na boate, entramos e nos sentamos em um canto. Descemos um combo de vodca e logo começamos a beber. Algum tempo depois, Ryan, Linda, Chaz e os outros garotos da fraternidade chegaram. Justin fez cara feia quando viu Chaz, mas eu não podia imaginar o porque.

Passou uma meia hora e eu quis dançar. Assim que me levantei, senti todo o efeito do álcool em minha mente. Justin me puxou e nós fomos em direção à pista de dança. Começamos a dançar colados. Justin beijou o lóbulo de minha orelha e eu senti todo o meu corpo se arrepiar. Logo, estávamos mais nos beijando do que dançando. Justin me pressionou na parede e começou a me masturbar por cima do vestido.

▬ Justin, não faz isso. Estão todos vendo.

▬ Ninguém está vendo nada, Clarice.

▬ Estão sim.

▬ Você quer ir para o banheiro?

Afirmei com a cabeça e nós subimos as escadas indo em direção ao banheiro mais reservado. Quando chegamos, percebemos que estava ocupado. Segundos depois, Chaz saiu do mesmo. Justin fechou a cara no mesmo momento.

▬ Justin, quero conversar com você.

▬ Chaz, já te disse mil vezes que não tenho nada para conversar com você.

▬ Eu tenho. Só me escuta cara, por favor.

▬ Não.

▬ Escuta ele, Justin. – falei.

▬ É, por favor. – Chaz pediu.

▬ Não vou escutar porra nenhuma! – Justin se irritou.

▬ Justin, eu não sei o que aconteceu. – eu disse. – Mas Chaz é seu amigo faz muito tempo, você deve pelo menos escutar o que ele tem a dizer.

▬ Cala a boca! – Justin gritou. – Você não é ninguém para dizer o que eu devo ou não fazer. E você – ele apontou para Chaz. – eu não vou te escutar nem hoje e nem nunca.

Balancei a cabeça com desgosto e desci as escadas correndo. Saí da boate e chamei um táxi. Sabia que não iria para casa, pois só uma pessoa me faria sentir bem naquele momento. Só esperava que ela estivesse em casa.

Lindsay's Point Of View

Estava sozinha na irmandade, pois todas as garotas haviam saído. Eu não tive forças para sair naquela noite. Sentia-me destruída, como se toda a minha força tivesse sido tirada de mim. Estava assistindo alguns filmes quando escutei a campainha tocar. Assustei-me, temendo que talvez fosse algum ladrão. Porém, quando encarei o olho mágico, vi que era Clarice.

▬ Posso entrar? – ela disse com a voz meiga.

Queria dizer que não, para que ela ficasse para longe de mim, mas a única coisa que consegui fazer foi balançar a cabeça positivamente.

Andamos até o meu quarto e ela se sentou em minha cama. Não tínhamos coragem de nos olhar, mesmo estando uma de frente para a outra.

▬ Então, não saiu hoje? – perguntei, percebendo que ela estava meio bêbada.

▬ Eu saí, mas não deu muito certo. E você?

▬ Decidi ficar em casa assistindo filmes. – apontei para a televisão, onde estava pausado o filme "Azul é a cor mais quente".

▬ Nunca assisti. – ela disse, dando de ombros.

▬ Podemos assistir agora, se quiser.

Ela assentiu e eu voltei o filme para o começo. Deitamo-nos em minha cama e quando o filme estava quase começando, Clarice falou:

▬ Preciso te fazer uma pergunta. Está entalada em minha garganta e se eu não botar para fora agora vou me engasgar. – assenti, já imaginando o que ela diria. – Bom, fiquei sabendo que você é apaixonada por mim. Isso é verdade?

▬ Quem te contou isso, o Matthew?

▬ Não. Faz muito tempo que não falo com ele. Por que você achou que havia sido ele? – dei de ombros. – Bom, foi a Amber, ela me disse que percebeu.

▬ Então já não tenho o que dizer. É verdade, Clarice, sou louca por você.

Ela assentiu e nós continuamos assistindo o filme. Quando as duas garotas começaram a se beijar, desejei que nós duas pudéssemos fazer o mesmo.

▬ Eu quero fazer uma coisa. – disse Clarice. – Posso?

Então, balancei a cabeça igual uma idiota. Sua mão passou por minha nuca e ela me puxou mais para perto. Nunca vou poder descrever a sensação que tive quando nossas bocas se tocaram. Não imaginava que alguém podia me destruir e depois me fazer sentir tão bem.