Julie era apenas uma garota feliz, sempre disposta a sorrir somente para alegrar os outros, chorar por solidariedade e oferecer seu ombro para todos os amigos que precisassem. Ela os adorava, mas nada garantia que era recíproco, ela, otimista, confiava plenamente em todos e era ingênua demais para perceber que nada era perfeito. Ela foi crescendo sem percebê-lo e cegamente apoiada em seus melhores "amigos", se é que pode-se intitular eles assim. Conforme passava o tempo pior sua situação ficava. Ela perdeu muitos deles, deixou de confiar em outros, mas ainda restavam suas melhores companheiras: Annie, Celestie e America. Sempre juntas e dispostas a fazer tudo juntas, como revelar de quem gostavam aos mesmos, o que um dia foi prometido por cada uma delas. Julie, inocente e sem medo, pois não sabia o que poderia dar errado, foi a primeira e não sabia que aquilo mudaria a sua vida e sua mente de um modo tão profundo. Ela preparou um bilhete em uma folha de caderno e antes de descer para o intervalo, colocou-o na mochila dele, enquanto só haviam duas pessoas na sala, America e Mary. Quando voltou à sala, só podia ver a professora, com o bilhete em mãos, e todos os seus colegas de sala lendo e rindo descontroladamente de sua confissão. Não demorou para que uma das meninas reconhecesse sua letra, que era bem reconhecível entre as meninas, mas muito discreta entre a dos garotos, e gritasse para todos:
-É A LETRA DE JULIE!
Então todos implodiram em gargalhadas, enquanto Julie se derretia em lágrimas escondidas por sua cabeça enterrada no peitoral e baixa para que ninguém visse sua angústia. Após terminarem as aulas do dia, ela foi para casa totalmente devastada, e quando chegou, por conta de seus pais estarem viajando, teve que esconder todas as lágrimas e ressentimentos que brotavam novamente no âmago de seu ser de sua avó e sua tia.
Terminou de almoçar, fez todos os deveres para o dia seguinte e foi para seu quarto do apartamento de tamanho médio em qual morava desde que havia nascido, 13 anos atrás. Finalmente desabou em sua cama e as lágrimas começaram a vazar para fora, como se uma torneira estivesse aberta em seus olhos. Na escola já era conhecida como a mais chorosa da turma e este acontecimento não servira para melhorar sua situação. Assim ela começou a guardar ódio e ressentir de cada um.
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